Boicote, Desinvestimento e Sanções: diferenças entre revisões
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 7:
==Antecedentes ==
En 2001, paralelamente à Terceira [[Conferência Mundial contra o Racismo| Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e a Intolerância]] organizada pela [[Unesco]], em [[Durban]] (África do Sul), realiza-se um fórum de [[organizações não governamentais]] que propõe<ref>[http://academic.udayton.edu/race/06hrights/WCAR2001/NGOFORUM/Palestinans.htm Palestinians and Palestine NGO Forum, World Conference Against Racism, Racial Discrimination, Xenophobia and Related Intolerance], Durban, South Africa, August 27-Sept 1, 2001</ref> o [[embargo]], a exclusão e a ruptura de qualquer ligação com o Estado de Israel.
Em 2002, após as declarações de [[Ronnie Kasrils]], então Ministro das Águas e das Florestas da África do Sul, conclamando ao boicote e às sanções<ref>[http://www.labournet.net/world/0205/kasrils1.html "I support the call now for the isolation and the boycott of Israel. I support sanctions." [[Reuters]], 23 de abril de 2002.<br />
Entre 2002 e 2004, a [[sociedade civil]] palestina organizou um apelo
Esse apelo seria repetido em diversos encontros internacionais, notadamente pela [[Comissão das Nações Unidas para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino]], criada em 1975 pela [[Resolução 3376 da Assembleia Geral das Nações Unidas|Resolução 3376 da Assembleia Geral da ONU]].<ref>United Nations. [http://unispal.un.org/UNISPAL.NSF/0/B5B4720B8192FDE3852560DE004F3C47 General Assembly A/RES/3376], 10 de novembro de 1975.</ref>
Uma pesquisa da Maan News Agency, de março de 2009, revelou que 21% dos exportadores israelenses tiveram que baixar seus preços por causa do boicote, depois de perderem significativa fatia de mercado, sobretudo na Jordânia, no Reino Unido e nos [[países escandinavos]]<ref> [http://www.monde-diplomatique.fr/2009/09/JACKSON/18102 Israël est-il menacé par une campagne de désinvestissement ? ] Por Willy Jackson. ''[[Le Monde diplomatique]]'', setembro de 2009.</ref>.
== Primeiros apelos e construção da campanha==
===Declarações de políticos sul-africanos e de acadêmicos britânicos===
Em abril de 2002, o sul-africano
"Eu nasci judeu. Uma vez que Israel se propõe a falar e a agir em nome de judeus em toda parte (...) estamos dizendo: Não. Não em meu nome. Nunca", disse Kasrils em uma entrevista à [[Reuters]]. O manifesto, assinado por centenas de outros membros da comunidade judaica sul-africana, fazia uma explícita analogia entre o [[Analogia Israel-Apartheid|apartheid e as políticas vigentes no Estado de Israel]].<ref>[http://peacemagazine.org/archive/v19n1p06.htm A Moral and Nonviolent International Campaign]. Por Desmond Tutu e Ian Urbina. ''Peace Magazine'', jan-mar de 2003, p. 6</ref> <ref>{{en}} [http://www.labournet.net/world/0205/kasrils1.html Boycott Israel, says Jewish minister in S. Africa]. Por Brendan Boyle. Reuters 23 de abril de 2002.<br>{{en}} [http://www.pacbi.org/faqs.htm Can BDS really be effective in ending the Israeli occupation and oppression?].</ref>. Alguns anos mais tarde, em 2005, em artigo publicado no jornal ''[[The Guardian]]'', Kasrils explicou por que Ainda em 2002 [[Desmond Tutu]], [[Nobel da Paz]] por sua luta contra o [[apartheid]], lançou uma campanha de desinvestimento em Israel, conduzida por entidades religiosas e políticas, com o objetivo de colocar um fim nos 46 anos de ocupação israelense dos [[territórios palestinos]], iniciada na [[Guerra dos Seis Dias]]<ref name="Tutu-2002-09-02">{{en}} [http://www.counterpunch.org/tutu1017.html Of Occupation and Apartheid Do I Divest?], [[Desmond Tutu]], ''[[CounterPunch]]'', October 17, 2002</ref>{{,}}<ref name=autogenerated1>{{en}} [http://www.thirdworldtraveler.com/Israel/Israel_Time_To_Divest.html Israel: Time to Divest]. Desmond Tutu, ''New Internationalist magazine'', jan-fev de 2003</ref>{{,}}<ref name=tutuNation>{{en}} [http://www.thenation.com/doc/20020715/tutu ''Israeli apartheid''], [[Desmond Tutu]] e Ian Urbina, 27 de junho de 2002. ''[[The Nation]]'', n° 275, p. 4-5, </ref>.
