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{{Verver desambig|prefixo=Se procura|o filme de 2010|Chico Xavier (filme)}}
{{Info/Biografia
|nome = Chico Xavier
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|legenda = Chico Xavier em 1968
|nome_completo = Francisco de Paula Cândido<ref name="vidas">Marcel Souto Maior. As Vidas de Chico Xavier. Editora PLaneta. 2003. p.144 ISBN 978-85-7479-574-4</ref> (nascimento)
|data_nascimento = {{nascimentodni|2|4|1910|si|lang=br}}
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|nacionalidade = {{BRAb}} [[Brasil]]eiro
|data_morte = {{morte e idade|30|6|2002|2|4|1910|lang=br}}
|local_morte = [[Uberaba]], [[Minas Gerais|MG]]
|ocupação = [[Médium]],; um dos[[Filantropo]]; expoentesExpoente do [[Doutrina Espírita|espiritismoEspiritismo]]; noCaixeiro de [[Brasilarmazém]]; [[Operário]] em fábrica de tecidos; [[Datilógrafo]]
}}
'''Francisco de Paula Cândido Xavier'''<ref name="vidas">Marcel Souto Maior. As Vidas de Chico Xavier. Editora Planeta. 2003. p.144 ISBN 978-85-7479-574-4</ref>, mais conhecido como '''Chico Xavier''' ([[Pedro Leopoldo]], [[2 de abril]] de [[1910]] — [[Uberaba]], [[30 de junho]] de [[2002]]), foi um [[médium]]<ref>Alexandre Caroli Rocha. [http://libdigi.unicamp.br/document/?code=vtls000236698 A poesia transcendente de Parnaso de alem-tumulo]. Visitado em em 10/2/2008.</ref><ref>Hernani Guimarães Andrade. [http://www.inbrapenet.com.br/neu/html/prefacio.htm Prefácio Livro: A psicografia à Luz da grafoscopia]</ref>, [[filantropo]] e um dos mais importantes divulgadores do [[Doutrina Espírita|espiritismo]] no [[BrasilEspiritismo]].<ref name="Bio" /> O seuSeu nome de batismo, ''Francisco de Paula Cândido''<ref name="vidas"/>, em homenagem ao santo do [[2 de abril|dia de seu nascimento]], foi substituído pelo nome paterno de ''Francisco Cândido Xavier'' logo que psicografou os primeiros livros, mudança oficializada em abril de [[1966]],<ref>''As Vidas de Chico Xavier'' (pgs. 176 e 179)</ref> quando chegou da sua segunda viagem aos [[Estados Unidos]]. Chico só estudou até a 4ª série do ensino fundamental, entretanto, [[psicografia|psicografou]] 458 livros abrangendo vários gêneros e estilos literários, tendo vendido mais de 50 milhões de exemplares e sendo o "escritor" brasileiro mais prolífico e de maior sucesso da história mas sempre cedeu os direitos autorais dos livros para instituições de [[caridade]] e organizações espíritas com o compromisso de destinarem recursos a tarefas de socorro à populações carentes. Também psicografou cerca de dez mil cartas, nunca tendo cobrado algo ao destinatário.<ref>http://www.febnet.org.br/file/184.pdf</ref><ref>http://www.istoe.com.br/reportagens/53552_CHICO+XAVIER+SUPERSTAR+PARTE+I</ref><ref>http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI124246-15228,00-CHICO+XAVIER+E+A+ALMA+DO+BRASIL.html</ref><ref>http://www12.senado.gov.br/noticias/materias/2013/04/03/exposicao-sobre-chico-xavier-esta-aberta-ao-publico-ate-30-de-abril</ref><ref>http://www.uai.com.br/htmls/app/noticia173/2010/03/19/noticia_interna_especial_chico_xavier,i=151814/OBRA+LITERARIA+DE+CHICO+XAVIER+ABRANGE+DIVERSOS+GENEROS.shtml</ref><ref>http://portal.fclar.unesp.br/poslinpor/teses/Cintia_Alves_Silva.pdf</ref>
 
Chico Xavier vem recebendo grandes homenagens no Brasil e em outros países, por exemplo: Em 1981 e 1982 foi indicado ao prêmio [[Prêmio Nobel|Prêmio Nobel da Paz]]<ref>http://www.istoe.com.br/reportagens/26496_DO+OUTRO+LADO+DA+VIDA</ref>, tendo seu nome conseguido cerca de 2 milhões de assinaturas no pedido de candidatura<ref>{{citar web|url=http://noticias.terra.com.br/educacao/voce-sabia/chico-xavier-ja-foi-indicado-ao-premio-nobel-da-paz,e818aaccde6da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html|título=Chico Xavier já foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz?|autor=|data=30 de junho de 2012|publicado=Terra.com.br|acessodata=27 de dezembro de 2012}}</ref><ref>http://g1.globo.com/fantastico/especial/fantastico30anosatras/platb/2010/12/15/abaixo-assinado-pede-nobel-da-paz-para-chico-xavier/</ref>; Em 2000, foi eleito O "[[Demografia de Minas Gerais|Mineiro]] do [[Século XX]]", em um concurso realizado pela [[Rede Globo]] Minas<ref>http://bvespirita.com/As%20Vidas%20de%20Chico%20Xavier%20(Marcel%20Souto%20Maior).pdf</ref>; Em 2006 foi eleito o "Maior Brasileiro da História" em pesquisa feita pela [[Revista Época]]<ref>http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR75291-6014,00.html</ref> e em 2012 foi eleito o ''[[O Maior Brasileiro de Todos os Tempos]]'', em concurso realizado pelo programa homônimo do [[Sistema Brasileiro de Televisão|SBT]], cujo objetivo foi "eleger aquele que fez mais pela nação, que se destacou pelo seu legado à sociedade."<ref>http://www.sbt.com.br/omaiorbrasileiro/</ref>
 
== Biografia ==
=== Primeira infância ===
Nascido no seio de uma família humilde, era filho de [[João Cândido Xavier]], um vendedor de bilhetes de [[loteria]], e de Maria João de Deus, uma dona de casa [[catolicismo|católica]].{{carece de fontes|data=julho de 2011}} Segundo biógrafos, a [[mediunidade]] de Chico teria se manifestado pela primeira vez aos quatro anos de idade,<ref name="Bio-FEB">[http://www.febnet.org.br/file/184.pdf Federação Espírita Brasileira (FEB). Texto "Francisco Cândido Xavier - Traços Biográficos". Páginas 01 e 05] em [[PDF]]</ref> quando ele respondeu ao pai sobre ciências, durante conversa com uma senhora sobre [[gravidez]]. Ele dizia ver e ouvir os espíritos e conversava com eles.
 
=== Os abusos da madrinha ===
A mãe faleceu quando Francisco tinha apenas cinco anos de idade. Incapaz de criá-los, o pai distribuiu os nove filhos entre a parentela. Nos dois anos seguintes, Francisco foi criado pela madrinha e antiga amiga de sua mãe, Rita de Cássia, que logo se mostrou uma pessoa cruel, vestindo-o de menina e batendo-lhe diariamente, inicialmente por qualquer pretexto e, mais tarde, sob a alegação de que o "menino tinha o [[Possessão demoníaca|diabo no corpo]]".
 
Não se contentando em açoitá-lo com uma vara de marmelo, Rita passou a cravar-lhe garfos de cozinha no ventre, não permitindo que ele os retirasse, o que ocasionou terríveis sofrimentos ao menino. Os únicos momentos de paz que tinha consistiam nos diálogos com o espírito de sua mãe, com quem se comunicava desde os cinco anos de idade: <ref name="Bio-FEB" />. oO menino viu-a após uma prece, junto à sombra de uma [[bananeira]] no quintal da casa. Nesses contatos, o espírito da mãe recomendava-lhe "paciência, resignação e fé em Jesus" ao filho.
 
