Germânia Superior: diferenças entre revisões

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{{Info/Província romana
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A '''Germânia Superior''' era uma [[província romana|província]] do [[Império Romano]] localizada àna margemregião doda [[RioGermânia]] Reno|e chamada assim por estar no "alto" curso do [[Reno]], aem montanterelação daà [[Germânia Inferior]], (demas ondepróxima oda termo "superior")foz. SuaEla capitalabrangia eraa região oriental da moderna [[MogúnciaSuíça]], os [[montes Jura]] e outrasa [[Alsácia]] na [[França]] e o sul da [[Alemanha]]. As cidades mais importantes eramera ''[[Besontio]]'' (hoje [[Besançon]]), ''[[ArgentorateArgentoratum]]'' (hojeStrasbourg), ''[[EstrasburgoAquae Mattiacae]]'' ([[Wiesbaden]]) e a capital da província, ''[[Aquae MattiacaeMoguntiacum]]'' (hoje [[WiesbadenMainz]]). A região do [[Médio Reno]] junto da ''[[Limes Germanicus]]'' estava na Germânia Superior e ela fazia fronteira com a [[Récia]] para o sudeste.
 
== História ==
A geografia romana chamava de “[[Germânia]]” uma área de limites não muito bem definidos, mas que compreendia as terras desde a margem ocidental do Reno até um limite vago nas estepes da [[Rússia]] e da [[Ucrânia]] e que incluiria, segundo alguns, partes da [[Escandinávia]].
Os termos "Superior" e "Inferior" para a Germânia não aparecem na ''[[De Bello Gallico]]'' de [[Júlio César]], mas ainda assim ele descreve os povos que viviam na região. A [[Germânia Inferior]] era habitada pelos ''[[belgae]]'' e a Superior, por tribos [[gauleses|gaulesas]], incluindo os [[helvécios]], [[sequanos]], ''[[leuci]]'' e ''[[treveri]]''. Estavam ali também, na margem norte do Médio Reno, o que sobrou das tropas germânicas que haviam tentado tomar ''[[Vesontio]]'' sob o comando de [[Ariovisto]] e que foram derrotadas por César em 58 a.C.
 
Os romanos não abandonaram mais a região depois disso. Durante os primeiros cinco anos do reinado de [[Otaviano]] (28-23 a.C.), [[Dião Cássio]]<ref>[http://penelope.uchicago.edu/Thayer/E/Roman/Texts/Cassius_Dio/53*.html 53.12]</ref> conta que ele assumiu diretamente o comando das maiores [[província senatorial|províncias senatoriais]] alegando que elas perigavam se revoltar e apenas ele seria capaz de comandas as tropas necessárias para restaurar a segurança de Roma. Elas seriam devolvidas ao [[Senado romano]] dez anos depois e passariam a ser governadas por [[procônsul]]es eleitos pelos senadores.
Ao longo da história, Roma envolveu-se em várias campanhas militares contra tribos [[bárbaros|bárbaras]] oriundas da Germânia, ora na defensiva, ora na ofensiva. Por volta de 4 a 6 d.C., os romanos haviam estabelecido dois distritos militares de fronteira na margem esquerda do Reno, governados por [[legados]] e sediados, um em ''Colonia Agrippinensis'' (hoje [[Colônia (Alemanha)|Colônia]], na [[Alemanha]]), outro em Mogúncia (hoje Mogúncia, na Alemanha). Em 85 d.C., Roma transformou os distritos militares em duas províncias, a Germânia Inferior com capital em ''Colonia Agrippinensis'' e a Germânia Superior com sede em [[Mogúncia]].
 
