Este desenvolvimento da cavalaria parece é relacionado à invenção e desenvolvimento da [[sela]] e o [[estribo (cavalaria)|estribo]], bem como pela aparição, na planície [[Irã|irânia]], de uma nova raça de cavalos capazes de transportarem o homem com armadura completa.
# ''[[Limitaneilimítanes]]'' e ''comitatenses''
* Os ''limitanei''limítanes eram as unidades que defendiam as fortificações fronteiriças ({{langx|la|''[[limes]]''}}). Sua função era adiar o invasor do momento, dando tempo aos exércitos móveis do império para se movimentarem até a zona de conflito.
* Os ''comitatenses'' eram mantidos atrás das fronteiras, e podiam deslocar-se depressa caso necessidade, tanto para a defesa quanto para o ataque, e eram com frequência utilizados contra os usurpadores. Estas tropas eram melhor pagas, treinadas e equipadas do que os ''limitanei''limítanes
Um terço de cada unidade era constituída por soldados de cavalaria. Aproximadamente a metade era cavalaria pesada, denominada de diferentes formas: escútaros (''scutarii''), prómotos (''promoti'') e establesianos (''stablesiani''), por exemplo.
== A organização do exército: os ''themata ''temas ==
{{AP|ThemaTema (distrito bizantino)}}
Os ''themata'' ou ''temas'' ({{langx|el|θημα, -ταθηματα||thémata}}) foram estabelecidos no {{séc|VII}} (é discutido se o seu criador foi [[Heráclio]] ou {{Lknb|Constante|II}}) sobre o modelo dos [[exarcado]]s de [[Exarcado de Ravena|Ravena]] e [[Exarcado de Cartago|Cartago]]. Eram ao mesmo tempo distritos militares e circunscrições administrativas, sob o comando de um [[estratego]]. O nome ''thémata''temas significa, segundo Treadgold, "locais".
Ostrogorsky, na sua ''História do estado bizantino'', atribui a Heráclio a criação dos primeiros temas na [[Ásia Menor]]. Outros autores, porém, como Pertusi, [[Norman H. Baynes|Baynes]], Lemerle, Ahrweiler, Mango e Kaegi, opinam que foi um processo paulatino ao longo do {{séc|VII}}.
Os cinco primeiros ''thema''temas estavam na [[Ásia Menor]], e a sua missão principal era conter a invasão árabe, que despojara o império das províncias da [[Síria]] e do [[Egito]]. Eram os seguintes:
* [[ThemaTema Armeníaco]]: compreendia o leste da Anatólia, da Capadócia até o Mar Negro e o Eufrates. O seu núcleo original era o exército da Armênia estabelecido por {{Lknb|Justiniano|I}}. Sua existência está documentada ao menos desde 668.
* [[ThemaTema Anatólico]]: no centro e sul da Ásia Menor. Formado em torno do Exército de Oriente.
* [[ThemaTema Opsiciano]]: compreendia a [[Bitínia]] e a [[Paflagônia]], e defendia a costa meridional do [[mar de Mármara]]. Formou-se em torno do Obséquio ({{langx|la|''Obsequium''|||lit. (latim "comitiva")}}, uma força ''comitatensis''comitatense.
* [[ThemaTema Tracesiano]]: a sudoeste da Ásia Menor.
As tropas dos temas eram formadas pelos chamados estratiota (''stratiotas''), que serviam ao império no regime denominado ''πρωνοια'' (''[[pronoia]] (''πρωνοια''): eram concedidas parcelas (''stratiotika ktemata'') que deviam trabalhar e, em troca disto e uma pequena compensação monetária, ficavam ligados ao exército durante toda a vida, e até mesmo transmitiam esta obrigação aos seus filhos. Este sistema permitia o império formar um exército forte baseado na população autóctone, evitando ter de recrutar mercenários.
