Branca de Portugal (1259–1321): diferenças entre revisões

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Dona '''Branca de Portugal''' ([[Guimarães]], {{dtlink|25|2|1259|si}} - [[Burgos]],{{dtlink|17|4|1321}}){{Sfn|García Fernández|1999|p=909}}{{Sfn|Concejo Díez|2003|p=314}} foi uma infanta portuguesa, filha mais velha do rei {{Lknb|Afonso|III|de Portugal}} e da sua segunda esposa [[Beatriz de Castela (1242–1303)|Beatriz de Castela]], nomeada, após a sua tia [[Branca de Castela]], rainha de [[França]].
 
== Biografia ==
A infanta Blanca nasceu em 25 fevereiro de 1259, na cidade de [[Guimarães]]. Ele se mudou para o [[Reino de Castela]] com a sua mãe,{{Sfn|García Fernández|1999|p=909}} a rainha Beatriz, por causa de suas divergências com o rei [[Dinis de Portugal|D. Dinis]], e existem provas documentais que mãe e filha viviam na cidade de [[Sevilha]] com o rei {{Lknb|Afonso|X|de Leão e Castela}}.{{Sfn|Concejo Díez|2003|p=314}}
 
De acordo com [[Manuel de Abranches de Soveral]], as cartas de D. Afonso III normalmente são passadas em seu nome, apenas ou em seu nome, no da rainha e no dos infantes. D. Branca aparece primeiro, desde Julho de 1259, a quem se soma D. Dinis desde Outubro de 1261. Apenas estes dois irmãos aparecem várias vezes até 1262, ano em que pela primeira vez se lhes junta o infante D. Afonso. Aparecem apenas os três até Fevereiro de 1264, data em que se lhes junta D. Sancha. Em Abril de 1265 junta-se-lhes D. Maria, que deixa de aparecer a partir de Agosto de 1266, data em que terá professado. Continuam apenas os quatro até Maio de 1269, quando se lhes junta D. Fernando, que desaparece logo em Novembro do mesmo ano. Voltam a manter-se apenas os quatro (Dinis, Afonso, Branca e Sancha) até à morte do rei a 16 de Setembro de 1279. Portanto, nunca aparece o infante D. Vicente, que se diz ter nascido em 1268, pelo que terá morrido com poucos dias de idade.{{carece de fontes}}
Em 1295 a infanta Branca professou como uma freira no [[Mosteiro de Las Huelgas]] em [[Burgos]] e foi nomeada [[Senhorialismo|senhora]] do mesmo, como fica claro a partir de uma carta que o rei escreveu ao mosteiro Burgos em 15 de abril de 1295 que menciona as causas que levaram à infanta portuguesa a professar como a religiosa, por recomendação e disposição de seu tio {{Lknb|Sancho|IV|de Leão e Castela}}, embora a princípio a infanta se recusou a fazer.{{Sfn|Concejo Díez|2003|p=314}}
 
D. Branca foi 1.ª Senhora de [[Montemor-o-Velho]] (15 de Setembro de 1261), de [[Campo Maior]] (1301) e de [[Alcácer]] (1303).
 
Em 1295 a infanta Branca professou como uma freira no [[Mosteiro de Las Huelgas]] em [[Burgos]], que fundara e onde se recolhera, e foi nomeada [[Senhorialismo|senhora]] do mesmo, como fica claro a partir de uma carta que o rei escreveu ao mosteiro de Burgos em 15 de abril de 1295 que menciona as causas que levaram à infanta portuguesa a professar como a religiosa, por recomendação e disposição de seu tio {{Lknb|Sancho|IV|de Leão e Castela}}, embora a princípio a infanta se recusou a fazer.{{Sfn|Concejo Díez|2003|p=314}}
 
[[Imagem:Ex-Colegiata de Santa María iluminada.jpg|thumb|300px|Colegiata de Santa Maria em Briviesca fundada pela infanta Branca de Portugal]]
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{{Quote1|Sepades que Nos por vos fazer merced et honrra, et a vuestro pedimento, et por que nos feciesties entender et que vos cumplie et vos fazie mester, rogamos a la Infant doña Blanca, nuestra sobrina, que quisiese ser monja desse Monesterio, et tomar el señorio desse logar et comienda et guarda de todo lo vuestro. Et como quier que fasta aquí non lo quiso fazer, pero agora por que su voluntad es de assosegar su fazienda et su vida en Orden, et por que la nos affincamos que quisiesse essa vuestra Orden et en esse Monasterio ante que en otro, otorgánoslo. Et nos con vuestra voluntad diemosgelo. Et por que vos mandamos et vos rogamos, que la recibades como debedes et la fagades honrra et servicio et lo quel pertenesce como a la que ella es, et el debdo que con Nos a, et segund ficiestes a las otras infantas que y fueron fasta aquí. Et por ella vos faremos Nos mucho bien et mucha merced. Et tal es la Infant que siempre fallaredes en ella bien et lo que devedes fallar. Dada en Toledo XV días de Abril. Era Mill et CCCC et XXXIII años}}
 
A infanta Branca trazido como dote para o [[Mosteiro de Las Huelgas]] várias vilas e em 1303 doou ao mosteiro as salinas de [[Poza de la Sal|Poza]] e as de [[Añana]]. Nunca foi abadessa, mas foi a [[Senhorialismo|senhora]] do mosteiro como é indicado na documentação onde aparece Urraca Afonso como abadessa, professa ou laica, entre 1296 e 1326.{{Sfn|Concejo Díez|2003|p=314}} Consta, isso sim, como tendo sido abadessa do [[Mosteiro do Lorvão]].
 
