Lombardos: diferenças entre revisões

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{{ver desambiguação|outros significados do termo|Lombardo}}
[[Imagem:Iron Crown.JPG|thumb|upright=1.2|A [[Coroa de Ferro da Lombardia|Coroa de Ferro]] com a qual os monarcas lombardos eram coroados.]]
 
* Os '''lombardos''' ou '''longobardos''' (em [[latim]]: ''langobardi'', ou "os de barba longa") eram um [[Germanos|povo germânico]] originadooriginário nada [[Europa Setentrional]] que colonizou o vale do [[Rio Danúbio|Danúbio]] e, a partir dali, invadiu a [[Península Itálica|Itália]] [[Império Bizantino|bizantina]], em {{DC|568}}, sob a liderança de [[Alboíno]]. Lá estabeleceram um [[Reino Lombardo]], posteriormente chamado de [[Reino Itálico]] (''Regnum Italicum''), que durou até {{DC|774}}, quando foi conquistado pelos [[francos]]. Sua influência na geografia política italiana fica evidente na denominação regional da [[Lombardia]].
 
Os lombardos falavam um [[Línguas germânicas|idioma germânico]] [[Língua extinta|extinto]] do qual restam poucas evidências, o [[Língua longobarda|lombardo]].
 
==História antiga==
= ==Origens lendárias e do nome ===
 
= Origens lendárias e do nome =
{{Nota:|Mais informações: [[Hundingos]]}}
 
[[Imagem:PauDia 010.PNG|esquerda|thumb|upright=0.8|[[Paulo, o Diácono]] foi a principal fonte primária para o estudo dos lombardos.]]
* O relato mais completo das origens, da história e dos costumes dos lombardos é a ''[[Historia gentis Langobardorum]]'' (''História dos Povos Lombardos''), de [[Paulo, o Diácono]], escrita no [[século VIII]]<ref>Sergio Rovagnati, ''I Longobardi'', p. 5.</ref>. A obra de Paulo, por sua vez, baseou-se numa outra obra do [[século VII]], a ''[[Origo Gentis Langobardorum]]'' (''Origem dos Povos Lombardos'').<ref name="Origo1">''Origo gentis Langobardorum'', [[s:la:Origo gentis Langobardorum#1|§1]].</ref>
 
* A ''Origo'' narra a história de uma pequena tribo, os ''Winnili'',<ref>Priester, 16. Do [[antigo germânico]] ''Winnan'', "combatendo", "vencendo".</ref> que habitava o sul da [[Escandinávia]]<ref name="dick">Harrison, D. & Svensson, K. (2007). ''Vikingaliv'' Fälth & Hässler, Värnamo. 978-91-27-35725-9 p. 74</ref> (''Scadanan'') - o ''[[Codex Gothanus]]'' afirma que os Winnili viviam próximos a um rio chamado ''Vindilicus'', na fronteira extrema da [[Gália]]<ref>CG, II.</ref> Os Winnili dividiram-se em três grupos; e um deles abandonou sua terra natal para procurar terras estrangeiras; o motivo para este êxodo provavelmente foi a [[superpopulação]].<ref>Menghin, 13.</ref> Este povo, liderado pelos irmãos Ybor e Aio, e sua mãe, Gandara,<ref>Priester, 16. Grimm, ''Deutsche Mythologie'', I, 336. Antigo germânico para "[[Strenuus]]", "[[Sibila]]".</ref> finalmente chegou nas terras de ''Scoringa'', talvez a costa do [[mar Báltico]]<ref>Priester, 16</ref> ou o [[Bardengau]], às margens do [[Rio Elba|Elba]].<ref>Hammerstein, 56.</ref> Scoringa era dominada pelos [[vândalos]], e seus chefes, os irmãos Ambri e Assi, concederam aos Winnili uma escolha entre pagar tributo ou guerra. Os líderes dos Winnili, jovens e corajosos, recusaram-se a pagar tributo, alegando que seria "melhor manter a liberdade por meio das armas do que manchá-la com o pagamento de tributo."<ref name="PD, VII">PD, VII.</ref>
 
[[Imagem:Lombard Migration.jpg|upright=1.3|thumb|As principais rotas da migração dos lombardos<ref>Capo, cartina 1, pp. <small>LII-LIII</small>.</ref>]]
* Os Winnili então se prepararam para a guerra, consultando Godan (o deus [[Odin]]<ref name="dick" />), que lhes respondeu que daria a vitória àqueles que ele pudesse ver primeiro ao [[nascer do sol]].<ref name="PD, VIII">PD, VIII.</ref> Os Winnili estavam em menor número,<ref name="PD, VII" /> e Gambara procurou auxílio com Frea (a deusa [[Frigg]]<ref name="dick" />), que aconselhou que todas as mulheres Winnili amarrassem seus cabelos diante de seus rostos, como barbas, e marchassem ao lado de seus maridos. Assim Godan viu primeiro os Winnili, e perguntou: "Quem são estas barbas-longas?", ao que Frea respondeu: "Meu senhor, tu lhes deu o nome, agora também lhes dê a vitória."<ref>OGL, appendix 11.</ref> A partir daquele momento, os Winnili passaram a ser conhecidos como ''langobardi'' (latinizado e italianizado como ''lombardi'').
 
