Władysław Gomułka: diferenças entre revisões

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{{Info/Político
| nome = Władysław Gomułka
|imagem = Wladyslaw Gomulka na trybunie.jpg
|título = Presidente do PZPR
|ordem =
|mandato =
|vice-presidente =
|antes = [[Edward Ochab]]
|depois = [[Edward Gierek]]
|data_nascimento = [[6 de Fevereiro]] de [[1905]]
|local_nascimento = [[Krosno]], [[Segunda República Polonesa|Polônia]]
|data_morte = [[1 de Setembro]] de [[1982]]
|profissão =
|primeira-dama =
|partido = ''Polska[[Partido Zjednoczonados PartiaTrabalhadores RobotniczaPolacos]] (PPR)''<br/>''[[Partido -dos Trabalhadores Unidos da Polônia]] (PZPR)''
}}
'''Władysław Gomułka''' ([[6 de Fevereiro]] de [[1905]], [[Krosno]] - [[1 de Setembro]] de [[1982]]) foi um líder [[comunista]] [[Polónia|polaco]]. Foi membro do Partido Comunista da Polónia (''Komunistyczna Partia Polski'') a partir de [[1926]].
 
Em [[1934]], partiu para [[Moscovo]], onde viveu durante um ano. Ao regressar à Polónia, foi preso, tendo passado a maior parte do tempo até ao início da [[segunda guerra mundial]] na prisão. Durante a guerra, Gomułka tornou-se um comunista influente no seu país e [[1943]] convenceu [[EstalineJosef Stalin]] a ajudá-lo a ressuscitar o o[[Partido Comunista da Polônia]], como [[Partido dos Trabalhadores Polacos]] (''Polska Partia Robotnicza''). Foi primeiro-ministro em exercício no governo[[Governo provisórioProvisório da República da PolóniaPolônia]] (''Rząd Tymczasowy Rzeczypospolitej Polskiej''), entre Janeiro e Junho de 1945, e também no governo[[Governo provisórioProvisório de uniãoUnião nacionalNacional]] (''Tymczasowy Rząd Jedności Narodowej''), entre 1945 e 1947. Usando a sua posição no governo, ajudou os comunistas a vencerem o referendo[[Referendo dePopular 3Polonês xde Sim,1946]] em(''referendum 1946ludowe'') e as eleições legislativas de 1947. Porém, entre 1951 e 1954, querelas entre as diversas facções políticas conduziram Gomułka novamente à prisão, após ser denunciado como ''reaccionário'' e como sendo ''de direita'', tendo acabado por ser expulso do partido dos trabalhadores polacos.
 
Após a morte do primeiro-ministro estalinista [[Bolesław Bierut]] em 1956, seguiu-se um breve período de desestalinização, que aumentou a esperança do povo nas reformas. Em Junho desse ano, ergueu-se uma insurreição em [[Poznań]]. Os trabalhadores protestavam contra a escassez de comida e de bens de consumo, as casas de fraca qualidade, a redução do salário real e das exportações para a [[União Soviética]] e a fraca gestão da economia. O governo polaco respondeu apelidando os manifestantes de ''"provocadores, contra-revolucionários e agentes do imperialismo"''. As forças de segurança mataram e feriram inúmeros manifestantes. Não demorou muito tempo até que a hierarquia do partido se apercebesse que os protestos tinham acordado sentimentos nacionalistas e depressa inverteram a sua opinião. Os manifestantes tornaram-se então "trabalhadores honestos, com reivindicações legítimas". Os salários foram aumentados em 50% e foram prometidas mudanças económicas e políticas<ref>Rothschild and Wingfield: ''Return to Diversity, A Political History of East Central Europe Since World War II'' OUP 2000</ref><ref name=swiatlo>[{{citar web | autor=Harriman Institute|publicado=Columbia University, New York City | titulo=The defection of Jozef Swiatlo and the Search for Jewish Scapegoats in the Polish United Workers' Party, 1953-1954 | data=1999 | url=http://72.14.205.104/search?q=cache:rzl7Kx-O8ZcJ:www.ciaonet.org/olj/int/int_0302c.pdf+The+defection+of+Jozef+Swiatlo&hl=en&ct=clnk&cd=4 The|língua=inglês defection| ofacessodata=14 Jozefde Swiatlofevereiro and the Searchde for Jewish Scapegoats in the Polish United Workers' Party, 1953-1954, Harriman Institute, Columbia University, New York City, 1999]2013}}</ref>
 
