Hidrologia: diferenças entre revisões

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Sabe-se que Aristóteles interpretou os processos de evaporação e condensação atmosférica como intimamente relacionados à precipitação e admitiu que parte da chuva contribuísse para os rios, superficialmente, e que outra se infiltrasse e pudesse chegar às nascentes. Essa contribuição, segundo ele, seria, todavia, muito pequena e a maior responsabilidade pela surgência de água nos continentes seria o resultado da condensação da umidade atmosférica em profundas cavernas subterrâneas, uma dupla analogia com as cavernas calcárias do litoral do Mediterrâneo, com as quais os gregos estavam muito familiarizados.
 
Foi [[Marcus Vitruvius Pollio]], engenheiro e arquiteto romano que viveu na época de Cristo, quem admitiu que a chuva que caía nas altas montanhas, infiltrava-se e ressurgia no sopé das elevações, formando os rios. Foi a primeira teoria de infiltração que rompeu os tabus dos conceitos antigos consolidados na época.
 
Esses preconceitos e essas teorias dominaram o pensamento humano até fins do [[século XVII]], apresentando como únicas honrosas exceções, [[Leonardo da Vinci]] e Bernard [[Palissy]]. Da Vinci (1452-1519) explicou a salinidade dos mares pela ação das águas continentais que se infiltravam, dissolviam e carreavam os sais do subsolo para os oceanos, onde esses sais permaneciam. Palissy concebeu uma teoria da infiltração como hoje é aceita, pela qual as águas infiltradas iam formar as fontes e nascentes, todas as águas tendo como origem as precipitações. Essas ideias revolucionárias somente foram confirmadas e consagradas pelos estudos de [[Pierre Perrault]] (1608-1680), Edmé [[Mariotte]] (1620-1684) e [[Edmond Halley]] (1656-1742), franceses os dois primeiros, sendo o último o célebre astrônomo inglês. Foram eles os primeiros que puderam demonstrar, quantitativamente, as ideias de Palissy e Da Vinci, criando, dessa forma, uma hidrologia conceitualmente científica, libertando-a do subjetivismo a que, até então, estava subordinada.