* Os Winnili então se prepararam para a guerra, consultando Godan (o deus [[Odin]]<ref name="dick" />), que lhes respondeu que daria a vitória àqueles que ele pudesse ver primeiro ao [[nascer do sol]].<ref name="PD, VIII">PD, VIII.</ref> Os Winnili estavam em menor número,<ref name="PD, VII" /> e Gambara procurou auxílio com Frea (a deusa [[Frigg]]<ref name="dick" />), que aconselhou que todas as mulheres Winnili amarrassem seus cabelos diante de seus rostos, como barbas, e marchassem ao lado de seus maridos. Assim Godan viu primeiro os Winnili, e perguntou: "Quem são estas barbas-longas?", ao que Frea respondeu: "Meu senhor, tu lhes deu o nome, agora também lhes dê a vitória."<ref>OGL, appendix 11.</ref> A partir daquele momento, os Winnili passaram a ser conhecidos como ''langobardi'' (latinizado e italianizado como ''lombardi'').
* Quando [[Paulo, o Diácono]] escreveu a sua ''História'', entre {{DC|787|x}} e {{DC|796|x}}, era um [[monge]] [[catolicismo|católico]] e um [[cristianismo|cristão]] devoto. Assim, ele descrevia as histórias [[Paganismo|pagãs]] de seu povo como "tolas" e "risíveis".{{ref label2|a}}<ref name="DiaconoI8">Paolo Diacono, ''Historia Langobardorum'', [[s:la:Historia Langobardorum - Liber I|I, 8]].</ref><ref>Priester, 17</ref> Paulo explicou que o nome 'langobardi' vinha da extensão de suas barbas, que o termo latino ''longus'' significava ''Lang'', nas línguas germânicas, e ''barba'' significava ''Bart''.<ref>PD, I, 9.</ref> Uma teoria moderna sugere que o nome "Langobard" viria de ''Langbarðr'', [[Lista de nomes de Odin|um nome de Odin]].<ref>Pohl and Erhart. Nedoma, 449&ndash;445.</ref> Alguns estudiosos acreditam que quando os Winnili mudaram seu nome para "lombardos", também mudaram seu antigo [[culto de fertilidade]] agricultural para um culto de Odin, criando assim uma tradição tribal consciente.<ref>Priester, 17.</ref> Outros invertem a ordem dos eventos, declarando que com o culto de Odin os lombardos teriam passado a deixar suas barbas crescerem, para emular a tradição do deus e fazer com que seu nome refletisse essa característica.<ref>Fröhlich, 19.</ref> Já se associou o nome dos lombardos aos muitos nomes de Odin, incluindo "o da barba longa" ou "o da barba cinza", e que o nome próprio lombardo ''Ansegranus'' ("aquele que tem a barba dos deuses") mostraria que os lombardos tinham esta ideia de sua divindade principal.<ref>Bruckner, 30&ndash;33.</ref>
 
* Quando [[Paulo, o Diácono]] escreveu a sua ''História'', entre {{DC|787|x}} e {{DC|796|x}}, era um [[monge]] [[catolicismo|católico]] e um [[cristianismo|cristão]] devoto. Assim, ele descrevia as histórias [[Paganismo|pagãs]] de seu povo como "tolas" e "risíveis".{{ref label2|a}}<ref name="DiaconoI8">Paolo Diacono, ''Historia Langobardorum'', [[s:la:Historia Langobardorum - Liber I|I, 8]].</ref><ref>Priester, 17</ref> Paulo explicou que o nome 'langobardi' vinha da extensão de suas barbas, que o termo latino ''longus'' significava ''Lang'', nas línguas germânicas, e ''barba'' significava ''Bart''.<ref>PD, I, 9.</ref> Uma teoria moderna sugere que o nome "Langobard" viria de ''Langbarðr'', [[Lista de nomes de Odin|um nome de Odin]].<ref>Pohl and Erhart. Nedoma, 449&ndash;445.</ref> Alguns estudiosos acreditam que quando os Winnili mudaram seu nome para "lombardos", também mudaram seu antigo [[culto de fertilidade]] agricultural para um culto de Odin, criando assim uma tradição tribal consciente.<ref>Priester, 17.</ref> Outros invertem a ordem dos eventos, declarando que com o culto de Odin os lombardos teriam passado a deixar suas barbas crescerem, para emular a tradição do deus e fazer com que seu nome refletisse essa característica.<ref>Fröhlich, 19.</ref> Já se associou o nome dos lombardos aos muitos nomes de Odin, incluindo "o da barba longa" ou "o da barba cinza", e que o nome próprio lombardo ''Ansegranus'' ("aquele que tem a barba dos deuses") mostraria que os lombardos tinham esta ideia de sua divindade principal.<ref>Bruckner, 30&ndash;33.</ref>
= Arqueologia e migrações =
 
