Não-violência: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 35:
* '''O poder daqueles que dirigem uma nação depende da aderência e consentimento dos cidadãos comuns.''' Sem uma burocracia, um exército ou uma força policial para pôr em prática os objetivos estipulados pela classe dominante, as leis perdem força se não encontram respaldo no cidadão comum. A não-violência ensina que o poder de uns depende da cooperação de muitos outros. Assim, a não-violência faz desmoronar o poder dos dirigentes quando consegue extinguir grande parte desta cooperação — um punhado de pessoas não pode mandar em milhões de outras se elas se recusarem a obedecer. Em ações político-reivindicatórias, não-violência e [[desobediência civil]] geralmente se somam.
 
* '''Só por ''meios'' justos pode-se alcançar um ''fim'' justo.''' Quando Gandhi disse que os meios podem ser comparados a raízes e o fim a uma árvore, referia-se ao objeto central de uma filosofia que alguns denominam “[[Política Prefigurativa]]”. No [[Sermão da Montanha]], [[Jesus Cristo]] comparou os meios a árvores e os fins aos frutos: “Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros e figos dos abrolhos? Toda árvore boa dá bons frutos; toda árvore má dá maus frutos” (Mt 7, 16-17). Os propositores da não-violência explicam que as ações do presente inevitavelmente repercutirão na forma como a sociedade se organizará no futuro. É irracional tentar construir uma sociedade pacífica pela violência, ou uma sociedade honesta pela desonestidade (que também é uma forma de violência). O que começa mal não pode acabar bem.
 
* '''Alguns divulgadores da não-violência, como os [[Anarquismo cristão|Anarquistas Cristãos]] e os [[Ativistas Humanistas]], defendem que devemos respeitar e amar nossos oponentes.''' Este é o princípio que mais se aproxima das justificativas religiosas e espirituais para a não-violência, como pode ser visto no Sermão da Montanha, quando Jesus Cristo diz a seus seguidores: “Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos [maltratam e] perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito” (Mt 5, 43-48). O princípio do respeito aos oponentes também pode ser visto no conceito [[Taoísmo|Taoísta]] do wu-wei, ou na filosofia da arte marcial [[Aikido]], ou no conceito [[budista]] de [[Meditação budista|metta]] (amor fraterno entre todos os seres vivos) e no princípio de [[ahimsa]] (não-violência entre todos os seres vivos), também presente no [[hinduísmo]].