Manuel de Godoy: diferenças entre revisões

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Godoy regressou ao governo em março de 1801, apoiado pelo novo primeiro-cônsul francês [[Napoleão Bonaparte]], com quem assinou o Segundo Tratado de Santo Ildefonso, a 1 de outubro, pelo qual a Espanha obrigava-se a utilizar a sua frota para desbloquear a [[ilha de Malta]] e repatriar o [[Exército francês]] do [[Egito]].
 
Entretanto, foi nomeado comandante-chefe do Exército que atacou Portugal em Maio, após a declaração de guerra de 27 de fevereiro de 1800. O ataque foi um sucesso, com fácil conquista de fortalezas na fronteira do [[Alentejo]]. O exército espanhol, tendo-se dirigindo-se posteriormente para a [[linha do Tejo]], por [[Portalegre (Portugal)|Portalegre]] (que ocupou), mas sem conseguir conquistar [[Elvas]] e com dificuldades na conquista da [[Praça-forte de Campo Maior]], não podia continuar a invasão sem a ajuda do Exército francês, estacionado diante da fronteira da [[Beira (Portugal)|Beira]], em [[Ciudad Rodrigo]]. Tal situação levou Godoy, que não desejava um exército francês estacionado na Espanha muito tempo, a assinar rapidamente a paz, por meio do [[Tratado de Badajoz]]. Na ocasião conseguiu ficar com a [[Praça-forte de Olivença]], mas não realizou o que tinha contratado com a França bonapartista - a ocupação das três províncias do Norte de Portugal ([[Minho (província)|Minho]], [[Trás-os-Montes e Alto Douro|Trás-os-Montes]] e Beira) para poder negociar com a Grã-Bretanha a devolução da ilha [[Minorca]] ([[Mahón]]capital: Mahon), uma das [[ilhas Canárias]]Baleares e a ilha de [[Trinidad]], nas [[Antilhas]], ambas espanholas, além da de Malta, no [[Mediterrâneo]].
 
Desde março de [[1801]] fora nomeado ''Generalíssimo'' e comandante-em-chefe das tropas que invadiriam Portugal pela região do [[Alentejo]], dando lugar ao episódio conhecido como [[Guerra das Laranjas]] (por supostamente ter remetido, em gesto galante, um ramo de [[laranjeira]] ainda fresco até à sua soberana, a rainha [[Maria Luísa de Parma|Maria Luísa]]), e que, em 20 de maio, conquistaria a [[Praça-forte de Olivença]], iniciando a [[Questão de Olivença]], com desdobramentos diplomáticos até hoje. A vitória de Godoy teve duras consequências, pois a pequena vila alentejana não compensou a perda da ilha da Trindade, que foi obrigada a aceitar por Bonaparte quando este assinou o [[Tratado de Amiens]] com a Grã-Bretanha, em março de 1802. Godoy foi responsabilizado pelo desenlace, tendo-se começado a criar em torno do herdeiro, o futuro {{Lknb|Fernando|VII|de Espanha}}, um partido que se opunha a ele. A ilha da Trindade juntava-se à perda, em 1795, da parte espanhola da ilha de São Domingos (hoje República Dominicana), cedida à França, e à entrega, a este mesmo país em 21 de março de 1802, da Luisiana americana, além dos barcos de guerra que teve que entregar, pelas mais variadas razões - tratados e transferências de territórios insignificantes para a família italiana. As perdas espanholas durante as guerras da revolução, de 1793 a 1802, tinham sido enormes.