Revolta Judaica contra Heráclio: diferenças entre revisões

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|parte_da = [[Guerra bizantino-sassânida de 602-628]], [[Guerras Romano-Sassânidas]]
|imagem =[[Ficheiro:Byzantiumby626AD-pt.svg|300px]]
|legenda =Mapa da região em 626 d.C.
|data_início = {{dtlink|||614}}
|data_fim = {{dtlink|||629}}
|local = [[PalaestinaPalestina Prima]]
|latd = |latm = |lats = |latNS =
|longd = |longm = |longs = |longEW =
|status =
|resultado =* Governo de judeus e sassânidas sobre a PalaestinaPalestina. <br>* Massacres mútuos entre cristãos e judeus. <br>* Expulsão dos judeus da região.
|território =PalaestinaPalestina Prima temporariamente anexada ao Império Sassânida como parte da [[Comunidade Judaico-Sassânida]], ma abandonada pelos persas em menos de cinco anos e revertida aos bizantinos em 625.
|combatente1 ={{flagiconIB|Império Bizantinolábaro}} [[Império Bizantino]]
|combatente2 ={{noflagicon|Império flagSassânida}} [[Império Sassânida]]<br/>{{no flag}} Aliados [[judeus]]
|comandante1 ={{flagicon|Império Bizantino}} [[Heráclio (imperador)|Heráclio]]<br />{{no flag}} [[Zacarias de Jerusalém|Patriarca Zacarias]]<br />{{no flag}} Abba Modestus
|comandante2 ={{noflagicon|Império flagSassânida}} [[Sharbaraz]]<br/>{{noflagicon|Império flagSassânida}} [[Neemias ben Hushiel]]<br/>{{noflagicon|Império flagSassânida}} [[Benjamin de Tiberias]]
|força1 =Contingente grego em Jerusalém<br>Exército bizantino
|força2 =Exército sassânida<br>26 000 rebeldes judeus
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== Contexto ==
Durante os primeiros estágios da [[guerra bizantino-sassânida de 602-628]], [[Cosroes II]] decidiu realizar um movimento tático estabelecendo uma aliança com a população judaica do Império Sassânida, com a promessa de re-estabelecer um governo judaico na [[Terra de Israel]] (província bizantina da [[PalaestinaPalestina Prima]] na época)<ref name=abrahamson/>. Em função deste pacto com Cosroes, [[Neemias ben Hushiel|Neemias]], filho de um [[exilarca]] judeu, conseguiu recrutar um exército com 20 000 soldados na Pérsia e marchou para o Levante com as tropas persas{{carece de fontes}}.
 
== Revolta ==
Após a [[Batalha de Antioquia (613)|vitória em Antioquia]], o exército judaico-sassânida, comandado por [[Sharbaraz]], chegou à PalaestinaPalestina Prima e [[Cerco de Cesareia (614)|conquistou]] [[Cesareia Marítima]]. Ao exército então se juntaram as forças comandadas por [[Benjamim de Tiberias]] (de acordo com fontes judaicas, um homem riquíssimo), que alistou e armou soldados vindos de [[Tiberias]], [[Nazaré]] e das cidadascidadaes nas montanhas da [[Galileia]]. Reforçado, o exército marchou então para [[Jerusalém]]. Posteriormente, se juntaram ainda ao exército os judeus dos territórios ao sul do país, assim como um contingente de [[árabes]]. O exército combinado então [[cerco de Jerusalém (614)|conquistou]] Jerusalém em julho de 614, após um cerco de vinte dias<ref name=abrahamson>[http://www.eretzyisroel.org/~jkatz/The%20Persian%20conquest%20of%20Jerusalem%20in%20614CE%20compared%20with%20Islamic%20conquest%20of%20638CE.pdf The Persian conquest of Jerusalem in 614 CE compared with Islamic conquest of 638 CE] By Ben Abrahamson and Joseph Katz</ref>. De acordo com [[Antíoco Strategos]], dezenas de milhares de cristãos foram massacrados durante a ccnquista<ref name=Antiochus>[http://www.tertullian.org/fathers/antiochus_strategos_capture.htm Antiochus Strategos, ''The Capture of Jerusalem by the Persians in 614 AD''], [[F. C. Conybeare]], English Historical Review 25 (1910) pp. 502–517.</ref>.
 
== A comunidade judaico-sassânida ==
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=== Massacre dos judeus (629) ===
Em 629, a situação piorou, resultando num massacre de grandes proporções da população judaica por toda a região de Jerusalém e da [[Galileia]] e provocando uma fuga em massa de dezenas de milhares de refugiados da PalaestinaPalestina para o [[Egito Antigo|Egito]]. De acordo com [[Eutíquio de Alexandria|Eutíquio]] (887-940), o imperador teria feito a paz com os judeus se não tivesse sido instigado por [[monge]]s fanáticos a iniciar o massacre<ref>Eutychius, ii. 241</ref>. Alega-se que, como [[:wikt:contrição|contrição]] pela violação de um juramento feito aos judeus, os monges se propuseram a jejuar - um costume ainda mantido pelos [[coptas]]<ref>Elijah of Nisibis. ''Beweis der Wahrheit des Glaubens'', translation by Horst, p.108, Colmar, 1886</ref>. Porém, estas alegações são disputadas pela [[Igreja Copta]]<ref>The Coptic Encyclopedia, Volume 3, (CE:1093a-1097a). Published in print by Macmillan, reproduced with permission at http://ccdl.libraries.claremont.edu/col/cce.</ref>.
 
Acredita-se que Heráclio tenha sonhado que uma grande destruição ameaçava o [[Império Bizantino]] pelas mãos de um povo [[circuncisão|circuncidado]] (o que de fato aconteceu com a conquista de vastas extensões de território nos séculos seguintes pelos [[muçulmanos]]). Por isso, ele se propôs a destruir todos os judeus que não se convertessem; há relatos de que ele teria aconselhado [[Dagoberto I|Dagoberto]], [[rei dos francos]], a fazer o mesmo<ref>Pertz, "Monumenta Germaniae Historica," i. 286, vi. 25; compare Joseph ha-Kohen, "'Emeḳ ha-Baka," tr. Wiener, p. 5</ref>. Por volta desta época, a situação dos judeus era tão desesperada que a [[Sibila Tiburtina]] afirmou que a comunidade judaica inteira do império estaria convertida em 120 anos<ref name=sackur>Sackur, "Sibyllinische Texte," p. 146, Halle, 1898, parece fazer referência a estas ocorrências, pois por volta de 120 anos se passaram desde o tempo da [[Guerra Anastácia|guerra contra os persas]] sob o imperador [[Anastácio I (imperador)|Anastácio]], em 505, e a vitória de Heráclio em 628.</ref>.
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== Na literatura.==
Os eventos ocorridos nas batalhas entre persas e bizantinas no Levante e a posterior conquista árabe inspiraram diversos escritos [[apocalipse|apocalípticos]] judaicos no início da [[Idade Média]]<ref name=sackur/>. Entre eles, o [[Apocalipse de Zerubabel]], que se refere em partes aos eventos da conquista judaica da [[PalaestinaPalestina Prima]] em 614.
 
== Ver também ==