A madrinha ainda criava outro filho adotivo, Moacir, que sofria de uma ferida incurável na perna. Rita decidiu seguir a [[simpatia]] de uma [[benzedor|benzedeira]], que consistia em fazer uma criança lamber a ferida durante três sextas-feiras em jejum, sendo a tarefa atribuída ao pequeno Francisco. Revoltado com a imposição, Francisco conversou novamente com o espírito da mãe, que o aconselhou a "lamber com paciência". O espírito explicou-lhe que a simpatia "não é remédio, mas poderia aplacar a ira da madrinha", esta sim passível de colocar em risco a sua vida. Os espíritos se encarregariam da cura da ferida. De fato, curada a perna de Moacir, Rita de Cássia melhorou o tratamento dado a Francisco.
 
=== A madrasta ===
 
O seu pai casou-se novamente e a nova madrasta, Cidália Batista, exigiu a reunião dos nove filhos. Francisco tinha então sete anos de idade. O casal teve ainda mais seis filhos. Por insistência da madrasta, o menino foi matriculado na escola pública. Nesse período, o espírito de Maria João parou de manifestar-se. O jovem Francisco, para ajudar nas despesas da casa, começou a trabalhar vendendo os legumes da horta da casa.
 
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No ano de [[1924]], terminou o antigo [[Ensino primário|curso primário]] e não mais voltou a estudar. Mudou de trabalho, empregando-se como caixeiro de venda, ainda em horários extensos. Apesar de católico devoto e das incontáveis penitências e contrições prescritas pelo padre confessor, não parou de ter visões e nem de conversar com espíritos.
 
=== O contato com a doutrina espírita ===
[[Image:Centre spirite Luiz Gonzaga.jpg|thumb|230px|right|Centro Espírita Luíz Gonzaga (2008).]]
 
Em [[1927]],<ref name="Bio">[http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u53834.shtml Veja a biografia de Chico Xavier] . ''Folha Online'' - Acesso a 13 de Julho de 2007</ref> então com dezessete anos de idade, Francisco perdeu a madrasta Cidália e se viu diante da insanidade de uma irmã, que descobriu ser causada por um processo de [[Obsessão (espiritismo)|obsessão espiritual]]. Por orientação de um amigo, Francisco iniciou-se no estudo do espiritismo.
 
No mês de maio desse mesmo ano, recebeu nova mensagem de sua mãe, na qual lhe era recomendado o estudo das obras de [[Allan Kardec]] e o cumprimento de seus deveres. Em junho, ajudou a fundar o [[Centro Espírita Luiz Gonzaga]], em um simples barracão de madeira de propriedade de um seu irmão. Em julho, por orientação dos espíritos seus mentoresbenfeitores, iniciou-se na prática da [[psicografia]], escrevendo dezessete páginas. Nos quatro anos subsequentes, aperfeiçoou essa capacidade embora, como relata em nota no livro ''[[Parnaso de Além-Túmulo]]'', ela somente tenha ganho maior clareza em finais de [[1931]].
 
Desse modo, pela sua mediunidade começaram a manifestar-se diversos poetas falecidos, somente identificados a partir de 1931. Em [[1928]], começou a publicar as suas primeiras mensagens psicografadas nos periódicos ''[[O Jornal (Brasil)|O Jornal]]'', do [[Rio de Janeiro]], e ''[[Almanaque de Notícias]]'', de [[Portugal]].<ref>Martha Mendonça. Chico Xavier e a alma do Brasil. ''Revista Época'', 1 de março de 2010, p. 86.</ref>
 
=== As primeiras obras ===
Em [[1931]], em Pedro Leopoldo, iniciou a [[psicografia]] da obra ''[[Parnaso de Além-Túmulo]]''. Esse ano, que marca a "maioridade" do médium, é o ano do encontro com seu mentor espiritual [[Emmanuel (espírito)|Emmanuel]], "...à sombra de uma árvore, na beira de uma represa..." (SOUTO MAIOR, 1995:31). O mentor informa-o sobre a sua missão de psicografar uma série de trinta livros e explica-lhe que para isso são lhe exigidas três condições: "disciplina, disciplina e disciplina".
 
Em [[1931]], em Pedro Leopoldo, iniciou a [[psicografia]] da obra ''[[Parnaso de Além-Túmulo]]''. Esse ano, que marca a "maioridade" do médium, é o ano do encontro com seu mentor espiritual [[Emmanuel (espírito)|Emmanuel]], "...à sombra de uma árvore, na beira de uma represa..." (Souto Maior, 1995:31). O mentor informa-o sobre a sua missão de psicografar uma série de trinta livros e explica-lhe que para isso são lhe exigidas três condições: "disciplina, disciplina e disciplina".
Severo e exigente, o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais tarde, o médium conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano Publio Lêntulus, posteriormente renascido como escravo e simpatizante do cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre jesuíta [[Manuel da Nóbrega]], ligado à evangelização do Brasil.
 
Severo e exigente, o mentor instruiu-o a manter-se fiel a Jesus e a Kardec, mesmo na eventualidade de conflito com a sua orientação. Mais tarde, o médium conheceu que Emmanuel havia sido o senador romano [[Publius Lentulus]], posteriormente renascido como escravo e simpatizante do cristianismo e que, em reencarnação posterior, teria sido o padre jesuíta [[Manuel da Nóbrega]], ligado à evangelização do Brasil.
 
Em [[1932]], foi publicado o ''Parnaso de Além-Túmulo'' pela [[Federação Espírita Brasileira]] (FEB). A obra, coletânea de poesias ditadas por espíritos de poetas brasileiros e portugueses, obteve grande repercussão junto à [[imprensa]] e à [[opinião pública]] brasileira e causou espécie entre os literatos brasileiros, cujas opiniões se dividiram entre o reconhecimento e a acusação de pastiche. O impacto era aumentado ao se saber que a obra tinha sido escrita por um "modesto escriturário" de armazém do interior de Minas Gerais, que mal completara o primário. Conta-se que o espírito de sua mãe aconselhou-o a não responder aos críticos.
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Os direitos autorais das suas obras são concedidos à FEB. Nesse período, inicia a sua relação com [[Manuel Justiniano de Freitas Quintão|Manuel Quintão]] e [[Antônio Wantuil de Freitas|Wantuil de Freitas]]. Ainda nesse período, descobriu ser portador de uma [[catarata]] ocular, problema que o acompanhou pelo resto da vida. Os espíritos seus mentores, Emmanuel e [[Bezerra de Menezes]], orientam-no para tratar-se com os recursos da [[medicina]] humana e não contar com quaisquer privilégios dos espíritos.
 
Continuou com o seu emprego de escriturárioescrevente-datilógrafo na Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, iniciado em[[1935]] e a exercer as suas funções no Centro Espírita Luís Gonzaga, atendendo aos necessitados com receitas, conselhos e psicografando as obras do Além. ParalelamenteO administrador da fazenda era o engenheiro agrônomo [[Rômulo Joviano]], inicioutambém umaespírita, longaque sériealém de recusasconseguir deo presentesemprego epara distinçõesChico, queo perduraráajudava pora todater a vidapaz necessária para os trabalhos de psicografia, comoalém porde exemploacompanhar aas sessões do Centro Luiz Gonzaga, do qual se tornaria presidente. Foi justamente no período em que psicografava nos porões da casa de Joviano que foi escrita uma de suas maiores obras, intitulada [[FredPaulo Fignere Estevão]].<ref>'''Souto Maior, queMarcelo'''. lhe''As legouVidas vultosade somaChico emXavier''. testamento, repassadaed. peloSão médiumPaulo: àEditora FEBPlaneta do Brasil, 2003; pág. 65.</ref>.
Paralelamente, iniciou uma longa série de recusas de presentes e distinções, que perdurará por toda a vida, como por exemplo a de [[Fred Figner]], que lhe legou vultosa soma em testamento, repassada pelo médium à FEB.
 
Com a notoriedade, prosseguiram as críticas de pessoas que tentavam desacreditá-lo. Além dessas pessoas, Chico Xavier ainda dizia que inimigos espirituais buscavam atingi-lo com fluidos negativos e tentações. [[Marcel Souto Maior|Souto Maior]] relata uma tentativa de "linchamento pelos espíritos", bem como um episódio em que jovens nuas tentam o médium em sua banheira. Observe-se que ambos os episódios contêm aspectos narrativos comuns à chamada "prova", comum em histórias de santidade.
 
