Companhia Britânica da África do Sul: diferenças entre revisões

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[[Imagem:SR-BSAC-flag.jpg|thumb|250px|right|O estandarte da British South Africa Company.]]
A '''British South Africa Company''' (BSAC), ou '''Companhia Britânica da África do Sul''', foi uma empresa criada por [[Cecil Rhodes]] através da fusão da ''Central Gold Search Association'' e da ''Exploring Company, Ltd''. A empresa recebeu ema [[15 de Outubro]] de [[1889]] aprovação e privilégios majestáticos da coroa britânica. Tendo constituído a BSAC à imagem da [[British East India Company]], Rhodes esperava através da sua actividade fomentar a colonização europeia e a exploração económica da região central da [[África Austral]], especialmente do território que hoje constitui o [[Zimbabwe]], como parte do movimento de ''ocupação efectiva'' que resultou dos termos da [[Conferência de Berlim]], dando corpo a uma África britânica do ''Cairo ao Cabo''. Entre os directores da companhia contaram-se [[James Hamilton]] (2.º duque de Abercorn), o próprio Cecil Rhodes e o magnata [[Alfred Beit]]. Após vicissitudes várias, o que restava da empresa foi absorvido em [[1965]] pelo conglomerado mineiro e industrial [[Anglo American plc]].
==Enquadramento e história==
[[Imagem:BSAC-arms.jpg|thumb|250px|Armas da British South Africa Company.]]
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[[Imagem:Rhodes and Africa from Cairo to Cape Town.jpg|thumb|250px|O ''Colosso de Rodes'', caricatura de Cecil Rhodes e a ''África do Cairo ao Cabo''.]]
 
Uma destas companhias foi a British South Africa Company, a BSAC, criada por [[Cecil Rhodes]], um explorador, capitalista e aventureiro, que era simultaneamente um dos maiores defensores da ideia de colocar sob soberania britânica todo o interior de África das costas do [[Mediterrâneo]] até ao [[Cabo da Boa Esperança]] (daí o ''moto'' que lhe era atribuído: ''do Cairo ao Cabo''). A companhia foi criada por [[Cecil Rhodes]] através da fusão da ''Central Gold Search Association'', empresa liderada por [[Charles Rudd]], e da ''Exploring Company, Ltd'', de [[Arthur Edward Maund]].
 
Nos termos do respectivo acto de aprovação real por parte da coroa britânica, datado de [[15 de Outubro]] de [[1889]], a companhia recebeu os poderes para negociar com os potentados africanos, em especial com o rei [[Lobengula]]; para constituir sociedades bancárias, para possuir, gerir ou distribuir terras e para criar uma força de polícia, que depois se chamaria a [[British South Africa Police]]. Como obrigações, a BSAC aceitava o encargo de desenvolver o território que lhe era concedido e comprometia-se a respeitar as leis e costumes africanos ali existentes, garantindo a liberdade de comércio e o respeito por todas as religiões.
 
Apesar da nobreza das obrigações assumidas, [[Cecil Rhodes]], os capitalista que financiaram a sociedade e os colonos brancos que se instalaram no território, estavam mais interessados nos direitos de exploração mineira e em obter maiores concessões territoriais e de terras para agricultura do que na procura do desenvolvimento e, muito menos, no respeito pelas leis e tradições dos povos locais. Rapidamente estabeleceram as suas próprias leis, sem ter em conta as tradições locais, e quando necessário impuseram-nas pela força, criando uma sociedade de cultura europeia separada da local, que nada tinha com a sociedade africana subjacente. Estavam assim lançadas as sementes daquilo que seria mais tarde o [[apartheid]] e da relação colonial na posse da terra, cujo fim abrupto pesa hoje sobre o [[Zimbabwe]], com a total destruição do sector primário da sua economia.