Flávio Josefo: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 31:
 
[[Ficheiro:Josephus.jpg|thumb|direita|Imagem romantizada de Flávio Josefo, na tradução de suas obras por [[William Whiston]].]]
A vida de Josefo é recheada de ambiguidades; para seus críticos, ele nunca explicou satisfatoriamente seus atos durante a Guerra Judaica — como por que ele não teria cometido suicídio na Galileia, com seus companheiros, e por que, depois de sua captura, aceitou a patronagem dos romanos.<ref>Smallwood, E. Mary. Introdução à ''Guerra Judaica'', de Josefo, tradução para o inglês de G.A. Williamson, Nova York, Penguin, 1981, p. 24</ref> Seus críticos, no entanto, ignoram o fato de que [[Simão bar Giora]] e [[João de Giscala]], ambos zelotas extremistas e grandes oponentes de Josefo que permaneceram em Jerusalém e lideraram os combates contra os romanos em sua última etapa, preferiram — num momento de honestidade — a vida ao suicídio, e humildememente se renderam aos romanos. Aqueles que viram Josefo como um traidor e informante também questionaram sua credibilidade como [[historiador]] — desprezando suas obras como [[propaganda]] romana ou uma [[apologética]] pessoal, destinada a reabilitar sua reputação histórica. Mais recentemente, os críticos vêm reavaliando as visões pré-concebidas de Josefo. Um argumento importante é a comparação entre os danos causados por seus atos e aqueles dos idealistas que reprovaram seu comportamento; enquanto Josefo teria sido responsável pelo suicídio de alguns soldados, pela humilhação temporária de um exército enfraquecido e pelo transtorno de uma esposa, os bons, leais, idealistas e corajosos, devotos e patrióticos líderes de Jerusalém tinham sacrificados dezenas de milhares de vidas à causa da liberdade; Tito e Vespasiano sacrificaram dezenas de milhares mais à causa da ordem civil, e até mesmo AgriaAgripa II, o rei da Judéia, cliente romano, que fez tudo o que podia para evitar a guerra, acabou supervisionando a destruição de meia dúzia de cidades e a venda de seus habitantes como escravos.<ref>O'Rourke 104.</ref>
 
Josefo foi sem dúvida alguma um importante apologista, no [[Roma Antiga|mundo romano]], para a cultura e o povo judaico, particularmente numa época de conflito e tensão. Sempre permaneceu, pelo menos em seus próprios olhos, um judeu leal e cumpridor das leis. Fez tudo o que podia para indicar o judaísmo aos gentis letrados, e para insistir sobre sua compatibilidade com o pensamento aculturado greco-romano. Constantemente se manifestou a respeito da antiguidade da cultura judaica, apresentando seu povo como civilizado, devoto e filosófico. Eusébio relata que uma estátua de Josefo teria sido erguida em Roma.<ref>''[[História Eclesiástica (Eusébio)|]]'' 3.9.2</ref>