Nos séculos seguintes, para evitar o poder excessivo dos [[estratego]], devido ao grande tamanho dos temas, os imperadores [[Leão III, o Isáurio]], [[Teófilo (imperador)|Teófilo]] e [[{{lknb|Leão |VI, o Sábio]]}} dividiram os temas em áreas menores. No {{séc|X}}, sob o reinado de [[Constantino VII{{lknb|Constantino ||VII Porfirogénito]]}} é documentada a existência de 28 temas:
{{Col-begin}}
{{Col-1-of-2}}
Na Ásia:
* [[ThemaTema Anatólico]], que incluía zonas de [[Frígia]], [[Licaônia]], [[Isáuria]], [[Panfília]] e [[Pisídia]];
* [[ThemaTema Armeníaco]], que incluía zonas de [[Armênia]], [[Cáldia]] e [[Capadócia]];
* [[ThemaTema Tracesiano]]
* [[ThemaTema Opsiciano]], que incluía Mísia e parte de, [[Bitínia]] e [[Frígia]] ;
* [[ThemaTema dos Optimates]];
* [[ThemaTema Bucelário]];
* [[ThemaTema Paflagônio]];
* [[Tema de Carsiano]];
* [[ThemaTema Capadócio]];
* [[ThemaTema da Cáldia]], território em redor de [[Trebizonda]], antes chamado [[Ponto (província romana)|Ponto]], pela sua cercania ao [[mar Negro]] (Eugeinos Pontos, Ευξεινοσ Ποντοσ);
* [[ThemaTema Mesopotâmico]], na fronteira da [[Mesopotâmia]];
* [[ThemaTema de Coloneia]], a região entre o Ponto e a [[Armênia Menor]];
* [[ThemaTema de Sebasteia]], o restante da Armênia;
* [[ThemaTema de Licandos]], instituído por Leão VI nas fronteiras da Armênia;
* [[ThemaTema Cibirreota]], tema naval estabelecido por Leão III na [[Cária]], [[Lícia]], [[Rodes]] e a costa da [[Cilícia]]
* [[ThemaTema de Chipre]], o tema naval para [[Chipre]]; e
* [[ThemaTema do Mar Egeu]], o tema naval para o [[mar Egeu]].
{{Col-2-of-2}}
Na Europa:
* [[ThemaTema Trácioda Trácia]], a área em redor de [[Constantinopla]] (excluída a capital);
* [[ThemaTema Macedônio]], a área em redor de [[Tessalônica]] (excluída esta cidade).
* [[ThemaTema de Estrimão]];
* [[ThemaTema de Tessalônica]]: Tessalônica, segunda cidade do império;
* [[Thema de Hellas]] (ou "Heládico"), criado entre 687 e 695: Grécia entre Macedônia e o [[istmo de Corinto]] (antigas regiões da [[Ática]], [[Beócia]], [[Acarnânia]] e [[Etólia]]).
* [[ThemaTema do Peloponeso]];
* [[ThemaTema Cefalônio]];
* [[ThemaTema de Nicópolis]];
* [[ThemaTema de Dirráquio]], na atual [[Albânia]];
* [[ThemaTema da Sicília]] (''Sikelias''), um tema naval;
* [[ThemaTema Longobardo]] (ou ''Thema Kalabrias''),na Itália; e
* [[ThemaTema de Quérson|ThemaTema do Quersoneso]] (ou ''Thema ta Klimata''), na [[Crimeia]].
{{col-end}}
Nesta época já se perdera definitivamente a [[Sicília]]. [[ThemaTema de Chipre|Chipre]] era um [[condominium|condomínio]] administrado junto com o [[califa de Bagdá]], e continuaria sendo-o até ser reconquistado em 965 para o império por {{Lknb|Nicéforo|II||Focas}}. A capital, Constantinopla, estava sob a autoridade de um [[eparca]] e protegida pelos numerosos ''tagmata'' e forças de polícia.
== Composição ==
=== Armada ===
{{Artigo principalAP|Marinha bizantina}}
O Império Bizantino foi famoso pela sua superioridade naval. A sua [[frota]], após a [[queda do Império Romano]] controlou o [[mar Mediterrâneo]], especialmente durante a idade de Ouro de {{Lknb|Justiniano|I}}. Também fazia parte da sua armada a frota fluvial que patrulhava o [[Danúbio]]. A retirada posterior, implicou o seu lento declínio como primeira potência do mesmo, embora no mar fosse uma potência a levar em conta durante bastante tempo. A expansão islâmica expulsou-a da zona oriental ([[Egito]], [[Síria]]) e chegou a ser problema com as conquistas temporárias da [[Sicília]] e [Creta]].
