Guerra por procuração: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 1:
{{Sem-fontes|data=novembro de 2010| arte=| Brasil=| ciência=| geografia=| música=| Portugal=| sociedade=|1=|2=|3=|4=|5=|6=}}
Uma '''guerra por procuração''' (do [[língua inglesa|inglês]] ''proxy war'') é um [[Guerra|conflito armado]] no qual dois [[país]]es se utilizam de terceiros — os ''proxies'' — como intermediários ou substitutos, de forma a não lutarem diretamente entre si.
 
Embora as superpotências[[superpotência]]s tenham muitas vezes utilizado governos nacionais como ''proxies'', grupos [[Terrorismo|terroristasinsurgente]]s ou outros são mais comumente empregados. Espera-se que tais grupos possam derrotar o oponente, sem que haja uma escalada a uma [[guerra]] de grandes proporções.
 
Guerras por procuração também podem ocorrer paralelamente a conflitos de grandes proporções. Durante a [[Guerra Irã-Iraque]], por exemplo, ambas as nações armaram facções rivais na [[Guerra Civil do Líbano]] e incitaram-nas uma contra a outra.
 
É quase impossível existir uma guerra por procuração pura, uma vez que os grupos que combatem por uma superpotência geralmente também têm interesses próprios, que são muitas vezes divergentes daqueles a que servem. Por exemplo, após a [[Guerra do Afeganistão]], grupos apoiados pelos [[Estados Unidos]] viraram-se contra os próprios [[Estados Unidos]], tornando-se os núcleos do [[Taliban]] e da [[Al Qaeda]].
 
== Exemplos ==
Linha 13:
 
=== Guerra Fria ===
Guerras por procuração foram comuns durante a [[Guerra Fria]], porque duas superpotências equipadas com [[Arma nuclear|armas nucleares]] — a [[União Soviética]] e os [[Estados Unidos]] — não queriam se enfrentar diretamente, tendo em vista umaa iminentepossibilidade de que isso desencadeasse uma [[guerra nuclear]] e suas consequências, segundo a teoria da [[Destruiçãodestruição mútua Mútuaassegurada|destruição Asseguradamútua]]. ''Proxies'' foram usados em conflitos no [[Afeganistão]], [[Angola]], [[Coreia]], [[Vietnã]] e muitosem outros[[Conflitos armados na América Central|países da América Central]], por exemplo.
 
A primeira guerra por procuração da Guerra Fria foi a [[Guerra Civil Grega]],. onde oO governo grego, aliado dos ocidentais, foi quase tomadoderrubado por rebeldes [[comunistas]], que contaram com ajudaapoio dosda estados soviéticos na[[URSS]], [[Iugoslávia]], [[Albânia]] e [[Bulgária]]. Os comunistas gregos tomaram o poder na maior parte da [[Grécia]], mas um forte [[contra-ataque]] do governo os forçou a recuar. Os aliados ocidentais eventualmenteafinal venceram, graças a uma ruptura ideológica entre [[Stalin]] e [[Josip Broz Tito|Tito]]. Embora antes aliado dos rebeldes, Tito fechou as fronteiras iugoslavas para os partidários do [[ELAS]] ondepois, apesar da inexistência de [[soviéticos]] entre os rebeldes, os comunistas gregos aliaram-se haviam alidao a Stalin. A Albânia seguiu Tito pouco tempo depois. Sem ter mais ajuda com a qual contarexterna, a rebelião entrou em colapso.
 
UmOutro exemplo de guerra por procuração foi a cobertura dada pela [[Alemanha Oriental]] à [[Fração do Exército Vermelho]] (''Rote Armee Fraktion'' ou RAF, mais conhecida como Baader-Meinhof), que manteve-se mantevee ativa a partir de [[1968]] e promoveu uma sucessão de ataques [[Terrorismo|terroristas]] na [[Alemanha Ocidental]] durante a [[década de 1970]] e, em menor escala, na [[década de 1980]]. Após a [[reunificação da Alemanha]] em [[1990]], foi descoberto que a Facção Armada Vermelha obteve suporte financeiro e [[Logística|logístico]] da [[Stasi]], a agência de inteligência e segurança da Alemanha Oriental. A Stasi também deu abrigo e novas identidades aos terroristas. Não era de interesse da Alemanha Oriental ou da FacçãoFração Armadado VermelhaExército Vermelho serem vistos como aliados. Os apologistas da FacçãoRAF argumentaram que eleso estavamgrupo estava lutando por um [[socialismo]] que não existia na [[Europa Oriental]] oriental. O governo da Alemanha Oriental estava envolvido na [[Ostpolitik]], e não tinha interesse em ser descoberto dando apoio àa uma organização terrorista atuandoque operava na Alemanha Ocidental. Para mais detalhes, veja [[história da Alemanha após 1945]].
 
