Segunda guerra judaico-romana: diferenças entre revisões

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|legenda = Império Romano após 120
|data = [[115]]–[[117]]
|local = [[Chipre (província romana)|Chipre]], [[Líbia romana|Líbia]], [[Egito romano|Egito]], [[Mesopotâmia romana|Mesopotâmia]], [[Judeia (província romana)|Judeia]], [[Síria romana|Síria]]
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Apesar da contribuição ser insignificante, muitos judeus recusaram-se a pagar o imposto e um clima de revolta espalhou-se pelas comunidades judaicas de várias cidades do mundo helênico.
 
Um ano após o fim da revolta na Judeia, houve uma tentativa de rebelião em [[Alexandria]],<ref>[[Flávio Josefo|Josefo]] atribui essa revolta à ação de [[Sicários]] que teriam fugido da [[Judeia (província romana)|]] para o [[Egito (província romana)romano|Egito]].</ref> rapidamente sufocada pelos romanos. Receoso que o templo judeu de [[Leontópolis (Heliópolis)|Leontópolis]] (no extremo sul do [[Delta do Nilo]]) se convertesse - a exemplo do de Jerusalém - em ponto de convergência de conspiradores, o imperador [[Vespasiano]] ordenou seu fechamento.
 
Pouco tempo depois, na [[província romana]] da [[Cirenaica (província romana)|Cirenaica]], um tecelão judeu, Jônatas, declarando-se possuidor de autoridade [[Messianismo|messiânica]], conduziu seus seguidores ao deserto para esperar prodígios que anunciariam o advento do "reino de Deus". Embora estivessem desarmados, eles foram atacados e abatidos por uma força romana, enviada pelo governador, Catulo. Os poucos sobreviventes acabaram executados. Submetido à tortura, Catulo fez revelações que deixaram o governador convencido de que, por trás do simplório tecelão, havia uma considerável massa de judeus ricos, sobretudo em [[Roma]] e Alexandria, urdindo uma vasta rebelião judaica no interior do [[Império Romano]]. Até o nome de [[Flávio Josefo]] apareceu em uma lista de supostos envolvidos na conspiração.<ref>Protegido da [[dinastia flaviana]] (Vespasiano e [[Tito (imperador)|Tito]]), [[Flávio Josefo]] foi inocentado por carência de provas.</ref>
 
O cenário manteve-se aparentemente calmo até 115, quando grande parte das tropas romanas baseadas na África foi retirada para participar de uma campanha do imperador Trajano, contra os partas, na Mesopotâmia. Mal elas se retiraram, revoltas judaicas estouraram, quase simultaneamente, em diferentes pontos do império. na Cirenaica, no Egito e em [[Chipre]].
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Trajano avançou, rapidamente, pela Mesopotâmia, devastando a região ao lado do [[Eufrates]], densamente povoada por judeus, e conquistou o reino de [[Adiabene]], situado no território que, no passado, fora a [[Assíria]], e cuja família real se tornara judaica duas gerações antes. Continuou indo em direção ao Leste, mas teve que retroceder, pois nos territórios que acabara de conquistar, rebeldes judeus investiram contra as guarnições romanas deixadas pelo imperador.
 
A insurreição rapidamente se espalhou para [[Cirenaica e Creta|Cirenaica]], [[Egito romano|Egito]] e [[Chipre romana|Chipre]],não tardando a evoluir para uma guerra, com a população judaica dessas três províncias organizando exércitos regulares, atacando os soldados romanos e chacinando os habitantes greco-romanos. Cidades com importantes populações judaicas - como ''[[Nísibis]]'' (atual [[Nusaybin]]),''[[Edessa (Mesopotâmia)|Edessa]]'' (atual [[Şanlıurfa]]), ''[[Selêucia do Tigre|Selêucia]]'' e [[Arbela]] - também aderiram à rebelião.
Na Cirenaica, os rebeldes foram liderados por [[Líquias]] (ou Andreas), que se auto-proclamou "rei" (segundo [[Eusébio de Cesareia]]). Seu grupo destruiu muitos templos, inclusive os de [[Hécate]], [[Júpiter (mitologia)|Júpiter]], [[Apolo]], [[Ártemis]], e [[Isis]], bem como as estruturas civis que eram símbolos de Roma, como o ''[[Caesareum]]'', a [[Basílica]], e as [[Termas romanas|Termas]]. A população greco-romana sofreu horríveis massacres. A violência dos judeus foi tão selvagem que, anos depois, o imperador [[Adriano]] precisou deslocar colonos de outras partes do império, para repovoar a província.<ref>Paulo Orósio, ''Historiæ adversum Paganos'', 7.12.6.</ref>