Itabaiana: diferenças entre revisões

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{{reciclagem|Brasil=sim|data=outubro de 2009}}
{{desambiguação}}
{{Revisão|data=abril de 2010}}
{{Info/Município do Brasil
<!-- GeoID=2802908 -->
<!-- Cabeçalho -->
|nome = Itabaiana
|foto =
|leg_foto = Vista da cidade de Itabaiana a partir do Conjunto Euclides Paes Mendonça (Igreja Matriz Nossa Senhora do Bom Parto)
|apelido = ''Cidade Serrana''<br />''Capital do Agreste''<br />''Princesa da Serra''
<!-- Dados gerais -->
|brasão = Brasao-itabaiana-se.gif
|bandeira = Bandeira-itabaiana-se.gif
|leg_brasão =
|leg_bandeira =
|fundação = [[1675]]
|gentílico = itabaianense
|dist_capital = 54
|lema =
|padroeiro = Santo Antônio
|prefeito = Valmir dos Santos Costa
|partido = [[PR]]
|fim_mandato = 2016
<!-- Localização -->
|mapa = Sergipe Municip Itabaiana.svg
|latP = S | latG = 10 | latM = 41 | latS = 06
|lonP = O | lonG = 37 | lonM = 25 | lonS = 30
|estado = Sergipe
|macrorregião = Nordeste
|mesorregião = [[Mesorregião do Agreste Sergipano|Agreste Sergipano]]
|data_mesorregião = [[IBGE]]/[[2008]]<ref name="IBGE_DTB_2008">{{citar web |url=ftp://geoftp.ibge.gov.br/Organizacao/Divisao_Territorial/2008/DTB_2008.zip |titulo=Divisão Territorial do Brasil |data=1 de julho de 2008 |obra=Divisão Territorial do Brasil e Limites Territoriais| publicado=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |acessodata=11 de outubro de 2008}}</ref>
|microrregião = [[Microrregião do Agreste de Itabaiana|Agreste de Itabaiana]]
|data_microrregião = [[IBGE]]/[[2008]]<ref name="IBGE_DTB_2008" />
|vizinhos = [[Moita Bonita]] e [[Ribeirópolis]] (N); [[Campo do Brito]] e [[Itaporanga d'Ajuda]] (S); [[Areia Branca (Sergipe)|Areia Branca]] e [[Malhador]](E); e Campo do Brito, [[Macambira]] e [[Frei Paulo]] (W)
<!-- Características geográficas -->
|área = 336.685
| área_ref = <ref name ="IBGE_Área">{{citar web |url=http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/default_territ_area.shtm |título=Área territorial oficial |autor=IBGE |acessodata=5 dez. 2010|data=10 out. 2002|autor=IBGE |publicado=Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02)}}</ref>
|população = 86981
|data_pop = [[IBGE]]/[[2010]]<ref name="IBGE_Pop_2010">{{citar web |url = http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/populacao_por_municipio.shtm |título=Censo Populacional 2010| obra = Censo Populacional 2010 |publicado=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) |data=29 de novembro de 2010 |acessodata = 11 de dezembro de 2010}}</ref>
|altitude = 188
|clima = [[Clima semiárido|Semiárido]]
|sigla_clima = B'sh
<!-- Indicadores -->
|idh = 0.678 <!--favor manter o formato-->
|data_idh = [[PNUD]]/[[2000]]<ref name="PNUD_IDH_2000">{{citar web |url=http://www.pnud.org.br/atlas/ranking/IDH-M%2091%2000%20Ranking%20decrescente%20(pelos%20dados%20de%202000).htm |titulo=Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil |data=2000 |obra=Atlas do Desenvolvimento Humano|publicado=Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) |acessodata=11 de outubro de 2008}}</ref>
|gini =
|data_gini =
|pib = {{formatnum:824457.070}} mil
|data_pib = [[IBGE]]/[[2010]]<ref name="IBGE_PIB">{{citar web |url=http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/pibmunicipios/200_2010/ |titulo=Produto Interno Bruto dos Municípios 2006-2010 |publicado=Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística |acessodata=01 mar. 2013}}</ref>
|pib_per_capita = 9478.59
|data_pib_per_capita = [[IBGE]]/[[2010]]<ref name="IBGE_PIB"/>
}}
 
'''Itabaiana''' é um [[município]] [[brasil]]eiro do [[estado (subdivisão)|estado]] de [[Sergipe]]. localizado na [[Mesorregião do Agreste Sergipano]] e na [[Microrregião do Agreste de Itabaiana]].
'''Itabaiana Sergipe''' pode referir-se a:
==Lugar==
===Brasil===
* [[Itabaiana (Paraíba)]] – município da Paraíba
* [[Itabaiana (Sergipe)]] – município de Sergipe
 
==Outros Geografia ==
Localiza-se a uma [[latitude]] 10º41'06" Sul e a uma [[longitude]] 37º25'31" Oeste, estando a uma altitude de 188 metros. Sua população estimada em [[2009]] era de 86.564 habitantes.
* [[Associação Olímpica de Itabaiana]] – Clube de futebol com sede no município de Itabaiana (Sergipe), Brasil
 
Itabaiana localiza-se na região central do Estado de Sergipe e ocupa uma área de 364 quilômetros quadrados. É o mais importante município da [[microrregião do Agreste de Itabaiana]].
[[Categoria:Desambiguações de topônimos]]
 
=== Relevo ===
O principal acidente geográfico do município é a [[Parque Nacional Serra de Itabaiana|Serra de Itabaiana]]. Consiste no segundo ponto mais alto do relevo do estado de Sergipe, com 659 metros de altitude. Está localizada entre os municípios de Itabaiana e [[Areia Branca (Sergipe)|Areia Branca]]. Nela encontra-se [[cachoeira]]s e [[poço]]s de [[água]]s cristalinas como o Poço das Moças. Alem disso recentemente a serra foi nomeada como Parque Nacional da Serra de Itabaiana, além do parque dos Falcões.
 
