Marcião de Sinope: diferenças entre revisões

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O estudo das [[Tanakh|Escrituras judaicas]] juntamente com outros escritos que circulavam na época da igreja nascente (a maioria foi eventualmente incorporada no [[Cânone do Novo Testamento]]) levaram Marcião a concluir que muitos dos ensinamentos de Jesus Cristo eram incompatíveis com as ações de Deus no [[Antigo Testamento]]. A resposta dele para este paradoxo foi o desenvolvimento de um sistema [[dualismo|dualista]] por volta do ano 144 d.C.<ref name=TER19/>. Esta noção dual de Deus permitiu que Marcião reconciliasse as supostas contradições entre a teologia da [[Antiga Aliança]] e a mensagem de [[Evangelho|Boas Novas]].
 
Marcião afirmava que Jesus Cristo era o salvador enviado por [[Deus Pai]], com [[Paulo de Tarso|Paulo]] como seu principal [[apóstolo]]. Ao contrário da nascente igreja, Marcião declarava que o Cristianismo era distinto e oposto ao [[Judaísmo]]. Marcião, contrário ao que muitos acreditam, não afirmou que a Bíblia e as escrituras judaicas eram falsas. Ele acreditava e argumentava que ela deveria ser lida de maneira absolutamente literal, provando assim que [[YHWH]] não era o mesmo Deus a quem Jesus se referia. Um exemplo: no [[Gênesis]], quando YHWH está andando no [[jardim do Éden]] perguntando onde estava Adão, Marcião interpretava isso como se YHWH tivesse literalmente andando através do jardim em alguma forma de corpo físico e que literalmente não sabia onde estava Adão {{Citar bíblia |Gênesis|3|9|citação = Deus Jeová chamou ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?}}. Ele argumentava que isso provaria que YHWH poderia habitar um corpo físico (algo que o Pai jamais faria) e que YHWH também era capaz de ser ignorante, algo completamente diferente do Pai a quem Jesus se referia.
 
O [[YHWH|Deus do Antigo Testamento]], o [[Demiurgo]], a [[Divindade criadora]] do mundo material seria então uma [[divindade tribal]] invejosa dos [[judeus]], cuja [[Torá|Lei]] representaria a [[Lei de talião|justiça recíproca]] [[legalismo|legalista]] e que pune a humanidade por seus pecados com sofrimento e morte. Já o Deus a quem Jesus se refere seria um ser completamente diferente, um Deus universal de compaixão e amor e que olha para a humanidade com compaixão e piedade.