Catedral de Santiago de Compostela: diferenças entre revisões
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A '''Catedral de Santiago de Compostela''' é um [[catedral|templo católico]] situada na cidade de [[Santiago de Compostela]], capital da [[Galiza]], [[Espanha]]. É a sé da [[Arquidiocese de Santiago de Compostela|arquidiocese homónima]] e foi construída entre [[1075]] e [[1128]], em [[Arquitetura românica|estilo românico]], na época de [[Cruzadas]] e durante a [[Reconquista Cristã]], tendo sofrido depois várias reformas que lhe adicionaram elementos [[Arquitetura gótica|góticos]], [[Arquitetura renascentista espanhola|renascentistas]] e [[Arquitetura barroca|barrocos]].
Segundo a tradição, acolhe o túmulo do [[apóstolo]] [[Santiago Maior]], [[padroeiro]] e santo protetor de [[Espanha]], o que a converteu no principal destino de [[peregrinação]] [[Cristianismo|cristã]] na [[Europa]] a seguir a [[Roma]] durante a [[Idade Média]], através do chamado [[Caminho de Santiago]], uma rota iniciática na qual se seguia a [[Via Láctea]] que se estendia por toda a [[península Ibérica]] e [[Europa Ocidental]]. A peregrinação foi um fator determinante para a afirmação política dos [[Reinos cristãos ibéricos|reinos cristãos hispânicos]] medievais e na sua participação nos movimentos culturais da sua época. Atualmente continua a ser um importante destino de peregrinação, para o que contribui a renovada popularidade do Caminho de Santiago a partir dos anos 1990, que levou à catedral mais de {{formatnum:270000}} peregrinos registados.
A catedral foi declarada [[Bem de Interesse Cultural (Espanha)|Bem de Interesse Cultural]] em 1896<ref name=mcu1 /> e a chamada cidade velha de Santiago de Compostela, que se concentra em torno da catedral, foi incluída na lista do [[Património Mundial]] da [[UNESCO]] em 1985.<ref name=un347 />{{
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Segundo a tradição [[Catolicismo|católica]], o [[apóstolo]] [[Santiago Maior]] difundiu o [[cristianismo]] na [[península Ibérica]] nos anos 36–37 ou 40. No ano 44 foi [[Decapitação|decapitado]] em [[Jerusalém]] por ordem de {{Lknb|Herodes Agripa|I}} (neto de [[Herodes, o Grande]]) e os seus restos mortais foram depois trasladados para a [[Galiza]] numa barca de pedra.<ref name=fmas35 /> Devido às perseguições dos [[Império Romano|romanos]] aos cristãos da [[Hispânia]], o seu túmulo foi abandonado no {{séc|III}}. Ainda segundo a lenda, este túmulo foi descoberto na segunda década do {{séc|IX}} pelo [[eremita]] [[Pelágio (eremita)|Pelágio]] (ou Paio) depois de avistar umas luzes estranhas no céu durante a noite. Tendo comunicado a descoberta ao bispo de [[Iria Flávia]], [[Teodomiro (bispo)|Teodomiro]], este reconheceu o feito como um [[milagre]]{{
Nota de rodapé|nome=invent|grupo=nt|
NotaNT|▼
1=A alegada redescoberta do túmulo do apóstolo é conhecida como ''Inventio''. As fontes diferem quanto ao ano exato em que ocorreu e quem é que descobriu o túmulo. Geralmente são apontados os anos 812, 813 ou 814, mas também há autores que admitem que poderá ter sido entre 818, quando Quendulfo, o predecessor de Teodomiro como bispo de Iria ainda era vivo, e 842, ano da morte de {{Lknb|Afonso|II das Astúrias}}. Segundo algumas versões da história, teria sido [[Pelágio (eremita)|Pelágio]] que descobriu a sepultura, enquanto outras dizem que esta só foi descoberta quando o bispo [[Teodomiro (bispo)|Teodomiro]] foi ao local onde o eremita tinha avistado as luzes. Em qualquer dos casos, teria sido Teodomiro que identificou o túmulo como sendo de Santiago.{{Carece de fontes|hist-eu|data=novembro de 2013}}
