Maria Rita Kehl: diferenças entre revisões

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==Estadão==
A partir de fevereiro de 2010, manteve uma coluna quinzenal no Caderno 2, n'[[O Estado de S. Paulo|''O Estado de S. Paulo'']], jornal que em 25 de setembro de 2010 declarou abertamente o seu apoio ao candidato [[José Serra]] na [[eleição presidencial no Brasil em 2010]].<ref>{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/noticias/geral,editorial-o-mal-a-evitar,615255,0.htm|título= Editorial: O mal a evitar|publicado=[[Estadão]]|língua=português|data=25 de setembro de 2010|acessodata=25 de setembro de 2010}}</ref> No dia [[2 de outubro]] de [[2010]], publicou o artigo "Dois Pesos...", que fala sobre as inúmeras [[Corrente de e-mail|correntes de e-mails]] enviadas pela [[internet]] que desqualificam os [[voto]]s dos pobres das chamadas [[classe social|classes sociais]] D e E sob um argumento que já seria "familiar ao leitor" segundo Kehl: "os votos dos pobres a favor da continuidade das [[Política social|políticas sociais]] implantadas durante oito anos de [[governo Lula]] não valem tanto quanto os nossos". Ela diz que, de acordo com tal argumento, os votos dos pobres das chamadas classes D e E "não são expressão consciente de vontade política" e "teriam sido comprados ao preço do que parte da [[Oposição (política)|oposição]] chama de bolsa-esmola".<ref name="2pesos">{{citar web|url=http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101002/not_imp618576,0.php|título= Dois Pesos...|publicado=Maria Rita Kehl, [[Estadão]]|língua=português|data=2 de outubro de 2010|acessodata=7 de outubro de 2010}}</ref>
A partir de fevereiro de 2010, manteve uma coluna quinzenal no Caderno 2, n'[[O Estado de S. Paulo|''O Estado de S. Paulo'']], jornal que em 25 de setembro de 2010 declarou abertamente o seu apoio ao candidato [[José Serra]] na [[eleição presidencial no Brasil em 2010]].
 
Além de refutar os argumentos de alguns e-mails que circularam bastante pela internet com [[ironia]]s como "onde foram parar os verdadeiros humildes de quem o patronato [[Jeitinho#O Homem Cordial|cordial]] tanto gostava, capazes de trabalhar bem mais que as [[Jornada de trabalho|oito horas regulamentares]] por uma miséria?" e observações como "se for verdade, é estarrecedor imaginar do que viviam antes disso", ela também fez comentário favorável ao [[Bolsa Família]] ao escrever: "Vale mais tentar a vida a partir da Bolsa-Família, que apesar de modesta, reduziu de 12% para 4,8% a faixa de população em estado de pobreza extrema. Será que o leitor [[São Paulo (cidade)|paulistano]] tem ideia de quanto é preciso ser pobre, para sair dessa faixa por uma diferença de R$ 200?"<ref name="2pesos"/>
 
Ela terminou o artigo escrevendo que "quando, pela primeira vez, os sem-[[cidadania]] conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos".<ref name="2pesos"/>
 
