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Na verdade, identificar vácuo com espaço não ocupado por alguma coisa é uma concepção errônea inclusive no domínio da física clássica, pois, mesmo quando não há matéria em uma região do espaço ela continua preenchida e percorrida por campos e ondas. Não é desprovido de qualidades o espaço onde estão e se movem objetos ou sistemas e, ainda que possamos dizer que um objeto se desloca no vácuo quando não encontra outras partículas em seu trajeto, o espaço clássico nunca é literalmente vazio. Mas não se trata do velho conhecido éter que físicos de outras épocas propuseram como preenchendo todo o espaço e servindo de meio de propagação da luz e de outras [[ondas eletromagnéticas]].
==Partículas nuas e vestidas==
Suponhamos que um elétron fosse colocado no vácuo. Poder-se-ia pensar que nada aconteceria, porém como o vácuo está cheio de pares elétron-pósitron virtuais, o elétron sendo negativo repeliria todos os elétrons virtuais e atrairia todos os pósitrons virtuais dos pares existentes na região do [[vácuo]] em torno de si. O elétron ficaria, assim, envolto por uma nuvem de pósitrons virtuais. O vácuo ficaria então polarizado pelo elétron.
 
Qual o efeito disso? A [[carga]] do [[elétron]] fica parcialmente blindada pela nuvem do pósitrons virtuais. De longe não faz diferença. O que se "vê" é o elétron e a nuvem como um todo e não se pode distinguir que parte da carga do elétron é dele mesmo e que parte é da nuvem polarizadora. É o elétron físico, conhecido, que gera corrente nos fios e que tem carga -e. É o elétron do "dia-a-dia": o elétron "vestido", ou seja, com a nuvem.
 
Um elétron sem a nuvem de pósitrons virtuais é chamado de "elétron nu". Em altas energias, o efeito da polarização pode ser percebido: a medida que o elétron vai sendo "despido", sua carga elétrica aumenta. Ou seja, a carga elétrica do "elétron nu" é maior do que a do elétron "vestido" (o velho conhecido elétron), o que explica porque a lei de Coulomb não vale para dois elétrons a uma distância inferior a 10<sup>-11</sup>cm. Quer dizer, em distâncias dessa ordem a força entre dois elétrons é um pouco maior do que aquela que se esperaria a partir da lei de Coulomb (ibid).
 
Interessante como as coisas mudam no domínio do muito pequeno: as partículas virtuais violam a conservação da energia, mas por muito pouco tempo (se não há um aporte de energia para que uma partícula virtual vire partícula real ela logo desaparece); a [[lei de Coulomb]] não dá o resultado esperado porque nesse domínio o elétron pode "ficar nu" e sua carga aumenta porque diminui o efeito da polarização.
 
Assim como na [[eletrodinâmica quântica]] os elétrons estão envolvidos por uma nuvem de pósitrons virtuais, na [[cromodinâmica quântica]] os quarks estão envoltos em as partículas (massivas) W e Z, o problema passou a uma nuvem de glúons (o vácuo também está cheio de ser a detecção do [[bóson de Higgs]], o que até agora, pasglúons, partículas igualmente virtuais). Pode-se, então, sados mais de quarenta anos, ainda não aconteceu, mas falar também de quarks "nus" e quarks "vestidos" ou de um modo geral, em "partículas nuas" e "vestidas".
== Testes e predições ==
O modelo padrão predisse a existência dos bósons W e Z, dos glúons, do quark top e do quark charm antes que estas partículas fossem observadas. Suas propriedades preditas foram confirmadas experimentalmente com uma boa precisão.