}} e informou da descoberta o rei {{Lknb|Afonso|II|das Astúrias}} das [[Reino das Astúrias|Astúrias]] e da [[Reino da Galiza|Galiza]]. O rei ordenou a construção de uma [[capela]] no local da sepultura, dedicada ao culto do apóstolo. Diz a lenda que o rei foi o primeiro peregrino do [[santuário]]. A capela foi substituída por uma primeira igreja em 829, a qual deu lugar em 899 a uma outra, em [[Arte pré-românica|estilo pré-românico]]. Esta última foi construída a partir de 872 por ordem de {{Lknb|Afonso|III|das Astúrias}} {{Carece de fontes/bloco2|e foi consagrada por dezassete bispos|hist-eu|data=novembro de 2013}}. O local tornou-se um destino de peregrinação cuja popularidade e importância foi aumentando gradualmente.{{HarvRef|Garrido Torres|2000|p=100}}<!--- ***nota: provavelmente este trecho pode ser melhor referenciado com as fontes deste e outros artigos relacionados --->
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A construção da catedral atual foi iniciada em 1075, durante o reinado de {{Lknb|Afonso|VI|de Leão e Castela}}, com o patrocínio do bispo [[Diego Páez]]. Uma inscrição na capela do [[Jesus Cristo|Salvador]] comemora o acontecimento: ''«Aos trinta anos do milésimo septuagésimo quinto depois da Encarnação do Senhor, em cujo tempo se fundou esta igreja de Santiago»''. Foi construída segundo o mesmo plano que a igreja de tijolo [[Mosteiro|monástica]] de [[Basílica Saint-Sernin de Toulouse|São Saturnino]] de [[Toulouse]], provavelmente o maior [[Arquitetura românica|edifício românico]] de [[França]].{{Carece de fontes|hist-eu|arte|data=novembro de 2013}} A construção foi interrompida em várias ocasiões, pelo que se consideram três fases construtivas, a primeira das quais foi terminada em 1088, quando o bispo Diego Páez foi preso por traição, o que originou a primeira paragem das obras.{{Carece de fontes|hist-eu|arte|data=novembro de 2013}}
A segunda fase de construção foi de 1100 a 1140, tendo sido iniciada quando o {{ilc|Conde da Galiza|lk=Reino da Galiza}} [[Raimundo de Borgonha]] nomeou [[Diego Gelmires]] bispo de Compostela em 1100 e terminado com a morte do último. As obras decorreram sob a direção do Mestre Estevo, o Mestre de Praterías.{{esclarecer}} As capelas [[
NotaNT|
1=''«Os mestres [[canteiro]]s que iniciaram a construção da basílica de Santiago chamavam-se Dom Bernardo, o Velho, admirável mestre, e Roberto.»'' {{HarvRef|López Pereira|1993|p=139}}
}} e, mais tarde, possivelmente outro Estevo (''«mestre de catedrais»''). No período final desta segunda fase, Bernardo, o Moço (que possivelmente era filho de Estevo), terminou o edifício, enquanto Galperinus coordenava a construção. Bernardo construiu também uma fonte monumental diante do portal setentrional (da Acibechería) em 1122.{{HarvRef|Gómez Moreno|1947|p=121}}
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A terceira e última fase de construção foi iniciada em 1168, quando o [[Capítulo (religião)|capítulo]] da arquidiocese encarrega das obras o [[Mestre Mateus]]. Este respeita o projeto inicial e termina a construção dos últimos quatro [[tramo]]s na [[nave (arquitetura)|nave]] maior, a [[cripta]] e o [[Pórtico da Glória]]. A catedral é definitivamente consagrada em abril de 1211,{{
▲NotaNT|
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1=No ''[[website]]'' do 800º aniversário da catedral,<ref name=a800 /> celebrado em 2011, apresenta-se a data de consagração 21 de abril de 1211
}} na manhã de quinta-feira da segunda semana da [[Páscoa]], pelo arcebispo {{ilc|Pedro Muñiz|Pedro Muñiz (arcebispo)|Pedro Moniz (arcebispo)|Pedro Muñiz}} e na presença do rei {{Lknb|Afonso|IX de Leão}}, do filho deste e de numerosas autoridades eclesiásticas e civis.<ref name=bloz235 /><ref name=arm188x />
