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'''Os fidalgos da casa mourisca''' é um [[romance]] [[póstumo]] do escritor [[Portugal|português]] [[Júlio Dinis]], publicado em [[1871]].
A obra conta a história dos fidalgos Negrões de Vilar dos Corvos, uma família abalada por várias tragédias que vive na Casa Mourisca, uma mansão antiga localizada no [[Alto Minho]]. Na altura em que se desenrolam os acontecimentos mais importantes da história, a família está reduzida a doistrês membros: D. Luís Negrão de Vilar de Corvos, um "velho sexagenário, grave, severo e taciturno", e os seus dois filhos mais novos, Jorge e Maurício.<ref>Dinis Júlio, "Os Fidalgos da Casa Mourisca", Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, pág. 44</ref>
== História ==
D. Luís é um velho fidalgo, que vê a sua vida destruída por sucessivas tragédias, afundado em dívidas, assiste à morte da mulher e da filha mais nova.
No primeiro capítulo da obra faz uma breve introdução sobre o passado da família da Casa Mourisca. Explica-se que o nome da casa vem da tradição popular portuguesa. "''Quando, no centro de qualquer aldeia, se eleva um palácio, um solar de família, distinto dos edifícios comuns por qualquer arquitectónica mais saliente, ouvireis designá-lo pelo nome de Casa Mourisca'' (...)".<ref>Dinis Júlio, "Os Fidalgos da Casa Mourisca", Biblioteca Ulisseia de Autores Portugueses, pág. 41</ref> O chefe da família é D. Luís, um segundo filho de uma prestigiada família nobre provinciana que deixa uma carreira diplomática no estrangeiro para regressar a Portugal com o objectivo de defender as tropas absolutistas durante as [[Guerra Civil Portuguesa|Guerras Liberais]].D. Luís é casado com a filha de um fidalgo que tinha conhecido na corte de Viena, local onde o casal viveu durante alguns anos. O casal tem seis filhos, mas os três mais velhos acabam por morrer ainda novos, deixando apenas dois rapazes e uma rapariga: Jorge, Maurício e Beatriz.
Jorge e Maurício pretendem inverter a situação e erguer novamente o nome da casa e da família e devolver a prosperidade aquelas paragens.
Berta da póvoa é uma rapariga elegante, virtuosa, de bons costumes que regressa a casa depois de ser educada na cidade. É filha de Tomé da Póvoa, o antigo caseiro de D. Luís, que conseguiu singrar na vida com muito trabalho e dedicação e afilhada do fidalgo da casa Mourisca.
Jorge apaixona-se por Berta sendo que o seu amor é correspondido, porém, a diferente condição social dos dois, Jorge é fidalgo e Berta é plebeia, impede-os de dar largas ao seu amor e de casarem. Por isso, e por entre juras de amor eterno, combinam secretamente, que devem seguir caminhos diferentes.
Devido à debilitada condição de D. Luís, o fidalgo é amparado pela sua afilhada. D. Luís nutre um carinho muito grande por Berta da Póvoa reconhecendo-lhe características de personalidade muito nobres.
Durante as Guerras Liberais, a família da esposa de D. Luís apoia a causa liberal, o que o leva a cortar os laços familiares com eles. O irmão mais novo da esposa, e aquele que lhe é mais querido, junta-se ao exército liberalista, sendo perseguido e preso pelo cunhado. Mais tarde acabaria por morrer numa das últimas batalhas para grande desgosto da irmã. A saúde da esposa de D. Luís é afectada por estes acontecimentos, o que, juntamente com a morte dos seus três filhos mais velhos, leva o fidalgo a sentir remorsos pela forma como tratou a esposa. Quando recebem a visita de um liberal ferido em sua casa, D. Luís recebe-o bem e permite-lhe que entregue a sós à esposa uma medalha que o irmão lhe tinha confiado. Mais tarde este homem torna-se hortelão da família e acabará por influenciar a educação dos seus filhos, principalmente de Jorge.
Jorge entretanto vai recuperando a prosperidade das terras e devolvendo o bom nome à casa, enquanto que Maurício inicia-se na vida diplomática em Lisboa, ao cuidado da prima dos Bacelos, com quem acabaria por se casar.
D. Luís acaba por descobrir o amor entre Jorge e Berta e para espanto de todos concede que o casamento se faça.
Jorge e Berta puderam assim viver o seu amor e D. Luís ver a prosperidade e a felicidade regressar à sua herdade.<ref>Dinis Júlio, "Os Fidalgos da Casa Mourisca".Link http://portugues.free-ebooks.net/ebook/Os-Fidalgos-da-Casa-Mourisca}}</ref>
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