= ==Arqueologia e migrações ===
[[Imagem:Long555.PNG|thumb|upright=1.3|Sítios funerários lombardos nas terras do baixo [[rio Elba|Elba]], de acordo com W. Wegewitz.]]
* A partir da combinação dos testemunhos de [[Estrabão]] ({{AC|20}}) e [[Tácito]] ({{DC|117}}) pode-se inferir que os lombardos viviam nas proximidades da foz do [[rio Elba|Elba]] pouco tempo depois do início da [[Era Cristã]], próximo aos [[caúcos]].<ref name="Menghin, 15">Menghin, 15.</ref> Segundo [[Estrabão]], habitavam ambas as margens do rio.<ref>Estrabão, VII, 1, 3. Menghin, 15.</ref> O [[arqueólogo]] [[Alemanha|alemão]] Willi Wegewitz definiu diversos sítios funerários da [[Idade do Ferro]] na região do baixo Elba como sendo ''longobárdicos''.<ref>Wegewitz, ''Das langobardische Brandgräberfeld von Putensen, Kreis Harburg'' (1972), 1&ndash;29. ''Problemi della civilita e dell'economia Longobarda'', Milão (1964), 19ff.</ref> Estes sítios, que apresentam evidências de [[cremação]] dos cadáveres, datavam do {{AC|século VI}} até o {{DC|século III}}.<ref>Menghin, 17.</ref> As terras do baixo Elba se encontram na região da [[Cultura de Jastorf]], e posteriormente se tornou [[Germânicos do Elba|germânica do Elba]], ao contrário das terras situadas entre o [[Rio Reno|Reno]], o [[Rio Weser|Weser]] e o [[mar do Norte]].<ref>Menghin, 18.</ref> Descobertas arqueológicas mostraram que os lombardos eram um povo [[agricultura|agrário]].<ref>Priester, 18.</ref>
 
* A partir da combinação dos testemunhos de [[Estrabão]] ({{AC|20}}) e [[Tácito]] ({{DC|117}}) pode-se inferir que os lombardos viviam nas proximidades da foz do [[rio Elba|Elba]] pouco tempo depois do início da [[Era Cristã]], próximo aos [[caúcos]].<ref name="Menghin, 15">Menghin, 15.</ref> Segundo [[Estrabão]], habitavam ambas as margens do rio.<ref>Estrabão, VII, 1, 3. Menghin, 15.</ref> O [[arqueólogo]] [[Alemanha|alemão]] Willi Wegewitz definiu diversos sítios funerários da [[Idade do Ferro]] na região do baixo Elba como sendo ''longobárdicos''.<ref>Wegewitz, ''Das langobardische Brandgräberfeld von Putensen, Kreis Harburg'' (1972), 1&ndash;29. ''Problemi della civilita e dell'economia Longobarda'', Milão (1964), 19ff.</ref> Estes sítios, que apresentam evidências de [[cremação]] dos cadáveres, datavam do {{AC|século VI}} até o {{DC|século III}}.<ref>Menghin, 17.</ref> As terras do baixo Elba se encontram na região da [[Cultura de Jastorf]], e posteriormente se tornou [[Germânicos do Elba|germânica do Elba]], ao contrário das terras situadas entre o [[Rio Reno|Reno]], o [[Rio Weser|Weser]] e o [[mar do Norte]].<ref>Menghin, 18.</ref> Descobertas arqueológicas mostraram que os lombardos eram um povo [[agricultura|agrário]].<ref>Priester, 18.</ref>
* A primeira menção aos lombardos ocorreu entre {{AC|9|x}} e {{DC|16|x}}], pelo [[historiador]] da corte do [[Império Romano]], [[Veleio Patérculo]], que acompanhou como prefeito da [[cavalaria]] uma expedição romana liderada pelo futuro [[Imperador romano|imperador]] [[Tibério]].<ref name="Menghin, 15" /> Patérculo descreveu-os como "mais ferozes que do que a tradicional selvageria germânica."<ref>Veleio, Hist. Rom. II, 106. Schmidt, 5.</ref> Depois de serem derrotados pelos romanos os lombardos teriam se refugiado na margem direita do Elba, onde se recolheram junto aos outros povos germânicos da região ainda não submetidos aos romanos.<ref name="Jarnut8">Jarnut, p. 8.</ref> [[Tácito]] classificou os lombardos como uma tribo dos [[suevos]],<ref name="Tácito, Ann. II, 45">Tácito, Ann. II, 45.</ref> e súditos de [[Marobóduo]], rei dos [[marcomanos]].<ref>Tácito, Ger., 38-40; Tácito, Ann., II, 45.</ref> Marobóduo estava em paz com os romanos, e por este motivo os lombardos não fizeram parte da federação germânica liderada por [[Armínio]] que combateu na [[batalha da Floresta de Teutoburgo]], em {{DC|9|x}} Em {{DC|17|x}}, Armínio e Marobóduo entraram em guerra. Segundo [[Tácito]]:
 