A igreja ganha o estatuto de sé episcopal em 1075, substituindo [[Iria Flávia]], em grande medida graças à ação do bispo Gelmires e à sua importância crescente como lugar de peregrinação. O {{Lknb|papa Calisto|II}} consolida-a como sé arcebispal em 1120.{{HarvRef|Portela Silva|2003|p=176}}{{HarvRef|González López|1978|p=219–220}}
Ao longo dos séculos, a catedral foi objeto de numerosas ampliações e reformas, tanto no exterior como no interior.{{esclarecer|convém detalhar um pouco mais com o material das secções seguintes}}
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***Texto antes da tradução da WP.GL:
O primeiro que se edificou foram as capelas do deambulatório: A capela do [[Jesus Cristo|Salvador]], a de [[São Pedro]] e a de [[São João]].{{dn}} Em 1105 Gelmires consagrou as capelas de [[São João Batista]], [[Martinho de Tours|São Martinho]] e [[Cruz cristã|Santa Cruz]]. Em 1112 remataram os trabalhos dos braços do [[cruzeiro (arquitectura)|cruzeiro]]. Em 1117 uma [[revolta]] dos burgueses da cidade contra Gelmires afetou à catedral, e a [[fachada das Pratarias]] veio-se tocada pelo lume: ainda assim em 1140 estão rematados seis trechos das naves maiores. O resto dos trechos foram concluídos em 1160, após o qual houve uma paragem na construção até que, em [[1168]], o [[Mestre Mateus]] ficou como mestre de obras. Nesta altura, ele e sua oficina tornaram-se artífices do [[Pórtico da Glória]] e remataram a catedral que, numa celebração solene, consagrou o arcebispo [[Pedro Muñiz]] em [[21 de abril]] de [[1211]].
Durante toda a Idade Média a Catedral veio ser a representação material do poder senhorial do arcebispado compostelano, sendo o palco de muitos dos feitos mais importantes da [[história da Galiza]].
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===Descoberta do sepulcro===
As origens do culto a Santiago na [[Galécia]] perdem-se nos anais dos tempos. Em finais do {{séc|VII}} difunde-se no noroeste da península Ibérica a lenda de que o apóstolo teria sido enterrado nessas terras, depois de as evangelizar. A evangelização da Hispânia por Santiago é mencionada pelo arcebispo hispânico [[Isidoro de Sevilha]] {{nwrap||560|636}} no seu tratado ''“De Ortu et Obitu Patrum”'' e pelo bispo [[Inglaterra|inglês]] [[Adelmo]] de [[Abadia de Malmesbury|Malmesbury]] {{nwrap||639|709}}.<ref name=rlib /><ref name=sapiens />{{
NotaNT|▼
1=''«Jacobe, filho [[Zebedeu]] [...] [[Pregação|pregou]] o [[Evangelho]] aos povos da [[Hispânia]] e nos lugares ocidentais, infundindo a luz da pregação no ocaso do mundo. Morreu ferido pela espada do [[tetrarca (Judeia)|tetrarca]] [[Herodes Agripa I|Herodes]]. Foi sepultado en
}} Segundo esta lenda, na primeira década do {{séc|IX}} (é comum referir especificamente o ano 813),<ref group=nt name=invent /> oito séculos depois da morte do apóstolo Santiago, um eremita chamado Pelágio (ou Paio), juntamente com outros fiéis, viu umas luzes estranhas perto de um lugar conhecido como Solovio, num bosque chamado Libredón,{{
NotaNT|▼
1=Segundo a tradição, o local de onde o eremita Pelágio avistou as luzes é o mesmo onde se ergue desde o {{séc|X}} a [[Igreja de São Félix de Solovio]].{{Carece de fontes|hist-eu|data=novembro de 2013}}
}} e comunica a ocorrência a Teodomiro, bispo de Iria Flávia. Depois de três dias de jejum, o bispo e o seu séquito deslocaram-se ao local e descobriram entre o matagal um monumento construído em placas de [[mármore]], constituído por um pequeno edifício abobadado em ruínas. Numa câmara do interior havia um túmulo em mármore e um altar, pelo que não tiveram dévida alguma de que se tratava do sepulcro do apóstolo e dos seus dois discípulos Atanásio e Teodoro.
