Miguel Alexandrovich da Rússia: diferenças entre revisões

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| cidadefalecimento= [[Perm]], [[Ficheiro:Flag of Russian SFSR.svg|20px]] [[Montes Urais]], [[República Socialista Federativa Soviética da Rússia]]
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'''Grão-Duque Miguel da Rússia''', ({{lang-ru|Великий Князь Михаи́л Александрович Рома́нов}}, [[Transliteração|transl.]] ''Velikiy Knyaz Mikhail Aleksandrovich Romanov'') ([[São Petersburgo]], [[22 de novembro]] de [[1878]] ([[calendário juliano]]) –– [[Perm]], [[Ural]], [[12 de junho]] de [[1918]]) foi o irmão mais novo do Czar [[Nicolau II da Rússia]]. Após a Revolução de Fevereiro, Nicolau abdicou do trono em seu favor, mas Miguel diferiu o poder e marcou eleições para uma Assembleia Constituinte.
 
O Governogoverno da Rússia foi assumido pela [[Duma]], na figura do príncipe liberal [[Georgy Lvov]].
 
== Família e Infânciainfância ==
[[Ficheiro:1888. Семья императора Александра III.jpg|thumb|200px|left|Miguel (1º da esq.) com a sua família]]
O Grãogrão-Duqueduque Miguel Alexandrovich Romanov nasceu em [[São Petersburgo]] no dia [[9 de Dezembrodezembro]] de [[1878]], sendo o quarto filho do Czarevichczarevich Alexandre Alexandrovich (futuro [[Alexandre III]]) e da sua esposa, a antiga Princesaprincesa Dinamarquesadinamarquesa, conhecida na Rússia por [[Maria Feodorovna]]. Misha, como era conhecido pela sua família e amigos mais próximos, era, sem dúvida, o filho preferido dos seus pais. O seu pai subiria ao trono em [[1881]], após o assassinato do seu avô, [[Alexandre II da Rússia]].
 
A infância de Miguel foi passada sobretudo no Palácio de Gatchina, localizado nos arredores de São Petersburgo, antiga residência do seu trisavô [[Paulo I da Rússia]]. Neste palácio vivia-se num ambiente relaxado de casa de campo e simplicidade sem grandes luxos. Enquanto [[Alexandre III da Rússia]] era austero e dominador como Czarczar e com outros membros da família, com os seus filhos era um pai devoto e relaxado, especialmente com Miguel. [[Nicolau II da Rússia]] era conhecido como uma criança tímida e insegura, mas, pelo contrário, Miguel era amistoso e mostrava bem a confiança interior de filho predilecto.
 
Entre os seus irmãos, Miguel era mais próximo da sua irmã mais nova, [[Olga Alexandrovna]] que o tratava por "querido, querido Floppy". Os dois irmãos viajavam bastante juntos e a primeira paixão de Miguel foi com uma das suas damas-de-companhia chamada Dina. Essa relação não foi considerada própria para um Grãogrão-Duqueduque e terminou graças aos esforços da sua mãe. Misha estava ao lado do seu adorado pai quando este morreu subitamente em [[1894]].
 
== Herdeiro ao Tronotrono ==
Em [[1899]], quando Miguel tinha 20 anos, o seu irmão mais velho, [[Jorge Alexandrovich Romanov|Jorge]], morreu de [[tuberculose]]. Como Nicolau e Alexandra ainda não tinham um filho, Misha recebeu o título de czarevich até a Agostoagosto de [[1904]] quando o seu sobrinho [[Alexei Nikolaevich Romanov|Alexis Nikolaevich]] nasceu. Quando Alexandra estava grávida de [[AnastasiaAnastásia Nikolaevna Romanova|Anastásia]], [[Nicolau II da Rússia]] esteve muito próximo da morte quando sofreu de [[febre tifóidetifoide]]. Foi só durante essa altura que Alexandra soube das leis paulistas que impediam as suas filhas de subir ao trono. Muitos dizem que foi então que começou a sua obsessão em ter um filho. Felizmente para todos, Nicolau sobreviveu e Miguel pôde regressar à sua rotina normal.
 
O papel de um jovem adulto herdeiro ao trono na família Romanov era muito semelhante ao que hoje faz um Vicevice-Presidentepresidente nos Estados Unidos: participava em muitos casamentos e funerais. Miguel representou Nicolau tanto no funeral da rainha [[Rainha Vitória do Reino Unido]] em [[1901]] como no do Reirei [[Eduardo VII]] do Reino Unido]] em [[1909]]. A relutância do Czarczar em abandonar a sua jovem família fazia com que as viagens de Miguel aumentassem, tanto no seu país como no estrangeiro.
 