Esse artigo, incluído posteriormente no livro ''18 crônicas e mais algumas'', gerou grande repercussão na internet e a colunista acabou demitida.<ref>{{citar web|url=http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/10/07/imprensa38555.shtml|título= Opinião sobre "Bolsa-Família" leva Estadão a demitir colunista Maria Rita Kehl|publicado=[[UOL]]|língua=português|data=7 de outubro de 2010|acessodata=7 de outubro de 2010}}</ref> E mais do que os protestos pontuais na Internet, a demissão de Kehl tornou-se manifesto ratificado por mais de duas mil pessoas em cinco dias e suscitou discussões a respeito do posicionamento dos meios de comunicação diante da contrariedade às suas opiniões.<ref>{{citar web|url=http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2010/10/15/imprensa38686.shtml|título= "Minha dispensa expõe falta de isenção do jornal", diz Maria Rita Kehl|publicado=[[Portal Imprensa]]|língua=português|data=15 de outubro de 2010|acessodata=12 de novembro de 2010}}</ref> Para Maria Rita Kehl, o fato de ter sido demitida seria uma situação absurda: "Como é que um jornal que está, que anuncia estar sob censura, pode demitir alguém só porque a opinião da pessoa é diferente da sua?" Segundo a ex-colunista, o motivo de sua demissão foi o fato de o jornal ter considerado o texto um "[[delito de opinião]]".<ref>{{citar web|url=http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4722228-EI6578,00-Maria+Rita+Kehl+Fui+demitida+por+um+delito+de+opiniao.html|título= Maria Rita Kehl: "Fui demitida por um 'delito' de opinião"|publicado=[[Terra Networks]]|língua=português|data=7 de outubro de 2010|acessodata=7 de outubro de 2010}}</ref> O diretor do Estadão, Ricardo Gandour, em uma entrevista sobre o ocorrido disse que "não houve demissão", que "colunistas se revezam, cumprem ciclos". Ele disse também que "não houve censura, a coluna saiu integralmente, sem mexer em uma vírgula". Quando argumentado pelo entrevistador que, apesar de Ricardo Gandour negar o ato de censura, houve consequências para a colunista por expressar a sua opinião, como a sua saída do jornal, o diretor do jornal alegou que "o foco daquele espaço que era outro", era a psicanálise, entretanto "esse não era o enfoque que ela vinha praticando", mas admitiu que considerou que "a coluna de sábado foi uma coluna forte". Porém não foi esclarecido porque apenas após essa última "coluna forte" é que o jornal decidiu afastar a colunista e não anteriormente ou posteriormente, nem mesmo foi dito que ocorreu uma coincidência. Ele finalizou dizendo que lamenta "que esteja havendo uma leitura histérica disso".<ref>{{citar web|url=http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4722596-EI6578,00-Diretor+do+Estadao+Nao+houve+censura+a+Maria+Rita+Kehl.html|título= Diretor do Estadão: "Não houve censura a Maria Rita Kehl"|publicado=[[Terra Networks]]|língua=português|data=7 de outubro de 2010|acessodata=7 de outubro de 2010}}</ref> Maria Rita Kehl em uma entrevista categoricamente desmentiu a versão de que ela foi contratada para escrever apenas sobre [[psicanálise]]. Ela disse que inicialmente foi chamada "para escrever sobre psicanálise". Porém, ela argumentou com a editora do Caderno 2 "que só [escrever] sobre psicanálise conflitava com o meu consultório. De vez em quando, disse-lhe, poderia escrever sobre o tema, mas eu gostaria mesmo era de escrever sobre tudo, inclusive política, assunto que me interessa muito. Ela aceitou". Ela disse que após a grande repercussão que a coluna teve, começou a circular o [[boato]] de que ela "estava proibida de escrever sobre política, só poderia escrever sobre psicanálise". Então no dia [[6 de outubro]], depois de uma reunião que a editora teve com Gandour, veio a resposta. Segundo Kehl, "Gandour disse que por conta da repercussão, a minha posição havia ficado insustentável, intolerável". Quando questionada se sofreu [[censura]], ela respondeu: "A palavra censura não é boa. No meu conceito, censura seria: você não pode escrever sobre isso ou aquilo, corta uma linha aqui, outra ali… O que o meu caso demonstrou é que o jornal não permite uma visão diferente da do jornal nas suas páginas. É isso. Essa é a dita imprensa liberal".<ref>{{citar web|url=http://www.viomundo.com.br/politica/maria-rita-kehl-os-bastidores-de-sua-demissao-pelo-estadao.html|título= Maria Rita Kehl: Os bastidores de sua demissão pelo Estadão|publicado= Viomundo|língua=português|data=7 de outubro de 2010|acessodata=8 de outubro de 2010}}</ref>
 
== Obras publicadas ==