{{quote2|''Ah... Mas quem sou eu senão uma formiguinha, das menores, que anda pela Terra cumprindo sua obrigação.''|Chico Xavier}}
===O processo da viúva de Humberto de Campos===
No decorrer da [[década de 1930]], destacaram-se ainda a publicação dos romances atribuídos a Emmanuel e da obra ''[[Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho]]'', atribuída ao espírito de [[Humberto de Campos]], onde a [[história do Brasil]] é interpretada de forma [[mito|mítica]] e [[teologia|teológica]]. Essa última obra trouxe como consequência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, que pleiteou por essa via [[direito autoral|direitos autorais]] pelas obras psicografadas, caso se confirmasse a autoria do famoso escritor [[Maranhão|maranhense]].
 
=== O processo da viúva de Humberto de Campos ===
A defesa do médium foi suportada pela FEB e resultou, posteriormente, no clássico ''[[A Psicografia Perante os Tribunais]]'', do advogado [[Miguel Timponi]]. Em sua sentença, o juiz decidiu que os direitos autorais referiam-se à obra reconhecida em vida do autor, não havendo condição de o tribunal se pronunciar sobre a existência ou não da [[mediunidade]]. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do escritor falecido foi substituído pelo [[pseudônimo]] Irmão X.
 
No decorrer da [[década de 1930]], destacaram-se ainda a publicação dos romances atribuídos a Emmanuel e da obra ''[[Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho]]'', atribuída ao espírito de [[Humberto de Campos]], onde a [[história do Brasil]] é interpretada por uma ótica espiritual e [[teologia|teológica]]. Essa última obra trouxe como consequência uma ação judicial movida pela viúva do escritor, que pleiteou por essa via[[direito autoral|direitos autorais]] pelas obras psicografadas, caso se confirmasse a autoria do famoso escritor [[Maranhão|maranhense]].
Nesse período, Francisco ingressou no serviço público federal, como auxiliar de serviço no [[Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento|Ministério da Agricultura]]. Como curiosidade, refere-se que, em toda a sua carreira como funcionário público, não existe registro de qualquer falta ao serviço.
 
A defesa do médium foi suportada pela FEB e resultou, posteriormente, no clássico ''[[A Psicografia Perante os Tribunais]]'', do advogado [[Miguel Timponi]]. Em sua sentença, o juiz decidiu que os direitos autorais referiam-se à obra reconhecida em vida do autor, não havendo condição de o tribunal se pronunciar sobre a existência ou não da [[mediunidade]]. Ainda assim, para evitar possíveis futuras polêmicas, o nome do escritor falecido foi substituído pelo [[pseudônimo]] [[Irmão X]].
 
Nesse período, Francisco ingressou no serviço público federal, como auxiliar de serviço no [[Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento|Ministério da Agricultura]]. Vale salientar que, em toda a sua carreira como funcionário público, não existe registro de qualquer falta ao serviço.
 
=== Nosso Lar ===
 
===Nosso Lar===
{{AP|Nosso Lar}}
{{AP|Nosso Lar (filme)}}
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Em [[1943]], vem a público uma das obras mais populares da literatura espírita no país, o romance ''[[Nosso Lar]]'', o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium, que no ano de 2010 se tornou um filme. Esse é o primeiro de uma série de livros cuja autoria é atribuída ao [[André Luiz (espírito)|espírito André Luiz]].
 
Nesse período, a celebridade de Chico Xavier é crescente e cada vez mais pessoas o procuram em busca de curas e mensagens, transformando a pequena cidade de Pedro Leopoldo em um centro informal de peregrinação. Tendo morrido na miséria o seu antigo patrão, José Felizardo, o médium empenha-se em arranjar-lhe um sepultamento digno, pedindo doações de casa em casa para esse fim. De acordo com o seu biógrafo Ubiratan Machado, "...até mesmo um mendigo cego doou-lhe toda a fériafeira do dia". (MACHADO, 1996:53).
 
=== O caso Amauri Pena ===
 
===O caso Amauri Pena===
{{AP|Amauri Pena}}
Em [[1958]], o médium viu-se no centro de uma nova polêmica, desta vez por conta das denúncias de um sobrinho, [[Amauri Pena]], filho da irmã curada de obsessão. O sobrinho, ele mesmo médium psicógrafo, anunciou-se pela [[imprensa]] como falso médium, um imitador muito capaz, acusação que estendeu ao tio. Chico Xavier defendeu-se, negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com antecedentes de [[alcoolismo]] e com sérios remorsos pelos danos causados à reputação do tio, Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico em São Paulo, onde veio a falecer.
 
Em [[1958]], o médium viu-se no centro de uma nova polêmica, desta vez por conta das denúncias de um sobrinho,[[Amauri Pena]], filho da irmã curada de obsessão. O sobrinho, ele mesmo médium psicógrafo, anunciou-se pela[[imprensa]] como falso médium, um imitador muito capaz, acusação que estendeu ao tio. Chico Xavier defendeu-se, negando ter qualquer proximidade com o sobrinho. Já com antecedentes de [[alcoolismo]] e com sérios remorsos pelos danos causados à reputação do tio, Amauri foi internado num sanatório psiquiátrico em São Paulo, onde veio a falecer.
===A parceria com Waldo Vieira===
 
No mesmo período, Chico Xavier conheceu o jovem médico e médium [[Waldo Vieira]], em parceria com quem psicografou diversas obras em comum, até à ruptura de ambos, alguns anos depois. Em [[1959]], estabeleceu residência em [[Uberaba]], onde viveu até ao fim de seus dias. Continuou a psicografar inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam a [[década de 1960]], como o [[sexo]], as [[drogas]], a questão da juventude, a [[tecnologia]], as viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas com esperança de um contato com parentes falecidos. Nesse período, popularizam-se os livros de "mensagens": cartas ditadas a familiares por espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as campanhas de distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade.
=== Década de 1960 e a parceria com Waldo Vieira ===
 
Em [[1955]], Chico Xavier conheceu pessoalmente o médium e então estudante de Medicina [[Waldo Vieira]], o que resultou em uma parceria espírita - que durou até 1966 - na qual psicografaram 17 livros em comum<ref>http://www.mundoespirita.com.br/antigo/jornal/jornal98/fev10-1.htm</ref> . Em [[1959]], Chico estabeleceu residência em [[Uberaba]] (onde viveu até a falecer), continuou a psicografar inúmeras obras, passando a abordar os temas que marcam a [[década de 1960]], como o [[sexo]], as [[drogas]], a questão da juventude, a [[tecnologia]], as viagens espaciais e outros. Uberaba, por sua vez, tornou-se centro de peregrinação informal, com caravanas a chegar diariamente, de pessoas com esperança de um contato com parentes falecidos. Nesse período, popularizam-se os livros de "mensagens": cartas ditadas a familiares por espíritos de pessoas comuns. Prosseguem também as campanhas de distribuição de alimentos e roupas para os pobres da cidade.
 
Em [[1963]], Chico Xavier se aposentou por incapacidade laborativa, na função de datilógrafo subordinado ao [[Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento|Ministério da Agricultura]], devido a complexos problemas oculares.
 
Em [[22 de maio]] de [[1965]],<ref>''As Vidas de Chico Xavier'' pag.176</ref> Chico e Waldo viajaram para [[Washington]], [[Estados Unidos]], a fim de divulgar o Espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro ''Christian Spirit Center'', e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro ''[[Ideal Espírita]]'', com o nome de ''The World of The Spirits''.
 