O bispo comunicou o achado ao rei das Astúrias e Galiza Afonso II, o Casto, que se deslocou imediatamente com a sua [[Corte (realeza)|corte]] ao local. O rei outorgou ao bispo as terras vizinhas do sepulcro, mais as suas respetivas rendas, e mandou construir uma pequena igreja sobre o cemitério (''compositum'') ''«supra corpus apostoli»'' ("por cima do corpo do apóstolo"), junto a um batistério e outra igreja dedicada ao Salvador.<ref name=flor64 /><ref name=vil64 /> Algum tempo depois, num documento datado de 4 de setembro de 834, o rei dizia:
{{Citação2|cinzabq=s|
1=Pois nos nossos dias revelou-se-nos o prezado tesouro do bem aventurado Apóstolo, ou seja, o seu santíssimo corpo. Ao conhecê-lo, com grande devoção e espírito de súplica, apressei-me a ir adorar e venerar tão precioso tesouro, acompanhado da minha corte, e dendemos-lhe culto no meio de lágrimas e orações como Patrono e Senhor de Espanha, e pela nossa própria vontade, outorgámos-lhe o pequeno obséquio antes referido, e mandámos construir uma igreja em sua honra.|
2=[[Afonso II das Astúrias|Afonso II, o Casto]], 4 de setembro de 834.{{Harvy|bloz|Bravo Lozano & Raurich|1999|p=5}}
}}▼
Esta pequena igreja foi a origem da catedral de Santiago de Compostela. Segundo alguns autores, o nome "compostela" deriva de ''compositum'' ("cemitério"), enquanto que outros estudiosos o nome tem origem em ''campus stellae'' ("campo das estrelas"), devido às luzes que bailavam sobre o cemitério e que indicaram a Pelágio a sua localização.{{Carece de fontes|hist-eu|data=novembro de 2013}}
Durante as [[Escavação|escavações]] realizadas no subsolo da catedral foram descobertos um [[mausoléu]] romano com o pavimento em [[mosaico]] [[Arte paleocristã|paleocristão]] dos séculos III e IV e uma [[lápide]]. Esta última encontra-se atualmente no [[Convento de São Paio de Antealtares|Mosteiro de Antealtares]] e apresenta a seguinte inscrição: ''«Dedicado aos deuses [[manes]]. Atia Moeta, por disposição testamentária, mandou colocar este [[epitáfio]], ao sono eterno de Viria Moeta, a sua boníssima neta, falecida aos 16 anos, e dotou o seu próprio enterro.»'' [[Antonio López Ferreiro|López Ferreiro]] encontrou no centro dos restos das [[basílica]]s anteriores à atual uma cripta quadrangular delimitada mor um muro de pedra. Este espaço estava dividido em duas partes; numa delas, onde estaria o túmulo do apóstolo, havia restos de um mosaico com decoração vegetal; na outra parte, muito danificada por obras posteriores, encontrou dois túmulos de tijolo que seriam dos discípulos de Santiago.{{Carece de fontes|hist-eu|data=novembro de 2013}}
===Igreja primitiva===
Dada a importância religiosa e política do achado, como já foi referido, o rei Afonso II mandou construir uma igreja pequena e simples. Para tal foram derrubadas as colunas existentes e construída uma parede rodeando a arca de mármore e formando uma nave de planta retangular, com uma pequena [[abside]]. A igreja foi coberta com um teto em madeira.{{Harvy|navasc|Navascués & Sarthou|1997|p=219} A antiga cela do sepulcro foi mantida na cabeceira. Deste primeiro templo só se conserva o [[lintel]] da entrada e as bases das paredes. Aparentemente também existia um batistério a norte da igreja.{{Carece de fontes|hist-eu|data=novembro de 2013}}
No decurso de escavações levadas a cabo em 1878 por baixo da abside da catedral, dirigidas pelo historiador López Ferreiro, quando [[Miguel Payá y Rico]] era arcebispo de Compostela, foram descobertas as fundações do sepulcro primitivo, denominado ''"Arca marmarica"'', com restos de um altar que constava de uma lage lisa sobre um [[fuste]] de pedra de pedra também ele liso. Era de planta quadrada, com cerca de oito metros de lado, e tinha outro corpo central, mais pequeno e retangular, construído com grandes [[perpianho]]s; as paredes exteriores eram em [[alvenaria]]. Tinha um [[pórtico]] com coulnas e era pavimentada com lajes de [[granito]]. A cobertura do sepulcro tinha uma orla de mosaico romano.{{Carece de fontes|hist-eu|data=novembro de 2013}}
