Luís Gonçalves das Chagas: diferenças entre revisões

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'''Luís Gonçalves das Chagas''', primeiro e único '''barão de Candiota''' ([[Herval]], c.1815{{nota de rodapé|Na ausência de seu registro de batismo, há dúvidas quanto ao local exato dedo nascimento de Chagas. [[Herval]] e [[Piratini]] são as hipóteses mais prováveis. O barão adotou [[São Gabriel]] como residência na década de 1840.}} — [[Porto Alegre]], [[13 de junho]] de [[1894]])<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=388653&PagFis=9306 "A Federação", Porto Alegre, 13 de junho de 1894.]</ref> foi um estancieiro, [[militar]] e [[nobre]] [[brasileiro]].
 
==Militar farroupilha e estancieiro==
[[File:RGS Barao de Candiota.PNG|thumb|150px|left|Propriedades rurais do barão de Candiota (c.1875).]]
 
Chagas lutou pelo lado republicano na [[Guerra dos Farrapos]] e participou da primeira grande vitória farroupilha, a [[batalha do Seival]] (10 de setembro de 1836), ocorrida nas proximidades de estância sua no atual município de [[Candiota]].<ref>CARVALHO, Mario Teixeira de. "[[Nobiliário Sul-Riograndense]]". Porto Alegre, Livraria do Globo, 1937.</ref> Em 20 de setembro de 1837, seu tio e futuro sogro, o estancieiro e líder farrapo Francisco Antônio d'Ávila, foi supostamente assassinado pelas forças imperiais a bordo do navio-prisão ancorado no porto do [[Rio Grande (Rio Grande do Sul)|Rio Grande]].<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=718742&PagFis=38 "O Povo", Piratini, 26 de setembro de 1838.]</ref>{{nota de rodapé|Teixeira de Carvalho afirma erroneamente que o pai de Chagas, o "coronel Gonçalves Ávila", foi assassinado no navio-prisão, confundindo-o com seu tio e futuro sogro. O registro do óbito de Francisco d'Ávila em Rio Grande, com data de 21 de setembro de 1837, não faz referência à causa da morte, mas indica que ele morreu "sem sacramentos".}}AfastouChagas fastou-se do conflito aindaem nafins da década de [[1830]], após incidente em que teria se recusado a cumprir ordens do general [[Antônio de Souza Netto]] para fuzilar prisioneiros legalistas.<ref>FLORES, Moacyr. "Dicionário de História do Brasil". Porto Alegre, EDIPUCRS, 2008.</ref>
 
Com base em heranças e em aquisições a partir da década de [[1840]], tornou-se proprietário de grande extensão de terras nos municípios de [[São Gabriel]], [[Bagé]] e [[Santa Maria (Rio Grande do Sul)|Santa Maria]]. Segundo estimativa baseada no patrimônio de um de seus filhos, Januário Gonçalves das Chagas, o conjunto das propriedades rurais do barão de Candiota deve ter superado os 500 mil hectares (cerca de 2% da área total do [[Rio Grande do Sul]]).<ref>BELL, Stephen. "Campanha Gaúcha: A Brazilian Ranching System 1850-1920". Stanford University Press, 1998.</ref> [[Roque Callage]] observava em 1929 que Chagas poderia ir das coxilhas de Santa Maria à cidade de Bagé "sem pisar fora dos seus campos".<ref>CALLAGE, Roque. "No fogão gaúcho". Porto Alegre, Livraria do Globo, 1929.</ref>
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==Barão e líder conservador em São Gabriel==
 
Em 1865, por ocasião da [[Guerra do Paraguai]], Chagas forneceu a escolta do imperador [[Pedro II]] em sua visita ao [[Rio Grande do Sul]].<ref>CARVALHO, Mario Teixeira de. ''Op.cit.''</ref> Organizou regimento de cavalaria para lutar pela [[Tríplice Aliança]], que contou com a participação de seu filho mais velho.<ref>"Diário do Rio de Janeiro", Rio de Janeiro, 25 de novembro de 1866.</ref> Também alforriou alguns escravos com a condição de que servissem às forças armadas brasileiras.<ref>Vide [https://secweb.procergs.com.br/aap/ObtemDadosServlet?metodo=verArquivoPDF&NRO_INT_DOCUMENTO=747264 Carta de Alforria ao escravo Manuel Tomás com a condição de servir na Armada Imperial, 27 de novembro de 1866.]</ref>
 
Por seus serviços durante a Guerra do Paraguai, Luís Gonçalves das Chagas foi agraciado por [[Pedro II]] com o título de [[barão]] de [[Candiota]], em [[20 de março]] de [[1875]].<ref>FLORES, Moacyr. ''Op.cit.''</ref> No entanto, segundo despacho do Ministério do Império de 8 de maio de 1875, Chagas teria recebido "mercê do título (...) por relevantes serviços prestados à instrução pública".<ref>"A Nação", Rio de Janeiro, 12 de maio de 1875.</ref> Com seu passado farroupilha, foi, ao lado do [[José Gomes Portinho|barão de Cruz Alta]], um dos raros titulares da nobreza imperial a ter empunhado armas contra a monarquia.
 
Em 1878, assumiu a liderança do [[Partido Conservador]] em [[São Gabriel]].<ref>"Gazeta de Notícias", Rio de Janeiro, 21 de maio de 1878.</ref> Após a queda do regime monárquico em 1889, seuo grupo político e familiar do barão aproximou-se do [[Partido Republicano Rio-Grandense]].<ref>[http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=388653&PagFis=9306 "A Federação", Porto Alegre, 13 de junho de 1894.]</ref> Em 1892, seu genro [[Joaquim Pantaleão Teles de Queirós Filho]] foi nomeadoo primeiro comandante da [[Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul]].
 
==Família==