Myrica faya: diferenças entre revisões

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<center>''Myrica faya'' <small>(Aiton) [[Robert Lynch Wilbur|Wilbur]]</small></center>
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'''''Morella faya''''' [[Aiton]] (sinónimo taxonómico de ''Myrica faya'' (Aiton) [[Robert Lynch Wilbur|Wilbur]]), [[espécie]] conhecida pelos nomes comuns de ''faia-da-terra'', ''faia-das-ilhas'' ou ''samouco'', é uma pequena [[árvore]] de crescimento rápido do [[género (biologia)|género]] [[botânico]] ''[[Morella]]'' da [[Família (biologia)|família]] ''[[Myricaceae]]''.<ref>[[Rui Teles Palhinha]] (1966), ''Catálogo das plantas vasculares dos Açores''. Lisboa, [[Sociedade de Estudos Açorianos Afonso Chaves]].</ref> A espécie é [[Distribuição natural|nativa]] da [[região biogeográfica]] da [[Macaronésia]] ([[Açores]], [[Região Autónoma da Madeira|Madeira]] e [[Canárias]]), onde é parte importante das formações da [[laurissilva]] e dos urzais canários. À data do povoamento humano dos arquipélagos dos [[Açores]] e [[Região Autónoma da Madeira|Madeira]], esta espécie dominava os matos de baixa altitude, em especial os instalados sobre terrenos bem drenados, o que levou a que o [[topónimo]] ''faial'' seja hoje comum naquelas ilhas (veja-se [[ilha do Faial]] ou [[Faial da Terra]], por exemplo). Capaz de fixar [[azoto]] atmosférico por associação [[simbiose|simbiótica]] com uma [[actinobactéria]] que se instala nas suas raízes, a espécie está naturalizada no sudoeste da Península Ibérica, com destaque para o litoral português (onde é conhecida por ''samouco''), e é invasiva no [[Hawai]], na [[Austrália]] e na [[Nova Zelândia]].
== Descrição ==
''M. faya'' é um grande arbusto ou pequena [[árvore]], [[perenifólia]] de até 10 m de altura, mas podendo atingir os 16–18 m em terrenos férteis e abrigados. A ramificação irregular, com troncos curtos e fortemente contorcidos e recobertos por um [[ritidoma]] muito rugoso de cor acinzentada. A espécie é sub-[[dióica]], com as plantas masculinas e femininas a exibirem algumas flores do sexo oposto.<ref>P. Binggeli (1997). [http://www.bangor.ac.uk/~afs101/iwpt/web-sp12.htm ''Myrica faya'']. University of Bangor.</ref>
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A [[espécie]] é nativa dos arquipélagos da [[ilha da Madeira|Madeira]], [[Canárias]] e [[Açores]], ocorrendo, com estatuto incerto, no [[sudoeste]] da [[Península Ibérica]], em particular em matos litorais. Esta espécie foi introduzida no [[Hawai]] (onde é altamente invasora), na [[Austrália]], na [[Nova Zelândia]] e nas [[ilhas Chatham]].
 
A faia-da-terra dominou as florestas costeiras dos [[Açores]] e [[Região Autónoma da Madeira|Madeira]], como membro frequente da comunidade de ''[[Festuca petraea]]'' e dos matos de [[laurissilva]], mas subindo até 500 m e ocasionalmente, acima dos 700 m de altitude (na [[ilha do Pico]] sobe a 1&nbsp;000 m, tomando aí a forma de pequeno arbusto). Actualmente, a ''M. faya'' está ameaçada nos [[Açores]] pela invasão do seu [[habitat]] por ''[[Pittosporum undulatum]]'', processo facilmente observável nas escarpadas costeiras, pois a folhagem verde-claro do incenseiro contrasta fortemente com o verde-escuro da faia-da-terra. Em mantos de lava, abaixo dos 500 m, a faia foi praticamente expulsa e substituída pelo incenseiro e as poucas populações de faia, que ainda subsistem ao longo da costa, necessitam de protecção]]).<ref name="ReferenceA"/>
 
Nas [[Canárias]] dominava as formações de média altitude formando o faial-urzal (em castelhano ''faya-brezal''), bosques monótonos e uniformes localmente conhecidos por ''monteverde''. Aquela formação ocorre numa estreita faixa altitudinal na zona compreendida entre a laurissilva e a sua transição para os [[Pinhal|pinhais]], nas cotas de 1100 a 1500 acima do [[nível médio do mar]], em particular nas vertentes norte das ilhas. Ocorre também em altitudes mais baixas em [[habitat]]s com solos muito pobres ou como comunidade pioneira sobre [[Lava|escoadas lávicas]] recentes, e como formação secundária em áreas de laurissilva sujeitas a cortes repetidos. Como a faia-da-terra é mais exigente em humidade que a [[urze]], nos bosques mistos de pinheiros com ''monteverde'', quando se sobe em altitude, a faia desaparece antes da urze.