Cosme Ruggieri: diferenças entre revisões

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[[Image:ruggieri1.jpg|thumb|right|200px|Suposto retrato de Côme Ruggieri, Castelo de Chaumont sur Loire]]
 
'''CômeCosme Ruggieri''' (data ?e ,local mortode emnascimento desconhecidos {{mdash}} [[Paris]], [[28 de Marçomarço]] de [[1615]] em [[Paris]]), também denominado '''Cosme Ruggieri''', '''Cosimo Ruggieri''' ou '''Cosme de Rogier''', nomes adotados pelo personagem, foi um [[astrólogo]] e conselheiro [[Florença|florentino]] de [[Catarina de Médicis]], esposa do Reirei [[Henrique II da França]] e sua compatriota. Também é conhecido por seu nome em francês ''Côme Ruggieri''' ou '''Côme de Rogier''' ou em italiano '''Cosimo Ruggieri'''.
 
Era filho<ref>CômeCosme Ruggieri pode ter tido um irmão mais velho, chamado Lourenço por [[Balzac]] em ''La Confidence des Ruggieri'' ou Tommaso, como é mais raramente citado em outras publicações. A real existência deste irmão, no entanto, não é provada</ref> e discípulo de Ruggieri, o Velho (« ''Vecchio Ruggieri'' »), médico e astrólogo do pai de [[Catarina de Médicis]], [[Lourenço II de Médicis]], duque de [[Urbino]].
 
== Os primórdios na Corte de França ==
Aparentemente CômeCosme Ruggieri aparece na [[Corte]] de [[França]] em [[1571]]<ref>Esta data é sobretudo atribuída pelo testemunho do diplomata [[Toscana|toscano]] Vincenzo Alamanni. Pierre Béhar (''Les langues occultes...'', pp.71-72 e nota 24, página 276) reforça esta versão. No entanto, Eugène Defrance estima que Ruggieri « ''estava certamente na Corte de França bem antes desta data'' » (''Catherine de Médicis, ses astrologues...'', página 193). Michaud, em sua "''Biographie universelle''" ("''Biografia Universal''"), escreve à página 156 «''Ruggieri veio para a França seguindo Catarina de Médicis''» (chegada em 1533 para seu casamento com o futuro Henrique II). Ruggieri tem a reputação de ter-se hospedado no Castelo de Chaumont-sur-Loire, onde um quarto leva seu nome, antes de 1559, data em que esta propriedade é cedida a Catarina de Médicis.</ref>. A modéstia de suas posses o levam a buscar um lugar no [[séquito]] de Petrucci, embaixador do príncipe herdeiro da [[Toscana]] na França.
 
Na sequência, sua reputação de homem « ''de alta inteligência e instrução'' » o faz ser notado por M. Montmorin, primeiro [[escudeiro]] da Rainha [[Isabel da Áustria (1554-1592)|Isabel da Áustria]], que o contrata para ensinar o italiano aos [[pagem|pagens]] da esposa de [[Carlos IX]].
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Um despacho de Petrucci, datado de [[2 de Setembro]] de [[1572]], relata uma conversa pública na corte entre Ruggieri e Catarina de Médicis, onde a rainha mãe pede a seu astrólogo a posição a tomar com relação aos [[Huguenotes]]; alguns dias após esta conversa dá-se o [[Massacre de São Bartolomeu]]. Este episódio reveste de certa importância a conversa anterior e mostra o quanto a opinião de Ruggieri era levada em conta. Coloca também em relevo toda a confiança que a rainha lhe tinha à época, período bastante delicado para a família real francesa.
 
== O Complôcomplô de La Môle e Coconas ==
Suas novas funções permitem-lhe manter relações com os membros do séquito de [[Francisco, Duque de Anjou|Francisco, Duque de Alençon]]. Infelizmente, seu relacionamento com elementos envolvidos na conjuração dos "[[Malcontents]]" ("Descontentes", em português), destinada a retirar do poder o Rei [[Carlos IX da França]], gravemente doente e recolhido ao [[Castelo de Vincennes]], em benefício de seu irmão [[Francisco, Duque de Anjou|Francisco]] e em detrimento de seu outro irmão, [[Henrique III de França|Henrique]], fazem com que Ruggieri se veja implicado no complô conhecido como « "'''Complô de [[Joseph de Boniface de La Môle|La Môle]] e [[Annibal de Coconas|Coconas]]'''" ».
 
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Sob a [[regência]] de [[Maria de Médicis]], Ruggieri frequenta o círculo do favorito italiano [[Concino Concini]]. O Marechal d'Ancre e sua esposa [[Léonora Dori]] « ''apreciavam este belo espírito'' » <ref>Hélène Ducci, ''Concini. Grandeur et misère du favori de Marie de Médicis'', Albin Michel, 1991 (p. 78).</ref> que lança um [[almanaque]] sob o [[pseudônimo]] de Querberus e faz [[horóscopo]]s.
 
OA falecimentomorte de CômeCosme Ruggieri, em [[28 de Março]] de [[1615]], provoca um incidente nas ruas de Paris por onde seus despojos são arrastados. A razão desta vingança popular baseia-se na dispensa do padre e dos [[capuchinho]]s que vinham trazer-lhe os últimos sacramentos. Ruggieri declara em seu leito de morte : « ''Como sois loucos, saiam todos, não existem outros diabos a não ser os inimigos que nos atormentam neste mundo, nem outro deus que não os reis e príncipes que podem nos fornecer honrarias e riquezas !'' »<ref>Mercure François, tome IV, 1615,"''Suite de l'histoire de notre temps sous le règne du très chrétien roi de France et de Navarre Louis XIII''", Paris 1617 (p.55 et 56). O pai, François Garasse dito Garassus (1585-1631), retoma o episódio em sua "''La doctrine curieuse des beaux esprits de ce temps, ou prétendus tels : contenant plusieurs maximes pernicieuses à la religion, à l'Estat et aux bonnes moeurs, combattue et renversée''", Paris, 1624 (Livre 2, Section 8, p.154-157). Nesta obra de controvérsias religiosas, Ruggieri é constantemente qualificado de « infame [[ateísta]] » (Livre 8, Section 9, p.1004) mas a acusação de [[ateísmo]] visando difamar personalidades era frequente nos panfletos desse tempo.</ref>.
 
== A Lendalenda ==
Atribui-se a Ruggieri um certo número de previsões, ainda que a tradição divirja frequentemente sobre a autoria desta ou daquela profecia. É igualmente difícil determinar a data exata dessas previsões, o que permitiria saber se as mesmas não foram forjadas 'pós-golpe'. Assim, Côme teria predito a Catarina de Médicis que ela morreria « ''perto de Saint-Germain'' », o que teria interrompido a construção do [[Palácio das Tulherias]], próximo à Igreja de Saint-Germain-l'Auxerrois ([[Paris]]), e motivado sua instalação precipitada, em [[1572]], no que iria se tornar o ''[[Hôtel de Soissons|Hôtel da Rainha]]''. A [[Rainha Mãe]] faleceu em [[5 de Janeiro]] de [[1589]] do [[Castelo de Blois]] ; o [[confessor]] chamado para levar-lhe a [[extrema unção]] chamava-se Julien de '''Saint-Germain'''.
 
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