Embora seja chamada de [[Serra]], a região não pode ser considerada uma serra, pois não tem altitude, a altitude média na "Serra" de Itabaiana é de 250m bem inferior ao necessário para ser classificado como serra.
 
==== A Serra de Itabaiana ====
No interior da [[Parque Nacional Serra de Itabaiana|Serra de Itabaiana]] atualmente funciona a sede do [[IBAMA]], cuja infra-estrutura permite assessorar os [[estudante]]s e [[pesquisador]]es que se dirigem ao local, com o objetivo de aprofundar seus conhecimentos sobre as potencialidades da Serra. Os funcionários estão preparados para monitorar as visitas pedagógicas exibindo [[vídeo]]s, [[slide]]s e [[mapa]]s, além de levar os interessados a se aventurar nas [[trilha]]s naturais que permanecem inalteradas pelo homem.
 
A serra tem convivido ao longo dos anos com diversos problemas decorrentes do [[desmatamento]], [[queimada]]s e [[depredação]]. A criação da [[Estação Ecológica da Serra de Itabaiana]], em [[1978]], pelo Governo do Estado, e a criação do [[Parque Nacional da Serra de Itabaiana]], em [[2006]], pelo [[Governo Lula|Governo Federal]], fez com que mais recursos financeiros pudessem ser obtidos para a constante preservação desse [[ecossistema]].
 
=== Clima ===
O [[clima]] da cidade de Itabaiana é composto de um período de quatro a cinco meses de [[seca]], sendo um clima [[semi-árido]], com temperaturas entre 34,5°C e 35°C, mais quente que a capital [[Aracaju]].
 
=== Vegetação ===
A [[vegetação]] é formada por plantas características do [[litoral]] e do [[sertão]], por ser uma região de transição, ou seja, [[agreste]]. A [[devastação]] dessa formação florestal foi significativa, mas ainda existente em [[Frei Paulo]], [[Riachão do Dantas]], [[Areia Branca (Sergipe)|Areia Branca]] e [[Itabaiana]]. Encontram-se nela o [[cedro]], a [[aroeira]], a [[sucupira]], a [[Artocarpus heterophyllus|jaqueira]], o [[Suinã|mulungu]], o [[pau d'arco|Pau d’arco]], a [[Aspidosperma spruceanum|peroba]], etc.
 
== Fragmentação de Itabaiana ==
[[Ficheiro:Território itabaiananense.jpg‎|thumb|300px|Território Itabaianense antes da fragmentação.]]
 
Itabaiana no [[século XIX]] possuía um território bastante amplo.
 
=== Campo do Brito ===
No início do [[século XX]], [[Campo do Brito]] desmembra-se de Itabaiana com um território equivalente hoje às cidades de [[Pedra Mole]], [[Pinhão (Sergipe)|Pinhão]], [[Macambira]] e [[São Domingos (Sergipe)|São Domingos]].
 
=== São Domingos ===
A formação do povoado teve início em [[1924]], após muitas lutas para transformar as primeiras [[casa]]s de [[taipa]] em casas de [[alvenaria]]. Em [[21 de outubro]] de [[1963]], [[São Domingos]] desmembra-se de Campo do Brito, antigo território de Itabaiana.
 
=== Ribeirópolis ===
Segundo informações obtidas das cartas de sesmarias da [[capitania]] de Sergipe Del Rey, a [[colonização]] dessa região verificou-se entre [[1602]] e [[1675]], ainda como [[povoado]] era conhecida como “Saco do Ribeiro”, que pertencia a Itabaiana até o local onde se encontrava a residência de [[Simão Dias]] (fazendeiro que residiu por volta de 1637). A partir de [[1927]] é que começou a evolução política, por meio da Lei Estadual 997, de 21 de outubro, que criava o Distrito de Paz do Saco do Ribeiro, que pertencia a Itabaiana. Em 18 de dezembro de 1933, por força do Decreto Estadual 188, Ribeirópolis foi desmembrada de Itabaiana.
 
=== Moita Bonita ===
[[Moita Bonita]], localizada na porção central de Itabaiana, surgiu do desmembramento de um povoado de Itabaiana. Foi elevada à categoria de [[vila]] em 1957 e emancipada em 12 de março de 1963, graças ao Sr. [[Pedro Paes Mendonça]], residente e político da [[Serra do Machado]], em Ribeirópolis. Recebeu esse nome graças à junção do nome de um povoado Moita de Cima e as grandes e belas árvores da região, ficando então “Moita Bonita”.
 
=== Frei Paulo ===
As [[território|terras]] de [[Frei Paulo]] foram descobertas por volta de [[1868]] por [[missionário]]s [[capuchinho]]s, entre eles [[frade]]s Davi, Umbértide e Paulo Antonio Casanova. Este último é quem dará o nome ao município. O lugar era conhecido como as “matas de Itabaiana”. Em [[23 de outubro]] de [[1920]], por forte influência de um dos filhos mais ilustres de São Paulo, o engenheiro [[Gentil Tavares da Mota]], a vila muda para a categoria de cidade. Em março de 1938, por conta de uma lei que proibia dois ou três municípios com o mesmo nome, São Paulo do sertão sergipano ganha o nome de Frei Paulo, homenageando o seu fundador.
 
== História ==
<!-- Não copie nada para a Wikipédia, não é permitido. Mesmo de sites oficiais! Leia: Wikipedia:Coisas a não fazer! Não apague este aviso! -->
Com a [[descoberta do Brasil]], a [[Coroa Portuguesa]], visando à [[colonização]] do novo [[continente]], em [[1534]] dividiu-o em [[capitanias hereditárias]], tendo o território sergipano sido dado a [[Francisco Pereira Coutinho]]. Com a morte deste, seu filho, Manoel Pereira Coutinho, fracassando na [[exploração]] das terras, vendeu sua capitania à [[Coroa Portuguesa]], em [[1549]], permanecendo as terras sergipanas, ocupadas pelo elemento [[indígena]]. Em [[1590]] a [[expedição]] de [[Cristóvão de Barros]] liquida os [[indígenas]] e se inicia o processo de [[colonização]] de [[Sergipe]].
 