De 1959 a 1966, junto a Chico Xavier, Waldo Vieira também participou como médium psicógrafo em muitas das sessões de psicografia de cartas no [[centro espírita]] denominado "Comunhão Espírita Cristã" que eles fundaram em Uberaba e juntos também frequentemente distribuíam pessoalmente mantimentos a multidões de pessoas carentes<ref>Programa "Globo Repórter" (Rede Globo) em Maio de 1995, dedicado a Chico Xavier.</ref>. Em 1966, Waldo se desligou do Comunhão Espírita Cristã e se tornou ex-espírita para se dedicar a sistematização da [[Conscienciologia]], um campo de estudo focado no [[projeção da consciência|desdobramento espiritual]]. Segundo Waldo, "Chico Xavier foi uma pessoa que conseguiu o completismo existencial da 'tacon' (tarefa de consolação). Isso é o máximo. Ele foi 100%."<ref>O médium Chico Xavier [Especial] - Globo News - Abril de 2010.</ref>
 
=== Década de 1970 e entrevistas no programa Pinga-Fogo ===
Em [[22 de maio]] de [[1965]],<ref>''As Vidas de Chico Xavier'' pag.176</ref> Chico Xavier e [[Waldo Vieira]] viajaram para [[Washington]], [[Estados Unidos]], a fim de divulgar o espiritismo no exterior. Com a ajuda de Salim Salomão Haddad, presidente do centro ''Christian Spirit Center'', e sua esposa Phillis, estudaram inglês e lançaram o livro ''[[Ideal Espírita]]'', com o nome de ''The World of The Spirits''.
 
=== As entrevistas no programa televisivo Pinga-Fogo===
{{AP|Pinga-Fogo}}
No alvorecer da [[década de 1970]], Chico participou de programas de televisão que alcançaram picos de audiência. Nessa década, além da catarata e dos problemas de pulmões, passou a sofrer de [[angina]]. Passou ainda a ajudar pessoas pobres com o dinheiro da vendagem de seus livros, tendo para tanto criado uma fundação.
 
No alvorecer da [[década de 1970]], Chico participou de programas de televisão que alcançaram picos de audiência. Sua entrevista ao-vivo de 2h45min cedia ao programa Pinga Fogo da [[TV Tupi]] em 28 de julho de 1971, alcançou 75% dos televisores brasileiros ligados, sendo a maior audiência já registrada na história da TV brasileira<ref>http://www.febnet.org.br/ba/file/Comunica%C3%A7%C3%A3o/Materias/Chico%20Xavier%20e%20a%20alma%20do%20Brasil.pdf</ref><ref>http://atarde.uol.com.br/noticias/2220296</ref><ref>http://www.consciesp.com.br/pla_2arquivos/pinga_fogo.pdf</ref>. Nessa década, além da catarata e dos problemas de pulmões, passou a sofrer de [[angina]]. Em 1975 se desligou do centro espírita "Comunhão Espírita Cristã" e fundou em Uberaba o [[centro espírita]] "[[Casa da Prece]]", passando a exercer atividades neste.
===As décadas de 1980 e 1990===
Em [[1981]], foi proposto para o [[Prêmio Nobel da Paz]], que não ganhou. Nesse período, a sua fama ampliou-se no exterior, com diversas de suas obras sido vertidas em diversas línguas, assim como ganhou adaptações para telenovelas. Ao final da [[década de 1990]], o médium contava com mais de quatrocentos títulos de livros psicografados. Nesse período, estimava-se em aproximadamente cinquenta milhões os livros espíritas circulando no Brasil, dos quais quinze milhões eram atribuídos a Chico Xavier e doze milhões a Kardec (SANTOS, 1997:89).
 
=== As décadas de 1980 e 1990 ===
No ano de [[1994]], o tablóide estadunidense ''[[National Examiner]]'' publicou uma matéria em que, no título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista milionário".<ref>Uma livre tradução de: ''Ghostwriters made novelist a millionaire'' - onde se nota um [[trocadilho]] com o termo, já que "escritor fantasma" - [[ghostwriter]] refere-se à pessoa que escreve obra assinada por outrem</ref> A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta [[revista Manchete]]<ref>Manchete, nº 2234, 28 de janeiro de 1994.</ref>, com o título de ''Secretário dos Fantasmas'', onde se declarava que, segundo informava a ''National Examiner'', o médium brasileiro ficou milionário, havendo ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas".
 
Em [[1981]], foi proposto para se candidatar ao [[Prêmio Nobel da Paz]], campanha encabeçada pelo amigo Augusto César Vanucci, então diretor da Rede Globo,concorrendo com vultos da época, como João Paulo II, prestes a visitar o Brasil pela primeira vez, e pelo líder sindicalista polonês Lech Walesa. Pelo extenso trabalho social exercido pelo médium mineiro, achavam certa sua vitória, já que Madre Teresa de Calcutá, com um trabalho menos vultoso, fora premiada no ano anterior. Mas nenhum destes ganhou - uma instituição da ONU, de acolhimento a refugiados internacionais levou o Nobel naquele ano. Chico não se abatera, chegou mesmo a elogiar a entidade das Nações Unidas que já deu abrigo a mais de 18 milhões de expatriados. Nesse período, a sua fama ampliou-se no exterior, com diversas de suas obras sido vertidas em diversas línguas, assim como ganhou adaptações para telenovelas. Ao final da [[década de 1990]], o médium contava com mais de quatrocentos títulos de livros psicografados. Nesse período, estimava-se em aproximadamente cinquenta milhões os livros espíritas circulando no Brasil, dos quais quinze milhões eram atribuídos a Chico Xavier e doze milhões a Kardec (SANTOS, 1997:89).
A revista Manchete continuava: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou são de 'ghost-writers', mas 'ghosts' mesmo, em sentido literal", concluindo queico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados.<ref name=reformador>{{Ref-livro|sobrenome=Souza|nome=Juvanir Borges de|título=Carta do Presidente da FEB a revista Manchete|editor=FEB|edição=revista Reformador, ano 113, nº 1993|local=Rio de Janeiro|publicação=abril de 1995|páginas=109/17}}</ref>
 
No ano de [[1994]], o tablóide estadunidense ''[[National Examiner]]'' publicou uma matéria em que, no título, declarava que "Fantasmas escritores fazem romancista milionário".<ref>Uma livre tradução de: ''Ghostwriters made novelist a millionaire'' - onde se nota um [[trocadilho]] com o termo, já que "escritor fantasma" -[[ghostwriter]] refere-se à pessoa que escreve obra assinada por outrem</ref> A matéria foi alardeada no Brasil com destaque pela hoje extinta [[revista Manchete]]<ref>Manchete, nº 2234, 28 de janeiro de 1994.</ref>, com o título de ''Secretário dos Fantasmas'', onde se declarava que, segundo informava a''National Examiner'', o médium brasileiro ficou milionário, havendo ganho 20 milhões de dólares como "secretário de fantasmas".
O médium não respondeu, mas a FEB, por seu então Presidente [[Juvanir Borges de Souza]], editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que informava utilizar os direitos autorais e a remuneração pelas obras de Francisco Cândido Xavier para uso da caridade, o mesmo se passando com outras editoras, ressaltando que "os direitos autorais são cedidos gratuitamente, visando a tornar o livro espírita bastante acessível e a ntribuir, destarte, para a difusão da Doutrina Espírita".<ref name=reformador/>
 
A revista Manchete continuava: "Segundo o jornal, ele é o primeiro a admitir que os 380 livros que lançou são de 'ghost-writers', mas 'ghosts' mesmo, em sentido literal", concluindo que Chico simplesmente transcreve as obras psicografadas de mais de 500 escritores e poetas mortos e enterrados.<ref name=reformador>{{Ref-livro|sobrenome=Souza|nome=Juvanir Borges de|título=Carta do Presidente da FEB a revista Manchete|editor=FEB|edição=revista Reformador, ano 113, nº 1993|local=Rio de Janeiro|publicação=abril de 1995|páginas=109/17}}</ref>
 
O médium não respondeu, mas a FEB, por seu então Presidente [[Juvanir Borges de Souza]], editora de boa parte das obras de Chico Xavier, enviou uma carta à revista em que informava utilizar os direitos autorais e a remuneração pelas obras de Francisco Cândido Xavier para uso da caridade, o mesmo se passando com outras editoras, ressaltando que "os direitos autorais são cedidos gratuitamente, visando a tornar o livro espírita bastante acessível e a contribuir, destarte, para a difusão da Doutrina Espírita".<ref name=reformador/>
 
