Augusto Pestana: diferenças entre revisões

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Na [[Câmara dos Deputados]], foi membro das Comissões de Educação e de Finanças e relator do orçamento de viação e obras públicas, destacando-se como defensor da ampliação e modernização da infraestrutura brasileira. Em [[1918]], chegou a ser cotado para assumir o [[Ministério de Viação e Obras Públicas]], convite que não se concretizaria pela morte do presidente eleito [[Rodrigues Alves]].<ref>"O Estado de S.Paulo", São Paulo, edição de 8 de junho de 1918.</ref> Crítico do modelo de concessões a grupos privados estrangeiros então vigente no País, Pestana moveu campanha contra a ''Compagnie Auxiliaire de Chemins de Fer au Brésil'', empresa sediada em [[Bruxelas]], [[Bélgica]], e controlada pelo megaempresário [[Estados Unidos|norte-americano]] [[Percival Farquhar]], que explorava as ferrovias gaúchas desde [[1905]]. Prejudicado pela falta de investimentos de Farquhar e pela má gestão da ''Auxiliaire'', o transporte ferroviário no [[Rio Grande do Sul]] encontrava-se à beira do colapso ao final da década de [[1910]]. Em articulação envolvendo o presidente [[Epitácio Pessoa]], o governador [[Borges de Medeiros]] e os demais membros da bancada gaúcha no Congresso, Pestana conseguiu que a União aprovasse em 18 de junho de [[1920]] a estatização da ''Auxiliaire'' e a criação da [[Viação Férrea do Rio Grande do Sul|Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS)]], sob controle do governo gaúcho.<ref>LOVE, Joseph L. "O Regionalismo Gaúcho e as Origens da Revolução de 1930". São Paulo, Perspectiva, 1975.</ref>
 
Diretor-presidente da VFRGS de [[1920]] a [[1926]] (com uma breve interrupção em [[1924]] para representar a empresa no Rio de Janeiro) e secretário estadual de Viação e Obras Públicas entre [[1926]] e [[1928]], Pestana recuperou as linhas ferroviárias gaúchas e adquiriu novas [[trem|composições]], incluindo alocomotivas importação de locomotivasalemãs [[2-8-2]] preparadas para o uso de [[carvão]] nacional como combustível.<ref>SPALDING, Walter. ''Op.cit.''</ref><ref>SILVA TELLES, Pedro Carlos da. "História da Engenharia Ferroviária no Brasil". Rio de Janeiro, Notícia e Cia., 2011.</ref> Preocupado com a dependência do transporte ferroviário brasileiro por [[carvão mineral]] importado, estimulou a realização de estudos técnicos para demonstrar o potencial de utilização do carvão nacional. Em [[1922]], determinou a aquisição do primeiro motor a [[gasogênio]] no Brasil, movido exclusivamente com combustível produzido no [[Rio Grande do Sul]].<ref>SILVA TELLES, Pedro Carlos da. ''Op.cit.''</ref>
 
Apesar de eventos adversos como a [[Revolução de 1923]] e a [[Tenentismo | Revolta Tenentista de 1924]], o volume do transporte ferroviário no [[Rio Grande do Sul]] subiu de 1,1 milhão de passageiros em [[1920]] para mais de 2 milhões em [[1928]], enquanto os números de carga passaram de 640 mil toneladas para 1 milhão de toneladas nesse mesmo período.<ref>Mensagens à Assembleia dos Representantes do Rio Grande do Sul pelo Presidente do Estado, Antônio Augusto Borges de Medeiros, 1920 a 1928, disponíveis em http://www.crl.edu/pt-br/brazil/provincial/rio_grande_do_sul</ref> Pestana estabeleceu modelo de gestão, investimento e planejamento que asseguraria o bom funcionamento do transporte ferroviário gaúcho até sua absorção pela [[Rede Ferroviária Federal|Rede Ferroviária Federal (RFFSA)]] em [[1959]] e seu posterior sucateamento nas décadas de [[1960]] e [[1970]].<ref>PESTANA, Clóvis. Artigo no "Correio do Povo" sobre o centenário de Augusto Pestana. Porto Alegre, 22 de maio de 1968.</ref> A malha da antiga VFRGS é hoje operada pela empresa [[ALL | América Latina Logística (ALL)]], com exceção do trecho de 23 km percorrido por trem turístico entre as cidades serranas de Bento Gonçalves e Carlos Barbosa.
 
A fundação da extinta [[Varig|Viação Aérea Rio-Grandense (VARIG)]] por [[Otto Ernst Meyer]] coincidiu com a gestão de Pestana na Secretaria Estadual de Viação e Obras Públicas.