Leonid Brejnev: diferenças entre revisões

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Em fevereiro de [[1956]], Brejnev é requerido em [[Moscou]] para controlar a indústria de Defesa. Com o [[Corrida espacial|programa espacial]], a indústria pesada é a mais importante do país. Desse momento adiante, passa a ser um personagem chave, e em junho de [[1957]], apoia Khrushchov em sua luta contra a velha-guarda encabeçada por [[Viatcheslav Molotov]], [[Gueórgui Malenkov]] e [[Lazar Kaganovitch]] pela direção do partido. A derrota da velha-guarda lhe abre as portas do politburô. Em [[1959]], Brejnev se converte em Segundo Secretário do Comitê Central, e em maio de [[1960]], obtém o cargo de Presidente do Presidium do [[Soviete Supremo]], ou seja, de [[Chefe de Estado]], cargo que lhe permitiu representar a URSS no exterior. Durante esse período, Brejnev passa a promover o seu cargo, que posteriormente se tornaria mais importante que a própria chefia do Partido Comunista.
 
Até [[1962]], aproximadamente, o posto de Khrushchev na liderança soviética permanece sólido, mas em vista da derrota na [[Crise dos Mísseismísseis emde Cuba|Crise dos Mísseismísseis]], políticas demasiado liberais e diversos comentários inoportunos, os membros do partido começam a se preocupar com o futuro do país. Para piorar, aumento das dificuldades econômicas da [[União Soviética]] aumentou a pressão. Aparentemente, Brejnev segue leal a Khrushchev, mas em [[1963]] se vê implicado em uma conspiração iniciada pelo [[Armênia|armênio]] [[Anastas Mikoyan]], cujo objetivo é depor Khrushchev. Neste ano, sucede a Frol Kozlov na liderança do Comitê Central, e passa a ser, por esse posto, o sucessor oficial de Khrushchev. Em [[14 de outubro]] de [[1964]], aproveitando as férias de Khrushchev, os conspiradores executam seu golpe de estado e o retiram do poder, instituindo um [[triunvirato]], cuja versão soviética seria denominada ''[[tróikatroika]]''. Brejnev se converte em chefe do PCUS, Alexey Kosygin em [[chefe de governo]], e Mikoyan em [[chefe de estado]], sendo sucedido, quatro anos depois, por [[Nikolai Podgorny]].
 
=== Como líder soviético ===
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Ao alcançar o poder, sua política, em especial a internacional, se baseou em uma atualização do [[marxismo]], vindo a ser chamada de [[Teoria da Soberania Limitada|Doutrina de Brejnev]], ou Teoria da Soberania Limitada. Declarou que a União Soviética era o Estado responsável pela manutenção do [[comunismo]], e que por essa razão, teria direito de intervir, inclusive militarmente, em países socialistas que demonstrassem qualquer tipo de dissidência que pudesse abalar o movimento comunista internacional. Com essa doutrina, o Estado soviético pôde justificar as intervenções na [[Tchecoslováquia]], em [[1968]], e no [[Afeganistão]], em [[1979]], lembrando o precedente de [[1956]] na [[Hungria]]. Essa foi a primeira crise da era Brejnev, que iniciou-se em julho daquele ano, quando Brejnev criticou publicamente alguns dirigentes checoslovacos, acusando-os de revisionistas e antissoviéticos, e em agosto, organizou a invasão do país pelas tropas do [[Pacto de Varsóvia]] e a substituição de [[Alexander Dubček]]. A invasão foi duramente criticada, inclusive por grupos socialistas.
 