Datam dessa [[época]], as primeiras [[notícias]] de [[terras]] doadas a sete lavradores para colonizarem as cidades circunvizinhas do [[rio Sergipe]]. Através de [[sesmaria]]s (terrenos que eram concedidos pelos [[rei de Portugal|reis de Portugal]] e pelas autoridades coloniais portuguesas às sesmeiros – colonos ou cultivadores), as terras não repartidas entre os colonos, oriundos de [[Portugal]] e da [[Bahia]].
 
Por essa época é que se dá início propriamente dito, ao [[povoado]] e [[colonização]] de Itabaiana em grande escala, com a distribuição de imenso número de sesmarias de suas [[terra]]s, notadamente aquelas situadas à margem do [[rio Jacarecica]], os colonos contemplados com tais sesmarias, se espalhando em [[sítios]] pelas margens do rio, vão fundar o Arraial de Santo Antonio, a primeira povoação de Itabaiana, na região hoje conhecida por Igreja Velha, a uma légua do atual centro da cidade de Itabaiana, erguendo-se uma capela, fundando a Irmandade das Santas Almas. Esta capela é registrada no mapa de [[Caspar Barlaeus]], durante a [[invasão holandesa]], datado provavelmente de [[1641]], data em que os [[holandes]]es pesquisaram [[ouro]] na Serra de Itabaiana.
 
O local onde se encontra hoje a sede do município, conhecida no [[século XVI]] como [[Caatinga]] de Ayres da Rocha, era primitivamente um [[sítio]] de propriedade do pároco de São Cristóvão, Padre Sebastião Pedroso de Góes, que vendeu em [[9 de julho]] de [[1675]], por Rs. 60$000(sessenta [[Réis|contos de réis]]), à Irmandade das almas de Itabaiana, sob a condição de nele ser reedificado um templo sob a invocação de Santo Antonio e Almas de Itabaiana. Segundo Sebrão Sobrinho, a intenção do Padre Sebastião era ver concretizada a criação da Freguesia de Santo Antonio e Almas de Itabaiana e para tanto, mister que se fazia que a igreja fosse edificada em terreno próprio. Como a capela de Santo Antonio estava edificada numa fazenda de propriedade particular, jamais a freguesia pôde ser criada.
 
Com a venda da caatinga de Ayres da Rocha à Irmandade, foi edificada a Igreja de Santo Antonio e Almas de Itabaiana, passando para este lugar, a sede da vila, que até então funcionava na Igreja Velha.
 
A [[povoação]] foi crescendo e já pelo ano de [[1678]], Itabaiana era [[distrito]], possuindo [[paróquia]] desde [[outubro]] de [[1675]], permanecendo a invocação de [[Santo Antonio]] e Almas de Itabaiana. A paróquia de Itabaiana foi criada pelos governadores do Arcebispado, na ausência do Arcebispo D. Gaspar Barata de Mendonça.
 
A [[vila]] foi levantada pelo Ouvidor D. Diego Pacheco de Carvalho, em [[1698]], sob a denominação de [[vila]] do Santo Antonio e Almas de Itabaiana. Em [[1727]], aparecia como já possuindo sua [[Câmara]] representando o município.
 
Sem embargo das lendas que ainda são correntes entre seus habitantes, necessário se torna uma referência às incursões de Belchior Dias Moreyra, que em seus ensaios, depois de um demorado rodeio, fazia menção ''À [[prata]], ao [[salitre]] e ao [[ouro]] da Serra de Itabaiana Assu''.
 
Do roteiro da minas do Belchior Dias Moreyra, que andou por Itabaiana no início da colonização da capitania, depreende-se que, naquela serra se encontram [[jazida]]s de grandes riquezas [[minério|minerais]], sobretudo dos metais preciosos.
 
Do seu tempo nada se pôde colher, tendo como Clodomir Silva, no Álbum de Sergipe, de [[1920]], se valido nas referências que fez a estas minas, e documentos que datam de [[1725]] e [[1753]], que o próprio autor considera bordados dos adornos da fantasia. Assegura, porém que os informes a respeito se baseiam, contudo, na visão do povo e nas informações e parênteses e afeiçoados a família do explorador.
 
Os acontecimentos no fim do [[século XVIII]], com pequenas [[luta]]s entre [[capitão-mor|capitães-mores]] e [[ouvidor]]es, um ou outro levante de índio, não forneceram subsídios que se pudessem considerar de valor histórico, para indicar o desenvolvimento do município que já se estabilizava aparecendo como o terceiro dos mais populosos do estado de Sergipe no início do [[século XIX]].
 
Simão Dias Francês, dentro do que se fala e do que se escreve, é a primeira pessoa civilizadora a nascer em Itabaiana, [[vaqueiro]] e figura essencialmente atrativa, foi o tema de muitos trabalhos, todos posteriores as “Histórias Perdidas”, de Joaquim de Oliveira, fonte principal onde muitos foram se inspirar.
 
Contam os que escreveram a história de Sergipe, é que o pai de Simão Dias Francês era [[guerreiro]]. No Brasil estava ele como membro das tropas [[França|francesas]], saqueadoras do [[Pau-brasil]].
 
Em Sergipe, seus superiores, depois de conquistar a amizade e confiança dos indígenas, tentavam convencê-los da necessidade de invadir a [[capitania]] baiana, lado a lado com os franceses, o que seria uma possibilidade a mais para a vitória. Enquanto isso soldados franceses, inclusive o futuro pai de Simão Dias, tinham relacionamentos amorosos com [[Indígenas|índias]].
 
Quando, em [[1586]], Luiz de Brito, com forte [[expedição]], surpreende os índios e os franceses, vencendo-os em inúmeras batalhas, uma das quais tratava no Bojo da Serra da Cajaíba. O soldado francês e sua índia fogem mata adentro e se alojam no local onde hoje é Itabaiana.
 
