Pietro Stangherlin: diferenças entre revisões

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Na década de 1870, chegando à Itália a propaganda do governo brasileiro [[Imigração italiana no Rio Grande do Sul|incentivando a imigração]], despertou nele a ideia de radicar-se em outras terras. Sua família era pobre e a Itália da época, tumultuada por guerras e fome, não oferecia perspectivas de crescimento, e seu médico também havia aconselhado a mudança, esperando que em um país de clima mais ameno seus problemas de saúde encontrassem algum lenitivo.<ref name="Lazzari"/>
 
Viajou em 1876, chegando no Rio de Janeiro em 25 de agosto e transferindo-se imediatamente para Caxias do Sul. Logo começou a oferecer seus serviços de marcenaria e fazia consertos gerais, mas encaminhava-se cada vez mais para a área das artes, encarregando-se de trabalhos de decoração, pintura e desenho, incluindo retratos.<ref name="Lazzari"/> Não tardou em aventurar-se também pela escultura, modalidade de arte da qual foi o pioneiro na cidade, que veio finalmente a dominar sua produção, e onde deixou suas obras mais expressivas, todas no campo da [[arte sacra]]. Sua falta de preparo artístico formal não impediu que se dedicasse com entusiasmo a esta nova seara. Segundo [[Athos Damasceno]], se bem que seus primeiros esforços, datados da década de 1880, tenham produzido fracos resultados, como seria de esperar, em breve dominou o ofício. Não tardou em aventurar-se também pela escultura, modalidade de arte da qual foi o pioneiro na cidade, que veio finalmente a dominar sua produção, e onde deixou suas obras mais expressivas, todas no campo da [[arte sacra]].<ref name="Damasceno">Damasceno, Athos. ''Artes Plásticas no Rio Grande do Sul''. Porto Alegre: Editora Globo, 1971.</ref>
 
A ausência de outros artistas na região lhe foi favorável.<ref name="Adami"/> Em pouco tempo reuniu uma clientela, juntou economias e pôde construir uma casa-atelier na rua Sinimbu, mandando trazer da Itália parentes que ainda estavam lá, sua mãe e seus irmãos Giovanni, Luisa e Assunta.<ref name="Expressão"/> Sua saúde também apresentava melhora, e já podia andar somente com uma bengala. Contudo, em 1883 chegou a Caxias [[Tarquinio Zambelli]], outro santeiro habilidoso, que veio a se tornar o seu grande competidor no mercado. Pouco depois casou com a viúva Leticia Rancon (ou Rancam), que lhe deu muitos filhos, dos quais só sobreviveram à infância duas meninas, Adelina e Corina.<ref name="Lazzari"/><ref name="Expressão"/>
 
Em 27 de setembro de 1887 naturalizou-se brasileiro. Seu título de eleitor de 1890 o apresenta como "escultor", indicando que já era um profissional reconhecido.<ref name="Lazzari"/> Atuou não só na cidade de Caxias do Sul, mas em outras nos arredores, e suas obras eram bastante requisitadas, povoando igrejas e capelas da região.<ref name="Adami"/><ref name="Damasceno"/> Em 1901 apresentou na ''Exposição Estadual'' uma escultura alegórica, representando a cidade que o acolheu, peça que recebeu ''Medalha de Bronze''. Tornou-se uma figura popular na cidade, participando de muitas associações, clubes e da decoração dos tradicionais desfiles de carros alegóricos por ocasião das [[Festa da Uva|Festas da Uva]].<ref name="Damasceno"/> Sua filha Adelina casou com [[Michelangelo Zambelli]], filho de seu antigo rival Tarquinio, dando origem a uma oficina de santeiros ativa na cidade até há poucos anos. Em seus anos finais colaborou com [[Francisco Meneguzzo]], afamado na região por seus elaborados altares em madeira entalhada.<ref name="Lazzari">Lazzari, Nátali Cristina. [http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/70410 ''Escultura Religiosa na Colônia Caxias: um estudo sobre a obra de Pietro Stangherlin e Tarquinio Zambelli'']. TCC de Artes Visuais, orientadora: Paula Viviane Ramos. UCS, 2013.</ref> Em 1912, estando a consertar uma fechadura, caiu sobre sua perna prejudicada, que quebrou-se e [[gangrena|gangrenou]], condição que o levou à morte.<ref name="Expressão"/>
 
==Obra==