No âmbito do mandato de Brejnev, que estabeleceu uma política de ''[[détente]]'', com o objetivo de reparar as relações da [[URSS]] com os demais países do mundo, as relações com a [[República Popular da China]], que vinham se deteriorando, tiveram um período de congelamento, o que permitiu a retomada de negociações econômicas e a tentativa de negociações políticas. Em [[1965]], o primeiro-ministro chinês [[Zhou Enlai]] visitou Moscou para prosseguir com essas negociações, mas o conflito não se resolveu, levando ao enfrentamento entre tropas soviéticas e chinesas em diversas regiões fronteiriças. Contudo, Brejnev seguiu apoiando o [[Vietnã do Norte]] na [[Guerra do Vietnã]], ao lado dos chineses. Por outro lado, o avanço nas relações entre [[China]] e [[Estados Unidos]] no princípio de [[1971]] marcou uma nova fase nas relações internacionais. Para evitar a formação de uma aliança entre os Estados Unidos e a China, Brejnev então mudou o foco, e iniciou uma série de negociações com os norte-americanos. Em maio de [[1972]], o presidente [[Gerald Ford]] visitou [[Vladivostok]], e os líderes firmaram o [[SALT I]]. Os acordos de paz de [[Paris]], em janeiro de [[1973]], fazem com que se finalizasse oficialmente a guerra do Vietnã, o que elimina um importante obstáculo nas relações entre os soviéticos e os norte-americanos. Para alguns analistas internacionais, o interesse dos [[EUA]] em negociações políticas com a China era justamente incentivar os soviéticos a realizarem acordos de paz. Para os soviéticos, entretanto, os acordos pacíficos foram interessantes, já que poderiam diminuir os gastos com armamentos e investir na indústria, que vinha crescendo, e posteriormente administrar melhor o orçamento, que crescia com a [[Crise do petróleo de 1979|crise petrolífera]]. Favoravelmente, a URSS de Brejnev obteve êxito na aproximação com a [[Iugoslávia]] de [[Josip Tito|Tito]], que havia abandonado o próprio [[Comintern]], durante o governo de [[Stálin]].
[[Imagem:Carter Brezhnev sign SALT II.jpg|thumb|direita|250px|Leonid Brejnev assina o [[SALT|SALT II]] com [[Jimmy Carter]] em [[18 de junho]] de [[1979]], [[Viena]]]]
 
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== A gestão de Brejnev ==
Foi o segundo mais duradouro mandato do partido: 18 anos, tempo só superado por [[Stálin]], que governou por 31. Seu governo foi marcado por bloqueios a possíveis golpes e revoluções democráticas favoráveis ao capitalismo e aos interesses dos [[EUA]] que pudessem acontecer nos países socialistas que procuravam se libertar do regime comunista. Brejnev não pode ser considerado um governante extremamente [[comunista]], já que defendia os interesses de seu país e de um sistema político muito mais que a própria ideologia. Por outro lado, ele não era, de forma alguma, liberal, uma vez condenando e atuando de forma intensa pelo fracasso do [[liberalismo]] e do [[capitalismo]] mundial. Foi o último chefe que conseguiu manter a estabilidade do [[socialismo real]], tendo [[Mikhail Gorbachev]] assistido à ruína do país que estava incumbido de governar. Como estadista, Brejnev raramente calculava suas estratégias, como a exemplo da [[Invasão soviéticaGuerra do Afeganistão de (1979-1989)|invasão do Afeganistão]] e do desperdício dos ganhos durante a crise do petróleo. Ainda assim, foi em muito responsável por transformar o [[Exército soviético]] no maior do mundo e administrar, por quase vinte anos, um país que mal havia se recuperado da guerra e tinha de enfrentar, desprezando as dificuldades, uma outra superpotência, que por sua vez já se encontrava estruturada. Brejnev é considerado um dos mais importantes e influentes chefes soviéticos, o que o faz ser comparado à imagem de Stálin.
 
{{quote2|'''''"Não devemos encobrir os erros, nem tampouco omitir os méritos. Portanto, respeitemos Stálin."'''''|Leonid Brejnev, [[1965]]}}<ref>[http://www.ng.ru/ideas/2005-05-20/10_stalin.html - Традиции сталинизма как идеологии и практики будоражат воображение влиятельных политических сил]</ref>