Em [[1594]] sob a sombra da secular [[quixaba|quixabeira]] situada onde hoje está a matriz, nasceu das entranhas da índia sergipana um menino. Ela morre vítima de [[parto]], Simão Dias Francês é alimentado por uma [[cabra]]. Com um ano do nascimento, o menino perdeu o pai. Sozinho, a cabra, conta a lenda, continua a lhe alimentar, até que os colonos descobrem, no início do [[século XVI]], o garoto e lhe conduzem para o Arraial de Santo Antonio onde mais tarde se torna vaqueiro de Luiz Rabelo. Em [[1637]], receosos das ameaças do conde de Bagnolo à época da invasão holandesa em Sergipe, Simão Dias com 47 anos, já casado, invade as matas de caiçara preludiando a colonização e o povoamento das terras que mais tarde recebiam seu nome.
 
É certo que acerca de Simão Dias Francês se misturam lendas e história. É difícil precisar onde começa a lenda e onde termina a história. Não foi delimitada ainda a questão.
 
A vila de Santo Antonio e Almas de Itabaiana, por força da resolução Provincial de número 301, de [[28 de agosto]] de [[1888]], elevado à categoria de cidade, na Presidência de Francisco Paula Preste Pimentel.
 
=== Etimologia ===
Os primeiros documentos que tratam da região, apresentam denominações diferentes para o lugar. Os nomes mais frequentes são "Itanhama" ou "Tabaiana". A forma Itabaiana parece ter se definida no [[século XVII]]. Os [[holandes]]es, de quem não poderia-se esperar uma grafia muito correta, registraram a forma "Itapuna". A tradição tem uma versão popular demais para ser aceita por [[erudito]]s:
 
:"Havia uma índia chamada Ita, vinda da província da Bahia. Quando ela dançava o povo explodia de entusiasmo: ''Ita, a baiana! Ita, a baiana!''"
 
Para o historiador itabaianense Vladimir Souza Carvalho, o nome Itabaiana está historicamente ligado à sua serra, que tem o mesmo nome.
 
O termo Itabaiana, nome [[indígena]], é o resultado da união dos sufixos "Ita" que significa pedra (a pedra é serra), "Taba" que significa aldeia (taba indígena), e "Oane" que significa alguém. Da junção dos três [[palavra|vocábulos]], surgiu o nome Itabaiana, pela assimilação dos mesmos. Sendo assim, Itabaiana significa: ''Naquela serra tem uma aldeia, onde mora gente, naquela aldeia mora alguém''. Porém, segundo o poeta da época, Manoel Passos de Oliveira Teles não acreditava na tradição. Por isso, fez um poema referindo-se à lenda do surgimento da serra de Itabaiana. Numa [[lenda]] indígena, havia um [[cacique]] castigado por [[Tupã]] que transformou seu corpo na Serra que posteriormente recebeu o nome de Itabaiana. Do sangue que jorrava do seu corpo, nasceu o [[rio Cotinguiba]].
 
Abaixo, uma parte do longo poema:
 
''Das pedras do caminho, foi à taba,<br>Do orgulhoso cacique, enfurecido,<br>Arrogante, quebrando a Lei antiga,<br>A santa Lei da hospitalidade,<br>Nunca farto de guerra, avesso à paz,<br>O velho injuriou com requintada,<br>Com alvar e feroz descarteza,<br>Negou-lhe água da fonte cristalina;<br>Negou-lhe caça morta, havia pouco;<br>Negou-lhe amiga rede de repouso.<br>Então do velho a forma vai mudando<br>Pouco a pouco. Relutam novas cores<br>E traços novos. Foge-lhe a figura''.
 
== Economia ==
Itabaiana é dona de um dos maiores [[comércio]]s de Sergipe. É considerada a [[capital]] do [[caminhão]], por ter o maior percentual de caminhão por pessoa do país.
 
=== Agricultura ===
Suas atividades diversificadas e a rota comercial fazem de Itabaiana a intermediaria do fluxo de sua produção entre [[Aracaju]] (capital do estado) e o [[sertão]], atraindo migrantes da [[Bahia]], [[Minas Gerais]], [[Pernambuco]], [[Alagoas]] e no estado.
 
A [[agricultura]] em Itabaiana intensificou-se a partir da década de [[1980]], através da implantação de [[perímetro]]s [[irrigação|irrigados]] como Jacarecica e Ribeira. Estes perímetros são cultivados por pequenos [[agricultor]]es e neles são produzidos [[cereal|cereais]], [[fruta]]s e [[verdura]]s que abastecem todo o Estado.
 
O município é grande produtor de [[mandioca]], [[batata-doce]] e [[tomate]]. Também possui um centro distribuidor de produtos agrícolas que funciona no mercado hortifrutigranjeiro, criado em [[1991]] e exerce uma grande atuação na [[microrregião]]. Esse mercado foi criado com o objetivo de melhor organizar a [[feira]], já que é dela que muitas pessoas tiram o sustento.
 
=== A feira ===
Por muito tempo, mesmo quando Itabaiana elevou-se a categoria de [[vila]], houve no comércio um predomínio de agricultores e comerciantes de secos e molhados (comércio de gênero alimentício).
 
Os [[tecido]]s se destacaram. Não havia confecções [[industria]]lizadas e sim um número muito grande de [[alfaiate]]s. Não existiam supermercados, só dois armazéns de secos e molhados, sendo que o principal fica onde é hoje o G.Barbosa e pertencia ao Sr. Euclides Paes Mendonça.
 
A [[feira]] de [[sábado]] existe desde 1888 e sua colonização dependia da política dominante. Quando o líder político era José Sebrão Carvalho, a feira era na Praça Fausto Cardoso, pois ele tinha casa comercial ao lado da [[igreja]]. E quando seu rival dominava, a feira passava para o largo Santo Antonio.
 
A feira continuou por muito tempo sem um local fixo. Apenas em 1928 foi definitivamente mudada para o Largo Santo Antonio, onde continua até hoje, e com o crescimento da feira fez-se necessário à criação do Largo José do Prado Franco. O Talho de Carne continuou por muito tempo na Praça Fausto Cardoso. Só em 1947 é que o prefeito Jason Correia construiu o mercado no Largo Santo Antonio. A feira se concentrava dentro do primeiro mercado. Somente em 1939 (aproximadamente) é que foi feito calçamento de pedra da feira e ela ultrapassou o mercado.
 