* A primeira menção aos lombardos ocorreu entre {{AC|9|x}} e {{DC|16|x}}], pelo [[historiador]] da corte do [[Império Romano]], [[Veleio Patérculo]], que acompanhou como prefeito da [[cavalaria]] uma expedição romana liderada pelo futuro [[Imperador romano|imperador]] [[Tibério]].<ref name="Menghin, 15" /> Patérculo descreveu-os como "mais ferozes que do que a tradicional selvageria germânica."<ref>Veleio, Hist. Rom. II, 106. Schmidt, 5.</ref> Depois de serem derrotados pelos romanos os lombardos teriam se refugiado na margem direita do Elba, onde se recolheram junto aos outros povos germânicos da região ainda não submetidos aos romanos.<ref name="Jarnut8">Jarnut, p. 8.</ref> [[Tácito]] classificou os lombardos como uma tribo dos [[suevos]],<ref name="Tácito, Ann. II, 45">Tácito, Ann. II, 45.</ref> e súditos de [[Marobóduo]], rei dos [[marcomanos]].<ref>Tácito, Ger., 38-40; Tácito, Ann., II, 45.</ref> Marobóduo estava em paz com os romanos, e por este motivo os lombardos não fizeram parte da federação germânica liderada por [[Armínio]] que combateu na [[batalha da Floresta de Teutoburgo]], em {{DC|9|x}} Em {{DC|17|x}}, Armínio e Marobóduo entraram em guerra. Segundo [[Tácito]]:
<blockquote>
''Não apenas os [[queruscos]] e seus confederados... pegaram em armas, mas também os [[sênones]] e os longobardos, ambas nações suevas, se revoltaram contra ele pela soberania de Marobóduo... Os exércitos... foram estimulados por motivos próprios, os queruscos e os longobardos lutavam por sua antiga honra ou por sua recém-adquirida independência.'' <ref name="Tácito, Ann. II, 45"/></blockquote>
 
* Em {{DC|47|x}}, uma disputa interna eclodiu entre os queruscos, e acabaram por expulsar seu novo líder, sobrinho de Armínio, de seu país. Os lombardos aparecem na cena com força suficiente, ao que parece, para controlar o destino da tribo que, trinta e oito anos antes, tinha liderado a luta pela independência, pois conseguiram restaurar o líder deposto ao poder novamente.<ref>Tácito, Ann., XI, 16, 17.</ref><ref name="Capo383384">Capo, pp. 383-384.</ref> No meio do {{DC|século II|x}} os lombardos também aparecem na [[Renânia]]. De acordo com o [[geógrafo]] [[Cláudio Ptolomeu|Ptolomeu]], os lombardos suevos teriam ocupado as terras ao sul dos [[sugambros]],<ref>Ptolomeu, Geogr. II, 11, 9. Menghin, 15.</ref> embora muitos também tivessem permanecido no Elba, entre os caúcos e os suevos,<ref>Ibid, II, 11, 17. Ibid.</ref> o que indica uma expansão lombarda. O ''Codex Gothanus'' também menciona ''Patespruna'' ([[Paderborn]]) como relacionada aos lombardos.<ref>''Codex Gothanus'', II.</ref> [[Dião Cássio]] informa que pouco antes das [[Guerras Marcomânicas]] seis mil lombardos e [[úbios]] cruzaram o [[Rio Danúbio|Danúbio]] e invadiram a [[província romana]] da [[Panônia]].<ref>Dião Cássio, 71, 3, 1. Menghin 16.</ref> As duas tribos foram derrotadas, e acabaram por desistir da invasão e enviaram como embaixador a [[Élio Basso]], que então administrava a província, [[Balomar]], rei dos [[marcomanos]]. A paz foi assinada e as duas tribos retornaram às suas terras de origem, que no caso dos lombardos era o baixo Elba.<ref>Priester, 21. Zeuss, 471. Wiese, 38. Schmidt, 35&ndash;36.</ref> Neste período Tácito, em sua obra ''[[Germania]]'' ({{DC|98|x}}), descreve os lombardos como:
<blockquote>
''Para os longobardos, pelo contrário, seus números escassos são um motivo de distinção. Embora cercados por multidões de tribos mais poderosas, continuam seguros, não por se submeter, mas por ousar enfrentar os perigos da guerra.''</blockquote>
* A partir do {{DC|século II|x}} muitas das tribos germânicas registradas como ativas durante o [[Principado Romano|Principado]] passam a se juntar, formando uniões tribais maiores que resultam nos [[francos]], [[alamanos]], [[bávaros]] e [[saxões]].<ref>Priester, 14. Menghin, 16.</ref> Os motivos pelos quais os lombardos desaparecem da historiografia romana de {{DC|166}} a {{DC|489}} poderiam ser o fato de viverem em lugares tão isolados da Germânia Interior que só eram detectados quando apareceram novamente nas margens do Danúbio, ou que também estiveram dominados, durante este período, por uma destas maiores uniões tribais, provavelmente os saxões.<ref>Ibid. Menghin, 16.</ref> É muito provável, no entanto, que quando a maior parte dos lombardos migrou, uma parte permaneceu e acabou por ser absorvida nas tribos saxãs da região, enquanto os migrantes mantiveram o nome de lombardos.<ref>Hartmann, II, pt I, 5.</ref> O ''Codex Gothanus'' registra que os lombardos teriam sido dominados pelos saxões por volta do ano 300, porém se insurgiram contra eles liderados pelo seu rei, [[Agelmundo]].<ref>Menghin, 17. ''Codex Gothanus'', II.</ref> Na segunda metade do século IV os lombardos abandonaram seus lares, provavelmente devido a um período de más colheitas, e iniciaram sua migração.<ref>Zeuss, 471. Wiese, 38. Schmidt, 35&ndash;36. Priester, 21&ndash;22. ''HGL'', X.</ref>
 
