Crise do subprime: diferenças entre revisões
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[[Ficheiro:Subprime Mortgage Offer.jpeg|thumb|250px|Oferta de empréstimos sem comprovação de renda, nos [[Estados Unidos]].]]
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As famílias americanas já vinham se endividando ao longo dos anos 1990, a partir de 1995 o mercado imobiliário voltou se expandir, assim como o endividamento - crédito ao consumidor e hipotecas. Com a crise de 2000-2001, do mercado de ações, o mercado imobiliário ganhou estímulos e se expandiu mais vigorosamente. As famílias, já endividadas, elevaram a contratação de empréstimos, fazendo novas hipotecas e adquirindo novas linhas de crédito <ref> ROSA, E. O Papel Macroeconômico das Famílias e a Geração de Fragilidade Financeira[http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000850671] </ref> <ref> http://www.akb.org.br/upload/130820121548511055_Everton%20S.%20T.%20Rosa.pdf ROSA, E. As Famílias a Abordagem Minskyana: aspectos e desdobramentos do endividamento das famílias americanas</ref>. A partir de 2003, com a intensificação da valorização dos imóveis e esgotamento dos clientes tradicionais, o crédito foi facilitado para as famílias e indivíduos sem histórico de crédito ou com histórico ruim, sem emprego e sem renda - o [[subprime]].
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Mesmo os bancos que não trabalhavam com os chamados "créditos podres" foram atingidos. O banco britânico Northern Rock, por exemplo, não tinha hipoteca-lixo em seus livros, mas adotava uma estratégia arriscada - tomar dinheiro emprestado a curto prazo (a cada três meses) às instituições financeiras, para emprestá-lo a longo prazo (em média, vinte anos), aos compradores de imóveis. Repentinamente, as instituições financeiras deixaram de emprestar dinheiro ao Northern Rock, que, assim, no início de 2007, acabou por se tornar o primeiro banco [[Grã-Bretanha|britânico]] a sofrer intervenção governamental, desde [[1860]].<ref>[http://www.marxist.com/financial-panic-where-are-we-now-portuguese.htm "Economia mundial em crise – Onde estamos agora?" por Mick Brooks", 25.01.2008]</ref>
Na
== Auge ==
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<ref>[http://www.cartacapital.com.br/app/materia.jsp?a=2&a2=7&i=2113&__akacao=97263&__akcnt=3c87d83c&__akvkey=6268&utm_source=akna&utm_medium=email&utm_campaign=Newsletter+-+Assine+j%E1+22%2F09 Carta Capital: O novo socialismo]</ref>
No [[Brasil]], cogitou-se que o [[Banco Itaú]] viesse a absorver a filial brasileira da Merrill Lynch, e que o [[Unibanco]] pudesse vir a aumentar a sua participação na filial brasileira da AIG.<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u445359.shtml Itaú e Unibanco podem ficar com AIG e Merrill no país]</ref>
Em [[29 de setembro]], a [[Câmara de Representantes dos Estados Unidos]] rejeitou o '''[[Plano de resgate econômico de 2008|pacote de medidas de ajuda governamental]]''' ao setor financeiro, por 228 votos contra e 205 a favor. O pacote previa a liberação de recursos do [[Tesouro]], de até US$ 700
<ref>[http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/09/29/ult4294u1688.jhtm Câmara dos EUA rejeita pacote; Bovespa chega a interromper atividade]</ref>
As análises do ''[[New York Times]]'' e do [[Financial Times]], assim como as do [[Fundo Monetário Internacional]], vão na mesma direção: a administração da crise deve consumir mais uns dois anos.<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080929_presspacoteua_fp.shtml BBC Brasil: Plano 'não salvará economia', dizem jornais dos EUA ]</ref>
Posteriormente, foram introduzidas algumas modificações <ref>[http://economia.uol.com.br/ultnot/2008/10/01/ult4294u1666.jhtm Senado dos EUA aprova pacote para tentar estancar crise]</ref> no pacote de socorro aos bancos, de modo a atenuar seu aspecto de presente a [[CEO]]s inescrupulosos'.<ref>[http://www.newsday.com/news/local/wire/newjersey/ny-bc-nj--financialmeltdown1001oct01,0,739455.story NJ senators back financial bailout]</ref> O custo total foi ampliado de US$ 700
Após uma intensa campanha de pressão, que envolveu o presidente [[George W. Bush]], o secretário do Tesouro, [[Henry Paulson]], e o presidente do Federal Reserve, [[Ben Bernanke]], além dos candidatos à Presidência dos EUA, [[Barack Obama]] ([[Partido Democrata (Estados Unidos da América)|Partido Democrata]]) e [[John McCain]] ([[Partido Republicano (Estados Unidos da América)|Partido Republicano]]), o [[Senado dos Estados Unidos]] aprovou o projeto, em [[1º de outubro]], por 74 votos a favor e 25 contra. O pacote voltou à Câmara, para ser votado novamente, sendo aprovado e sancionado pelo presidente Bush.