Edward Ochab, o primeiro-ministro polaco da altura, convidou o então recém-reabilitado Gomułka para o cargo de primeiro secretário do partido. Gomułka reivindicou poderes reais para poder levar a cabo reformas. Uma das suas exigências foi o afastamento do marechal soviético [[Konstantin Konstantinovich Rokossovskiy]], que ordenara o levantamento de tropas contra os trabalhadores de Poznań, do politburo polaco e do ministério da defesa, algo que Ochab concordou fazer.
 
Em [[19 de Outubro]], a maioria dos dirigentes polacos, com o apoio do exército e das forças de segurança internas, levou Gomułka e seus apoiantes para o politburo e nomeou-o primeiro secretário do partido. Estes eventos na Polónia alarmaram os dirigentes soviéticos. Em simultâneo com movimentos militares na fronteira polaco-soviética, foi enviada uma delegação de alto nível do comité central soviético para a Polónia, liderada por [[Khrushchev]] e includindo Mikoyan, Bulganin, [[Viatcheslav Molotov|Molotov]], Kaganovich e o marechal Konev, entre outros. Gomułka deixou claro que as tropas polacas resistiriam a uma invasão soviética, mas assegurou também que as reformas em curso eram de carácter interno e que a Polónia não tinha qualquer intenção de abandonar nem o comunismo, nem os tratados com a União Soviética. Os Soviéticos cederam. <ref>[http{{citar web | autor=George Washington University://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB76/doc5.pdf The National Security Archive | titulo=Notes from the Minutes of the CPSU CC Presidium Meeting with Satellite Leaders, October 24, 1956, George| Washingtondata=2002 University| url=http://www.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB76/doc5.pdf The|língua=inglês National| Securityacessodata=14 Archive,de 2002]fevereiro de 2013}}</ref> Gomułka acabou por ser confirmado no seu novo cargo. A notíca dos eventos na Polónia acabaria por chegar à [[Hungria]] através da rádio, despoletando manifestações naquele país, pedindo reformas semelhantes, que viriam a culminar na [[Revolução Húngara de 1956]].
 
Inicialmente muito popular pelas suas reformas, <ref>{{citar web| titulo=POLAND: Rebellious Compromiser |autor=[[Time Magazine]] | data=10 de dezembro de 1956 | url=http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,808728-1,00.html Rebellious|língua=inglês Compromiser,| Timeacessodata=14 10-12-1956]de fevereiro de 2013}}</ref> dando início a uma era que ficou conhecida como o degelo de Gomułka, foi gradualmente diminuindo a sua oposição às pressões soviéticas. Nos [[Década de 1960|anos 60]], apoiou a perseguição montada contra a [[Igreja Católica]] e contra alguns intelectuais do partido (por exemplo, [[Leszek Kołakowski|Kołakowski]]). Participou na intervenção do [[Pacto de Varsóvia]] na [[Checoslováquia]] em [[1968]]. Nessa altura, foi também responsável por perseguições de estudantes e por endurecer a censura da imprensa. Durante a sua governação, foi criada a rede de pequenos restaurantes denominados [[bar mleczny]], servindo refeições rápidas subsidiadas pelo estado.
 
Em [[Dezembro]] de [[1970]], um confronto sangrento com trabalhadores de estaleiros, durante o qual várias dezenas destes foram mortos a tiro, viria a forçar a sua demissão (oficialmente, demitiu-se por razões de saúde, tendo de facto sofrido um enfarte). Um homem mais jovem e dinâmico, [[Edward Gierek]], tomou conta da liderança do partido e as tensões diminuíram. Gomułka foi forçado a aposentar-se. Após a sua morte em [[1982]], vítima de um [[cancro (tumor)|cancro]], a sua imagem negativa na propaganda comunista foi alterada e foram reconhecidos alguns dos seus contributos positivos. As suas memórias foram publicadas pela primeira vez em [[1994]].