As escavações realizadas debaixo da nave maior da catedral evidenciaram também a presença de uma [[necrópole]] cujo uso se prolongou pelo menos desde a construção da igreja até à primeira metade do {{séc|XII}} e que ocupou o espaço de outra necrópole anterior, usada entre os séculos IV e VII. Os enterramentos estendiam-se ao longo da frente ocidental da igreja e em seu redor, com túmulos feitos com pedras e cobertos por lajes, outros escavados na rocha do subsolo e outros constituídos por uma lápide monolítica, por vezes com inscrições; foram também descobertos ainda [[sarcófago]]s monolíticos. Foram ainda encontrados dois recintos funerários adjacentes à basílica; num deles foi encontrado o túmulo de Teodomiro.{{Carece de fontes|hist-eu|data=novembro de 2013}}
===Igreja pré-românica===
Durante o reinado de [[Afonso III das Astúrias|Afonso III, o Grande]], devido ao número crescente de peregrinos e às pequenas dimensões da igreja, decidiu-se construir um novo templo, de maiores dimensões e melhor construído do que o existente. A nova igreja foi construída em estilo [[Arte pré-românica|estilo pré-românico]], com três naves e uma abside quadrangular, que integrou a igreja anterior no [[Presbitério (arquitetura)|presbitério]]. As sepulturas de Santiago e dos seus discípulos não foram mexidas.<ref name=nav220 />
Na cabeceira central foi colocado um altar dedicado a São Salvador e nas [[absidíola]]s laterais foram construídos dois altares: um à direita, dedicado a [[São Pedro]], e outro à esquerda, dedicado a [[São João Evangelista]]. Na fachada havia um [[nártex]] com [[pórtico]] e no lado norte foi mantido o edifício do batistério. O teto era de madeira, com duas águas. Ainda existem restos da parte superior de três janelas laterais, em [[arco de ferradura]].<ref name=nav220 />
A consagração da nova igreja teve lugar com grande pompa em maio de 899. A ela assistiram ''«a família real, 17 bispos, 14 nobres e outras personalidades»''. Num livro em [[pergaminho]] da catedral conserva-se a escritura de doação por parte de Afonso III.<ref name=nav220 />
Em volta da igreja surgem na mesma época outras edificações, como os mosteiros de [[Mosteiro de São Martinho Pinário|São Martinho Pinário]] e a sua Igreja de Santa Maria da Corticela, situado a norte da basílica, e o de [[Convento de São Paio de Antealtares|São Paio de Antealtares]], situado a leste. O primeiro paço episcopal data também dessa altura; situava-se a sul da igreja, aproximadamente no local onde depois se contruiu a [[Fachada das Pratarias|porta de Pratarias]].<ref name=nav220 />
No verão de 997, Santiago de Compostela foi atacada por [[Almançor]], o governante ''[[de facto]]'' do [[Califado de Córdova]]. Prevendo esse ataque, o bispo [[Pedro de Mezonzo]] tinha mandado evacuar a cidade. As hostes de Almançor incendiaram a cidade e o templo pré-românico,<ref name=vil64 /> mas respeitaram o sepulcro do apóstolo, um gesto que é comparado ao de [[Átila]] ao poupar [[Roma]]. Antes de incendiar a igreja, o comandante muçulmano teria dado de beber ao se cavalo de uma pia de [[água benta]] existente perto da porta de Pratarias.<ref name=vaq447 /> A conservação do sepulcro permitiu que o Caminho de Santiado continuasse apesar da destruição do santuário, o qual voltou a ser reconstruído cerca do ano 1000 pelo bispo Pedro de Mezonzo.<ref name=vil64 />
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Igrexa prerrománica...