A ideia de uma campanha europeia de boicote acadêmico e cultural surge na Grã-Bretanha em 2002, numa carta aberta<ref name="letter2002">{{en}} [http://www.guardian.co.uk/Archive/Article/0,4273,4388633,00.html Open Letter: More pressure for Mid East peace], por Steven e Hilary Rose, professores de biologia da [[Open University]] e da Universidade de Bradford. ''The Guardian'', 6 de abril de 2002</ref> assinada por 125 acadêmicos e publicada por ''[[The Guardian]]''<ref>{{en}} [http://www.guardian.co.uk/uk_news/story/0,3604,858363,00.html British academic boycott of Israel gathers pace], ''The Guardian'', 12 de dezembro de 2002</ref>. A carta levou Mona Baker, da [[Universidade de Manchester]], a demitir dois acadêmicos israelenses em junho de 2002. "De fato, não estou boicotando os israelenses. Estou boicotando as instituições israelenses," declarou Baker.<ref name=GoldenburgWoodward>{{en}} Suzanne Goldenberg, Will Woodward, [http://www.guardian.co.uk/Archive/Article/0,4273,4456883,00.html Israeli boycott divides academics], ''Guardian'', 8 de julho de 2002</ref>
===Conferência na sede da ONU e reunião de intelectuais na Palestina===
En setembro de 2003, na sede da [[ONU]], por ocasião da Conferência internacional da sociedade civil em apoio ao povo palestino, uma ONG israelense defendeu um boicote internacional. Outros participantes estabeleceram um paralelo entre as condições impostas aos palestinos, pelo governo de Israel, e antigo regime de [[apartheid]] na [[África do Sul]]<ref>{{fr}} ONU. Division des droits des Palestiniens. [http://unispal.un.org/pdfs/04-22787f.pdf Conférence internationale de la société civile à l’appui du peuple palestinien]. New York, 4 - 5 septembre 2003.</ref>.
Em 9 de julho de 2004, a [[Corte Internacional de Justice]] emitiu parecer sobre a [[barreira de separação israelense]], contestando o seu traçado <ref name="CIJ" />. Esse parecer reforça a oposição à política de Israel e cria um clima propício à campanha pelo boicote. O Estado de Israel reagiu ao parecer da Corte, protestando contra a "posição tendenciosa e parcial da Assembleia Geral da ONU" e destacando a influência que os "países hostis" a Israel teriam na Assembleia. Além disso, segundo Israel, a Corte Internacional de Justiça não teria competência para tratar de "questões políticas litigiosas sem o consentimento das partes envolvidas".
==Apoiadores famosos==
Linha 71 ⟶ 62:
* {{en}} [http://www.stopthewall.org/downloads/flash/Boycottppt.swf Apresentação da campanha BDS]
* {{fr}} [http://www.ism-suisse.org/news/article.php?id=7928&type=communique&lesujet=Boycott Rapport de synthèse de la première conférence palestinienne pour le Boycott d'Israël]. Al-Bireh, [[Ramallah]], 22 de novembro de 2007.
* {{en}} [http://reut-institute.org/en/Publication.aspx?PublicationId=3766 ''Eroding Israel’s Legitimacy in the International Arena''], Reut Institute, 28 de janeiro de 2010
* {{fr}} [http://www.monde-diplomatique.fr/carnet/2010-02-22-Boycott-la-contre-offensive-d Boycott : la contre-offensive d’Israël et de ses amis'']. Por Dominique Vidal. ''[[Le Monde diplomatique]]'', fevereiro de 2010
|