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'''Omar ibn al-Khattab''' ou '''Umar ibn al-Khattab''' ([[língua árabe|árabe]]: '''عمر ابن الخطاب'''; [[Meca]], [[Circa|ca.]] [[586]] — [[Medina]], [[3 de Novembronovembro]] de [[644]]), conhecido em [[Língua portuguesa|português]] simplesmente como '''Omar''' ou '''Umar''', foi o segundo dos [[califa]]s [[Islão|muçulmanos]] ([[634]]-644), o mais poderoso dos [[califas bem guiados]] e um dos mais poderosos e influentes governantes muçulmanos.<ref>Ahmed, Nazeer, ''Islam in Global History: From the Death of Prophet Muhammad to the First World War'', American Institute of Islamic History and Cul, 2001, p. 34. ISBN 0-7388-5963-X.</ref>
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'''Omar ibn al-Khattab''' ou '''Umar ibn al-Khattab''' ([[língua árabe|árabe]]: '''عمر ابن الخطاب'''; [[Meca]], [[Circa|ca.]] [[586]] — [[Medina]], [[3 de Novembro]] de [[644]]), conhecido em [[Língua portuguesa|português]] simplesmente como '''Omar''' ou '''Umar''', foi o segundo dos [[califa]]s [[Islão|muçulmanos]] ([[634]]-644), o mais poderoso dos [[califas bem guiados]] e um dos mais poderosos e influentes governantes muçulmanos.<ref>Ahmed, Nazeer, ''Islam in Global History: From the Death of Prophet Muhammad to the First World War'', American Institute of Islamic History and Cul, 2001, p. 34. ISBN 0-7388-5963-X.</ref>
 
Omar pertencia ao clã menor dos [[Adi]], integrado na tribo dos Coraixitas (''Quraysh''), à qual também pertencia o profeta [[MuhammadMaomé]];. peloPelo lado materno estava ligado ao clã dos [[Makhzum]], um dos mais poderosos de [[Meca]]. Sabia ler e escrever, algo raro na sociedade de Meca nessa época.
 
{{TOC-esquerda}}
Inicialmente um opositor de MuhammadMaomé e da sua mensagem religiosa, teria sido convertido pela sua irmã Fátima e pelo seu cunhado Said ibn-Zayd por volta do ano de [[615]]. Em [[622]], partiu com MuhammadMaomé para ''Yathrib'' ([[Medina]]), quando a comunidade dos primeiros muçulmanos teve que abandonar Meca. Após participou da [[Batalha de Badr]], onde teteve uma grande vitória contra o numeroso (3x1) exército de Meca, que o superava em número de combatentes na proporção de três para um.
 
Deu uma das suas filhas, [[Hafsa]], em casamento a Muhammad.
 
Quando MuhammadMaomé faleceu em [[632]], Omar apoiou [[Abu Bakr]] como novo líder da comunidade dos crentes, tendo se tornado um dos seus conselheiros. Antes de morrer Abu Bakr nomeou Omar como seu sucessor.
 
Durante o seu califado, o Islão conheceu uma grande expansão, tendo sido conquistada a [[Conquista muçulmana da Síria|Síria]] ([[Batalha de YarmukJarmuque]], [[635]]), a Mesopotâmia e uma parte da [[Conquista islâmica da Pérsia|Pérsia]] ([[Batalha de Al-Qadisiyya]] e [[Batalha de Nehavend]] em [[642]], ambas contra o [[Sassânida|Império Persa Sassânida]]) e o [[EgiptoConquista muçulmana do Egito|Egito]] (conquista de [[Alexandria]], 642).
 
Omar promoveu uma grande obra administrativa, que seria mais tarde aproveitada pelos [[Omíadas]]. Foi ele o responsável pela introdução de uma nova cronologia no mundo islâmico, estabelecida a partir da emigração de Meca para Medina em 622 (a [[Hégira]]).
 
Morreu assassinado por um cristão persa em 644. Foi sepultado junto a MuhammadMaomé e Abu Bakr no recinto da Mesquita do Profeta em Medina (''[[Masjid al-Nabawi]]'').
 