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== Descrição ==
[[Imagem:Cúpula da Catedral de Santiago de Compostela.jpg|thumb|esquerda|Cúpula do interior]]
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{{HarvRef|name=vaq447|Vaqueiro|1998|p=[http://books.google.pt/books?id=8ZmpCkbzZQkC&pg=PT450 447–448]}}
}}<!--fim refs-->▼
<!--------- REFS WP.GL:▼
▲NotaNT|
▲1=No ''[[website]]'' do 800º aniversário da catedral,<ref name=a800 /> celebrado em 2011, apresenta-se a data de consagração 21 de abril de 1211, e existe bibliografia que cita essa mesma data,<ref name=csg2 /><ref name=csg3 /><ref name=csg4 /><ref name=csg5 /> mas outras fontes, nomeadamente a Pastoral do Arcebispado de Santiago de Compostela dizem que a catedral foi consagrada no dia 3 de abril de 1211.<ref name=csg6 /><ref name=csg7 /><ref name=csg8 />
▲}}
<ref name=a800>{{Citar web|url=http://www.catedralsantiago800.com/la-catedral-de-santiago/|titulo=La Catedral de Santiago|acessodata=27 de novembro de 2013|publicado=800º Aniversario de la Catedral de Santiago de Compostela|obra=www.catedralsantiago800.com|lingua3=es|arquivourl=http://wayback.archive.org/web/20120101180249/http://www.catedralsantiago800.com/la-catedral-de-santiago/|arquivodata=1 de janeiro de 2012}}</ref>
Linha 188 ⟶ 229:
{{HarvRef|name=csg8|Armesto|1971|p=[http://books.google.pt/books?id=LBGZ-m7FGJcC&q=%223%20de%20abril%22 188]}}
12:<ref name=arm188x />▼
{{HarvRef|name=arm188x|Armesto|1971|p=[http://books.google.pt/books?id=LBGZ-m7FGJcC&pg=PA188 188], [http://books.google.pt/books?id=LBGZ-m7FGJcC&pg=PA287 287]}}
▲15:<ref name=rlib /><ref name=rlib>{{Citar web|url=http://www.religionenlibertad.com/articulo.asp?idarticulo=10022|titulo=Santiago y los orígenes del cristianismo en España|acessodata=27 de novembro de 2013|data=23 de julho de 2010|obra=www.religionenlibertad.com|lingua3=es|arquivourl=http://wayback.archive.org/web/20120127164857/http://www.religionenlibertad.com/articulo.asp?idarticulo=10022|arquivodata=27 de janeiro de 2012}}</ref>
▲16:<ref name=sapiens>{{Citar web|url=http://www.sapiens.ya.com/rojea/camino/18.htm|titulo=Santiago en los textos literarios|datali=27 de novembro de 2013|obra=www.sapiens.ya.com|lingua3=es|arquivourl=http://wayback.archive.org/web/20090812135014/http://www.sapiens.ya.com/rojea/camino/18.htm|arquivodata=12 de agosto de 2009}}</ref>
▲NotaNT|
▲}}<!--fim refs-->
▲1=''«Jacobe, filho [[Zebedeu]] [...] [[Pregação|pregou]] o [[Evangelho]] aos povos da [[Hispânia]] e nos lugares ocidentais, infundindo a luz da pregação no ocaso do mundo. Morreu ferido pela espada do [[tetrarca (Judeia)|]] [[Herodes Agripa I|Herodes]]. Foi sepultado en [[Marmarica]].''» ([[Isidoro de Sevilha]], ''De Ortu et Obitu Patrum''). ''«[..<!-- no artigo em galego: Como primicia do Evanxeo, --.] Santiago converteu com a sua pregação os povos hispanos.»'' ([[Adelmo]] de [[Abadia de Malmesbury|Malmesbury]]).
▲<!--------- REFS WP.GL:
19: c <ref name=vil64 />
▲18:{{Harvy|florrisco|Flórez & Risco|1765|p=64–65}}
▲19: a b c <ref name=vil64 />{{HarvRef|name=vil64|Villanueva|2010|p=64–78}}
▲23:{{Harvy|navasc|Navascués & Sarthou|1997|p=220}}
25:{{Harvy|navasc|Navascués & Sarthou|1997|p=221}}
Linha 319 ⟶ 354:
{{Portal3
{{Santiago de Compostela}}
{{Santiago de Compostela|catedral|estado=show}}
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