Peter Gabriel: diferenças entre revisões

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== História ==
=== Época no Genesis ===
Peter Gabriel fundou o [[Genesis]] em [[1967]] juntamente com seus amigos [[Tony Banks]], [[Anthony Phillips]], [[Mike Rutherford]] e [[Chris Stewart]], todos alunos da ''[[Charterhouse Public School]]'', em ''[[Godalming]]'', ''[[Inglaterra]]''. O nome da banda foi sugerido por um aluno mais velho do colégio, [[Jonathan King]], que àquela altura já era um reconhecido empresário de [[música pop]]. O primeiro álbum do quinteto chamou-se ''[[From Genesis to Revelation]]'', de cujo título foi tirado o nome do grupo.
 
Apaixonado pela [[soul music]], Gabriel foi influenciado por diferentes artistas, incluindo [[Nina Simone]], [[Gary Brooker]] do [[Procol Harum]] e [[Cat Stevens]]. Ele tocou [[flauta]] no álbum de Stevens ''[[Mona Bone Jakon]]'', de [[1970]]. No entanto, as maiores influências de Gabriel foram dois de seus contemporâneos: [[David Bowie]] e [[Syd Barrett]], este líder do do [[Pink Floyd]], que estavam redefinindo a cena musical britânica no final dos [[anos 60]] e início dos [[anos 70]].
 
O Genesis tornou-se rapidamente uma das bandas mais comentadas do país e, sem demora, conquistou fãs na [[Itália]], [[Bélgica]], [[Alemanha]] e em outros países da [[Europa]]. O apelo inicial da banda estava na presença de palco misteriosa de Gabriel, que se disfarçava com máscaras, maquiagens e trajes teatrais nos shows, representando personagens e símbolos das músicas. Outro recurso que Peter Gabriel usava ao vivo eram as histórias de suspense e humor que contava durante as pausas entre as músicas, enquanto os outros integrantes afinavam seus instrumentos. Nessa primeira fase do Genesis havia uso frequente de [[Radiação ultravioleta|luz ultravioleta]] e bombas de fumaça no palco.
 
[[Ficheiro:Peter Gabriel The Moonlight Knight (cropped).png|thumb|200px|right|Peter Gabriel na [[fantasia]] "''Brittania,''" ([[Toronto]], Outubro de [[1974]]).]]
Entre as fantasias mais famosas de Gabriel (que ele desenvolveu como forma de superação do medo de palco), incluem "The Flower" ("Supper's Ready", de ''[[Foxtrot]]''), "Magog" ("Supper's Ready"), "Britannia" ("Dancing With The Moonlit Knight," de ''[[Selling England by the Pound]]''), "The Old Man" ("The Musical Box", de ''[[Nursery Cryme]]''), "Rael" (''[[The Lamb Lies Down on Broadway]]'') e "The Slipperman" ("The Colony of Slippermen," também de ''[[The Lamb Lies Down on Broadway'']]).
 
O [[vocal de apoio]] para Gabriel era geralmente feito por [[Mike Rutherford]], [[Tony Banks]] e [[Phil Collins]], que após longa busca por um substituto, acabou tornando-se vocalista da banda após a saída de Gabriel em [[1975]]. A saída de Gabriel do [[Genesis]] resultou de diversos fatores. Após sete anos na banda, Peter sentia-se limitado criativamente, sua presença teatral nos shows causou atrito com os outros integrantes, pois a mídia exaltava suas bizarrices e reduzia [[Mike Rutherford]], [[Tony Banks]], [[Steve Hackett]] e [[Phil Collins]] a reles músicos de apoio do vocalista.
 
As tensões aumentaram durante a gravação do ambicioso álbum conceitual duplo ''[[The Lamb Lies Down on Broadway]]'' e respectiva turnê, este sim um conceito criado por Gabriel, enquanto os outros integrantes se encarregaram das composições e arranjos. Por esse tempo, Gabriel foi contatado pelo diretor de cinema [[William Friedkin]], de [[O Exorcista]], que soundousondou a possibilidade de escrever um roteiro de filme com o líder do [[Genesis]]. Apesar de o projeto não ter saído do papel, a ausência de uma semana da banda desgastou muito a relação do quinteto. Sua saída foi acertada antes da turnê de ''[[The Lamb Lies Down on Broadway'', mas Gabriel concordou em cumpri-la até o fim]].
 