Como a feira atraía muita gente de áreas circunvizinhas, no dia [[22 de setembro]] de [[1954]] foi inaugurada também nos dias de quarta-feira. Em 1956, já existia um grande número de [[caminhão|caminhões]] fazendo viagens para os grandes centros do Estado e para o sul do país, especialmente para o estado de São Paulo. Foi aproximadamente nesta época que se deu o início da expansão do comércio. Isso porque essas viagens proporcionavam acesso a uma variedade de mercadorias.
 
Comparando diretamente a mercadoria do [[Região Sul do Brasil|sul do país]], os [[produto]]s puderam ser vendidos a preço mais acessíveis. Além dos caminhões de feira, que transportam passageiros e mercadorias para outras cidades, também é comum na feira carroças de burro e carroças de mão, muito utilizados no transporte de mercadorias dentro da própria cidade.
 
Na feira, adquirem-se e comercializam-se produtos dos mais variados: [[agrícola]]s, manufaturados e [[industria]]lizados. O próprio comércio local é beneficiado com as vendas, pois a disposição física da feira, em meio ao centro comercial, contribui para tal.
 
O maior deslocamento de pessoas se dá aos [[sábado]]s. Nesse dia, a [[feira]] recebe desde comprador da capital, ate os compradores de outros municípios como os já destacados anteriormente no mapa das cidades sob influência comercial de Itabaiana.
 
Nas quartas-feiras, o movimento é bem menor, porem, tem se registrado um aumento no número de usuários neste dia, devido à variedade de produtos disponíveis no comércio.
 
=== Comércio ===
O [[comércio]] de Itabaiana é seguramente o maior do interior do estado de [[Sergipe]], o município ostenta tal condição há mais de meio século quando foi cognominado Celeiro de Sergipe, por ser, à época o que mais se destacava na produção de alimentos e no abastecimento à capital.
 
O comércio itabaianense é secularmente vigoroso o que comprova incessantes ofícios do Presidente da Província de Sergipe (na era monárquica brasileira), em [[1835]], para que os feirantes de Itabaiana fossem a São Cristóvão, então Capital de Sergipe, para fazer funcionar a feira livre ali criada em julho daquele ano. Por volta de [[1870]], Itabaiana era o maior mercado de Sergipe e um dos maiores no abate de [[gado]].
 
O núcleo do comércio ainda é a feira livre realizada aos dias de sábado e quarta-feira num espaço de mais de vinte mil metros quadrados. Em volta da mesma se concentra metade do comércio lojista e, somente depois da década de 70 é que com abertura de largas avenidas e o vigoroso crescimento do sitio urbano, passou a haver uma maior difusão dos estabelecimentos.
 
Itabaiana dispõe ainda de um grande número de estabelecimentos comerciais com destaque para o comércio do [[ouro]] que é vendido em grande escala e muita variedade a preços acessíveis. Por força desta presença do metal nobre, Itabaiana é considerada a terra do ouro.
 
Itabaiana se destaca entre uma das principais cidades do estado com maior concentração de atividades comerciais com a presença de estabelecimentos [[atacado|atacadistas]], além de [[varejo|varejistas]]. Os comerciantes itabaianenses compram produtos de fora e revendem, inclusive enviando produtos locais para outras áreas do país. Além disso, Itabaiana é um grande centro de mercadorias comerciais como [[alimento|alimentícios]], [[tecido|têxteis]], [[material|materiais]] de [[construção]], etc., para os municípios vizinhos e as populações dos [[povoado]]s do interior do estado.
 
=== Pecuária ===
No que diz respeita a pecuária, Itabaiana não tem na criação de [[gado]] sua principal atividade, nos últimos anos ela tem tido grande expressão na criação de [[ave]]s destinadas ao abate e a produção de [[ovo]]s, por estar situada próxima a capital.
 
=== Indústria ===
Em Itabaiana há indústrias de pequeno porte ([[bens de consumo]]): [[calçado]]s, [[bebida]]s, [[cerâmica]], móveis, [[algodão]], [[alumínio]], de [[carroceria]]s de caminhões e implementos rodoviários.
 
Embora a maior renda esteja concentrada em fretes de caminhão, dando origem a uma grandiosa festa em torno desses profissionais, a "Festa do Caminhoneiro", que contribui para o progresso do município, festa essa culminando com shows artísticos, brincadeiras, café da manha e desfiles de caminhões pelas ruas da cidade.
 
== Política ==
=== 1800-1950 ===
Durante [[1800]] e [[1950]], nada foi alterdo, e uma [[Câmara Municipal]] continuou administrando a cidade até [[1890]]. Durante o restante do período, assim como ocorria na cena política nacional, o cenário político itabaianense foi conturbado devido a varias sucessões no poder.
 
O período que data de [[1930]] a [[1950]], coincidente com os quinze anos do [[Era Vargas|governo Getulista]], assim como na [[República Velha]] foi grande a sucessão no poder.
 
=== Era Euclidiana ===
Eleito em [[1950]] para [[prefeito]], Euclides Paes Mendonça inicia sua participação efetiva na vida política direta ou indiretamente. Em 1964, Euclides e seu domínio é dado fim, quando juntamente com o seu filho, o deputado estadual Antonio de Oliveira Mendonça, foram [[homicídio|assassinados]] na porta da prefeitura em confusão durante uma passeata requerendo [[água]]. Inicialmente acusaram o seu adversário político de maior oposição, o Sr. Francisco Teles de Mendonça (o Chico de Miguel), qual foi processado e levado para o Tribunal do Júri e inocentado. Desde então, cogita-se ter sido um crime político, mas até hoje não se sabe de onde partiram os tiros que acabou com a vida de Euclides e seu filho. Atualmente cogita-se que tal crime político foi cometido a mando do seu rival Mané Teles.
 