O mesmo Presidente da FEB, em [[4 de outubro]] daquele ano, por ocasião do I Congresso Espírita Mundial, apresentou uma "moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier", aprovada pelo Conselho Federativo Nacional da FEB, em proposta apresentada pelo Presidente da [[Federação Espírita do Estado de Sergipe]]. No documento, as entidades representativas do espiritismo no Brasil devotavam a sua gratidão e respeito ao médium "pelos intensos trabalhos por ele desenvolvidos e pela vida de exemplo, voltados ao estudo, à difusão e à prática do espiritismo, à orientação, ao atendimento e à assistência espiritual e material aos seus semelhantes".<ref>{{Ref-livro|sobrenome=Souza|nome=Juvanir Borges de|título=Moção de reconhecimento e de agradecimento ao médium Francisco Cândido Xavier|editor=FEB|edição=Revista Reformador, ano 113, nº 2001|local=Rio de Janeiro|publicação=dezembro de 1995|páginas=362/14}}</ref>
 
{{quote2|''Quem é perseguido, muitas vezes ainda consegue ir adiante, principalmente se estiver sendo perseguido de maneira injusta, mas quem persegue não sai do lugar.''|Chico Xavier}}
 
=== Falecimento ===
{{quadrocitação|''Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.''|Chico Xavier}}
 
O médium faleceumorreu aos 92 anos de idade, em decorrência de [[parada cardiorrespiratória]], no dia [[30 de junho]] do ano de [[2002]], mesmo dia da morte de Chacrinha.<ref>[http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u53833.shtml Chico Xavier morre em Uberaba aos 92 anos], ''Folha Online'', Acesso a 13 de Julho de 2007</ref> Conforme relatos de amigos e parentes próximos, Chico teriadizia pedidoque aqueria Deus para morrer[[Desencarnação|desencarnar]] em um dia em que os brasileiros estivessem muito felizes e em que o país estivesse em festa, porpara issoassim ninguémo ficariadesencarne tristedele comnão seucausar passamentotristeza<ref>http://g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2012/06/serie-especial-relembra-os-10-anos-da-morte-de-chico-xavier.html</ref>. O país festejava a conquista da [[Copa do Mundo FIFA de 2002|Copa do Mundo de futebol]] daquele ano, no dia de seu falecimento (Chico morreu cerca de deznove horas apósdepois ada partida [[Seleção Brasileira de Futebol|Brasil]] x [[Seleção Alemã de Futebol|Alemanha]]).
 
O então presidente do Brasil, [[Fernando Henrique Cardoso]], emitiu nota sobre a morte do médium: "Grande líder espiritual e figura querida e admirada pelo Brasil inteiro, Chico Xavier deixou sua marca no coração de todos os brasileiros, que ao longo de décadas aprenderam a respeitar seu permanente compromisso com o bem estar do próximo"<ref>http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/2001-chico_xavier.shtml</ref>. O então governador de Minas Gerais, [[Itamar Franco]], decretou [[luto]] oficial de três dias no Estado e declarou: "Chico Xavier expressava em sua face uma imensa bondade, reflexo de sua alma iluminada, que transparecia, particularmente, em sua dedicação aos pobres, imagem que vou guardar para sempre, com muito carinho"<ref>http://www1.folha.uol.com.br/fsp/brasil/fc0207200216.htm</ref>.
==Homenagens==
Chico foi eleito o mineiro do [[século XX]], seguido por [[Santos Dumont]] e [[Juscelino Kubitschek]].
 
Segundo a [[Polícia Militar de Minas Gerais]], 120.000 pessoas compareceram ao velório do médium, que aconteceu em [[Uberaba]] nos dias 01 e 02 de Julho. Em certos momentos, chegou-se a formar uma fila de 4km para ver o corpo de Chico. Em um caminhão do [[Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Minas Gerais|Corpo de Bombeiros]], o corpo do médium em um caixão percorreu 5km até chegar ao Cemitério São João Batista (também em Uberaba) e mais de 30 mil pessoas acompanharam o cortejo a pé. Quando o caixão chegou ao cemitério, foi recebido com uma chuva de pétalas de 3 mil rosas lançadas em profusão de um helicóptero da [[Polícia Rodoviária Federal]].<ref>http://pdf.leya.com/2011/Feb/as_vidas_de_chico_xavier_igdp.pdf</ref>
Recentemente, iniciou-se a construção de um centro em sua homenagem.<ref>[http://www.jornaldeuberaba.com.br/?MENU=CadernoA&SUBMENU=Cidade&CODIGO=23321]"Um café da manhã reuniu, ontem, os parceiros do Instituto Chico Xavier" JORNAL DE UBERABA 01/07/2008</ref>
 
Os [[centro espírita|centros espíritas]] fundados por Chico Xavier, "Casa da Prece" e "Comunhão Espírita Cristã" em Uberaba e "Centro Espírita Luíz Gonzaga" em [[Pedro Leopoldo]], continuam funcionando e realizando muitas assistências de caridade.<ref>http://m.g1.globo.com/minas-gerais/triangulo-mineiro/noticia/2012/06/conheca-pedro-leopoldo-mg-cidade-onde-chico-xavier-nasceu.html</ref><ref>http://www.partidaechegada.com/2010/04/casa-da-prece-mantem-trabalho-iniciado.html</ref>
==Filme==
 
Em 2 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou '''[[Chico Xavier (filme)|Chico Xavier - O Filme]]'''<ref>[http://www.chicoxavierofilme.com.br/site/ Site oficial de Chico Xavier - O Filme]</ref>, baseado na biografia ''As Vidas de Chico Xavier'', do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta [[Daniel Filho]], Chico Xavier é retratado pelos atores [[Matheus Costa]], [[Ângelo Antônio]] e [[Nelson Xavier]], respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931 a 1959 e 1969 a 1975.
{{quote2|''Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.''|Chico Xavier}}
 
