Causalidade: diferenças entre revisões

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provenientes da tradição aristotélico-escolástica com o objetivo da substituição de uma
concepção da natureza qualitativa por uma física estritamente mecanicista.<ref>Celi Hirata; [http://www.fflch.usp.br/df/espinosanos/ARTIGOS/numero%2023/celi.pdf A CAUSALIDADE EM HOBBES: NECESSIDADE E INTELIGIBILIDADE] - '''www.fflch.usp.br'''</ref> A causalidade não é entendida como um processo linear (causa no passado explicando um efeito presente, ou finalidade de Deus explicando o presente e o passado), mas como um processo complexo (causas simultâneas interagem e tem como efeito outro nível de existência, por exemplo, a interação no nível molecular formando um outro nível de realidade, a vida, ou a interação entre indivíduos formando um outro nível de realidade, a sociedade).
 
==== Seta do tempo e causalidade ====
{{Main|Filosofia do tempo}}
O conceito de seta do tempo ou [[flecha do tempo]] afirma que um evento presente só pode afetar um evento futuro, jamais afetar um evento passado. Segundo alguns [[Filosofia da ciência|filósofos da ciência]], este simples fato seria uma consequência da [[segunda lei da termodinâmica]], que postula que a [[entropia]] sempre tende a aumentar com o tempo.<ref>Halliwell, J.J. et al. (1994). Physical Origins of Time Asymmetry. Cambridge. ISBN 0-521-56837-4.</ref>
 
O termo foi cunhado em 1927 pelo astrônomo britânico [[Arthur Eddington]] para distinguir a direção do tempo em um mapa do mundo [[Teoria da relatividade|relativístico]] e de [[quadridimensional|quatro dimensões]]. De acordo com Eddington, a direção do tempo pode ser determinada por um estudo das organizações de [[átomo]]s, [[molécula]]s e [[corpo]]s.<ref>A. S. Eddington; The Nature of the Physical World, 1928. [http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=PGOTKcxSqMUC&oi=fnd&pg=PR7&dq=The+Nature+of+the+Physical+World&ots=K1JgKA2Spf&sig=hxOHaXXprA7tGkC9Bq5nEOTg_lg Kessinger Publishing, 2005] - '''books.google.com.br'''</ref>
 
==Ciências exatas==
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Ressalta-se entretanto que a identificação dos mecanismos que transformam uma [[correlação]] entre dados atrelados a dois eventos em uma [[função (matemática)|relação]] ainda mostram-se essenciais e indispensáveis ao [[método científico]]. Matematicamente, [[Pastafarianismo|é fácil estabelecer]] uma [[relação (matemática)|correlação]] entre o [[derivada|aumento acentuado]] da temperatura média da terra ([[aquecimento global]]) nos últimos séculos e o decréscimo do número de [[pirata]]s no mesmo período, contudo estabelecer uma [[função (matemática)|relação]] entre os dois eventos de forma que ambos devam ser considerados nos modelos acerca do aquecimento global é notoriamente algo meio incoerente. E pelo que se sabe, até a presente data pelo menos, nos modelos climáticos que visam a compreender o aquecimento global, não há, entre as [[variável (matemática)|variáveis]] consideradas, uma variável intitulada "numero de piratas". Pelas mesmas razões, as correlações que se podem estabelecer no contexto da [[astrologia]] não implicam relações, e tampouco implicam essa área de estudo como uma cadeira científica.
 
Dessa forma, embora se possa hoje cientificamente cogitar abrir mão de uma relação de causalidade em certos eventos físicos (redução de onda na mecânica quântica - [[Interpretação de Copenhaga]]), não se pode entretanto abrir mão por completo da mesma e tampouco violá-la, mesmo em âmbito da ciência moderna. Em outras palavras, ao menos até o que se sabe hoje, a evolução do universo não é resultado apenas de uma série de [[estocástico|eventos estocásticos]], embora esses possam nele existir. A exemplo, a [[teoria da relatividade]] foi desenvolvida em essência para evitar-se a violação da reconhecida causalidade existente entre eventos pertinentes; e mesmo nos casos aondequânticos - onde consideram-se os sistemas em estados emaranhados e as correspondentes reduções das funções de onda - mediante uma "escolha sem causa" pepertrada pelo sistema - considerações acerca dos eventos cronológicos (causas) que levaram à existência de tal sistema em tal estado emaranhado bem como a presença dos mecanismos de interação que forçam o colapso dadas funçãofunções de onda ainda fazem-se totalmente pertinentes. Questões atreladas à [[cronologia]] e à própria definição de [[tempo]] ainda impedem o descarte completo do conceito de causalidade dentro de um contexto científico, mesmo que moderno.
 
==== Seta do tempo e causalidade ====
{{Main|Filosofia do tempo}}
O conceito de seta do tempo ou [[flecha do tempo]] tem origem na [[termodinâmica]] e afirma que um evento presente só pode afetar um evento futuro, jamais afetar um evento passado. Segundo alguns [[Filosofia da ciência|filósofos da ciência]], este simples fato seria uma consequência da [[segunda lei da termodinâmica]], que postula que a [[entropia]] sempre tende a aumentar com o tempo.<ref>Halliwell, J.J. et al. (1994). Physical Origins of Time Asymmetry. Cambridge. ISBN 0-521-56837-4.</ref>
 
O termo foi cunhado em 1927 pelo astrônomo britânico [[Arthur Eddington]] para distinguir a direção do tempo em um mapa do mundo [[Teoria da relatividade|relativístico]] e de [[quadridimensional|quatro dimensões]]. De acordo com Eddington, a direção do tempo pode ser determinada por um estudo das organizações de [[átomo]]s, [[molécula]]s e [[corpo]]s.<ref>A. S. Eddington; The Nature of the Physical World, 1928. [http://books.google.com.br/books?hl=pt-BR&lr=&id=PGOTKcxSqMUC&oi=fnd&pg=PR7&dq=The+Nature+of+the+Physical+World&ots=K1JgKA2Spf&sig=hxOHaXXprA7tGkC9Bq5nEOTg_lg Kessinger Publishing, 2005] - '''books.google.com.br'''</ref>
 
=== Física moderna ===
Na física, ''a '''causalidade''' é a detecção da origem do fenômeno físico, mor das vezes pela aplicação da terceira das [[leis de Newton]] - segundo a qual a toda ação corresponde uma reação de igual intensidade e em sentido contrário.
 
Em física, a terceira lei não trata de um conceito, como o de [[morte]] a exemplo, mas sim de um princípio, oriundo da natureza das interações entre as partículas serem extremamente regulares; se ocorrendo, ocorrendo em completude. Nesses termos, a intensidade do efeito é sempre proporcional à causa. Contudo, há de se destacar que em física, em especial nas questões relacionadas à [[mecânica quântica]] - segundo a [[Interpretações da mecânica quântica|interpretação]] mais difundida, a [[Interpretação de Copenhaga]] - nem sempre os eventos [[Emaranhamento quântico|envolvendo escolhas]] possuem causa; sendo pois, incausados, ou ao [[acaso]].