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== Patalogia ==
 
Timomas são as neoplasias mediastinais mais comums em adultos, representando cerca de 20% de todas as neoplasias mediastinais e 50% dos tumores do compartimento anterior do mediastino. A maioria dos pacientes tem entre 40 e 60 anos e não há diferença significativa entre os sexos.
Os timomas têm origem nas células epiteliais do timo e contêm também linfócitos, mas como esses não apresentam alterações neoplásicas, não são considerados células tumorais.<br />
 
'''Sinais e Sintomas'''
 
<big>'''Sinais e Sintomas'''</big>
Uma parcela significativa dos timomas é assintomática ou oligossintomática (as queixas relacionados a fenómenos compressivos ou invasão de estruturas geralmente são sintomas inespecíficos e imprecisos), sendo descobertos em exames radiológicos de rotina.
Os pacientes sintomáticos podem referir queixas vagas relacionadas ao efeito de massa ou compressão como:
• tosse;
• dispnéia;
• desconforto torácico;
• paralisia frénica por compressão do nervo frénico;
• rouquidão por compressão do nervo laríngeo recorrente;
• derrame pleural;
• síndrome de veia cava.
Timomas ectópicos primários são raros, mas podem ser encontrados no pescoço, pleura, pericárdio ou parênquima pulmonar.
 
Uma parcela significativa dos timomas é assintomática ou oligossintomática (as queixas relacionados a fenómenos compressivos ou invasão de estruturas geralmente são sintomas inespecíficos e imprecisos), sendo descobertos em exames radiológicos de rotina.
'''Diagnóstico'''
Os pacientes sintomáticos podem referir queixas vagas relacionadas ao efeito de massa ou compressão como: <br />
- tosse;<br />
- dispnéia;<br />
- desconforto torácico;<br />
- paralisia frénica por compressão do nervo frénico; <br />
- rouquidão por compressão do nervo laríngeo recorrente;<br />
- derrame pleural;<br />
- síndrome de veia cava. <br />
 
Timomas ectópicos primários são raros, mas podem ser encontrados no pescoço, pleura, pericárdio ou parênquima pulmonar. <br />
A realização de biópsias pode estar associada a um risco reduzido de Enfisema Mediastínico ou Mediastinite e a um risco ainda menor de danificar o coração ou os grandes vasos sanguíneos. O diagnóstico é feito através de exame histológico por um patologista, após a obtenção de uma amostra de tecido da massa. Classificação final tumor e estadiamento é realizado patologicamente após a remoção cirúrgica formal do tumor do timo.
 
'''Patologia'''
 
<big>'''Diagnóstico'''</big>
Timoma origina a partir da população de células epiteliais no timo, e vários subtipos microscópicos são agora reconhecidos, de acordo, com as suas características histológicas:
• O '''tipo A''' se as células epiteliais têm uma forma oval ou fusiforme (contagem de linfócito inferior);
• O '''Tipo B''' se as células têm uma forma epitelióide (Tipo B tem três subtipos: B1 (linfócitos-rico), B2 (cortical) e B3 (epitelial).);
• O '''Tipo AB''', se o tumor contém uma combinação de ambos os tipos de células.
 
A realização de biópsias pode estar associada a um risco reduzido de Enfisema Mediastínico ou Mediastinite e a um risco ainda menor de danificar o coração ou os grandes vasos sanguíneos. O diagnóstico é feito através de exame histológico por um patologista, após a obtenção de uma amostra de tecido da massa. Classificação final tumor e estadiamento é realizado patologicamente após a remoção cirúrgica formal do tumor do timo.<br />
Células epiteliais tímicas corticais têm citoplasma abundante, núcleo vesicular com cromatina finamente dividido e pequenos nucléolos e filamentos citoplasmáticos em contacto com as células adjacentes. As células epiteliais medulares tímicas em contraste são fusiformes com núcleo oval denso e citoplama escasso.
 
'''Estadiamento'''
 
<big>'''Patologia'''</big><br />
São neoplasias de crescimento lento e não existe uma distinção histológica clara entre benignidade e malignidade, sendo a ultima caracterizada pela capacidade de invasão da cápsula e estruturas vizinhas (30 a 40% dos casos). O timoma é considerado maligno quando ultrapassa a barreira da cápsula, tornando-se microscopicamente ou macroscopicamente invasivo, mesmo mantendo características histológicas benignas.
O prognóstico do portador de timoma, se relaciona mais com a capacidade do tumor de invadir estruturas do que de sua histologia.
 
