Micro-história: diferenças entre revisões

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A '''microhistóriamicro-história''' é um gênero [[historiografia|historiográfico]] surgido com a publicação, na [[Itália]], da coleção "''[[Microstorie]]''", sob a direção de [[Carlo Ginzburg]] e [[Giovanni Levi]], pela editora [[Einaudi]], entre [[1981]] e [[1988]]. Vem sendo praticada principalmente por historiadores italianos, franceses, ingleses e estadunidenses, com ênfase no papel desempenhado pelos primeiros, na importância da revista "''[[Quaderni Storici]]''" e no sucesso da referida coleção "''Microstorie''".
 
A sua proposição de [[Teoria da História|análise histórica]] defende uma delimitação temática extremamente específica por parte do historiador (inclusive em termos de espacialidade e de temporalidade), mas não se reduz apenas a isto.
 
Numa escala de observação reduzida, a análise desenvolve-se a partir de uma exploração exaustiva das fontes, envolvedoenvolvendo a descrição etnográfica e tendo preocupação com uma narrativa histórica que se diferencia da narrativa literária porque se relaciona com as fontes. Contempla temáticas ligadas ao cotidiano de comunidades específicas — geográfica ou sociologicamente —, às situações-limite e às [[biografia]]s ligadas à reconstituição de microcontextos ou dedicadas a personagens extremos, geralmente figuras anônimas, que passariam despercebidas na multidão.
 
Surgida a partir dos debates relacionados com os rumos que a chamada [[Escola dos Annales]] deveria tomar, esta nova corrente historiográfica foi mal compreendida, ora tomada como [[história cultural]], ora confundida com a [[história das mentalidades]] e com a [[história do cotidiano]]. Segundo o historiador [[brasil]]eiro [[Ronaldo Vainfas]], também foi percebida como a expressão típica de uma história descritiva, de viés marcadamente [[antropologia|antropológico]], que renunciou ao estatuto científico da disciplina e invadiu o território da [[literatura]], rompendo de vez as fronteiras da narrativa histórica com o ficcional.
 
Giovanni Levi chama a atenção de que tais análises estão equivocadas, pois apesar de produzirem resultados interessantes, o recorte em microhistóriamicro-história deve ser temático e, mesmo assim, relacionado com um assunto mais amplo. O autor assinala que a microhistóriamicro-história deveria servir como um "''[[zoom]]''" em uma [[fotografia]]. O pesquisador observa um pequeno espaço bastante ampliado, mas, ao mesmo tempo, tendo em conta o restante da paisagem, apesar de não estar ampliada.
 
==Autores==
Entre os autores que se dedicaram à produção da microhistóriamicro-história citam-se:
 
*[[Alain Corbin]]
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*MICROHISTORY NETWORK: http://www.microhistory.eu
 
==A microhistóriamicro-história no Brasil==
 
No Brasil, ainda são poucos os historiadores que se dedicam à reflexão teórica ou mesmo à prática da microhistóriamicro-história. Destacam-se os nomes de [[Ronaldo Vainfas]] (autor de [[Traição: um jesuíta a serviço do Brasil holandês processado pela inquisição]]) e [[Boris Fausto]] (autor de [[O crime do restaurante chinês: carnaval, futebol e justiça na São Paulo dos anos 30]]).
 
=={{Bibliografia}}==
*LEVI, Giovanni. Sobre a microhistóriamicro-história. in: [[Peter Burke|BURKE, Peter]]. ''A escrita da história: novas perspectivas.'' São Paulo: Editora da [[UNESP]], 1992. p. 133-161.
*LEVI, Giovanni. ''A herança imaterial: trajetória de um exorcista no Piemonte do século XVII''. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
*[[Ronaldo Vainfas|VAINFAS, Ronaldo]]. ''Os protagonistas anônimos da História: microhistóriamicro-história .'' Rio de Janeiro: Campus, 2002. 115p.
 
{{Escola dos Annales}}
{{esboço-história}}
 
[[Categoria:MicrohistóriaMicro-história| ]]