Como resultado das suas viagens, Miguel tornou-se numa espécie de cavalheiro britânico. Muitos dos seus gostos e preferências reflectiam os da aristocracia inglesa da altura. Era um brilhante cavaleiro, sabia conduzir na perfeição e adorava animais e estar no campo. Durante estes anos, quando estava na Rússia, vivia no seu palácio de infância, Gatchina.
 
Um dos seus outros deveres levou, indirectamente, ao seu casamento em [[1912]]. Durante muitos anos, Miguel foi o comandante da Guarda Imperial que tinha o seu quartel-general em Gatchina. Foi aí que conheceu a esposa de um dos oficiais, Natalia Wulfert, em 1906. O escândalo causado por esta ligação foi o segundo do tipo na família. Antes o seu tio, o grão-duque [[Paulo Alexandrovich|Grão-Duque Paulo]], tinha casado com a estranha ex-mulher do adjunto de [[Vladimir Alexandrovich da Rússia]].
 
== Casamento e Exílioexílio ==
[[Ficheiro:MishaNatasha-1.jpg|thumb|left|250px|Miguel com a esposa Natalia]]
Natalia Wulfert era descrita pelos seus contemporâneos como uma bonita jovem de 18 anos e com um espírito independente quando conheceu Miguel em [[1906]]. Filha de um advogado de [[Moscovo]], casou-se pela primeira vez aos 16 anos com o director musical de Bolshoi Mamontv. Enquanto estava casada com Wulfer, conheceu Misha e, segundo relatos, houve uma atracção imediata de ambos os lados. Pouco tempo depois tornaram-se amantes e o Grãogrão-Duqueduque, seguindo a lei, escreveu ao seu irmão Nicolau para lhe pedir permissão para se casar com ela.
 
A família real britânica tinha o seu desdém por ver os seus membros casar com pessoas divorciadas, mas os princípios dos [[Romanov]] eram ainda mais complexos. De acordo com as leis Paulinaspaulinas, os membros da Famíliafamília Imperialimperial estavam proibidos de contrair "matrimónios desiguais." Assim, os membros da família eram obrigados a unir-se com outras famílias reais ou aristocráticas que fossem aprovadas pelo Czarczar. Durante o reinado de [[Nicolau II]], a grande maioria dos casamentos "escandalosos" envolveram uniões entre membros da família com cidadãos russos fora da aristocracia. Por exemplo, a sua irmã mais nova, Olga Alexandrovna, casou-se com um coronel muito respeitável, mas sem qualquer ligação à aristocracia. Por isso a oposição da família ao casamento de Miguel com Natalia não se deveu tanto à sua falta de origens aristocráticas, mas sim ao facto de esta ser divorciada.
 
Nicolau não aceitou o casamento e deixou-o bem claro quando enviou o seu irmão para um posto de comando afastado em Orel. Natalia foi enviada para umas longas "férias" pela Europa. Os amantes trocaram vários telegramas e cartas e, finalmente, não conseguíram manter-se afastados. Viveram juntos sem se casarem durante vários anos. Em [[1910]], Natalia deu à luz o único filho do casal, [[Jorge Mikhailovich, Conde Brassov|Jorge]], que recebeu o nome em honra do irmão mais velho de Miguel, o [[Grãogrão-Duqueduque [[Jorge Alexandrovich]]. Apenas dois eventos interromperam o silêncio entre Nicolau e Miguel: a grave crise de hemofilia de Alexis na [[Polónia]] em [[1912]] e a [[Primeira Guerra Mundial]].
 
Quando Miguel recebeu a notícia da gravidade do estado de saúde de Alexis na casa de férias da família em [[Spala]], na [[Polónia]], entrou em pânico. Ele e Natalia tinham vivido como vagabundos imperiais, viajando pela [[Europa]] com o seu filho bebê. Contudo, se Alexis morresse, Miguel tornar-se-ia novamente herdeiro ao trono e não queria sê-lo sem Natalia a seu lado como esposa legítima. Com a falta de saúde do sobrinho e o fim aparente de gestações de Alexandra, Miguel temia que o facto de ainda não ainda não se ter casado com Natalia fosse utilizado para o atirar para um casamento imperial com outra mulher, por isso, durante a crise, casou-se com a sua companheira em Viena, numa Igreja Ortodoxa Sérvia. Fê-lo para que o seu irmão Nicolau ou a Igreja Ortodoxa Russa não pudessem afastar Natalia que recebera agora o apelido de [[Romanov]].
 
