Bélgica romana: diferenças entre revisões

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Em 57 a.C., Júlio César iniciou a conquista da Gália setentrional e já sabia que a região ao norte do Seine e do Marne era habitada por um povo (ou uma aliança de povos) conhecido como ''[['belgae]]''', um nome que depois serviu de base para criação da província romana da Bélgica. César relatou que os ''belgae'' eram distintos dos gauleses celtas que viviam mais ao sul pela ''"língua, costumes e leis"'' (''lingua, institutis, legibus''), mas não entrou em detalhes, exceto num ponto em que ele menciona que soube pelos seus contatos que os ''belgae'' tinham parentes a leste do Reno, um território que ele chamou de "Germânia". Algumas destas tribos mais próximas do Reno ele chamou de ''[[Germani cisrhenani]]''. Por outro lado, [[Estrabão]] afirmou que as diferenças entre celtas e ''belgae'' - na língua, instituições e política - eram bem pequenas<ref>[http://www.perseus.tufts.edu/hopper/text?doc=Perseus:text:1999.01.0239:book=4:chapter=1 Geography 4.1]</ref>. Historiadores modernos interpretam as evidências de César e arqueológicas como uma indicação de que o [[:wikt:fulcro|fulcro]] da antiga aliança dos ''belgae'' era a região norte da França, onde estavam as tribos dos ''[[suessiones]]'', ''[[viromandui]]'', ''[[ambiani]]'' e talvez algumas outras vizinhas próximas. Estas eram as líderes da primeira aliança militar que ele César teve que enfrentar e eram também as mais avançadas economicamente (e, portanto, menos "germânicas", nas palavras de César) que a maioria dos aliados mais para o norte como os ''germani cisrhenani''<ref name=wightman>{{Citation|title=Gallia Belgica|last=Wightman|first =Edith Mary|year=1985|publisher= University of California Press| url=http://books.google.com/books?id=aEyS54uSj88C}} page 12-14.</ref>.
 
Porém, todas as tribos ''belgae'' se aliaram contra os romanos por causa da decisão imperial de invernar [[legião romana|legiões]] em seu território. Segundo o relato de César, no princípio do conflito, os ''belgae'' conseguiram juntar uma força de {{formatnum|288000}}, liderados pelo rei ''[[suessiones|suessione]]'' [[Galba (Suessiones)|Galba]]<ref>Júlio César. ''The Conquest of Gaul''. Trans. S.A. Handford (New York: Penguin, 1982), pp. 59-60.</ref>. Por conta do tamanho da coalizão e da reputação de bravura dos adversários, César evitou a todo custo dar combate ao exército ''belgae'' reunido. Ao invés disso, ele fez uso da [[cavalaria romana|cavalaria]] para enfrentar unidades menores e apenas quando ele conseguia isolar uma das tribos é que ele ele recorria ao combate tradicional. Pouco a pouco, todas caíram desta forma e César ofereceu termos generosos aos derrotados, inclusive proteção romana para as tribos que se renderam contra seus vizinhos<ref>Júlio César. ''The Conquest of Gaul''. Trans. S. A. Handford (New York: Penguin, 1982); pp. 59, 70, 72.</ref>. A maior parte das tribos concordou com essas condições, mas, ainda assim, uma série de revoltas se seguiram à conquista de 57 a.C. A maior delas, liderada pelos ''[[bellovaci]]'' em 52 a.C., depois da derrota de [[Vercingetorix]]. Durante esta revolta, eram os ''belgae'' que evitavam o conflito direto e passaram a atacar as legiões romanas, lideradas pessoalmente por César, com forças rápidas de cavalaria e [[arqueiro]]s. A revolta finalmente foi esmagada depois que uma emboscada dos ''bellovaci'' contra os romanos fracassou e os rebeldes foram massacrados.