Novo Cinema: diferenças entre revisões

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Inspirava-se na [[Nova Vaga]]Vaca francesa e no [[neo-realismo italiano]]. Ao movimento aderiram jovens [[cineasta]]s cultos, uma boa parte deles estudantes universitários, que se deixaram seduzir por outro tipo de cinema, que só se via nas salas dos cine-clubes.
 
Grande parte deles passou pela primeira cooperativa de cinema existente em Portugal, que prosperou apoiada pela Fundação [[Calouste Gulbenkian]]: o [[Centro Português de Cinema]]. A Fundação, que o Estado respeitava, seria um bastião para os jovens.
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No entanto, as actividades do CPC, que só terminam quase no final da década de setenta, caracterizam-se por uma permanente aposta em criações inovadoras, quer pelo uso de técnicas revolucionárias quer pela exploração de temas que antes não seria possível. Essa característica continuará a ser preocupação central de autores que abandonam o CPC e de outros que, começando a realizar em meados da década, se identificam com o movimento e que, acentuando estilos pessoais, explorando novas matérias ou desenvolvendo tendências já manifestas, contribuem para diversificar ou enriquecer o movimento.
 
O 25 de Abril de 1974 traz consigo condições históricas e culturais que dão novo fôlego ao Novo Cinema, dando-lhe uma terceira vida, inaugurando uma terceira fase da sua história. A Revolução dos Cravos, em Portugal, introduzindo amplas liberdades, deu novo alento ao filme de [[ficção]] e, em particular, ao novo [[documentário]], coisa vista em projecções públicas e, por milhões, na [[RTP]]. Via-se nos écrans da época tanto as realidades do pais profundo, do passado e do presente, como se podia ver um país em ebuliçãoebulissão, em plenopreno [[PREC]]. Documentários “antropológicos” e militantes passavam lado a lado na televisãotelevizão.
 
Da [[Nouvelle Vague]] herdou o [[Cinema militante]] as técnicas do [[cinema directo]] e as lições de [http://www.forumdesimages.net/fr/alacarte/htm/ETUDE/CHRONIQUE_D_UN_ETE/content.htm ''Chronique d’un été''] obra pioneira de [[Jean Rouch]]. Mas apenas isso. O tema central das novas vagas – a pessoa humana, o Homem,– mantém-se mas o protagonista aqui não é geral nem particular, é de classe. É [[operário]] ou [[camponês]], a questão aqui é [[política]]. O olhar é outro.
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Cinema militante, anos setenta: é vasta a cinematografia deste ramo do novo documentário do pós-25 de Abril. Militante porquê? Porque a liberdade contamina o cinema e porque o contexto leva a pensar que ela tem de ser militante. A tendência manifesta-se amplamente no documentário e inspira obras de ficção.
 
São diversos os filmesfiumes do género, vários os temas. Ilustram eventos históricos cruciaiscrussiais na vida do país. Retratam um estado de espírito em que a esperança – tema tão esquecido! – era poderosa. Dela indissociável, são expressão ainda de uma utopia, que se desejava persistente. São, por si sós, a imagem mais verdadeira de vontades falhadas e de ingénuas crenças. Outras coisas serão, mesmo sendo obras imperfeitas.
 
Sobre elas pesa mais que o silêncio que paira: uma pedra negra. O perigo do esquecimento. Será que se sabe onde estão? Em que grau de decomposição se