== Homenagens ==
* Chico Xavier é o brasileiro que mais recebeu títulos de [[Cidadania honorária|cidadão honorário]] na história. Dezenas de cidades brasileiras o concederam esse título.<ref>http://www.kardecian.org/chico_xavier.html</ref>
* Há filmes e documentários que retratam bastante a vida dele, como [[Chico Xavier (filme)|Chico Xavier]],[[As Mães de Chico Xavier]] e [[As Cartas Psicografadas Por Chico Xavier]].
[[Ficheiro:Statue de Chico Xavier, ville de Pedro Leopoldo.jpg|miniaturadaimagem|230px|[[Busto]] do médium na "Praça Chico Xavier", em sua cidade natal, [[Pedro Leopoldo]].]]
* Foram escritas mais de cem biografias sobre Chico Xavier. A mais famosa é "[[As Vidas de Chico Xavier]]", escrita pelo jornalista [[Marcel Souto Maior]].<ref>http://www.febnet.org.br/ba/file/Pesquisa/Textos/Biografia%20de%20Francisco%20C%C3%A2ndido%20Xavier.pdf</ref><ref>http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/bibliotecavirtual/diversosautores/asvidasdechicoxavier.pdf</ref>
* Cantores como [[Roberto Carlos]], [[Gilberto Gil]], [[Fábio Júnior]], [[Moacir Franco]], [[Nando Cordel]] e [[Vanusa]] compuseram músicas em homenagem ao médium.<ref>http://www.febnet.org.br/ba/file/Pesquisa/Textos/Biografia%20de%20Francisco%20C%C3%A2ndido%20Xavier.pdf</ref>
* A [[Federação Espírita Brasileira]] ja promoveu diversas homenagens a ele, como por exemplo o "Projeto Centenário Chico Xavier".<ref>http://www.febnet.org.br/ba/file/Noticias/ProjetoCenten%C3%A1rioChicoXavier-Relatorio.pdf</ref>
* Em [[1980]] a Prefeitura de [[Pedro Leopoldo]] batizou uma [[praça]] municipal com o nome "Chico Xavier" e em 2004 ornamentou um [[busto]] do médium na praça.<ref>http://turismo.ig.com.br/destinos_nacionais/2010/04/23/o+roteiro+em+pedro+leopoldo+9460294.html</ref>
* Em [[1981]] e [[1982]], Chico foi indicado ao prêmio [[Prêmio Nobel|Prêmio Nobel da Paz]], tendo havido uma mobilização de cerca de dois milhões de pessoas que deram suas assinaturas em todo Brasil e em organizações de 28 países pedindo o Nobel da Paz para ele.<ref>http://www.istoe.com.br/reportagens/26496_DO+OUTRO+LADO+DA+VIDA</ref><ref>http://g1.globo.com/fantastico/especial/fantastico30anosatras/platb/2010/12/15/abaixo-assinado-pede-nobel-da-paz-para-chico-xavier/</ref>
* Em [[1999]] a Prefeitura de [[Pedro Leopoldo]] instituiu a "[[Comenda da Paz Chico Xavier]]", por decreto do [[Cidade Administrativa de Minas Gerais|Governo do Estado de Minas Gerais]]<ref>http://www.conselhos.mg.gov.br/uploads/44/comentda%20da%20paz.pdf</ref>
* Em [[2000]] Chico foi eleito o "Mineiro do [[século XX]]", seguido por [[Santos Dumont]] e [[Juscelino Kubitschek]], em um concurso popular realizado pela [[Rede Globo]] Minas, tendo vencido com 704.030 votos.<ref>http://bvespirita.com/As%20Vidas%20de%20Chico%20Xavier%20(Marcel%20Souto%20Maior).pdf</ref>
[[Ficheiro:Chico Xavier 2010-1.jpg|232px|miniaturadaimagem|[[Concerto]] em homenagem a [[Chico Xavier]] no 3º Congresso Espírita Brasileiro (2010).]]
* Em [[2006]], em uma votação popular promovida pela [[Revista Época]], ele foi eleito o "O Maior Brasileiro da História", tendo vencido com com 9.966 votos (36% do total).<ref>http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,ERT124246-15228-124246-3934,00.html</ref>
* Na cidade [[Pedro Leopoldo]], também em 2006, foi inaugurada "[[A Casa de Chico Xavier]]", um museu de referência à vida e obra do médium, sem fins lucrativos. O local é a Residência de Chico entre 1948 e 1959, com reformação para melhor recebimento de visitas.<ref>http://www.casadechicoxavier.com.br/</ref><ref>http://wwo.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2009/03/29/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=104448/em_noticia_interna.shtml</ref>
* Em [[2009]], o [[Congresso Nacional]] sancionou uma lei que da o nome “Chico Xavier” ao trecho da rodovia BR 050, entre a divisa dos Estados de São Paulo e Minas Gerais e a divisa dos municípios de Uberaba com Uberlândia. <ref>http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/conteudo,3562</ref>
* Em [[2010]], a [[Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos]] começou a comercializar 600 mil selos e oito mil cartões postais em homenagem ao centenário de Chico Xavier<ref>http://colunas.revistaepoca.globo.com/falabrasil/2010/03/17/correios-lancam-selo-em-homenagem-a-chico-xavier/</ref>. Em votação popular promovida pela mesma empresa, o selo venceu na categoria "Melhor Selo do Ano de 2010".<ref>http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/11/16/selo-sobre-chico-xavier-venceu-eleicao-pelo-voto-popular</ref>
* Também em 2010, a [[Casa da Moeda do Brasil]] lançou a "Medalha Comemorativa do Centenário de Chico Xavier" na abertura do 3º Congresso Espírita Brasileiro, que teve como tema central "Chico Xavier: Mediunidade e Caridade com Jesus e Kardec".<ref>http://www.ceerj.org.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=444:medalha-comemorativa-do-centenario-de-chico-xavier-na-abertura-do-3o-congresso-espirita&catid=12&Itemid=133</ref>
* Na cidade [[Uberaba]], também em 2010, foi fundando o "[[Instituto Chico Xavier]]". É uma instituição sem fins lucrativos e teve em sua criação dois pilares como objetivos principais: "buscar permanentemente a memória viva, reunindo a obra ainda não publicada com o envolvimento de toda a sociedade; e abrigar essa memória em espaço especial e único, o Memorial Chico Xavier.<ref>http://www.institutochicoxavier.org.br/</ref>
* Ainda em 2010, foi inaugurado o "[[Espaço Cultural Chico Xavier]]" na Fazenda Modelo de Pedro Leopoldo, onde Chico trabalhou oficialmente como datilógrafo entre 1935 até o final dos anos 50.<ref>http://chico-xavier.com/2010/03/15/inaugurado-o-espaco-cultural-chico-xavier/</ref>
* Em outubro de [[2012]], no programa [[O Maior Brasileiro de Todos os Tempos]], transmitido pelo [[SBT]], Chico foi eleito, por voto popular, como "O maior brasileiro de todos os tempos". Na semifinal do programa, disputou com [[Ayrton Senna]], venceu com 63,8% dos votos. Na final do programa, Chico disputou com [[Santos Dumont]] e [[Princesa Isabel]], vencendo com 71,4% dos votos.<ref>http://www.sbt.com.br/omaiorbrasileiro/</ref>
 
== Filme biográfico ==
 
Em 2 de abril de 2010, data em que Chico Xavier completaria 100 anos, estreou '''[[Chico Xavier (filme)|Chico Xavier - O Filme]]'''<ref>[http://www.chicoxavierofilme.com.br/site/ Site oficial de Chico Xavier - O Filme]</ref>, baseado na biografia ''As Vidas de Chico Xavier'', do jornalista Marcel Souto Maior. Dirigido e produzido pelo cineasta [[Daniel Filho]], Chico Xavier é retratado pelos atores [[Matheus Costa]], [[Ângelo Antônio]] e [[Nelson Xavier]], respectivamente, em três fases de sua vida: de 1918 a 1922, 1931 a 1959 e 1969 a 1975. O filme alcançou a marca de 3,5 milhões de espectadores nos cinemas.<ref>http://www.istoe.com.br/reportagens/197556_UM+PRODUTOR+DE+CORPO+E+ALMA</ref>
 
== Psicografias ==
[[Ficheiro:Chico Psicografia Emmanuel.jpg|thumb|Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico Xavier psicografando uma mensagem do espírito [[Emmanuel (Espírito)|Emmanuel]].]]
 
[[Ficheiro:Chico Psicografia Emmanuel.jpg|thumb|Alegoria que representa, segundo a ótica espírita, o médium Chico Xavier psicografando uma mensagem do espírito [[Emmanuel (Espírito)|Emmanuel]].]]
Chico Xavier [[psicografia|psicografou]] 451 [[livro]]s, sendo 39 publicados após a morte.<ref name="Obras"/> Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam.<ref name="Bio" /> Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.<ref>Jornal "O Ideal", janeiro de 2000</ref> Vendeu mais de cinquenta milhões de exemplares em [[Língua portuguesa|português]], com traduções em [[Língua inglesa|inglês]], [[Língua espanhola|espanhol]], [[Língua japonesa|japonês]], [[esperanto]], [[Língua italiana|italiano]], [[Língua russa|russo]], [[Língua romena|romeno]], [[mandarim]], [[Língua sueca|sueco]] e [[braile]]. Psicografou cerca de dez mil cartas de mortos para suas famílias.<ref name ="Obras">Martha Mendonça, ''Chico Xavier e a Alma do Brasil'', Revista Época, 01.03.2010, p.92.</ref> Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade desde o primeiro livro.<ref name="Bio-FEB" /><ref name="epoca">[http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG75291-6014-434-2,00.html Revista Época. Artigo "Chico Xavier Superstar". Visto em 14 de julho de 2007]</ref>
Chico Xavier [[psicografia|psicografou]] 458 [[livro]]s, sendo 39 publicados após a morte.<ref name="Obras"/><ref>http://www.istoe.com.br/reportagens/53552_CHICO+XAVIER+SUPERSTAR+PARTE+I</ref> Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam.<ref name="Bio" /> Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros.<ref>Jornal "O Ideal", janeiro de 2000</ref> Vendeu mais de cinquenta milhões de exemplares em [[Língua portuguesa|português]], com traduções em [[Língua inglesa|inglês]], [[Língua espanhola|espanhol]], [[Língua japonesa|japonês]],[[esperanto]], [[Língua italiana|italiano]], [[Língua russa|russo]], [[Língua romena|romeno]], [[mandarim]],[[Língua sueca|sueco]] e [[braile]]. Psicografou cerca de dez mil cartas de mortos para suas famílias, nunca tendo cobrado por isso.<ref name ="Obras">Martha Mendonça, ''Chico Xavier e a Alma do Brasil'', Revista Época, 01.03.2010, p.92.</ref> Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade desde o primeiro livro.<ref name="Bio-FEB" /><ref name="epoca">[http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG75291-6014-434-2,00.html Revista Época. Artigo "Chico Xavier Superstar". Visto em 14 de julho de 2007]</ref>
 