=== Fim da era Euclidiana e contemporaneidade ===
Com a morte de Euclides, começou a se destacar o Sr. Francisco Teles de Mendonça conhecido como Chico de Miguel que mandou na cena política direta ou indiretamente até 1987.
 
Em [[1987]], o candidato a prefeito apoiado por Chico de Miguel perdeu o pleito para o Sr. Luciano Bispo de Lima, lançou, em [[1992]], o Sr. João Alves dos Santos (João de Zé de Dona) como seu sucessor na prefeitura, João de Zé de Dona sagrou-se vitorioso e meses depois rompeu com Luciano. Candidatou-se a [[deputado estadual]] em [[1994]] e elegeu-se, mas em [[1996]], Luciano abandonou a câmara estadual para candidatar-se mais uma vez ao cargo de [[prefeito]], elegeu-se e em [[2000]] foi reeleito, completando assim seu terceiro mandato enquanto prefeito. Em [[2004]] seu candidato à eleição perde para a ex prefeita: Srtª Maria Vieira de Mendonça, filha do então Chico de Miguel. Em [[2008]], Luciano Bispo de Lima vence a prefeita Maria Mendonça, que tentava a reeleição e parte para seu quarto mandato.
 
Durante os anos, a história política de Itabaiana é regida por uma situação de "richa" entre as vertentes seguidoras de Luciano e de Maria Mendonça. Nas eleições municipais para a gestão 2012-2016 o grupo da deputada estadual Maria Mendonça e do Senador Eduardo Amorim lançaram o nome do vereador Valmir dos Santos Costa " Valmir de Francisquinho" para disputar o cargo com o atual prefeito Luciano Bispo. Valmir ganhou as eleições e assume a pasta municipal depois de 5 mandatos como vereador de Itabaiana. Sua vice-prefeita é Lourdes Machado, que era vice de Luciano Bispo enquanto prefeito.
 
== Cultura ==
=== Vida musical de Itabaiana ===
Foi na música que o itabaianense mais se destacou, principalmente pela escassez de diversões numa cidade pequena, a sua mocidade, desde os doze anos, praticamente, se entregava de corpo e alma aos estudos musicais.
 
A vida musical começou desde o [[século XVIII]], e vem, portanto, alicerçada em dois séculos sob o rótulo de varias filarmônicos e de nomes célebres de maestros, em termos regionais.
 
A música começou em Itabaiana quando ela ainda era uma [[vila]], foi com o padre Francisco da Silva Lobo (1745-1768), fundador da vida musical com a criação de uma [[orquestra]] [[sacristia|sacra]] para acompanhar os ritos religiosos. Foi com essa orquestra, que o padre conseguiu despertar na vida do povo itabaianense o gosto pela música, essa raiz construída por ele pode haver uma continuação do seu trabalho e Itabaiana pode permanecer nesta vida musical.
 
Em [[1879]], Samuel Pereira de Almeida Filho da Terra, trouxe de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], [[instrumento]]s, transformando a orquestra em [[filarmônica]] e dando-lhe o nome de Eufrosina, sendo que esse período foi curto apenas de 1879 a 1897, quando se extingue. Sua criação se deu de fato em [[31 de outubro]] de [[1897]], mudando apenas de nome passou a se chamar Filarmônica Nossa Senhora da Conceição aproveitando-se os instrumentos da Filarmônica Eufrosina.
 
A sua presença está nos eventos festivos da cidade tais como procissões, inaugurações entre outros eventos não só municipais como também fora do município. Hoje a Filarmônica recebe também o nome de Orquestra Sinfônica de Itabaiana. Em sua sede há um [[museu]] de música, inaugurado em [[28 de agosto]] de [[1998]], onde estão expostos instrumentos musicais do [[século XX]] como também o acervo da filarmônica constituído de várias partituras de compositores e mestres itabaianenses (como os chama Sebrão Sobrinho).
 
=== Manifestações folclóricas de Itabaiana ===
A [[festa]] de [[Santo Antônio]], uma festa mesclada do [[tradicional]] [[sagrado]] e profano, ao [[mercado]] [[terapia|terapêutico]] de [[raíz]]es e [[planta]]s, os resquícios do [[carnaval]], a [[micareta]], os paus de sebo, as festas do mastro, e o [[reisado]] fazem parte do acervo tradicional e oral da cultura do povo na cidade.
 
No antigo Cruzeiro, atual Bairro São Cristóvão, tem o [[artesanato]] de [[barro]] com a fabricação de potes e utensílios de cozinha como panelas, pratos, etc. Estes produtos são comercializados na feira.
 
O [[forró]] é uma [[dança]] tradicional nos festejos [[festa Junina|juninos]] desde a época do [[Brasil Império|Império]] e até hoje é conservado essa tradição com grande euforia, principalmente no [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]].
 
A [[quadrilha]] é aplaudida desde o palácio imperial aos sertões. A grande dança palaciana do [[século XIX]] abria os [[baile]]s da corte em qualquer país [[Europa|europeu]] ou [[América|americano]], era a preferida pela sociedade inteira popular sem ter perdido o prestigio aristocrático. Foi transformada pelo povo, que lhe deu novas figuras e comandos inesperados constituindo o verdadeiro baile em sua longa execução de cinco partes gritadas pelo “marcante” ou “marcador”. A quadrilha não só se popularizou como dela apareceram várias divisões no interior. Assim a “quadrilha caipira” no interior [[São Paulo (estado)|paulista]], o baile sifilítico, na [[Bahia]] e [[Goiás]], a “Saruê” (deturpação de Soirée), no centro do Brasil e a “Massa Chico” e suas variantes campos. Em Itabaiana, desde [[1930]], possui organizadores e marcadores de quadrilha na Praça da Matriz.
 
A chegança é uma [[dança]] que representa a luta travada pelos [[cristão]]s para o batismo dos [[mouro]]s (árabes). É uma [[tradição]] que retrata a vida dos [[marinheiro]]s no dia-a-dia em suas viagens dentro de um [[navio]] com todos os perigos, com todas as aventuras, incluindo invasões e [[pirataria]]s que ocorrem no alto [[mar]]. Tais relatos ocorrem através de [[conto]]s que são comandados pelo capitão piloto, e os marinheiros que repetem as [[cantiga]]s que soam da boca do comando.
 
