Benoît Malon: diferenças entre revisões

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== Biografia==
Nasceu na zona rural do Loire, filho de camponeses pobres, ficando órfão de pai ainda muito jovem. Apesar de ter sido bom aluno na Escola Comunal de Précieux, sendo órfão e de família sem posses, empregou-se como trabalhador agrícola em [[Neyrieux]], na região do [[Ain]]. Contudo, adoeceu e foi obrigado a voltar para [[Forez]], onde foi recolhido por seu irmão Jean Malon, professor primário, beneficiando-se durante dois anos das suas lições. Em seguida, frequentou uma escola clerical de [[Lyon]], fazendo o curso de preparação para o [[seminário menor]]. Esse percurso, aliado a um excelente [[autodidatismoautodidactismo]], explica a sua posterior carreira como jornalista e escritor.
 
Em ruptura com as crenças católicas, Benoît Malon decide não entrar para o seminário e fixa-se em Paris em 1865, onde encontra emprego como operário tintureiro numa fábrica de [[Puteaux]]. Por influência de [[Zéphyrin Camélinat]], aderiu logo em 1865 à [[Associação Internacional dos Trabalhadores]] ([[AIT]]) e, em 1866, já organizava em Puteaux uma greve dos operários tintureiros e fundava uma [[cooperativa de consumo]].
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Com o seu amigo [[Eugène Varlin]], assume cargos dirigentes na seção francesa da [[AIT]], que, entretanto, tinha sido interdita em França, e em consequência é encarcerado em 1868 e 1870. Em 1870, passa a trabalhar como jornalista do periódico ''La Marseillaise'', jornal dirigido por [[Henri Rochefort]]. Nesse jornal, publica uma notável série de artigos sobre a grande greve nas fábricas [[Schneider]] de [[Creusot]]. Em 1870, quando do terceiro processo judicial contra a [[Primeira Internacional]], foi condenado a vários meses de prisão.
 
Libertado da prisão em consequência da proclamação da [[Terceira República Francesa]], ocorrida a 4 de Setembro de 1870, organizou com [[Eugène Varlin]] a assistência pública para os parisienses pobres durante o [[Cerco de Paris (1870)|Cerco de Paris]] pelo exército [[Prússia|prussiano]]. Foi então eleito membro do ''Comité central républicain des vingt arrondissements'' (''Comité central republicano dos vinte bairros'') e presidente da câmara adjunto do 18º bairro. Em Fevereiro de 1871, foi eleito deputado socialista revolucionário pela região do Seine, mas demitiu-se, com [[Victor Hugo]] e outros deputados republicanos, em protesto contra a cessão da [[Alsácia-Lorena]] ao [[Império Alemão]].
 
A 26 de Março de 1871, foi eleito para o ''Conseil de la Commune'' (o ''Conselho da Comuna'') e nomeado presidente da câmara do bairro de [[Batignolles]], onde organizou a defesa dos ''comunards'' durante a [[semana sangrenta]]. No Conselho da Comuna, fez parte da comissão do Trabalho e Câmbios e votou contra a criação do [[Comité de Salvação Pública (1871)|Comité de Salvação Pública]]. Após o esmagamento da Comuna de Paris, durante a ''Semana Sangrenta'', foge da cidade e exila-se em [[Lugano]], na [[SuiçaSuíça]], e depois em [[Itália]], onde participa do [[movimento operário]] de inspiração anarco-sindicalista. Em Dezembro de 1871, aderiu à [[Federação do Jura]] (''Fédération jurassienne''), uma organização operária de tendência [[Michel Bakounine|bakouninista]]. Por essa altura, publicou a obra ''La Troisième défaite du Prolétariat français'' (''A terceira derrota do Proletariado francês'').
 
Durante o seu exílio na Suíça, passa a viver com a [[Feminismo|militante feminista]] [[André Léo]], com quem ''casou livremente'' em 1872. Regressou a França após a anistiaamnistia de 1880 e foi eleito presidente do [[Congresso Socialista de Saint-Étienne]] (1882), no qual se estabeleceu a ruptura entre os reformistas ([[possibilismo|possibilistas]]), liderados por [[Paul Brousse]], grupo de que fez parte, e os [[Jules Guesde|guesdistas]] (depois ''[[marxista]]s''). Declarando-se ''socialista independente'', fundou, com [[Elie Peyron]], o periódico ''[[La Revue socialiste]]'' (''A revista socialista''), de que foi o primeiro director, de 1885 até falecer. O periódico tinha, nos seus estatutos fundadores, o princípio da abertura a todas as tendências do socialismo francês.
 
Benoît Malon publicou numerosas obras, dentre as quais se destaca a intitulada ''Le Socialisme intégral'' (1891), que influenciaram toda uma geração de militantes, nas quais propunha a criação daquilo que viria a ser o [[estado providência]], com um Ministério da Segurança Social. Quando faleceu, mais de 10.000 pessoas acompanharam o seu funeral no [[Cemitério de Père-Lachaise]], onde foi inumado na 76ª divisão. Em 1913, um monumento destinado a albergar os seus restos mortais foi erigido junto ao [[Mur des Fédérés]] (''Muro dos Federados''), em cerimónia na qual [[Jean Jaurès]] discursou. Permanece um símbolo forte do socialismo marxisantemarxizante.
== Obras publicadas==
* [http://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k65916 ''La Troisième défaite du Prolétariat Français'' (1871)]