Em 1303, a morte de sua mãe, Branca herdou o senhorio de [[Alcocer]] e no 27 de setembro de 1305, comprou a Joana Gomes de Manzanedo – viúva do infante Luis de Castela, filho de {{Lknb|Fernando|III|de Leão e Castela}} – a sua herança na cidade de [[Briviesca]] por 170 000 [[Maravedi|maravedis]].{{Sfn|Ibarra Álvarez et al|1998|p=328}} A venda consistia em um povoamento de vários bairros. A infanta é considerada a fundadora da cidade de Briviesca como a promotora e coordenadora do novo assentamento e a fundação da Colegiata de Santa María.{{Sfn|Ibarra Álvarez et al|1998|p=329-337}} "E sua labor não se limitou apenas ao planejar o desenvolvimento da nova cidade em um padrão regular e ordenado, para permanecer confiante e seguro por trás do perímetro das muralhas, mas também procurou um extenso instrumento legal para o governo e administração: o Foro de 1313, abertamente inspirado no texto do Foro Real".{{Sfn|Ibarra Álvarez et al|1998|p=337}}
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== Testamento, morte e sepultamento ==
[[Imagem:Sepulcro de Doña Blanca de Portugal, nieta de Alfonso X el Sabio, rey de Castilla y León.jpg|250px|right|thumb|Túmulo de Branca de Portugal no Mosteiro de Las Huelgas em Burgos.]]
Em seu testamento, que foi fechado no 15 de abril de 1321,{{Sfn|Ibarra Álvarez et al|1998|p=330}} a infanta ordenou que seu corpo fosse enterrado no Mosteiro de Las Huelgas{{Sfn|Castro Garrido|1987|p=323-333, documento 364}}{{Ref label2|a}} e também ordenou para ser dito dez mil missas por sua alma. No testamento, Branca concedeu Briviesca ao rei Alfonso XI com a condição de que a cidade nunca fosse um [[Senhorialismo|senhorio]], que o monarca entregaram 300 000 maravedis para pagar a suas dívidas, e amparase e protegeira a igrega ea prefeitura da Colegiata de Santa María la Mayor en Briviesca.{{Sfn|Castro Garrido|1987|p=324-325}} Branca nomeou como seus testamentários, entre outros, a rainha [[Maria de Molina]] e a Gonçalo de Hinojosa, [[Bispo]] de [[Burgos]].{{Sfn|Castro Garrido|1987|p=325-326}}
 
A infanta Branca faleceu no Mosteiro de Huelgas no dia 17 de abril de 1321.{{Sfn|Arco y Garay|1954|p=263}}Seu belo túmulo, na nave de Santa Catalina, está cheio de estrelas entrelaçadas e decorado com as armas esquartejadas dos reinos de [[Reino de Castela|Castela]], [[Reino de Leão|Leão]], [[Reino de Portugal|Portugal]] e desenhos vegetais.{{Sfn|Concejo Díez|2003|p=314}}
 
== DescendênciaAlegada descendência ==
ElaOs tinhaNobiliários apontam-lhe um filho natural de um portuguésdum nobre português chamado [[Pedro Nunes Carpenteyro]], o qual não surge mencionado no seu testamento:{{Sfn|Concejo Díez|2003|p=314}}{{Ref label2|b}}
* [[João Nunes de Prado]] (m. 1355), que foi [[grão-mestre]] da [[Ordem de Calatrava]] e serviu o rei {{Lknb|Afonso |XI|de Castela}} e o seu filho {{Lknb|Pedro|I|de Castela}}. Foi executado em 1355 no [[alcácer]] de [[Maqueda]].{{Sfn|Arco y Garay|1954|p=261}}{{Ref label2|c}}{{Ref label2|d}} Com descendência. Parece tratar-se, na realidade, dum membro da família espanhola deste apelido.
 
* [[João Nunes de Prado]] (m. 1355) que foi [[grão-mestre]] da [[Ordem de Calatrava]] e serviu o rei Afonso XI e o seu filho {{Lknb|Pedro|I|de Castela}}. Foi executado em 1355 no [[alcácer]] de [[Maqueda]].{{Sfn|Arco y Garay|1954|p=261}}{{Ref label2|c}}{{Ref label2|d}}
 
== Ver também ==
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{{Referências|col=2}}
* http://roglo.eu/roglo?lang=pt;i=694128
 
== Bibliografia ==
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{{Refend}}
 
{{Portal3Portugal3|Biografias|História de Portugal}}
 
{{NF|1259|1321|Branca Portugal}}