Califado de Córdova: diferenças entre revisões

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A partir de [[912]], o novo emir Abderramão III empreendeu a tarefa de reduzir os múltiplos focos rebeldes que surgiram no Emirado desde meados do [[século IX]]. Em 913 iniciou a [[campanha de Monteleón]], que conseguiu recuperar numerosos castelos e sufocar a rebelião na Andaluzia Oriental. Durante os anos seguintes recuperou [[Sevilha]] e efetuou as primeiras [[razia]]s contra os reinos cristãos do norte. Derrotou um exército de [[Reino de Leão|Leão]] e [[Reino de Navarra|Navarra]] na [[batalha de Valdejunquera]] ([[920]]); saqueou [[Pamplona]] em [[924]] e submeteu os [[Banu Qasi]] esse mesmo ano. Finalmente, em [[928]] ocupou a fortificação de [[Bobastro]] através de uma série de campanhas iniciadas em [[917]], terminando assim com a rebelião iniciada por [[Omar ibn Hafsun]], o derradeiro foco de rebeldia no Al-Andalus. Em [[929]] tomou o título de [[califa]] com o apelido ''Nasir li-din Allah'', ''aquele que faz triunfar a religião de Deus''.
 
Abderramão III justificou a sua autoproclamação como [[califa]], ou seja, como chefe político e religioso dos muçulmanos e sucessor de [[Maomé]], baseando-se em quatro feitos: ser membro da tribo de [[Quraysh]] a que também pertencia [[Maomé]], ter liquidado as revoltas internas, freado as ambições dos núcleos cristãos do norte peninsular, e criado o [[Califado Fatímida]] na [[África do Norte]], oposto aos califas [[Abássidas]] de [[Bagdade]]. A proclamação tinha um duplo propósito: por um lado, no interior, os [[Omíadas]] iriam reforçar a sua posição; por outro, no exterior, visando consolidar as rotas marítimas para o comércio no [[Mediterrâneo]], garantia as relações econômicas com o [[BizâncioImpério Bizantino]] e assegurava o fornecimento de ouro.
 
A proclamação do Califado de Córdova implicou a segunda ruptura da unidade islâmica, após a proclamação do [[Califado Fatímida|fatímida]] [[Ubayd Allah al-Mahdi]] como Emir dos Crentes no [[Magrebe]].
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Um terceiro objetivo da atividade bélica e diplomática do califado esteve orientada para o Mediterrâneo.
 
O Califado manteve relações com o [[BizâncioImpério Bizantino]] de [[Constantino VII]], mantendo emissários cordoveses em [[Constantinopla]]. O poder do califado estendia-se também para norte, e ao redor do ano [[950]] o [[Sacro Império Romano-Germânico]] intercambiava embaixadores com Córdova, do qual fica registro dos protestos contra a pirataria muçulmana praticada desde [[Fraxineto]] e [[as ilhas orientais de Al-Andalus]]. Igualmente, alguns anos antes, [[Hugo de Arles]] solicitara salvo-condutos para que os seus barcos mercantes pudessem navegar pelo Mediterrâneo, dando ideia portanto do poder marítimo que Córdova detinha.
 
A partir de [[942]] foram estabelecidas relações mercantis com a [[República amalfitana]], e no mesmo ano foi recebida uma embaixada da [[Sardenha]].