Entre elas estava a Germânia Superior. Aparentemente ela tornou-se uma província nos últimos anos da [[República Romana]]. [[Tácito]] também a menciona como "província da Germânia Superior" em seus ''[[Anais (Tácito)|Annales]]'' (3.41, 4.73, 13.53). Dião Cássio entendia que as [[tribos germânicas]] da região eram [[celtas]], uma impressão que talvez lhe tenha sido passada pelo nome "[[Gália Bélgica|Bélgica]]", dado à Germânia Inferior na época. Ele não menciona onde estava a fronteira, mas relata que a Germânia Superior chegava até a nascente do Reno. Não é claro se ele sabia da existência do [[Alto Reno]], na Suíça, a continuação do rio depois do [[Lago Constança]].
A Germânia Superior ocupava territórios hoje pertencentes à [[Suíça]], à [[França]] e à Alemanha. Fazia fronteira com as províncias romanas da Germânia Inferior, ao norte; [[Gália Belga]] e [[Gália Lugdunense]], a oeste; [[Gália Narbonense]], a sudoeste; e [[Récia]], a sudeste. A leste da província estendia-se a Germânia livre.
 
[[Augusto]] pretendia organizar toda a Germânia numa única província, a "Germânia Magna", mas seu plano foi frustrado pelas tribos germânicas que destruíram as [[legião romana|legiões romanas]] na infame [[Batalha da Floresta de Teutoburgo]]. Depois do desastre, o imperador decidiu limitar o império à fronteira do [[Reno]]-[[Danúbio]], mais fácil de ser defendida. A partir daí, um conflito permanente continuou a existir ali, forçando os romanos a executarem expedições punitivas frequentes e a fortificarem toda a Germânia Superior.
{{Âncora|Germânia Prima}}
== Germânia Prima ==
A reforma de [[Diocleciano]] dividiu a província em '''Germânia Prima''', no norte, e ''[[Maxima Sequanorum]]'', no sul.
 
Em 12 a.C., grandes bases militares existiam em ''[[Castra Vetera]]'' ([[Xanten]]) e ''[[Moguntiacum]]'' ([[Mainz]]), a base de [[Nero Cláudio Druso|Druso]]. Um sistema de fortificações interligadas gradualmente se desenvolveu a partir dessas grandes bases (''[[Limes Germanicus]]''). Porém, entre 69 e 70, todas as fortalezas romanas ao longo do Reno-Danúbio foram destruídas pelos germânicos durante a [[ano dos quatro imperadores|guerra civil]] depois da morte de [[Nero]]. Quando [[Vespasiano]] finalmente conseguiu se consolidar no trono, elas foram reconstruídas de forma ainda mais poderosa, agora com uma [[estrada romana|estrada]] conectando Mainz e ''[[Augusta Vindelicorum]]'' ([[Augusburg]]).
No século V, as invasões dos [[burgúndios]] e dos [[alamanos]] puseram fim ao controle romano da área.
 
[[Domiciano]] foi à guerra contra os ''[[chatti]]'', um povo que vivia ao norte da moderna [[Frankfurt]] entre 83 e 85. Nesta época, a primeira linha de fortificações contínuas na fronteira foi construída e consistia de uma "zona de observação", uma [[paliçada]] onde era possível, torres de madeira e fortalezas nos cruzamentos das estradas. O sistema alcançou sua extensão máxima em 90, quando uma estrada atravessava [[Odenwald]] e uma rede de estradas menores ligavam todas os fortes e torres.
== {{Ver também}} ==
* [[Roma Antiga]]
* [[Província romana]]
 
=== Estratégia defensiva ===
{{Províncias romanas 120 a.C.}}
O plano por trás do desenvolvimento do ''[[limes]]'' era relativamente simples. Do ponto de vista estratégico, a ''[[Agri Decumates]]'', a região entre o Reno e o Danúbio, era como uma cunha na fronteira entre celtas e germânicos, que estes tentaram explorar sob a liderança de Ariovisto. Ela dividia os assentamentos celtas densamento populados ao logo de todo o rio em dois. Forças invasoras podiam, por conta disso, penetrarem na região protegidas pela [[Floresta Negra]]. As obras defensivas romanas, portanto, cruzavam a base desta "cunha", negando assim ao inimigo um corredor seguro e diminuindo o comprimento da fronteira.
 
