Leonor de Portugal, Imperatriz Romano-Germânica: diferenças entre revisões

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'''Leonor de Portugal''' (em Português antigo ''Lyanor'' ou ''Lianor'') ([[Torres Vedras]], [[18 de setembro]] de [[1434]] - [[Wiener Neustadt]], [[3 de setembro]] de [[1467]]) foi uma infanta portuguesa da [[Dinastia de Aviz]], filha do rei [[Duarte de Portugal]] e da sua esposa [[Leonor de Aragão, Rainha de Portugal|Leonor de Aragão]]. Quando o seu pai morreu em [[1438]], a infanta com apenas quatro anos é confiada à regência, primeiro de sua mãe e depois de seu tio o [[D. Pedro, Duque de Coimbra|Infante D. Pedro, Duque de Coimbra]]. Foi criada juntamente com suas irmãs [[Catarina de Portugal (1436)|D. Catarina]] e [[Joana de Portugal, Rainha de Castela|D. Joana]] em Lisboa.
 
Graças à projeção internacional de Portugal a partir de [[século XV|Quatrocentos]] devido aos [[Descobrimentos]] e às riquezas daí resultantes, Dona Leonor é considerada para esposa do [[Luís XI de França|Delfim de França, Luís de Valois]] e do [[Frederico III da Germânia|Imperador Frederico III]]. As negociações deste último projeto revelam-se frutíferas e os esponsais celebram-se em [[1451]]. Dona Leonor parte para [[Itália]] para se reunir ao marido, sendo ambos coroados pelo [[Papa Nicolau V]] na [[Basílica de São Pedro]], em [[Roma]], a [[16 de março]] de [[1452]]. Foi a última Imperatriz do [[Sacro-Império Romano-Germânico]] a ser coroada em Roma pelo [[Sumo Pontífice]].
 
Do enlace entre as Dinastias de Aviz e de [[Casa de Habsburgo|Habsburgo]] nasceram cinco filhos, dos quais dois sobreviveram:[[Maximiliano I da Germânia]], que sucedeu a seu pai e [[Cunegunda da Áustria]] (1465-1520), que se casaria com [[Alberto IV]] [[Duque da Baviera]]. De Dona Leonor descende toda a linhagem da [[Casa de Áustria]]; entre os seus bisnetos contam-se o [[Carlos I de Espanha|Imperador Carlos V]], ''Senhor do Mundo'', que iniciou o ramo espanhol da Casa de Áustria que viria a reinar em Portugal, e o [[Fernando I, Sacro Imperador Romano-Germânico|Imperador Fernando I]], que deu origem ao ramo austríaco da [[dinastia de Habsburgo]].
 
== Família==
 
[[Ficheiro:Painéis_de_São_Vicente3.jpg|thumb|135px|left| [[Painéis de São Vicente de Fora|Painel do Infante]] onde figuram alguns dos familiares de D.Leonor. Estão presentes o [[Duarte I de Portugal|pai]], o ''Infante de Roxo'', a [[Leonor de Aragão, Rainha de Portugal|mãe]], o [[Afonso V de Portugal|irmão]](de joelhos) e a prima [[Isabel de Avis, Rainha de Portugal|D.Isabel]]. Obra de [[Nuno Gonçalves]]]]
 
D. Leonor nasceu no seio de uma das famílias reais mais cultas do século XV e numa corte cuja riqueza e prosperidade apenas aumentaram durante a sua vida. Filha de um dos príncipes da [[Ínclita Geração]], Dona Leonor cresceu envolvida pelos exemplos de nobreza e distinção dos seus familiares. O seu pai era o [[Duarte I de Portugal|''Rei Filósofo'']], o autor de tratados de montaria, a personificação do cavaleiro galante; o seu tio [[D. Pedro, Duque de Coimbra|D. Pedro]], [[Duque de Coimbra]] em Portugal e [[Duque de Treviso]] em Itália, dito o príncipe mais culto do seu tempo, era o ''Infante das Sete Partidas'' que correra o mundo conhecido<ref>[http://www.vidaslusofonas.pt/infante_d_pedro.htm Infante D. Pedro - Regente de Portugal: 1392 – 1449, por Fernando Correia da Silva]</ref>; o seu tio [[Henrique, o Navegador|D. Henrique]], dito ''o Navegador'', era o homem de visão que impulsionava o Reino para novos caminhos de riqueza e glória; a sua tia [[Isabel de Portugal, Duquesa da Borgonha|D. Isabel]], Duquesa consorte da Borgonha, era cada vez mais respeitada por toda a Europa como uma das mais inteligentes governantes do seu tempo e o seu tio [[Fernando, o Infante Santo]] morreu cativo em África pela honra de Portugal e do Rei, seu irmão. Foi no seio destas personagens e dos seus exemplos que D. Leonor cresceu.
 
==Juventude==
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D. Pedro entrega D. Leonor aos cuidados de D. Guiomar de Castro<ref>PINA, Rui de. cap. LXVI.</ref> dama de nobre e elevada linhagem, filha do Senhor de Cadaval e esposa do aio do Infante D. Afonso, D. [[Álvaro Gonçalves de Ataíde]], futuro [[Conde de Atouguia]]. A partir de [[1445]], após a morte de sua mãe, sabe-se que a Infanta terá tido casa própria juntamente com suas duas irmãs. Sabe-se que terão servido na casa das Infantas, entre outros, Beatriz Pereira, Branca de Lira, D. Violante Lopes, Maria Rodrigues, Catarina Lopes Bulhoa, Diogo de Torres e Fernão de Torres.<ref>SOUSA VITERBO (1910) pág. 43-46</ref> D. Leonor tem à data onze anos e datam muito provavelmente desta altura as primeiras comunicações entre os seus tios D. Pedro e D. Isabel, Duquesa da Borgonha, no que respeita às futuras alianças matrimoniais das Infantas.<ref name="ReferenceA">COELHO, M.H. da Cruz (2002-2003) pág. 47</ref>
 
===Os amores de D. João de Menezes da Silva===
 
D. Leonor cresceu na corte, em Lisboa, e dos seus últimos anos em Portugal pouco se conhece. Especula-se em algumas fontes quanto os amores que um certo jovem fidalgo da altura lhe terá tido no fim da década de 40 daquela centúria, quando D. Leonor contava com 16 anos e o seu contrato de casamento era já negociado. Era esse fidalgo [[Beato Amadeu|D. João de Menezes da Silva]], três anos mais velho que a Infanta, filho do Alcaide de Campo Maior e de D. Isabel de Menezes, da [[Marquês de Vila Real|Casa de Vila Real]], irmão do futuro [[Conde de Portalegre]] e de [[Santa Beatriz da Silva]] <ref name="COELHO, M.H 2003"/>. Teria o jovem acesso à Infanta por intermédio de D. Guiomar de Castro, de quem era primo co-sobrinho pelo lado materno. Conta-se que passou a Itália na armada que levou a Infanta D. Leonor e que, após o casamento desta, abraçou a vida religiosa; segundo as mesmas fontes tê-lo-á feito por desgosto de ver a sua amada casada com outrem. Tomou ordens como Frei Amadeu e ficou conhecido para a história como Beato Amadeu.<ref>SARAIVA, A.J. (1990) pág. 83-83</ref>
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==O contrato matrimonial==
 
{{Casa de Avis - Descendência}}