A atitude de desafio de Miguel em relação à sua família pode ser comparada ao que o seu primo [[Eduardo VIII do Reino Unido]] faria anos mais tarde com [[Wallis Simpson]], uma divorciada americana que o levaria a abdicar do trono de Inglaterra. Para os românticos o amor que unia Miguel e Natalia pode ser inspirador, mas para [[Nicolau II da Rússia]], este acto foi visto como traição que deixou o Czar zangado e devastado, principalmente devido ao facto de o irmão ter escolhido uma altura tão complicada como era a possível morte do herdeiro ao trono. A zanga entre os dois irmãos intensificou-se e não seria resolvida até ao rebentar da [[Primeira Guerra Mundial]] dois anos mais tarde.
 
== A Primeira Guerra Mundial ==
[[Ficheiro:Mikhail Alexandrovich.jpg|thumb|235px|right| Grão-Duqueduque Miguel durante a [[Primeira Guerra Mundial]]]]
Nicolau não pediu a ajuda de Miguel imediatamente após o rebentar do conflito em Agosto de [[1914]]. Foi o melhor amigo de Miguel, o Generalgeneral Ivan Ivanovich, que se colocou entre os dois irmãos e intercedeu por Miguel, sugerindo que ele deveria ser nomeado comandante da "Divisão Selvagem."
 
A "Divisão Selvagem" era uma unidade de soldados voluntários, composta por seis regimentos de [[Muçulmanosmuçulmanos]] provenientes da região do [[Cáucaso]]. Miguel era uma escolha popular entre os combatentes desta unidade onde quase todos guardavam uma fotografia do Grãogrão-Duqueduque no uniforme.
 
Natalia fundou vários hospitais por toda a cidade de [[Petrogrado]] (como era chamada [[São Petersburgo]] na altura) e até transformou o Palácio de Gatchina num pólo da [[Cruz Vermelha]] Dinamarquesa que também serviu de refúgio após a Revolução. Também durante a sua estadia na Rússia recebeu finalmente o título de [[Condessa]] Brassova, juntamente com o seu filho que recebeu o título de Conde Brassov. Apesar de muitos dos membros da família a receberem, incluindo a mãe e irmãs de Miguel, a Condessa nunca foi convidada por Nicolau e Alexandra. Contudo, de acordo com os relatos da época, ela achava suficiente que a tratassem pela "mulher do Grãogrão-Duqueduque" e aceitava o desdém de outros membros dos Romanov com dignidade. Enquanto Misha estivesse vivo, ela estava feliz. Como anfitriã, entretinha frequentemente membros da [[Duma]] Imperial.
 
Miguel provou ser um corajoso comandante da sua "Divisão Selvagem". É interessante que, enquanto grande parte do exército se tenha revoltado e dispersado após a Revoluçãorevolução, esta divisão manteve a sua disciplina e objectivo, sendo que apenas se separou em [[1920]] depois de ter combatido ao lado do [[Exército Branco]], altura em que foram evacuados para [[Constantinopla]] com o Generalgeneral Wrangel. Alguns dos seus descendentes podem muito bem ser rebeldes combatentes na [[Chechénia]], uma vez que muitos dos membros da unidade provinham dessa região.
 
Não existem provas de que o Grãogrão-Duqueduque Miguel tenha participado em qualquer conspiração, nomeadamente as dos Grãogrão-Duquesduques entre [[1916]]-[[1917]] e acredita-se que, apesar de tudo, se manteve leal ao seu irmão até ao último momento. Ele foi apanhado de surpresa, tal como o resto do mundo, quando Nicolau abdicou por si e pelo seu filho no dia 2 de Marçomarço de [[1917]]. A dinastia [[Romanov]] que começara em [[1613]] com o Czarczar [[Miguel I da Rússia]], acabaria agora com Miguel Alexandrovich.
 
== Miguel no trono ==
Alguns [[historiadores]] consideram Miguel o último Czarczar da [[Rússia]]. O que não deixa qualquer dúvida é que ele foi nomeado oficialmente como sucessor de [[Nicolau II da Rússia|Nicolau II]] e, se as coisas tivessem sido diferentes, poderia mesmo ter chegado a [[Czarczar]]. Contudo, ele herdou uma situação que, a cada hora que passava, se ia complicando cada vez mais, fugindo ao seu controlo ou de alguém. Alexandre [[Kerensky]] e outros líderes da [[Duma]] deixaram bem claro que não poderiam garantir a sua segurança se ele decidisse assumir o poder. Seria um [[Czar]]czar sem corte nem apoiantes.
 