====== A rota de migração dos lombardos desde sua terra natal até a "Rugilândia", em {{DC|489|x}}, passou por diversas localidades; ''Scoringa'' (tida como sua terra de origem, nas margens do Elba), ''Mauringa'', ''Golanda'', ''Anthaib'', ''Banthaib'' e ''Vurgundaib'' (''Burgundaib'').<ref>Hammerstein, Bardengau, 56. Bluhme. ''HGL'', XIII.</ref> De acordo com a [[Cosmografia de Ravena]], Mauringa seria a região a leste do Elba.<ref>Cosmógrafo de Ravena, I, 11.</ref> ======
* A entrada em Mauringa foi muito difícil, pois os [[usípios]] lhe negaram passagem pelas suas terras; organizou-se um combate entre o homem mais forte de cada tribo, e o representante lombardo saiu-se vitorioso. Somente depois disso a passagem por terras usípias foi concedida.<ref>Hodgkin, Ch. V, 92. ''HGL'', XII.</ref> O primeiro rei lombardo, Agelmundo, da raça de [[Guginger]], governou por trinta anos.<ref>Menghin, 19.</ref>
 
* A entrada em Mauringa foi muito difícil, pois os [[usípios]] lhe negaram passagem pelas suas terras; organizou-se um combate entre o homem mais forte de cada tribo, e o representante lombardo saiu-se vitorioso. Somente depois disso a passagem por terras usípias foi concedida.<ref>Hodgkin, Ch. V, 92. ''HGL'', XII.</ref> O primeiro rei lombardo, Agelmundo, da raça de [[Guginger]], governou por trinta anos.<ref>Menghin, 19.</ref>
* Os lombardos saíram de Mauringa e chegaram a Golanda. O acadêmico Ludwig Schmidt acredita que esta região ficaria ainda mais a leste, talvez na margem direita do [[rio Oder]].<ref>Schmidt, 49.</ref> Schmidt considera que o nome seria um equivalente de [[Gotlândia]], significando apenas "boa terra".<ref>Hodgkin, V, 143.</ref> Esta teoria é muito plausível; [[Paulo, o Diácono]] menciona um episódio no qual os lombardos teriam cruzado um rio, chegando à ''Rugilândia'' vindos da região do alto Oder através da [[Porta Morávia]].<ref>Menghin, ''Das Reich an der Donau'', 21.</ref>
 
*Os lombardos saíram de Mauringa e chegaram a Golanda. O acadêmico Ludwig Schmidt acredita que esta região ficaria ainda mais a leste, talvez na margem direita do [[rio Oder]].<ref>Schmidt, 49.</ref> Schmidt considera que o nome seria um equivalente de [[Gotlândia]], significando apenas "boa terra".<ref>Hodgkin, V, 143.</ref> Esta teoria é muito plausível; [[Paulo, o Diácono]] menciona um episódio no qual os lombardos teriam cruzado um rio, chegando à ''Rugilândia'' vindos da região do alto Oder através da [[Porta Morávia]].<ref>Menghin, ''Das Reich an der Donau'', 21.</ref>