=== Os ''Tagmata '' ===
{{Artigo principalAP|Tagma (militar)|Hetaireia}}
Os ''Tagmata'' ({{lang|el|τάγματα}}, “batalhões”) eram as forças de elite do império, e estavam acantonadas na capital e nas suas cercanias, se bem que nos últimos tempos fossem enviados alguns destacamentos para as províncias. Embora muitos dos corpos de exército se remontassem à época proto-bizantina, sofreram uma importante reestruturação na época de {{Lknb|Constantino|V}}.
A segurança do imperador e do palácio imperial era confiada à ''Hetaireia'' e aos ''Tagmata'', estes últimos formando também o núcleo das expedições de campanha. Eram as tropas mais preparadas e melhor pagas do exército bizantino.
No {{séc|X}} existiam cinco regimentos de Tagmata: [[Escolas palatinas|escola palatina]], [[excubitores]], ''[[Hetaireia'']], ''[[Vigla'']] (também chamado ''Arithmos''[[Arítmnos]]) e ''Numeri''Números. Scholas[[Escola palatina (unidade militar)|Escolas]], [[Excubitores]] e Numeri[[Números (militar)|Números]] ficavam no comando de [[doméstico (ofício)|domésticos]]; os oficiais dos regimentos Vigla e ''Hetaireia'' eram dirigidos, respectivamente, por um drungário e por um grande heteriarca. Os destacamentos provinciais dos tagmata eram sob comando dos ''turmarcas'', tenentes dos domésticos e [[drungário]]s.
Os tagmata mais importantes eram os seguintes:
* Os ''Scholae''[[Escola palatina (unidade militar)|Escolas]] (gr. Σχολαί, "as Escolas"), herdeiros da guarda imperial fundada por {{Lknb|Constantino|I}}. Eram dirigidos por um doméstico.
* Os ''Excubiti'' ou '''[[Excubitores'']] (gr. Εξκούβιτοι, "os Vigilantes"), corpo estabelecido por [[{{lknb|Leão |I, o Trácio]]}} comandados por um doméstico.
* Os ''Arithmos''[[Arítmos]] (gr. Αριθμός, "os Números") ou ''Vigla'' (gr. Βίγλα, a Vigilância), fundados possivelmente no {{séc|VI}}. Seu comandante era um drungário.
* Os ''Hikanatoi''[[Hicanátos]] (gr. Ικανάτοι, "os Capazes"), regimento fundado por {{Lknb|Nicéforo|I, o Logóteta}}.
Todos eles eram unidades de cavalaria formadas por entre {{formatnum:1000}} e {{formatnum:6000}} homens ({{formatnum:4000}} parece ter sido o número predominante).
== Muralhas de Constantinopla ==
{{Artigo principalAP|Muralhas de Constantinopla}}
As quase inexpugnáveis [[muralha]]s de [[Constantinopla]] foram edificadas durante o reinado de {{Lknb|Teodósio|II}} por necessidades defensivas e necessidades urbanísticas foram levantadas estas grandes muralhas, embora antigamente já existissem outras muralhas. A construção das muralhas começou em 412 e terminou em 447. Como eram quase inexpugnáveis, não era estranho que os imperadores investissem grandes somas de dinheiro para a sua conservação.
Era uma tripla muralha e o seu lanço atingia mais de seis quilômetros. A muralha tinha varias entradas destacando-se a ''[[Porta AureaÁurea]]'' (Porta Dourada) que era o lugar por onde entravam os [[Imperador bizantino|imperadores]] vitoriosos. Esta entrada era formada por uma tripla arcada, um [[arco do triunfo]] edificado em 388 e que, quando Teodósio II construiu a nova muralha, foi absorvida por esta. Era coroada por uma imagem de Teodósio II sobre quatro elefantes em bronze. Foi utilizada pela última vez quando a cidade foi reconquistada por {{Lknb|Miguel|VIII||Paleólogo}} das mãos dos [[Império Latino|latinos]]. Com o tempo, a magnífica entrada foi taipada até hoje que é uma pequena entrada.
As Muralhas de Constantinopla somente foram superadas em duas ocasiões: [[Cerco de Constantinopla (1204)|Em 1204]] pelos [[cruzados]] e em 1453, ano em que o Império Bizantino [[Queda de Constantinopla|caiu]] nas mãos dos [[Império Otomano|turcos otomanos]].
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