Bairro da Paz (Salvador): diferenças entre revisões

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O '''Bairro da Paz''' (antigo ''Bairro das Malvinas'') é um [[bairro]] de [[Salvador (Bahia)|Salvador]], [[Bahia]].<ref>[http://g1.globo.com/bahia/noticia/2012/04/fornecimento-de-agua-e-interrompido-em-salvador-e-regiao-diz-embasa.html Bairros de Salvador]</ref>
 
<ref>[http://www.culturatododia.salvador.ba.gov.br/vivendo-polo.php?cod_area=5&cod_polo=44]</ref>
 
BAIRRO DA PAZ
 
O Bairro da Paz situa-se nas proximidades da Av. Luís Viana Filho - Av. Paralela - zona norte da cidade de Salvador. Sua ocupação começou em 1982, inicialmente com 1.230 famílias, se consolidando ao longo da década de 80. O processo de ocupação foi marcado pela disputa dos moradores junto ao governo, culminando em diversos enfrentamentos com a polícia, que fazia do local um verdadeiro campo de batalha. Surge, então, o primeiro nome do bairro: Malvinas, uma analogia a Guerra da Malvinas entre Inglaterra e Argentina.
 
Na década de 90, as primeiras reivindicações populares começaram a ser atendidas, dando ao local características de bairro: instalação de telefones públicos, transporte coletivo, rede de energia, implantação de uma escola, posto de saúde. Em 1992, entidades ligadas à Igreja Católica, que acompanharam o processo de ocupação, sugerem um plebiscito para a mudança do nome do bairro, que passa a se chamar: Bairro da Paz.
 
Constituído, basicamente, por imigrantes da área rural, a maioria dos seus primeiros habitantes convive, hoje, com uma juventude que traz aspectos do mundo urbano, fazendo com que, no Bairro da Paz, a cultura urbana e rural convivam num mesmo ambiente.
 
O bairro da Paz, localizado entre as avenidas Paralela e Orlando Gomes, formou-se a partir da ocupação inapropriada dessa área, que pertencia à Prefeitura, por pessoas de baixa renda. A construção recente das Avenidas surtiram um efeito de super-valorização da área, que foi o principal motivo da reação das autoridades locais. A região do miolo foi ocupada quase sempre da mesma maneira e não sentiu a presença da lei. Na época das primeiras ocupações, em 1982, o governo tentou remover a população diversas vezes, mas as pessoas voltavam e reconstruíam suas casas, mesmo sujeitas aos abusos das autoridades. Diante da resistência dos moradores, a Prefeitura partiu para a negociação e, depois de muitos conflitos tensos, a comunidade estabeleceu-se e ainda conseguiu mudar o próprio nome, Malvinas, que fazia alusão a uma guerra que acontecia na época da fundação.
 
De lá para cá, o Bairro da Paz adensou-se e hoje tem cerca de 65 mil habitantes. A assistência recebida por eles é deficiente em relação à sua localização e o bairro é conhecido como um lugar violento. Na visão dos moradores, é unânime o sentimento de exclusão: eles se sentem claramente acuados com o desenvolvimento da Av. Luis Viana Filho (Mais conhecida como Av. Paralela), plena de empreendimentos residenciais de grande porte voltados para as classes A e B. O seu [[IDH]] é o terceiro pior de [[Salvador (Bahia)|Salvador]] com 0.664, atrás apenas de [[Fazenda Coutos]] e [[Felicidade]].
 
 
O Bairro da Paz adotou como data de fundação o dia 23 de abril de 1982. Pessoas de baixa renda ocuparam irregularmente um terreno que pertencia à Prefeitura Municipal. A repressão sofrida não surtiu efeito, de forma que a população sempre voltava e reconstruía os barracos. A gravidade dos conflitos entre eles e as autoridades foi aumentando e o caso ganhou destaque na imprensa baiana. Como, na época, a Argentina e a Inglaterra guerreavam pela ilha das Malvinas, assim ficou conhecida a localidade. Enquanto isso, a Prefeitura usava de força policial e demolia os barracos, que a comunidade insistia em reconstruir. Como a ação não surtia efeito, a Prefeitura cedeu e passou a negociar com os moradores, até que conseguiu transferi-los para uma área em Coutos, a Malvinas de Coutos. Naturalmente, depois de perceber que foram ludibriados e que o local não correspondia com o da ocupação inicial por ser um local de difícil acesso, a maioria dos moradores saiu de lá e voltou a ocupar a mesma área de antes, em 1986.