== Primeiros anos ==
{{Islã}}
UmarOmar nasceu em [[Meca]], no clã [[Banu Adi]], que era responsável por arbitragens entre as tribos. Seu pai era [[Khattab ibn Nufayl]] e sua mãe era Hatmah bint Hasham, da tribo de [[Banu Makhzum]]. Diz-se ter pertencido a uma família de classe média. Em sua juventude, costumava tomar conta dos camelos de seu pai nas planícies perto de Meca. Seu pai era famoso por sua inteligência entre sua tribo. Era um comerciante de classe média e acredita-se ter sido um homem cruel e [[politeísta]] emotivo, que muitas vezes maltratava Omar. Isso fica evidente por uma declaração do próprio Omar a respeito de seu pai durante o seu posterior governo, quando Omar disse: "Meu pai Al-Khittab era um homem cruel. Ele costumava me fazer trabalhar duro; se eu não trabalhasse ele costumava me bater e ele me fazia trabalhar até a exaustão".<ref>''Al Farooq, Umar'', [[Muhammad Husayn Haykal]].chapter no:1 page no:45</ref>
 
Apesar da alfabetização ser incomum na Arábia pré-islâmica, Omar aprendeu a ler e escrever em sua juventude. Apesar dele mesmo não ser um poeta, desenvolveu um grande amor pela poesia e literatura.<ref name="ReferenceA">''Al Farooq, Umar'', [[Muhammad Husayn Haykal]] Chapter no:1</ref> De acordo com o tradição dos [[coraixitas]], ainda na sua adolescência aprendeu [[artes marciais]], equitação e lutas. Ele era alto e fisicamente forte e assim logo se tornou um lutador de renome.<ref name="ReferenceA"/><ref>[[Muhammad ibn Jarir al-Tabari]], ''[[History of the Prophets and Kings]]''</ref> Omar foi também um talentoso [[oratória|orador]] e devido à sua inteligência e personalidade avassaladora, sucedeu seu pai como um [[árbitro]] dos conflitos entre as tribos.<ref>''Al Farooq, Umar'', [[Muhammad Husayn Haykal]]. chapter no:1 page no:40-41</ref>
 
Além disso, Omar seguiu a profissão tradicional dos coraixitas. Tornou-se um comerciante e fez várias viagens parapelo [[Império Bizantino|Roma]] e pela [[Império Sassânida|Pérsia]], onde se diz ter encontrado vários estudiosos e ter analisado as sociedades romana e persa de perto. No entanto, como um mercador acredita-se que não tenha sido bem sucedido como mercador.<ref>''Al Farooq, Umar'', Muhammad Husayn Haykal, capítulo nº 1</ref><ref>Tabqat ibn Sa'ad. Capítulo: Umar ibn Khittab.</ref> Beber [[álcool]] era muito comum entre os coraixitas e UmarOmar também gostava de beber em sua época pré-islâmica.<ref>''Al Farooq, Umar'', Muhammad Husayn Haykal, chapter no:1 page no:47</ref>
 
== Durante a época de Maomé ==
=== A hostilidade de Omar ao Islã ===
Em 610, Maomé começou a pregar a mensagem do Islã;. Como outras pessoas de Meca, Omar opôs-se frontalmente ao Islã. Ele resolveu defender a religião tradicional politeísta da [[Península Arábica|Arábia]]. Era o mais inflexível e cruel na oposição a Maomé e muito proeminente em perseguir os muçulmanos.<ref name="ReferenceB">''Al Farooq, Umar'' by [[Muhammad Husayn Haykal]].chapter no:1 page no:51</ref> Omar foi o primeiro homem que decidiu que Maomé tinha de ser assassinado para pôr fim ao Islã.<ref>Armstrong, p. 128.</ref> Acreditava firmemente na unidade dos coraixitas e viu a nova fé do Islã como uma causa de divisão e discórdia entre os coraixitas.<ref name="ReferenceB"/>
 
Devido à perseguição por parte dos coraixitas, Maomé ordenou aos seus seguidores que [[Migração para a Abissínia|migrassem para a Abissínia]]. Um pequeno grupo de muçulmanos migrou e isso fez Omar ficar preocupado com a unidade e o futuro dos coraixitas. Decidiu assim assassinar Maomé para se livrar da divisão que foi criada pelo Islã entre o povo de Meca.<ref>''Al Farooq, Umar'', [[Muhammad Husayn Haykal]] Chapter no: 1 page no: 53</ref>
 