Outro ponto de tensão foi a gravidez problemática de Jill, mulher de Gabriel. Os médicos não garantiram que Anna-Marie nasceria com vida e, diante disso, Peter Gabriel achou por bem ficar por mais tempo com sua família. Como isso significou que o vocalista não estaria disponível para ensaiar, gravar e fazer shows, ficou claro que a saída dele era a única solução. Os sentimentos envolvidos nesse doloroso processo inspiraram Gabriel a compor a canção "[[Solsbury Hill]]", que chegou à posição 70ª das 100 mais pedidas da [[Billboard]], em 1978.
 
=== O começo da carreira solo ===
Gabriel recusou-se a intitular seus quatro primeiro álbuns-solo (todos são chamados ''Peter Gabriel'', diferindo somente na arte da capa), já que gostaria que as capas tivessem o mesmo impacto de uma edição especial da revista Time, que normalmente é composta apenas de uma foto e o nome da publicação; posteriormente, nos EUA, os quatros primeiros álbuns foram diferenciados através de numeração e da imagem frontal, na ordem ''[[Peter_Gabriel_(1977_album)|I - Car'']], ''[[Peter_Gabriel_(1978_album)|II - Scratch'']], ''[[Peter_Gabriel_(1980_album)|III - Melt'']] e ''[[Peter_Gabriel_(1982_album)|IV - Security'']]. Três deles foram produzidos entre [[1976]] e [[1982]] por [[Bob Ezrin]]. Seu primeiro sucesso foi "Solsbury Hill". Gabriel trabalhou com o guitarrista [[Robert Fripp]] (do [[King Crimson]]) como produtor em seu segundo LP solo, de [[1978]]. Esse álbum é tido como o mais obscuro e experimental por não ter produzido hits.
 
O terceiro álbum, lançado em [[1980]], trouxe a colaboração de [[Steve Lillywhite]], que despontava com os primeiros álbuns do [[U2]]. É lembrado pelos compactos "Games Without Frontiers" e "Biko", que mostram o novo interesse de Gabriel pela [[world music]] (especialmente na percussão, no emprego da então nascente técnica do "[[Gated_reverb|gated drum]]", também chamada de "[[gated reverb]]", na qual, dentre outras características, não são usados os pratos da bateria), e pela esmerada produção, que fez uso extenso dos recursos de estúdio e tratamentosprocessamentos de som.
 
As sessões de gravação entre [[1981]] e [[1982]] com o produtor [[David Lord]] acabaram resultando no quarto LP, ''[[Peter_Gabriel_(1982_album)|Security'']], cuja produção teve mais participação do cantor e letrista. Apesar do som peculiar e dos temas introspectivos (preferidos por Gabriel), o álbum foi bem sucedido e rendeu um sucesso, "[[Shock_the_Monkey|Shock the Monkey]]", para o qual foi realizado um [[videoclipe]] inovador.
 
Gabriel promoveu todos os seus álbuns com turnês, nas quais, cada vez mais percebia-se o emprego de recursos e conceitos originais, coreografias, tecnologia de ponta, e a redução do uso de maquiagens e da [[flauta]] que tanto o celebrizaram na época do Genesis. Para uma das turnês, toda sua banda raspou a cabeça. A turnê de [[1982]] e [[1983]] incluía uma sessão de abertura com [[David Bowie]]. Esse período foi resumido com o álbum ao vivo ''[[Plays Live]]''.
 
Em outubro de 1982, Peter Gabriel se reuniu ao [[Genesis]] para um show exclusivo, chamado [[Six_of_the_Best|Six of the Best]], no estádio Milton Keynes, na Inglaterra. A iniciativa partiu do empresário do Genesis, [[Tony Smith]], ao saber que Gabriel estava à beira da falência devido ao seu patrocínio ao festival internacional de artes chamado "World of Music, Arts and Dance" ([[WOMAD|WOMAD]]). A situação era tão grave que Peter Gabriel foi jurado de morte por pessoas ligadas aos demais credores do festival. Assim, ele, [[Tony Banks]], [[Mike Rutherford]], [[Phil Collins]], [[Steve Hackett]], [[Daryl Stuermer]] e [[Chester Thompson]] se apresentaram juntos em 2 de outubro daquele ano e conseguiram a renda necessária para Gabriel normalizar sua situação, não ser assassinado, não perder sua gravadora e editora de música ([[Real_World_Studios|Real World Studios]]) e levar adiante sua carreira.