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== História e funções ==
 
Os ''vestiaritai'' apareceram nas fontes em meados do século XI, com o primeiro ''vestiaritēs'' conhecido, João Iberitzes, atestado em 1049.{{harvref|name=Kazh2163|Kazhdan|1991|p=2163}} Como o nome indica, eles tinham uma conexão com o guarda-roupa e o tesouro imperiais, o ''[[vestiarion]]'', provavelmente inicialmente apontados como seus guardas. A partir de 1080, eles foram formalmente divididos em dois grupos: os ''vestiaritai'' "internos" ou "domésticos" (''esō'' ou ''oikeioi vestiaritai''), ligados ao tesouro pessoal do [[imperador bizantino]] (o ''esō/oikeiakon vestiarion''), sob um [[grande primicério]]; e os "externos" (''exō vestiaritai''), sob um ''primikērios'', que estava provavelmente ligado ao tesouro público ou estatal (''basilikon vestiarion'').{{harvref|Oikonomides|1976|p=130}} Gradualmente substituíram diversos outros grupos de guarda-costas armados que os imperadores se utilizavam quando estavam em [[Constantinopla]], como os ''[[manglabitaimanglabitas]]'' ou os ''pantheōtai'', e se tornaram um grupo exclusivo de agentes confidenciais do imperador.{{harvref|Oikonomides|1976|p=129}} Como escreveu a princesa e historiadora [[Ana Comnena]], eles eram os cortesões que ficavam mais "próximos" do imperador.<ref name=Kazh2163/> Com a crise militar da década de 1070, eles se transformaram também num regimento de guarda regular do palácio, servindo juntamente com a [[guarda varangiana]] no [[exército bizantino]] do período dos [[Dinastia Comneno|comnenos]]{{harvref|Bartusis|1997|p=271}}{{harvref|Oikonomides|1976|p=129–130}}
 
Os ''vestiaritai'' aparecem nas fontes até 1387 e provavelmente continuaram a existir depois disso. Nos séculos XIII e XIV, porém, o papel que eles desempenhavam era puramente fiscal: eles eram responsáveis por alistar soldados e carroças nas províncias, sob o controle do [[doméstico dos temas]] do oriente.<ref name=Kazh2163/>{{harvref|Guilland|1967|loc=Tome I, p. 589}} O principal ''vestiaritai'' era chamado de '''protovestiarita''' ({{langx|el|πρωτοβεστιαρίτης}}) nos séculos XIII e XIV (que não deve ser confundido com o mais antigo e mais importante cargo de [[protovestiário]]). Ele é atestado até pelo menos 1451, quando estava na função [[Jorge Frantzes]]{{harvref|Kazhdan|1991|p=1750; 2163}}{{harvref|Guilland|1967|loc=Tome II, p. 203–209}} No "Livro dos Cargos", de meados do século XIV, de [[Pseudo-Codino]], o título está na décima-nona ordem de precedência, após o [[paracoimomeno]] do quarto imperial.{{harvref|Verpeaux|1966|p=137}} De acordo com a mesma obra, suas [[insígnia]]s eram: um cajado de madeira (''dikanikion'') com botões em ouro e [[ouro vermelho]], um chapéu do tipo ''skiadion'' com bordados do tipo ''klapotōn'', outro tipo de chapéu chamado ''skaranikon'', de seda branca e dourada, com bordados em fio-de-ouro e imagens do imperador na frente e atrás e, finalmente, um robe de seda indicativo do cargo, chamado ''kabbadion''.{{harvref|Verpeaux|1966|p=157}}