O manifesto de Miguel, datado do dia 3 de Marçomarço de [[1917]], é um documento de grande importância devido ao que significou para a família [[Romanov]] que, pela primeira vez, escolheu não usar violência para manter o seu poder. Miguel repudiava o uso da força para assegurar a coroa e essa filosofia mantêm-se até hoje entre os descendentes da família nomeadamente quanto a uma possível restauração da [[monarquia]].
 
O seu [[manifesto]] dizia:
 
''"Um pesado fardo foi-me entregue pela vontade do meu irmão que, numa altura de luta descontrolada e tumulto popular decidiu transferir-me o trono imperial da Rússia. Partilho com o povo a ideia de que o bem do país se deve elevar acima de qualquer outra coisa e decidi firmemente que apenas aceitarei o poder se essa for a vontade do nosso grande povo, que tem, através do sufrágio universal, de eleger os seus representantes para a Assembleia Constituinte, para assim determinar a forma de governo e as novas leis fundamentais da Rússia. Por isso, pedindo a bênção de Deus, peço a todos os cidadãos da Rússia que obedeçam ao Governo Provisório, que subiu ao poder e tem autoridade plena na iniciativa da Duma Imperial até que chegue a altura certa para uma Assembleia Constituinte, convocada o mais cedo possível e eleita de acordo com os princípios do sufrágio universal, directo, igual e secreto, para que se dê voz ao povo para escolher a sua forma de governo."''
''
"Um pesado fardo foi-me entregue pela vontade do meu irmão que, numa altura de luta descontrolada e tumulto popular decidiu transferir-me o trono imperial da Rússia. Partilho com o povo a ideia de que o bem do país se deve elevar acima de qualquer outra coisa e decidi firmemente que apenas aceitarei o poder se essa for a vontade do nosso grande povo, que tem, através do sufrágio universal, de eleger os seus representantes para a Assembleia Constituinte, para assim determinar a forma de governo e as novas leis fundamentais da Rússia. Por isso, pedindo a bênção de Deus, peço a todos os cidadãos da Rússia que obedeçam ao Governo Provisório, que subiu ao poder e tem autoridade plena na iniciativa da Duma Imperial até que chegue a altura certa para uma Assembleia Constituinte, convocada o mais cedo possível e eleita de acordo com os princípios do sufrágio universal, directo, igual e secreto, para que se dê voz ao povo para escolher a sua forma de governo."''
 
Neste documento, Miguel nem aceita, nem rejeita a coroa. Claramente não se trata de uma [[abdicação]], como alguns afirmaram. Em vez disso, Miguel inicia um novo rumo que defendia já antes da queda de Nicolau, para que se formasse um '''governo representativo'''. Ele governaria como um monarca constitucional, ou então, se o povo assim o decidisse, nem sequer subiria ao trono. Miguel manteria o contacto com [[Kerensky]] até à subida ao poder dos [[bolcheviques]] após a [[Revolução de Outubro]] de [[1917]]. As [[eleições]] que Miguel convocara chegaram a realizar-se, mas a [[Assembleia Constituinte]] acabou por ser dissolvida pelos [[bolcheviques]].
 
Miguel era uma visita frequente do [[Palácio de Alexandre]] depois de regressar à [[Rússia]]. A sua última visita ocorreu no dia 31 de Julhojulho de [[1917]] quando lhe foi dada permissão pelo líder do Governogoverno Provisórioprovisório, Alexandre [[Kerensky]], para visitar o seu irmão mais velho, [[Nicolau II da Rússia]], antes de a Famíliafamília Imperialimperial ser enviada para o exílio em [[Tobolsk]]. Essa foi também a última vez que se viram.
 
== A Vida Depoisdepois da Revolução de Outubro ==
[[Ficheiro:Aleksandr Fedorovich Kerensky.jpg|thumb|150px|left| Miguel ajudou [[Kerensky]] a fugir da [[Rússia]]]]
Miguel ajudou [[Kerensky]] a sair da [[Rússia]] após a [[Revolução de Outubro]], obtendo um passaporte dinamarquês através das suas ligações familiares. Os [[Dinamarqueses]] ainda ocupavam Gatchina e ofereceram à família e amigos de Miguel uma pequena sensação de segurança. [[Kerensky]] conseguiu chegar ao [[Ocidente]] e viveu nos [[Estados Unidos]] até à sua morte em [[1964]].
 