Suas obras são publicadas pelo Centro Espírita União, Casa Editora ''O Clarim'', Edicel, [[Federação Espírita Brasileira]], Federação Espírita do Estado de São Paulo, Federação Espírita do Rio Grande do Sul, Fundação Marieta Gaio, Grupo Espírita Emmanuel s/c Editora, Comunhão Espírita Cristã, Instituto de Difusão Espírita, Instituto de Divulgação Espírita André Luiz,
Livraria Allan Kardec Editora, Editora Pensamento e União Espírita Mineira. Mesmo não tendo ensino fundamental completo, ele escrevia em torno de seis livros por ano, dentre eles livros de [[romance]]s, [[conto]]s, [[filosofia]], [[ensaio]]s, [[apologia|apólogos]], [[crônica]]s, [[poesia]]s etc. É o escritor mais lido da América Latina (nota: ano de 2010).
 
Seu primeiro livro, ''[[Parnaso de Além-Túmulo]]'', com 256 [[poema]]s atribuídos a poetas mortos, dentre eles os [[Portugal|portugueses]] [[João de Deus de Nogueira Ramos|João de Deus]], [[Antero de Quental]] e [[Guerra Junqueiro]] e os brasileiros [[Olavo Bilac]], [[CruzCastro e SousaAlves]] e [[Augusto dos Anjos]], foi publicado pela primeira vez em [[1932]].<ref name="Bio" /> O livro gerou muita admiração e polêmica nos círculos literários da época. O de maior tiragem foi ''[[Nosso Lar]]'', publicado no ano de [[1944]], atualmente com mais de dois milhões de cópias vendidas <ref>Martha Mendonça, ''Chico Xavier e a Alma do Brasil'', Revista Época, 01.03.2010, p.88</ref>, atribuído ao espírito ''André Luiz'', sendo o primeiro volume da coleção"Coleção deA dezesseteVida obrasno Mundo Espiritual"<ref>http://pt.wikipedia.org/wiki/Nosso_Lar#Bibliografia_da_S.C3.A9rie_Andr.C3.A9_Luiz</ref> que é composta por 13 livros, todastodos psicografadaspsicografados por Chico Xavier, algumasalguns delasdeles em parceria com o [[médico]] e médium mineiro [[Waldo Vieira]].
 
Sete livros psicografados por Chico Xavier estão incluídos na lista "os dez melhores livros espíritas publicados no século XX", realizada através de uma pesquisa feita em 1999 pela "[[Candeia Organização Espírita de Difusão e Cultura]]". ''Nosso Lar'' está na primeira posição.<ref>http://www.omensageiro.com.br/artigos/artigo-14.htm</ref>
Uma de suas [[psicografia]]s mais famosas, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz, que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de [[1979]], na cidade de [[Goiânia]], [[Goiás]]. Assim, o presumido espírito de Maurício teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente.<ref name="istoe">[http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/religiao/relig3.htm Revista ISTOÉ, em artigo sobre os brasileiros do século na categoria religião. Visto em 14 de julho de 2007.]</ref>
Uma das [[psicografia]]s mais famosas de Chico, e que teve repercussão mundial, foi a do caso de Goiânia em que José Divino Nunes, acusado de matar o melhor amigo, Maurício Henriques, foi inocentado pelo juiz, que aceitou como prova válida (entre outras que também foram apresentadas pela defesa) um depoimento da própria vítima, já falecida, através de texto psicografado por Chico Xavier. O caso aconteceu em outubro de [[1979]], na cidade de [[Goiânia]], [[Goiás]]. Assim, o presumido espírito de Maurício teria inocentado o amigo dizendo que tudo não teria passado de um acidente<ref name="istoe">[http://www.terra.com.br/istoe/biblioteca/brasileiro/religiao/relig3.htm Revista ISTOÉ, em artigo sobre os brasileiros do século na categoria religião. Visto em 14 de julho de 2007.]</ref>. Depoimentos psicografados por Chico Xavier também foram aceitos como provas válidas em outros cinco casos de julgamento jurídico.<ref>http://maracajunahora.com.br/site/permalink/10752.html</ref><ref>http://todaoferta.uol.com.br/comprar/a-psicografia-nos-tribunais-espirita-YIGJOC2NWM#rmcl</ref><ref>http://siaibib01.univali.br/pdf/Ricardo%20Kleis.pdf</ref>
 
O pesquisador da [[Universidade Estadual de Londrina]] [[Carlos Augusto Perandréa]], durante 13 anos, estudou cientificamente 400 cartas psicografadas por Chico Xavier em transes mediúnicos, utilizando as mesmas técnicas com que avalia assinatura para [[banco]]s, [[polícia]]s e o [[Poder Judiciário]], a [[grafoscopia]]. Pandréa comparou a letra (padrão) dos indivíduos antes da morte e depois nas cartas psicografadas, chegando à conclusão de que todas as psicografias possuem autenticidade gráfica dos referidos mortos. Em 1991, o pesquisador publicou o resultado desse estudo em seu livro intitulado "[[A Psicografia á Luz da Grafoscopia]]". O estudo também foi publicado na Revista Científica da Universidade de Londrina, a [[Revista Semina]], em 1990, e igualmente apresentado, em outra oportunidade, em um Congresso Nacional, diante de mais de 500 profissionais e peritos da área, sem uma única contestação. <ref>Perandréa, Carlos A.. ''A Psicografia à Luz da Grafoscopia.''</ref><ref>http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2005/09/328872.shtml</ref><ref>http://www.espiritualidades.com.br/Artigos/B_autores/BARBOSA_Marcia_Cristina_Tremura_tit_Cartas_psicografas_como_prova_no_processo_penal.pdf</ref>
==Insinuações de fraude==
Durante décadas, Chico produziu cartas psicografadas para pais e mães que o procuravam para ter notícias de seus filhos no além. Segundo um estudo da Associação Médico-Espírita de São Paulo, de 1990, nomes de parentes apareciam em 93 por cento das cartas e 35 por cento delas tinham assinaturas semelhantes às dos falecidos. Sempre havia citações que davam impressão de familiaridade aos leitores a quem eram dirigidas.
 
== Acusações de fraude ==
A fonte dessas informações sempre esteve sob suspeita. Alega-se que funcionários do [[centro espírita]] conversavam com os presentes antes das [[psicografia]]s e que Chico entrevistava previamente as pessoas que o procuravam em busca de contato com os espiritos dos mortos. Mesmo assim eram tidas como legítimas pelos familiares e chegaram a ser usadas como provas em três julgamentos.
 
Durante décadas, Chico produziu cartas psicografadas para pais e mães que o procuravam para ter notícias de seus filhos no além. Segundo um estudo de 1990 da Associação Médico-Espírita de São Paulo, nomes de parentes apareciam em 93% das cartas e 35% delas tinham assinaturas muito semelhantes às dos falecidos. Sempre havia citações que davam impressão de familiaridade aos leitores a quem eram dirigidas.
Além das cartas, houve a polêmica com os muitos livros de [[poesia]] e [[prosa]] que Chico produziu em nome de espíritos de escritores famosos do Brasil como [[Olavo Bilac]] e [[Castro Alves]]. Chico só estudou até a quarta série primária, mas era leitor voraz e tinha uma biblioteca com quinhentos livros de autores diversos, inclusive em inglês, francês e hebraico. Colecionava também cadernos com recortes de textos e poesias, notadamente dos autores espirituais que o procuravam.
 