NaUm outro exemplo de guerra ''proxy'' foi a [[Guerraguerra da Coreia]], quando a [[União Soviética]] e a [[República Popular da China]] ajudaram os comunistas nada [[Coreia do Norte]] e na China contra as forças das [[Nações Unidas]], lideradas pelos [[Estados Unidos,]]. mas aA União Soviética não entrou na guerra diretamente. A China, entretanto, entrouparticipou diretamente nada guerra, enviando milhares de tropas em [[1950]], impedindo que a coalizão das Nações Unidas derrotasse o governo comunista do norte.
 
NaTambém na [[Guerra do Vietnã]], a União Soviética enviou suprimentos ao [[Vietnã do Norte]] e treinou o [[Viet Minh]], fornecendo-lhes também [[logística]] e [[suprimentos]] mas, diferentemente do exército dos Estados Unidos, que enviou tropas, elesa URSSS não entraramentrou na guerra diretamente e apenas agiramagiu através de seus ''proxies''.
 
Durante a maior parte da [[Guerra Civil Angolana]] após a [[independência de Angola]], em [[1975]], a União Soviética e o [[Bloco do Leste]] ajudaram o governo [[marxista]] do [[Movimento Popular de Libertação de Angola|MPLA]] com dinheiro, logística e armas, enquantomas o exércitofoi [[cubaCuba]]no foique enviado às frentes de batalha com suasenviou tropas. Os EstadosO Unidosgoverno cooperaram[[angola]]no comdo oMPLA regime doajudou grupos anti-[[Apartheid]] dana [[África do Sul]] aoe apoiaro movimento de independência na então África do Sudoeste (atual [[Namíbia]], o maiorque grupolevou rebeldeo antigoverno sul-comunista,africano a apoiar a [[União Nacional para a Independência Total de Angola|UNITA]]., Ocom governoarmas, MPLAdinheiro dee Angolacentenas tambémde ajudoutropas. gruposOs anti-ApartheidEstados naUnidos, Áfricapor dosua Sulvez, ecooperaram com o movimentoregime dedo independênciaApartheid, naao entãoapoiar Áfricaa doUNITA Sudoeste- (atualo maior grupo rebelde [[Namíbiaanticomunista]]], ode queAngola. levouA UNITA continuou [[Guerra Civil Angolana|a lutar contra o governo sul-africanode aAngola]], ajudarmesmo perdendo a UNITAajuda comde armastodos eos dinheiro,seus eantigos eventualmentealiados centenas(incluindo deos tropasEstados doUnidos exércitoe sul-africano.a África do Sul)
 
Durante a [[Guerra de desestabilização de Moçambique]], o governo comunista de [[Moçambique|moçambicano]] ajudou a rebelião contra o governo [[Racismo|racista]] da minoria branca na [[Rodésia]] (atual [[Zimbabwe]]). Em reposta, o governo de Rodésia organizou e fundou um grupo rebelde antianticomunista -comunista chamadoa [[Resistência Nacional Moçambicana|RENAMO]]. Após a Rodésia entrar em colapso e se tornar o Zimbabwe em [[1980]], a África do Sul passou a ajudar o RENAMO. Em [[1991]], o governo sul-africano deu início a reformas que acabaram com o regime do Apartheid, também pondo fim ao seu envolvimento no conflito armado. No ano seguinte, as tropas sul-africanas e cubanas combateram por Angola, até que em [[1992]] o RENAMO e o governo de Moçambique assinaram um acordo de paz. A UNITA continuou a lutar por um governo livre em Angola, mesmo perdendo a ajuda de todos os seus antigos aliados (incluindo os Estados Unidos e a África do Sul).
 
Na guerra entre os [[mujahidin]] e o [[Exército Vermelho]], durante a [[Guerra do Afeganistão]], os Estados Unidos ajudaram os mujahidin na luta contra os soviéticos.
Linha 41:
 
{{DEFAULTSORT:Guerra Por Procuracao}}
[[Categoria:Guerra por tipo]]
[[Categoria:Guerra fria]]
 
[[ar:حرب بالوكالة]]