A [[festa]] do [[mastro]] que existia nessa cidade remonta o fim do [[século XIX]]. A brincadeira começava com a busca do mastro no “mato” e era transportado nos ombros dos brincadores ao som da caceteira (conjunto de [[zabumba]], [[caixa]], [[pife]]).
 
O [[reisado]] é uma tradição [[portugues]]a, vinda para o Brasil com os [[colonizador]]es. Comemora-se o nascimento de [[Jesus Cristo]] e a festa do dia de [[Reis]]. Constitui sempre as mesmas cenas, os mesmos personagens com ligeiras variações. O [[caboclo]] ou [[vaqueiro]], o [[boi]] janeiro, a [[onça]], o [[cavalo marinho]], a besta-fera, as figuras, a dona-do-baile e os tocadores. Seus personagens variam de acordo com a região e reisados. O [[caboclo]] é a figura principal da função que centraliza as atenções e as simpatias da assistência. Concluídos os [[baile|bailados]] e os [[sapateado]]s, entra em cena o boi janeiro que é feito com um [[cobertor]] de [[chitão]] estampado preso a uma [[caveira]] de boi enfeitado de papel-de-seda. Dois chifres, barulhentas guisas, um homem forte, servindo-se dessa cobertura, dança, é apoiado numa forquilha que sustenta a caveira. Depois das investidas do boi na assistência e no caboclo, acontece o primeiro assalto dos bichos no boi janeiro, a [[onça]] dá o primeiro salto, o caboclo consegue enxotar a onça, outros bichos tentam e falham e são vaiados pelo público. Até que a besta-fera consegue abater o boi. O caboclo [[reza]], [[chora]], lamenta, para reanimá-lo e já desengonçado passa a fazer a esperada partilha.
 
Em 1995, surgiu a [[Micarana]], que é um [[carnaval]] fora de época, onde surgiram vários blocos, tendo como organizadores os [[comerciante]]s deste município e com uma parceria com a [[prefeitura]] municipal. A Micarana arrasta à avenida principal inúmeros foliões e além da comunidade, turistas vêm apreciar esta bela festa.
 
== Aspectos sociais ==
=== Religiosidade ===
Quando os [[colono]]s fixaram as margens da Lomba e Jacarecica dando origem ao arraial de Santo Antonio, cuidaram logo em erguer uma [[capela]] para cultuar a [[Deus]].
 
Essa capela foi erguida em terras particulares, por isso os donos da [[terra]] era quem mandava. Mas o Pároco de São Cristóvão, padre Sebastião Pedroso de Góis queria vender o [[sitio]] Caatinga Ayres da Rocha e armou seu plano a fim de convencer a Irmandade das Almas. Por isso, mandava retirar a imagem de [[Santo Antonio]] da [[Igreja]] velha no período da [[noite]], deixando-o num galho da [[quixaba|quixabeira]]. Para os colonos era fácil descobrir o paradeiro do santo, já que propositadamente se deixavam pistas.
 
A ''Fuga'' verifica-se com frequência. Depois de cada ‘Fuga’ a imagem era levada em procissão para a capelinha. Não se tem data exata do início da construção da nova Igreja. Sabe-se que a Igreja Velha funcionou até [[1637]], mas já sem grande frequência, porque a transferência do padroeiro significou também a mudança da sede do arraial para outro sitio. Ficou porem, a lenda de ‘Santo Antonio Fujão’.
 
O ano de [[1675]] foi de grande importância para a vida [[religião|religiosa]] dos primeiros habitantes de Itabaiana. Além de a Irmandade ter sido convencida a comprar o [[sítio]] para erguer o novo templo, Itabaiana ganha a [[30 de outubro]], a condição de [[freguesia]] de Nossa Senhora da Vitória de Sergipe, em São Cristóvão. A nova igreja, construída em bases mais sólidas, entretanto, não resistiu por muito tempo. Em [[1760]] já estava praticamente em ruínas obrigando o Vigário Francisco da Silva Lobo a derrubá-la para construir outra.
[[Ficheiro:Igreja Nossa senhora do Bom Parto.jpg|thumb|200px|Igreja Nossa senhora do Bom Parto.]]
 
Diante da falta de recursos, em que se defrontou, o padre reuniu os moradores para a busca de uma nova solução. “Vendo que não havia mais para onde recorrer, senão para as paternais mãos de Sua Majestade tão cheias de piedade…”, dirige-se ao [[Rei de Portugal]], D. José, o pedido foi atendido em [[1764]].
 
Santo Antonio é homenageado, tendo o início das trezenas no dia [[31 de maio]] para seu término ser realizado no dia 12 de junho perfazendo assim treze noites. Celebrando a festa no dia 13 de junho, consagrando ao glorioso [[Santo Antonio]].
 
A [[instituição]] da [[Irmandade]] das Almas é a mais antiga e subsistente no [[Brasil]], foi criada há [[30 de outubro]] de [[1665]], devido ao desenvolvimento da cidade houve a necessidade de construir novas paróquias.
 
=== Futebol ===
Em Itabaiana na [[1920|década de vinte]], surgem dois clubes esportivos: Santa Cruz e o Brasil. Em [[10 de julho]] de [[1938]], foi fundado o Botafogo, com sede provisória na Rua Barão do Rio Branco. No dia 6 de novembro do mesmo ano, o senhor Irineu Pereira de Andrade muda o nome do referido time para Itabaiana Sport Club.
 
Na década de cinquenta houve modificação definitiva do nome para [[Associação Olímpica de Itabaiana]]. E a escolha das [[cor]]es [[azul]], [[vermelha]] e [[branca]], e a partir deste momento passou a ter grande expressão a nível nacional.
 