 
O '''Sistema de Estadiamento Masaoka''' é amplamente utilizado e é baseado na medida anatómica da doença na altura da cirurgia:
Timoma origina a partir da população de células epiteliais no timo, e vários subtipos microscópicos são agora reconhecidos, de acordo, com as suas características histológicas: <br />
- O '''tipo A''' se as células epiteliais têm uma forma oval ou fusiforme (contagem de linfócito inferior);<br />
- O '''Tipo B''' se as células têm uma forma epitelióide (Tipo B tem três subtipos: B1 (linfócitos-rico), B2 (cortical) e B3 (epitelial).);<br />
- O '''Tipo AB''', se o tumor contém uma combinação de ambos os tipos de células.<br />
 
Células epiteliais tímicas corticais têm citoplasma abundante, núcleo vesicular com cromatina finamente dividido e pequenos nucléolos e filamentos citoplasmáticos em contacto com as células adjacentes. As células epiteliais medulares tímicas em contraste são fusiformes com núcleo oval denso e citoplama escasso.<br />
 
 
<big>'''Estadiamento'''</big>
 
São neoplasias de crescimento lento e não existe uma distinção histológica clara entre benignidade e malignidade, sendo a ultima caracterizada pela capacidade de invasão da cápsula e estruturas vizinhas (30 a 40% dos casos). O timoma é considerado maligno quando ultrapassa a barreira da cápsula, tornando-se microscopicamente ou macroscopicamente invasivo, mesmo mantendo características histológicas benignas.
O prognóstico do portador de timoma, se relaciona mais com a capacidade do tumor de invadir estruturas do que de sua histologia.
 
O '''Sistema de Estadiamento Masaoka''' é amplamente utilizado e é baseado na medida anatómica da doença na altura da cirurgia:
I: Completamente encapsulado
IIA: invasão microscópica através da cápsula em torno do tecido adiposo
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III: invasão macroscópica em órgãos adjacentes
IVA: implantes pleurais ou pericárdico
IVB: metástase linfogénicas ou hematogénica à distância (extratorácico) <br />
 
 
<big>'''Tratamento'''</big>
 
Excepto em casos de doença metastática, a ressecção cirúrgica é a base do tratamento, e a ressecção completa, mesmo nos casos de doença extensa e invasiva é um factor determinante na sobrevida desses pacientes. Em casos de doença localmente avançada, o tratamento multidisciplinar é apropriado, com indicação de radio e quimioterapia neoadjuvante.<br />
 
'''Tratamento'''
 
<big>'''Correlação com outras Doenças'''</big>
Excepto em casos de doença metastática, a ressecção cirúrgica é a base do tratamento, e a ressecção completa, mesmo nos casos de doença extensa e invasiva é um factor determinante na sobrevida desses pacientes. Em casos de doença localmente avançada, o tratamento multidisciplinar é apropriado, com indicação de radio e quimioterapia neoadjuvante.
 
Os timomas podem estar associados a doenças sistémicas e auto-imunes, provocadas pela regulação anormal de linfócitos ou secundárias a reacção cruzada de anticorpos tímicos associados com proteínas de outros tecidos. A '''Miastenia gravis''' é a doença auto-imune mais associada às doenças do timo, acometendo simultaneamente entre 30 a 65% dos portadores do timoma. Por outro lado de 10 a 15% dos pacientes com miastenia gravis têm timoma. Cerca de 30% dos pacientes com timoma podem apresentar alterações imunológicas que não a miastenia gravis, como '''Aplasia de células vermelhas''', '''Lúpus eritematoso sistémico''' e '''Hipogamaglobulinemia'''.<br />
'''Correlação com outras Doenças'''
 
Os timomas podem estar associados a doenças sistémicas e auto-imunes, provocadas pela regulação anormal de linfócitos ou secundárias a reacção cruzada de anticorpos tímicos associados com proteínas de outros tecidos. A '''Miastenia gravis''' é a doença auto-imune mais associada às doenças do timo, acometendo simultaneamente entre 30 a 65% dos portadores do timoma. Por outro lado de 10 a 15% dos pacientes com miastenia gravis têm timoma. Cerca de 30% dos pacientes com timoma podem apresentar alterações imunológicas que não a miastenia gravis, como '''Aplasia de células vermelhas''', '''Lúpus eritematoso sistémico''' e '''Hipogamaglobulinemia'''.
 
O timoma é um tumor incomum, conhecido por sua associação com a [[miastenia grave]],<ref name=Thomas1999>{{cite journal |author=Thomas CR, Wright CD, Loehrer PJ |title=Thymoma: state of the art |journal=J. Clin. Oncol. |volume=17 |issue=7 |pages=2280–9 |year=1999 |pmid=10561285 |doi=}}</ref> é encontrado em 15% dos pacientes com tal [[desordem neuromuscular]].<ref name="isbn1-4160-2973-7">{{cite book |author=Mitchell, Richard Sheppard; Kumar, Vinay; Robbins, Stanley L.; Abbas, Abul K.; Fausto, Nelson |authorlink= |editor= |others= |title=Robbins basic pathology |edition= |language= |publisher=Saunders/Elsevier |location= |year=2007 |origyear= |pages= |quote= |isbn=1-4160-2973-7 |oclc= |doi= |url= |accessdate=}}</ref>