Ao sair de Golanda, os lombardos passaram por Anthaib e Banthaib até chegarem a Vurgundaib. Acredita-se que Vurgundaib seria equivalente às antigas terras dos [[burgúndios]].<ref>K. Priester, 22.</ref><ref>Bluhme, ''Gens Langobardorum''. Bonn, 1868</ref> Em Vurgundaib os lombardos foram atacados pelos "[[Protobúlgaros|búlgaros]]" (provavelmente [[hunos]])<ref>Menghin, 14.</ref> e foram derrotados; o rei Agelmundo foi morto, e [[Lamicão]] assumiu em seu lugar, jovem e ansioso por vingar seu antecessor.<ref>''Hist. gentis Lang.'', cap. XVII</ref> Os próprios lombardos teriam provavelmente se tornado súditos dos hunos depois da derrota, porém se revoltaram contra eles e os derrotaram, em meio a grande carnificina.<ref>''Hist. gentis Lang.'', cap. XVII.</ref> O próprio Lamicão teria sido capaz de reverter a situação, segundo a tradição lombarda, obtendo a vitória frente aos hunos que permitiu aos lombardos manter sua independência. O sucessor de Lamicão foi [[Lethuoc]], fundador da primeira dinastia lombarda, a [[dinastia letinga]].
 
* Durante o reinado de Lethuoc (ou Leti, daí o nome da dinastia) os lombardos se fixaram na [[Nórica]] graças aos esforços de Lamicão de evitar a assimilação perante os hunos. Com Leti a monarquia lombarda tomou uma forma mais estável e, sobre tudo, hereditária; o sucessor de Lethuoc foi seu filho [[Hilduoc]]. O sucessor de Hilduoc, [[Guduoc]], guiou os lombardos no trajeto final de sua migração. No final do século V, mais especificadamente em {{DC|489|x}}, conduziu os lombardos através da [[Boêmia]] e [[Morávia]] povoando as terras evacuadas pelos [[rúgios]]. Seu sucessor foi [[Clafão]]. [[Tatão]] (cerca de {{DC|500|x}} - {{DC|510|x}}), seu sucessor, conduziu os lombardos de onde até então estavam assentados ao ''[[Feld]]'' ([[planície da Morávia]], região compreendida entre [[Viena]] e [[Bratislava]]).
 
* Durante o reinado de Lethuoc (ou Leti, daí o nome da dinastia) os lombardos se fixaram na [[Nórica]] graças aos esforços de Lamicão de evitar a assimilação perante os hunos. Com Leti a monarquia lombarda tomou uma forma mais estável e, sobre tudo, hereditária; o sucessor de Lethuoc foi seu filho [[Hilduoc]]. O sucessor de Hilduoc, [[Guduoc]], guiou os lombardos no trajeto final de sua migração. No final do século V, mais especificadamente em {{DC|489|x}}, conduziu os lombardos através da [[Boêmia]] e [[Morávia]] povoando as terras evacuadas pelos [[rúgios]]. Seu sucessor foi [[Clafão]]. [[Tatão]] (cerca de {{DC|500|x}} - {{DC|510|x}}), seu sucessor, conduziu os lombardos de onde até então estavam assentados ao ''[[Feld]]'' ([[planície da Morávia]], região compreendida entre [[Viena]] e [[Bratislava]]).
[[Imagem:Lombard state 526.png|thumb|upright=1.3| A [[Panônia]] lombarda no ano 526.]]
* Segundo [[Procópio de Cesareia|Procópio]], os lombardos estavam sujeitos aos [[hérulos]] mediante o pagamento de tributos. Tatão guiou seu povo contra os hérulos e, na sangrenta batalha que teve lugar em {{DC|508|x}}, venceu e matou em combate o líder dos hérulos, [[Rodolfo (hérulo)|Rodolfo]]. A derrota dos hérulos significou o desaparecimento desse povo da história. Os lombardos de Tatão, pelo contrário, emergiram como uma potência local: tomaram o tesouro dos vencidos, reformaram o seu exército incluindo nele guerreiros de outras tribos já submetidas pelos hérulos (ou ao menos os hérulos sobreviventes) e ocuparam uma vasta área em torno do curso médio do [[Danúbio]].
 
* Segundo [[Procópio de Cesareia|Procópio]], os lombardos estavam sujeitos aos [[hérulos]] mediante o pagamento de tributos. Tatão guiou seu povo contra os hérulos e, na sangrenta batalha que teve lugar em {{DC|508|x}}, venceu e matou em combate o líder dos hérulos, [[Rodolfo (hérulo)|Rodolfo]]. A derrota dos hérulos significou o desaparecimento desse povo da história. Os lombardos de Tatão, pelo contrário, emergiram como uma potência local: tomaram o tesouro dos vencidos, reformaram o seu exército incluindo nele guerreiros de outras tribos já submetidas pelos hérulos (ou ao menos os hérulos sobreviventes) e ocuparam uma vasta área em torno do curso médio do [[Danúbio]].
* No ano de {{DC|510|x}}, um sobrinho de Tatão, [[Vacão]], rebelou-se contra o tio, prendendo-o e usurpando o trono. O filho de Tatão lutou com Vacão pelo poder mas acabou sendo derrotado e obrigado a fugir para junto dos [[gépidas]] onde morreu.<ref>''Origo Gentis Langobardorum''<!-- onde na obra exatamente? --> </ref> Vacão manteve boas relações com os francos e com os bávaros, e morreu em 539 sendo sucedido por [[Audoíno]].
 