Também sempre houve quem suspeitasse da fonte dessas informações. Há quem alegue que Chico e outros internos dos [[centro espírita|centros espíritas]] conseguiam as informações por meio de conversas prévias com tais familiares que recebiam as psicografias{{carece de fontes|data=julho de 2011}}. Mas as assinaturas eram tidas como legítimas pelos familiares, e chegaram a ser aceitas como provas em seis [[julgamento|julgamentos]] jurídicos.
Em suas apresentações públicas, Chico fazia espetáculos de pirotecnia com luzes e cheiros de perfumes, vultos que pareciam ser espíritos e até expulsão de [[ectoplasma]] pela boca. Ele dizia emprestar energia para materializar espíritos, mas, como se sabe da física, necessita-se de duas vezes a energia anual de [[Itaipu]] para criar a massa de um corpo de 70 Kg. Esses ''shows'' foram popularizados pela revista ''[[O Cruzeiro]]'' em 1944.
 
Além das cartas, houve a polêmica com os livros psicografados que Chico produziu em nome de espíritos de escritores famosos do Brasil e de Portugal, como [[Olavo Bilac]] e [[João de Deus de Nogueira Ramos|João de Deus]]. Chico só estudou até a quarta série primária mas ainda assim há quem alegue que ele teria feito tais livros imitando o estilo dos escritores mortos{{carece de fontes|data=julho de 2011}}.
O verdadeiro escândalo veio quando Amauri Pena Xavier, sobrinho de Chico, disse poder imitar as psicografias dele com truques e acusou o tio de ser também um impostor. Depois, sentindo-se culpado, ele retirou a acusação. Mais tarde, um reporter disse ter visto assessores de Chico borrifarem perfume no ar durante uma apresentação, o qual foi citado como oriundo de espíritos. Aualmente se estuda a possibiidade de Chico ter plagiado obras literárias.
 
O verdadeiro escândalo veio quando Amauri Pena, sobrinho de Chico, disse poder imitar as psicografias dele e acusou o tio de ser um impostor. Mas a acusação nunca foi provada e o próprio pai de Amauri disse sobre o caso: "Meu filho é um doente da alma. Todo mundo sabe disso. É dado a bebidas. Ontem mesmo eu o apanhei caído no jardim no maior pileque. Chico conhece Amauri. As declarações dele não alteram nada." (Diário da Tarde. apud op. cit., p. 140.). Amauri Pena morreu internado em um [[sanatório]] {{carece de fontes|data=julho de 2011}}.
Entre as explicações médicas para suas habilidades, estão a [[epilepsia]] e a [[criptomnésia]].<ref>[http://super.abril.com.br/religiao/investigacao-chico-xavier-561667.shtml Uma investigação: Chico Xavier]. Super, página acessada em 4 de novembro de 2011.</ref>
 
Durante transes mediúnicos, eletroencefalogramas do médium mostraram que ele apresentava características comuns da [[epilepsia]], mas clinicamente Chico Xavier nunca foi epiléptico.<ref>[http://www.istoe.com.br/reportagens/detalhePrint.htm?idReportagem=26496&txPrint=completo Isto é - Do outro lado da vida, página acessada em 22 de janeiro de 2012.]</ref>
 
== Principais obras psicografadas ==
 
{{Anexo|[[Anexo:Lista de livros psicografados por Chico Xavier|Lista de livros psicografados por Chico Xavier]]}}
 
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|[[1932]]
|[[Parnaso de Além-Túmulo]]
|Diversos espíritos
|Vários autores
|<center>[[FEB]]
|Primeira obra publicada
Linha 183 ⟶ 232:
|-
|[[1940]]
|[[Cinquenta Anos Depois]]
|Emmanuel
|<center>FEB
Linha 195 ⟶ 244:
|-
|[[1942]]
|[[Paulo e Estevão]]
|Emmanuel
|<center>FEB
Linha 201 ⟶ 250:
|-
|1942
|[[Renúncia (livro)|Renúncia]]
|Emmanuel
|<center>FEB
Linha 249 ⟶ 298:
|-
|1948
|[[Agenda Cristã]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 267 ⟶ 316:
|-
|1949
|[[Libertação (livro)|Libertação]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 297 ⟶ 346:
|-
|[[1953]]
|[[Ave, Cristo]]!
|Emmanuel
|<center>FEB
Linha 303 ⟶ 352:
|-
|[[1954]]
|[[Entre a Terra e o Céu]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 309 ⟶ 358:
|-
|[[1955]]
|[[Nos Domínios da Mediunidade]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 321 ⟶ 370:
|-
|[[1957]]
|[[Ação e Reação]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 333 ⟶ 382:
|-
|[[1959]]
|[[Evolução em Dois Mundos]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 339 ⟶ 388:
|-
|[[1960]]
|[[Mecanismos da Mediunidade]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 357 ⟶ 406:
|-
|[[1963]]
|[[Sexo e Destino ]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 363 ⟶ 412:
|-
|[[1968]]
|[[E a Vida Continua…Continua...]]
|André Luiz
|<center>FEB
Linha 379 ⟶ 428:
|<center>Comunhão Espírita<br />Cristã (CEC)
|Tiragem de 473.500 exemplares
|-
|[[1973]]
|Segue-me
|Emmanuel
|<center>FEB
|-
|[[1976]]
|[[Somos Seis]]
|Diversos Espíritos
|<center>FEB
|-
|[[1977]]
Linha 408 ⟶ 467:
|diversos espíritos
|<center>CEU
|
|Última obra publicada
|}
 
== {{Ver também}} ==
 
{{Wikiquote|Chico Xavier}}
 
* [[Doutrina Espírita]]
* [[História do espiritismo no Brasil]]
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{{referências|col=2}}
 
=={{ Bibliografia}} ==
* BARBOSA, Elias. ''No mundo de Chico Xavier''. Araras: Instituto de Difusão Espírita, 1992.
* GAMA, Ramiro ''Lindos casos de Chico Xavier''. São Paulo: Lake, 1995.
* GOMES, Saulo (org.). ''Pinga-fogo com Chico Xavier''. Catanduva (SP): InterVidas, 2009. 256p. fotos. ISBN 978-85-60960-00-2
* LEWGOY, Bernardo. ''O Grande Mediador. Chico Xavier e a cultura brasileira''. Bauru (SP): EDUSC, 2004.
* MACHADO, Ubiratan. ''Chico Xavier, uma vida de amor''. Araras: Instituto de Difusão Espírita, 1997.
* RAMOS, Clóvis. ''Cinqüenta anos de Parnaso''. Rio de Janeiro: Federação Espírita Brasileira, 1982.
Linha 430 ⟶ 492:
* WORM, Fernando. ''A ponte, diálogos com Chico Xavier''. São Paulo: Lake, 1993.
 
== {{Ligações externas}} ==
* [http://www.chicoxavier.org.br/ Fundação Cultural Chico Xavier]
* [http://www.chicoxavier.hpgvip.ig.com.br/ Site Chico Xavier, hospedado no Ig.]
Linha 437 ⟶ 499:
* [http://www.revistainformacao.com.br/videos/programa14.html Programa Didático em vídeo explicando a primeira etapa de sua vida]
* [http://www.revistainformacao.com.br/videos/programa15.html Programa Didático em vídeo sobre a vida exemplar de Chico Xavier]
* [http://www.febnet.org.br/apresentacao/content,0,0,463,0,0.html Biografia pela FEB, para ''download''] (exige PDF)
* [http://comunidadeespirita.com.br/artigos/obras%20de%20Chico%20Xavier.htm Bibliografia de Chico Xavier]
* [http://www.universoespirita.org.br/chicoxavier/chico_gde_homenagem_2pagok.htm Portal Chico Xavier]
Linha 446 ⟶ 508:
 
{{Doutrina espírita}}
{{Commonscat}}
 
[[Categoria:Médiuns do Brasil]]
[[Categoria:Escritores espíritas do Brasil]]