Jorge, o filho de Miguel, também saiu da [[Rússia]] graças a um passaporte dinamarquês. Viveu em [[Paris]] até à sua morte aos 21 anos num acidente de carro. Não teve filhos, por isso hoje não existem descendentes de Miguel.
 
Natalia, a sua esposa, foi presa durante algum tempo depois da revolução com o seu marido Miguel. Boris Savinkov, o assassino que planeou o atentado terrorista contra o grão-duque [[Sérgio Alexandrovich da Rússia|Grão-Duque Sérgio Alexandrovich]] em [[1905]], era o responsável pelo casal. Nicolau e Alexandra souberam da detenção de Miguel e Natalia quando estavam exilados em [[Tobolsk]]. Todos os preconceitos sobre o casamento impróprio de Misha tinham já desaparecido e Nicolau ficou terrivelmente preocupado com o seu irmão e cunhada.
Miguel, sempre um marido devoto, ordenou que a sua mulher abandonasse a [[Rússia]] de qualquer forma possível depois de receber a ordem de [[exílio]] para os [[Montesmontes Urais]] na [[Primavera]] de [[1918]]. Assim que foi libertada, Natália obedeceu ao marido e, tal como o seu filho, abandonou o país com um passaporte dinamarquês que a identificava como enfermeira da [[Cruz Vermelha]]. Viveu uma vida tranquila em [[Londres]] durante alguns anos. Em [[1931]] o seu filho Jorge morreu e, apenas em [[1932]], descobriu o que tinha acontecido ao seu marido em Junhojunho de [[1918]]. Nos seus últimos anos de vida, Natalia tinha perdido grande parte da sua fortuna e recebia pequenas ajudas financeiras dos [[Romanov]] e outras famílias reais. Curiosamente a única ajuda financeira que realmente a ajudava veio do seu primo por casamento, o Príncipepríncipe [[Félix Yussupov]]. A filha de Natalia do seu primeiro casamento também conseguiu fugir da Rússia, casou-se, e teve uma filha, Pauline Grey que escreveu o livro '''"The Grand Duke’s Woman'"''." Quando morreu, sozinha e esquecida em [[1952]], era esse o seu título preferido.
 
== Exílio e execução ==
Muitos dos [[Romanov]] que permaneceram na [[Rússia]], excepto os que se refugiavam na [[Crimeia]], foram enviados para os [[Montesmontes Urais]] durante a [[Primavera]] de [[1918]]. A todos eles foi assegurada segurança e liberdade pelos [[bolcheviques]]. Miguel gostou da relativa liberdade durante muitas semanas e sentia-se aliviado por Natalia e o filho terem escapado.
 
Na noite de [[11 de Junhojunho]] de [[1918]], um grupo de [[bolcheviques]] entrou de rompante no quarto de hotel de Miguel e ordenou-lhe que se preparasse para ser transferido para um local seguro. Quando ele protestou e tentou telefonar ao líder do [[Partido Bolchevique]] local que lhe tinha prometido a sua liberdade as linhas foram cortadas. Ele vestiu-se, foi puxado pelo colarinho e atirado para dentro de um carro juntamente com o seu secretário, o britânico Brian Johnson.
 
Os homens conduziram-no para for a da cidade de [[Perm]], onde tinha permanecido em exílio, até uma área de floresta. Ambos foram mortos a tiro pelo grupo. Um relatório indica que Miguel, depois de estar ferido, correu em direcção ao seu amigo com os braços abertos, apenas para ser morto com um tiro no peito. Um dos assassinos usou o [[relógio]] de Johnson durante vários anos como recordação.
 
Os corpos de Miguel Romanov e de Brian Johnson nunca foram encontrados. As suas mortes foram apenas o princípio de uma série de assassinatos de membros da família Romanov que aconteceu entre Junhojunho de [[1918]] e Janeirojaneiro de [[1919]]. Ao todo, 18 membros da família foram mortos durante este período.
 
== Sucessores ao trono russo ==
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{{Caixa de sucessão|
|título=[[Anexo:Lista de monarcas da Rússia|Tsar da Rússia]]
|anos=[[1917]]
|antes=[[Nicolau II da Rússia|Nicolau II]]
|depois=Fim da [[Rússia Imperial]]