Eslavos meridionais: diferenças entre revisões
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}}<ref name=jef6 /> Provavelmente [[Politeísmo|acreditavam em vários deuses]], mas Procópio sugere que adoravam um deus, provavelmente supremo, ou seja, possivelmente eram [[Henoteísmo|henoteístas]]. Esse deus tem sido frequentemente identificado como [[Perunú]], o criador do [[relâmpago]]. Os eslavos iam para a batalha a pé, carregando diretamente sobre o inimigo, armados de [[lança]]s e pequenos [[escudo]]s, e não usavam [[armadura]].{{Carece de fontes|data=agosto de 2012}}
Essa informação é complementada pelo [[Strategikon de Maurício I|''Strategikon'' de Maurício I]], o manual de guerra atribuído ao imperador bizantino [[Maurício I|Maurício]] {{nwrap|r.|582|602}}, onde os eslavos são descritos como numerosos mas desorganizados e sem líderes, resistentes às privações e não se deixando escravizar ou conquistar. Construíam as suas habitações em florestas, junto a rios e [[Zona húmida|zonas húmidas]].{{HarvRef|Fouracre|2005|p=25}} O historiador bizantino [[Jordanes]] ({{séc|VI}}) escreveu que os eslavos ''«têm a sua terra natal no [[Danúbio]], não longe da margem norte»''. Há relatos subsequentes acerca de estados eslavos primitivos e da interação dos eslavos com os [[gregos]] no ''De Administrando Imperio'' de
===Migrações e local de origem===
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Os bizantinos agrupavam genericamente as numerosas tribos eslavas em dois grupos: os [[Esclavenos]] e os {{ilc|Antes|Antes (povo)|Antae}} (''Antae'').{{HarvRef|name=Hupc|Hupchick|2004}} Aparentemente os Esclavenos viviam ao longo do médio Danúbio, enquanto que os ''antes'' estavam no baixo Danúbio, na [[Cítia Menor]]. Alguns académicos, como o búlgaro Zlatarsky, sugerem que o primeiro grupo se fixou nos Balcãs ocidentais, tornando-se os precursores do grupo linguístico que se tornaria o sérvio, enquanto ramos dos ''antes'' se fixaram nas regiões orientais (em termos aproximados), tornando-se os antepassados dos búlgaros.<ref name=Hupc />{{HarvRef|Fine|1983|p=26}} Do Danúbio começaram a fazer [[raide]]s no Império Bizantino a partir da década de 520, com frequência anual. Espalhavam a destruição, pilhando e roubando gado, fazendo prisioneiros e conquistando fortalezas. Era frequente que os bizantinos estivessem pressionados pela defesa das suas ricas províncias asiáticas dos [[árabes]], [[persas]] e [[turcos]], o que tina como consequência que até pequenos grupos desorganizados de eslavos eram capazes de causar muitos distúrbios, apesar de não conseguir capturar as cidades maiores e mais fortificadas.{{HarvRef|name=Fine29|Fine|1983|p=29}}
A fixação em larga escala dos eslavos nos Balcãs iniciou-se no final da década de 570 e início da década seguinte.<ref name=Fine29 />
{{AP|Campanhas de Maurício nos Balcãs}}
Em 591, os bizantinos terminaram a [[Guerra bizantino-sassânida de 572-591|guerra com os persas]] e foi feita uma tentativa séria de repor a fronteira norte do império pelo imperador Maurício, um experiente estratega.{{HarvRef|Fine|1983|p=32}} Embora tivesse bastante sucesso, Maurício não logrou eliminar completamente os [[ávaros]] e acabou por ser deposto e assassinado em 602, em parte devido à sua recusa em pagar resgate por um número elevado de reféns que por isso foram chacinados pelos ávaros. A [[Guerra bizantino-sassânida de 602-628|guerra com os persas reacendeu-se]] pouco tempo depois e a fronteira setentrional colapsaria novamente.{{HarvRef|Fine|1983|p=33}}
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===Relações com Bizâncio===
{{AP|prefixo=Mais informações|Thema da Dalmácia}}
Os registos literários bizantinos, como por exemplo João de Éfeso, entre outros, mencionam raides eslavos na Grécia durante a década de 580. De acordo com fontes posteriores, como os ''[[Milagres de São Demétrio
Há diversas fontes medievais que atestam a presença de eslavos na Grécia. Quando estava a caminho da [[Terra Santa]] em 732, {{ilc|São Vilibaldo||São Willibaldo|Willibaldo}} ''«chegou à cidade de [[Monemvasia]], na terra da Eslavínia»''. Esta passagem da obra ''Vita Willibaldi'' (lit. "Vida de Vilibaldo") é interpretada como uma indicação da presença eslava no interior do Peloponeso. Referindo-se à epidemia de [[Peste bubônica|peste]] de 744-747, {{Lknb|Constantino|VII}} escreveu no {{séc|X}} que ''«toda a região'' [do Peloponeso] ''estava eslavizada»''. A ''[[Crónica de Monemvasia]]'', que cobre o período entre 587 e 805, relata que os eslavos dominavam no Peloponeso ocidental, mas a parte oriental, juntamente com [[Atenas]] estava nas mãos dos bizantinos. No entanto, a fiabilidade das fontes existentes é motivo de debate. Por exemplo, enquanto o [[bizantinista]] [[Peter Charanis]] considera a ''Crónica de Monemvasia'' uma fonte fiável, outros historiadores salientam que ela exagera o impacto dos raides eslavos e ávaros na Grécia. [[Max Vasmer]], um proeminente [[Linguística|linguista]] e [[Línguas indo-europeias|indo-europeísta]], complementa os registos medievais tardios enumerando 429 topónimos eslavos só no Peloponeso. No entanto, há algum debate sobre até que ponto a presença destes topónimos reflete uma ocupação eslava compacta, pois eles podem não advir do primitivo povoamento eslavo.
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====Sérvia====
As provas arqueológicas sugerem que os sérvios fizeram parte da vaga de eslavos do {{séc|VI}}.<ref name=Fine38 /> Segundo fontes bizantinas, os sérvios colonizaram terras do que é hoje a Sérvia, Montenegro, Croácia e Bósnia e Herzegovina durante o reinado do imperador [[Heráclio]] {{nwrap|r.|610|641}}. Os sérvios tornaram-se [[Federados (Roma Antiga)|federados]] dos bizantinos e mantinham as fronteiras como vassalagem. Subsequentemente foi-lhes dada mais autonomia com [[Venceslau da Ráscia|Venceslau I]] {{nwrap|{{fl.}}|768|814}} e independência total com [[Vlastimir]] {{nwrap||836|850}}. A Sérvia foi um aliado dos bizantinos ao longo da maior parte da Idade Média e assegurou a sua independência com grande diplomacia com Bizâncio. No {{séc|XIV}}, o estado sérvio governado por [[Estêvão IV Duchan
====Período otomano====
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