* No ano de {{DC|510|x}}, um sobrinho de Tatão, [[Vacão]], rebelou-se contra o tio, prendendo-o e usurpando o trono. O filho de Tatão lutou com Vacão pelo poder mas acabou sendo derrotado e obrigado a fugir para junto dos [[gépidas]] onde morreu.<ref>''Origo Gentis Langobardorum''<!-- onde na obra exatamente? --> </ref> Vacão manteve boas relações com os francos e com os bávaros, e morreu em 539 sendo sucedido por [[Audoíno]].
 
* Na década de {{DC|540|x}}, Audoíno (que governou de {{DC|546|x}} a {{DC|565|x}}) liderou os lombardos para a Panônia, cruzando o [[rio Danúbio]], onde receberam subsídios imperiais depois que o imperador [[Justiniano I]] encorajou-os a combater os gépidas.
 
= =Reino na Itália ==
{{Artigo principal|Reino Lombardo}}
{{Âncora|Invasão lombarda da Itália}}
= ==Invasão e conquista da península Itálica ===
 
= Invasão e conquista da península Itálica =
[[Imagem:Cuninpert_688_700_king_of_the_Lombard_minted_in_Milan.jpg|thumb|upright|Moeda de [[Cuniberto]] (688-700), [[rei dos lombardos]], cunhada em [[Milão]], hoje no [[Museu Britânico]].]]
* Em {{DC|560|x}}, um novo e enérgico rei surgiu: [[Alboíno]], que derrotou seus vizinhos, os [[gépidas]], tornando-lhes seus vassalos, e casou-se, em {{DC|566|x}}, com a filha de seu rei [[Cunimundo]], [[Rosamunda]]. Na primavera de {{DC|568|x}}, Alboíno liderou os lombardos, juntamente com outras [[tribos germânicas]] ([[bávaros]], gépidas, saxões<ref>Estes últimos estima-se que num total de 100.000, com base no número de 26.000 guerreiros dado por [[Paulo, o Diácono]]. Os saxões abandonaram a Itália após a morte de Alboíno, em [[573]]. Ver Paolo Cammarosano, ''Storia dell'Italia medievale'', pp. 96-97</ref>) e [[Protobúlgaros|búlgaras]], atravessando os [[Alpes Julianos]] com uma população de 400 a {{fmtn|500000}} pessoas, e invadindo o norte da [[península Itálica]], após serem expulsos da [[Panônia]] pelos [[ávaros]]. A primeira cidade importante a ser tomada foi ''Forum Iulii'' ([[Cividale del Friuli]]), no [[nordeste da Itália]], em {{DC|569|x}} Lá, Alboíno fundou o primeiro [[ducado]] lombardo, que ele confiou a seu sobrinho, [[Gisulfo II do Friuli|Gisulfo]]. Logo [[Vicenza]], [[Verona]] e [[Bréscia]] caíram nas mãos germânicas. No verão de {{DC|569|x}}, os lombardos conquistaram o principal centro [[Roma Antiga|romano]] do norte da Itália, [[Mediolano]] (atual [[Milão]]). A região ainda estava se recuperando da terrível [[Guerra Gótica (535–554)|Guerra Gótica]], e o pequeno exército [[Império Bizantino|bizantino]] estacionado ali para sua defesa pouco pôde fazer. O [[exarca]] enviado à Itália pelo [[imperador bizantino]] [[Justino II]], Longino, conseguiu defender apenas as cidades costeiras, que podiam receber auxílio da poderosa marinha bizantina. [[Pavia]] caiu após um cerco de três dias, em {{DC|572|x}}, tornando-se a primeira capital do novo [[Reino Lombardo]]. Nos anos seguintes, os lombardos foram rumo ao sul, conquistaram a [[Toscana]] e fundaram dois outros ducados, [[Ducado de Espoleto|Espoleto]] e [[Ducado de Benevento|Benevento]], confiados a [[Zoto]], que logo se tornaram independentes e duraram mais que o reino do norte, sobrevivendo até o [[século XII]]. Os bizantinos conseguiram manter o controle da região de [[Ravena]] a [[Roma]], ligadas por um corredor estreito que passava por [[Perúgia]].
 