Possui o maior título do Futebol Sergipano: A [[Copa do Nordeste de Futebol de 1971|Copa Nordeste de 1971]], a qual conquistou eliminando clubes tradicionais em seus estados como [[Clube Náutico Capibaribe|Náutico]], [[Campinense Clube|Campinense]], [[ABC Futebol Clube|ABC]], [[Clube de Regatas Brasil|CRB]], [[Ferroviário Atlético Clube (Fortaleza)|Ferroviário-CE]], etc.
 
Um dos seus grandes feitos aconteceu no dia 23 de Fevereiro de 1980, quando, pela primeira fase da Taça de Ouro, foi ao [[Estádio Beira-Rio]] e venceu o [[Sport Club Internacional|Internacional]] de Porto Alegre pelo placar de 2x1, quebrando uma invencibilidade de 23 jogos do Colorado. Se o Internacional vencesse, deteria um recorde até hoje não alcançado por nenhum clube brasileiro: O de ficar invicto por 3 edições do Campeonato Brasileiro, já que havia empatado a última partida em 78 e venceu a competição de 79 invicto.
 
Coleciona também várias vitórias sobre grandes clubes brasileiros como [[Botafogo de Futebol e Regatas|Botafogo]], [[Sport Club do Recife|Sport]], [[Fortaleza Esporte Clube|Fortaleza]], [[Avaí Futebol Clube|Avaí]], [[Clube Atlético Paranaense|Atlético-PR]], [[Esporte Clube Bahia|Bahia]].
 
O [[Campeonato Sergipano de Futebol de 2005]] aconteceu entre 13 de fevereiro e 29 de maio de 2005 e reuniu dez equipes. O campeão foi o Itabaiana que quebrou um jejum de 7 anos sem conquistar o campeonato estadual. A equipe garantiu vaga na Copa do Brasil de 2006 e na Série C do Campeonato Brasileiro de 2005, além da participação na Copa Governo do Estado de Sergipe de 2005.
 
== Meios de transporte, segurança, educação e saúde ==
=== Transportes ===
Itabaiana, cidade que possui meio de transporte restrito em número de veículos e horários, tem sua vida economica facilitada pelo grande fluxo de [[caminhão|caminhões]] de [[carga]], e por isso Itabaiana á chamada “Capital dos Caminhões”.
 
=== Segurança ===
Devido ao grande [[crescimento populacional]] e ao desordenado [[crescimento]] [[urbano]], a questão da [[segurança]] em Itabaiana é precária. Existe uma [[delegacia]] das [[mulheres]] que atende a queixas feitas pelas mulheres a respeito dos seus cônjuges; e existe um [[batalhão]]
 
A delegacia regional de Itabaiana não possui [[veículos]] suficientes para prestar serviços à [[comunidade]] [[urbana]] e [[rural]], fazendo de maneira que deixa muito a desejar.
 
Em virtude disso a marginalidade se prolifera na cidade. Dentre as cidades sergipanas é sempre uma das primeiras em número de [[homicídio]]s, em média, 40 por ano.
 
=== Saúde ===
Na cidade estão localizados o [[hospital]] Dr. Pedro Garcia Moreno, que atualmente foi reformado e ampliado, atendendo as cidades circunvizinhas em casos de urgência média; a [[Maternidade]] São José, que presta um relevante papel, principalmente as parturientes de toda região; alem de inúmeras clinicas e consultórios particulares.
=== Educação ===
Desde 1925 a instrução em Itabaiana passou a ter uma importância maior no que se refere à [[educação]] sistemática no padrão instituição, porque a muito que a aprendizagem existia fora desses padrões. Mesmo com a ampliação da instrução [[pública]], ano se atinge todos os graus de ensino, somente o primário. Só em 1949 é que foi surgido Ginásio e em seguida o 2º grau (equivalente ao [[Ensino Médio]]).
 
Possui 62 escolas de ensino infantil, 80 de ensino fundamental (16.474 alunos), 6 de ensino médio (2.581 alunos) e duas Universidades, sendo uma particular (UNIT) e outra Federal ([[UFS]]), além do Projeto de Qualificação Docente (PQD) e a Universidade Vale do Acaraú (UVA).
 
== {{Bibliografia}} ==
* SANTOS, Jadson de Jesus; SANTOS, Ivana Silva e RODRIGUES, Jamile Oliveira. Relatório de Campo: “ITABAIANA E TODOS OS SEUS ASPECTOS”. Supervisionado pelos professores do Núcleo de Geografia da Universidade Federal de Segipe: Itabaiana - SE, 2006.
* CARVALHO, Vladimir Souza. Santas Almas de Itabaiana Grande. Edições Serrano: Itabaiana – SE, 1973.
* CARVALHO, Vladimir Souza. A república velha em Itabaiana. Fundação Oviêdo Teixeira: Aracaju, 2000.
* DANTAS, Ibarê. Coronelismo e Dominação. Universidade Federal de Sergipe, PROEX/CECAC/programa Editorial: Aracaju, 1987.
* COSTA, José Eloízo da. O Capesinato em Itabaiana (SE): uma abordagem Chaynoviana. Dissertação de mestrado, UFS: 1992.
* MOTENEGRO, Antonio Torre
. Historia oral e memória: Cultura popular revistada, 3ª ed. Contexto: São Paulo, 2001.
* SANTOS, Adelci Figueiredo. Geografia de Sergipe, por Aldeci de Figueiredo Santos e José augusto Andrade. Aracaju, Secretaria de ed. E Cultura; Universidade Federal de Sergipe, 1986.
* BOM MEIHY, José Carlos Sebem. Manual de história oral. São Paulo: Loyola, 1996.
* SANTOS, Lenalda Andrade e OLIVA, Terezinha Alves de. Para conhecer a história de Sergipe. Opção: Aracaju, 1998.
* MARQUES, Núbia. Do campo à metrópole: G.Barbosa na macro economia brasileira. J. Andrade: Aracaju, 1999.
 
{{Referências}}
 
== {{Ligações externas}} ==
* {{Link||2=http://www.itabaiana.se.gov.br |3=Página da prefeitura}}
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