=== Conversão ao Islã ===
Omar se converteu ao islamismo em 616, um ano após a [[Migraçãomigração para a Abissínia]]. Segundo o relato mais popular da história, contada em ''Sirah'', de [[Ibn Ishaq]], a caminho para assassinar Maomé, Omar encontrou um politeísta que lhe disse para pôr a sua própria casa em ordem, visto que sua irmã e seu marido haviam se convertido ao Islã. Ao chegar na casa dela, Omar encontrou sua irmã e seu cunhado, [[Saeed bin Zaid]] (primo de Omar), recitando os versos do [[Alcorão]].<ref>as-Suyuti, ''The History of Khalifahs Who Took The Right Way'' (London, 1995), p. 107-108.</ref> Ele começou a bater o seu cunhado selvagemente. Quando sua irmã veio para resgatar o marido, ele também bateu nela até que ela começasse a sangrar. Vendo sua irmã assim, ele se acalmou e pediu a ela que lhe desse o que ela estava recitando. Ela deu-lhe o papel no qual estavam escritos os versos do capítulo ''Ta-Ha''. Ele ficou tão impressionado com a beleza dos versos que aceitou o Islã naquele dia. Dirigiu-se então a Maomé com a mesma espada que pretendia matá-lo e aceitou o Islã em frente dele e de seus companheiros.

Omar tinha 27 anos quando aceitou o Islã.<ref name="Tahthib 2002 page 170">Tartib wa Tahthib [[Kitab]] [[Al-Bidayah wa al-Nihayah|al-Bidayah wan-Nihayah]] por [[ibn Kathir]], publicado por Dar al-Wathan publicações, Riyadh Kingdom of Saudi Arabia, 1422 [[Calendário islâmico|Anno hegiræ]] (2002) compilado por Dr. Muhammad ibn Shamil as-Sulami, página 170, ISBN 979-3407-19-6</ref> Após sua conversão, Omar foi informar ao chefe dos coraixitas, [[Amr ibn Hishām]] sobre a sua aceitação do IslamIslão. Segundo um relato, Omar depois rezou abertamente na Kaaba quando os chefes coraixitas, Amr ibn Hishām and [[Abu Sufyan ibn Harb]], alegadamente assistiram furiosos.<ref>Armstrong, p. 35.</ref> De acordo com o mesmo relato esse fato mais tarde ajudou os muçulmanos a adquirirem confiança em praticar abertamente o Islã. Nesta fase, Omar ainda desafiou qualquer pessoa que se atrevesse a interromper as orações dos muçulmanos, embora ninguém se atrevesse a importunar Omar quando ele estivesse rezando.
 
A conversão de Omar ao Islã deu poder aos muçulmanos e à sua fé em Meca. Foi depois disso que os muçulmanos ofereceram orações abertamente em [[Masjid al-Haram]] pela primeira vez. Abdullah bin Masoud disse,
 
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A conversão de Omar ao Islã deu poder aos muçulmanos e à sua fé em Meca. Foi depois disso que os muçulmanos ofereceram orações abertamente em [[Masjid al-Haram]] pela primeira vez. Abdullah bin Masoud disse, {{cquote|O abraço de Omar ao Islã foi a nossa vitória, a sua migração para Medina foi o nosso sucesso e o seu reinado, uma bênção de Alá, nós não oferecíamos orações na mesquita de Al-Haram até Omar aceitar o Islã, quando ele aceitou o Islã, os coraixitas foram obrigados a deixar-nos rezar na mesquita.''<ref>''Serat-i-Hazrat Umar-i-Farooq'', Mohammad Allias Aadil, page no:30</ref>}}
 
Por todas essas coisas que Omar ganhou o título de ''Farouq'', que significa aquele que faz a diferença.
 
{{Referências|col=2}}
 
== Bibliografia ==
== Referências bibliográficas ==
* Donner, Fred, ''The Early Islamic Conquests'', Princeton University Press, 1981.
* Guillaume, A., ''The Life of Muhammad'', Oxford University Press, 1955.