* Em {{DC|560|x}}, um novo e enérgico rei surgiu: [[Alboíno]], que derrotou seus vizinhos, os [[gépidas]], tornando-lhes seus vassalos, e casou-se, em {{DC|566|x}}, com a filha de seu rei [[Cunimundo]], [[Rosamunda]]. Na primavera de {{DC|568|x}}, Alboíno liderou os lombardos, juntamente com outras [[tribos germânicas]] ([[bávaros]], gépidas, saxões<ref>Estes últimos estima-se que num total de 100.000, com base no número de 26.000 guerreiros dado por [[Paulo, o Diácono]]. Os saxões abandonaram a Itália após a morte de Alboíno, em [[573]]. Ver Paolo Cammarosano, ''Storia dell'Italia medievale'', pp. 96-97</ref>) e [[Protobúlgaros|búlgaras]], atravessando os [[Alpes Julianos]] com uma população de 400 a {{fmtn|500000}} pessoas, e invadindo o norte da [[península Itálica]], após serem expulsos da [[Panônia]] pelos [[ávaros]]. A primeira cidade importante a ser tomada foi ''Forum Iulii'' ([[Cividale del Friuli]]), no [[nordeste da Itália]], em {{DC|569|x}} Lá, Alboíno fundou o primeiro [[ducado]] lombardo, que ele confiou a seu sobrinho, [[Gisulfo II do Friuli|Gisulfo]]. Logo [[Vicenza]], [[Verona]] e [[Bréscia]] caíram nas mãos germânicas. No verão de {{DC|569|x}}, os lombardos conquistaram o principal centro [[Roma Antiga|romano]] do norte da Itália, [[Mediolano]] (atual [[Milão]]). A região ainda estava se recuperando da terrível [[Guerra Gótica (535–554)|Guerra Gótica]], e o pequeno exército [[Império Bizantino|bizantino]] estacionado ali para sua defesa pouco pôde fazer. O [[exarca]] enviado à Itália pelo [[imperador bizantino]] [[Justino II]], Longino, conseguiu defender apenas as cidades costeiras, que podiam receber auxílio da poderosa marinha bizantina. [[Pavia]] caiu após um cerco de três dias, em {{DC|572|x}}, tornando-se a primeira capital do novo [[Reino Lombardo]]. Nos anos seguintes, os lombardos foram rumo ao sul, conquistaram a [[Toscana]] e fundaram dois outros ducados, [[Ducado de Espoleto|Espoleto]] e [[Ducado de Benevento|Benevento]], confiados a [[Zoto]], que logo se tornaram independentes e duraram mais que o reino do norte, sobrevivendo até o [[século XII]]. Os bizantinos conseguiram manter o controle da região de [[Ravena]] a [[Roma]], ligadas por um corredor estreito que passava por [[Perúgia]].
* Quando entraram na Itália, alguns lombardos ainda mantinham sua forma nativa de [[Paganismo germânico|paganismo]], enquanto outros eram [[Cristianismo|cristãos]] [[Arianismo|arianos]]. Isto lhes colocou desde o início em más relações com a [[Igreja Católica]]. Gradualmente adotaram os títulos, nomes e tradições romanas, e converteram-se, parcialmente, ao catolicismo, no {{DC|século VII|x}} - não sem antes passar por uma longa série de conflitos étnicos e religiosos.
 
* Quando entraram na Itália, alguns lombardos ainda mantinham sua forma nativa de [[Paganismo germânico|paganismo]], enquanto outros eram [[Cristianismo|cristãos]] [[Arianismo|arianos]]. Isto lhes colocou desde o início em más relações com a [[Igreja Católica]]. Gradualmente adotaram os títulos, nomes e tradições romanas, e converteram-se, parcialmente, ao catolicismo, no {{DC|século VII|x}} - não sem antes passar por uma longa série de conflitos étnicos e religiosos.
* Todo o território lombardo estava dividido em 35 [[ducado]]s, cujos líderes tinham sede nas principais cidades. <ref name="GAETA">{{Referência a livro
 
* Todo o território lombardo estava dividido em 35 [[ducado]]s, cujos líderes tinham sede nas principais cidades. <ref name="GAETA">{{Referência a livro
| Autor = GAETA, Franco; VILLANI, Pasquale
| Título = Corso di Storia
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| Volumes = 1
| Volume =
| ID = }}</ref> O rei lhes governava, e administrava todo o território através de emissários chamados ''gastaldi''.<ref name="GAETA" /> Esta subdivisão, no entanto, aliada à indocilidade independentista dos ducados, não conferiu unidade ao reino, tornando-o fraco se comparado aos bizantinos, especialmente depois que estes puderam se recuperar da invasão inicial. Esta fraqueza se tornou ainda mais evidente quando os lombardos tiveram de confrontar o poder crescente dos [[francos]]. Como resposta a esse problema, os reis gradualmente tentaram centralizar o poder. Acabaram, no entanto, perdendo definitivamente o controle sobre os ducados de [[Ducado de Espoleto|Espoleto]] e [[Ducado de Benevento|Benevento]] no processo.
 
====Lombardia Maior====
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