O ponto chave era a quina da cunha em ''Moguntiacum'', a capital da província, onde estavam localizadas as reservas militares estratégicas romanas. Os fortes que atravessavam a floresta eram relativamente pouco defendidos justamente por estarem sempre sob ataque e, com frequência, terminavam incendiados pelos [[alamanos]]. Porém, como os ataques eram sempre conhecidos com antecedência, as legiões podiam atacá-los em campanhas punitivas ou preventivas a partir de ''Moguntiacum'', ''[[Argentoratum]]'' ou ainda de ''[[Augusta Vindelicorum]]'', do outro lado.
{{DEFAULTSORT:Germania Superior}}
 
Nos anos seguintes, muito mais pacíficos, a ''limes'' perdeu seu caráter temporário e diversas comunidades se desenvolveram à volta das fortalezas. Em 150, muitos dos fortes e torres já haviam sido reconstruídos em pedra e os soldados viviam bons quartéis, também em pedra, com paredes decoradas com [[afresco]]s. As tribos germânicas também mudaram: onde antes César havia queimado miseráveis choupanas de palha dos [[suevos]] de Ariovisto, agora viviam os ''[[chatti]]'' e os [[alamanos]] em confortáveis vilas romanizadas do outro lado do ''limes''.
 
A Germânia Superior foi transformada como uma [[província imperial]] em 90, anexando uma grande porção do território da [[Gália Lugdunense]] e os assentamentos [[helvécios]] da região. Um dos primeiros e mais famosos governadores da província foi o futuro imperador [[Trajano]], que governou-a de 96 até sua ascensão em 98.
 
== Reforma de Diocleciano ==
Como se atesta na ''[[Notitia Dignitatum]]'' do início do século V, durante a [[reforma de Diocleciano|reforma administrativa]] do [[imperador romano]] [[Diocleciano]] (r. 284-305), a parte sul ([[Sequânia]]) da Germânia Superior foi separada para formar a nova província da ''[[Máxima Sequanorum]]''. O que restou foi renomeado para '''Germânia Prima''' (ou '''Germânia I''') e passou a se subordinar à [[Diocese da Gália]]. É possível que a capital tenha se mudado para ''Argentoratum'', mais longe da fronteira e, portanto, mais fácil de ser defendida.
 
No século V, toda a região já fazia parte do [[Reino Burgúndio]] enquanto que a porção norte foi incorporada pela [[Alemânia]].
 
== Principais cidades ==
* ''Lopodunum'' ([[Ladenburg]])
* [[Bad Wimpfen|Wimpfen]]
* [[Stuttgart]]-[[Stuttgart-Bad Cannstatt|Bad Cannstatt]]
* ''Sumelocenna'' ([[Rottenburg am Neckar|Rottenburg]])
* ''Arae Flaviae'' ([[Rottweil]])
* ''Aquae'' ([[Baden-Baden]])
* ''Moguntiacum'' ([[Mainz]])
* ''Borbetomagus'' ([[Worms (Alemanha)|Worms]])
* ''Noviomagus'' ([[Speyer]])
* ''Mattiacorum'' ([[Wiesbaden]])
* ''Nida'' ([[Heddernheim]])
* ''Auderiensium'' ([[Dieburg]])
 
== Bibliografia ==
{{refbegin}}
*Valerie M. Hope: ''Constructing Identity: The Roman Funerary Monuments of Aquelia, Mainz and Nimes''; British Archaeological Reports (16. Juli 2001) ISBN 978-1-84171-180-5
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== Ligações externas ==
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* {{citar web|url = http://www.rgzm.de/navis/Themes/Flotte/FleetsAndBorder.htm| título = As frontas e a política de fronteira romana|língua = inglês| acessodata = 08/02/2014}}
* {{citar web|url = http://www.perseus.tufts.edu/cgi-bin/ptext?doc=Perseus%3Atext%3A1999.04.0006%3Aid%3Dlimes-germaniae-superioris| título = LIMES GERMANIAE SUPERIORIS| publicado = Perseus.org|língua = inglês| acessodata = 08/02/2014}}
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{{Províncias romanas 120 ad.C.}}
 
[[Categoria:AlamanosGermânia romana]]
[[Categoria:Províncias romanas]]
[[Categoria:Alamanos]]
[[Categoria:Diocese da Gália]]