Mesmo aprovado, o pacote de US$ 700
== Impactos no Brasil ==
Logo após a [[Câmara dos Representantes dos Estados Unidos]] ter rejeitado a proposta governamental de socorro ao setor financeiro, em 29 de setembro, a [[Bolsa de Valores de São Paulo]], a terceira maior do mundo em valor de mercado,<ref>[http://www.bmfbovespa.com.br/portugues/QuemSomos.asp Site da Bovespa]</ref> chegou a cair 10,16% (a 45.622,61 pontos) e teve suas operações interrompidas.
Mas, de modo geral, os economistas acreditam que seja muito cedo para determinar o [[impacto]] da crise, a longo prazo, no [[Brasil]]. Apenas uma minoria, a exemplo de [[Stephen Kanitz]], pensa que o [[país]] está imune - ou quase imune - à [[crise]].<ref>[http://brasil.melhores.com.br/2009/02/vamos-definir-crise-corretamente-.html "Vamos definir crise corretamente", por Stephen Kanitz]</ref> A maioria dos economistas é mais cautelosa, embora acredite que a posição brasileira - assim como a da Índia, da China e a de alguns outros [[países emergentes|emergentes]] - seja menos vulnerável do que a dos países ricos. O Brasil tem obtido sucessivos [[superávit]]s fiscais e o governo tem sido cauteloso, mantendo altas taxas de [[juros]] e baixas taxas de [[inflação]]. Assim, embora a crise não possa ser subestimada, até o momento não há previsões de grandes
Todavia, as exportações - que dependem de fontes externas de financiamento - tendem a sofrer imediatamente os efeitos da redução da oferta internacional de crédito. Uma eventual diminuição das exportações tende a repercutir negativamente também sobre o setor produtivo, tocando enfim a chamada [[economia real]], isto é, a economia da produção de bens e serviços, ou a esfera da "riqueza real", definida por [[Adam Smith]] não como acúmulo de
Desde 2006, a China tem crescido a aproximadamente 10% ao ano. Em 2008, cresceu de 9,8% <ref>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/print/ch.html CIA - The World Factbook. Economia da China ]</ref> a 11,4%.<ref>[http://www.indexmundi.com/g/g.aspx?v=66&c=ch&l=pt indexmundi. China - Produto Interno Bruto (PIB) - Taxa de Crescimento Real (%)]</ref> Se conseguir chegar a 8%, em 2009, será uma vitória. Mas, por ora, o plano econômico do governo chinês, de [[USD]] 584
Na economia brasileira, espera-se, igualmente, uma desaceleração significativa do crescimento do [[PIB]] - ou seja, um crescimento igual a zero ou muito próximo de zero. A magnitude dessa desaceleração deve depender, em grande medida, do que acontecer à economia chinesa - e isso vale para todos os países que exportam para a China. Enquanto o crescimento chinês se mantiver alto, países que exportam para a China tenderão a sofrer menos com os efeitos da crise. No caso do Brasil, isto é particularmente verdadeiro sobretudo com relação aos alimentos (grãos e cereais, soja e óleos comestíveis), dos quais o Brasil é um grande produtor e a China é um grande importador.<ref>[http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/09/080916_bolsasreflexobrasil.shtml BBC Brasil: Impacto da crise na China é chave para Brasil, diz economista]</ref><ref>[[Reuters]], 22 de agosto de 2008 [http://www.portaldoagronegocio.com.br/conteudo.php?id=25545 China torna-se importador líquido de alimentos no 1º semestre.]</ref>
Muitos observadores afirmam que os Estados Unidos estão mergulhados na pior crise desde [[crise de 1929|
De acordo com o brasilianista [[Thomas Skidmore]], o [[sistema financeiro]] no Brasil está ''"muito mais sólido que nos EUA (…) O Brasil teve um período de ''[[boom]]'' extremamente bem sucedido com as exportações para a [[Ásia]] e a [[Europa]] e por isso há relativamente pouca razão para se preocupar com a crise de [[Wall Street]]." ''
Segundo [[Henrique Meirelles]], presidente do [[Banco Central do Brasil]]: ''"A economia brasileira vai
[[George Soros]] considera que embora uma recessão no mundo desenvolvido seja mais ou menos inevitável, a [[China]], a [[Índia]], e alguns países produtores de petróleo estão numa vigorosa contra-tendência, o que tornaria menos provável que a atual crise financeira internacional venha a causar uma recessão global, devendo isso sim, diz [[George Soros|Soros]], provocar uma realinhamento radical da economia mundial, com um relativo declínio dos [[Estados Unidos]], e com a ascensão da [[China]] e de outros países do mundo subdesenvolvido. Segundo [[George Soros|Soros]] o maior risco agora reside nas tensões políticas resultantes, inclusive no protecionismo norte-americano que, essas sim, poderiam lançar o mundo numa recessão global, ou algo pior.<ref>''"The danger is that the resulting political tensions, including US protectionism, may disrupt the global economy and plunge the world into recession or worse"</ref><ref name=SOROS22>[http://www.georgesoros.com/?q=worst_in_60years SOROS, George. ''The worst market crisis in 60 years'', Londres: Financial Times, 23 de janeiro de 2008, 02:00 GMT, ''in'' GeorgeSoros.com]</ref> Este quadro - pior que uma recessão global - poderia ser uma [[depressão econômica]] mundial, advinda de uma dramática deterioração do quadro atual de [[risco sistêmico|crise sistêmica]].
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