Tradicionalismo: diferenças entre revisões
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O '''tradicionalismo''' é um sistema filosófico que coloca a tradição como critério e regra de decisão, entendendo a tradição como o conjunto de hábitos e tendências que procuram manter uma sociedade no equílibrio das forças que lhe deram origem.
Foram tradicionalistas autores como [[Bonald]], [[Taine]], [[Galéot]], [[Bourget]]. Em língua portuguesa, no século passado, distinguiram-se autores
Segundo os tradicionalistas, as sociedades não resultam de um acto de exclusiva vontade pessoal ou de uma imposição deliberada de um grupo. Consideram que a sociedade é uma [[criação]] e não uma [[construção]] ou um [[mecanismo]]. Sendo uma criação, a sua existência é condicionada por [[Lei natural|leis naturais]].▼
Segundo Sardinha, ''tradição não é somente o passado; é antes a permanência no [[desenvolvimento]]''. Assim como Almeida Braga que salienta que a tradição não é contrária ao [[progresso]]: ''o passado é força que nos arrasta, não é cadeia que nos prende. Toda a exata noção de Progresso está numa sã interpretação da Tradição, pois o verdadeiro tradicionalismo é, antes de tudo, uma interpretação crítica do Passado, quer dizer, uma atitude de razão. Nega-se assim a identificação da tradição com a inércia, o passadismo e a rotina''<ref>[http://www.politipedia.pt/tradicionalismo/ Tradicionalismo, Polipédia]</ref>.
A atitude tradicionalista distingue-se da [[conservadorismo|conservadora]] por não ser hostil às inovações políticas, sociais, individuais ou grupais. Enquanto o espírito conservador tem uma atitude que se caracteriza pela deliberação em manter a ordem social, política ou económica existente, o espírito tradicionalista é aberto à mudança e pugna frequentemente pela mudança.
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- [[Camilo Castelo Branco]]<ref>[http://repositorio-aberto.up.pt/handle/10216/70800 Repositório Aberto da Universidade do Porto]</ref></blockquote>
A mudança, porém, deve realizar-se sem romper com os antecedentes morais que são o fundamento de uma dada sociedade. O tradicionalismo reage normalmente de forma negativa às [[revoluções]], em especial aquelas que pretendem fazer tábua rasa do passado e do fundamento moral que constituiu uma dada sociedade. Para o tradicionalista, deve ser a história, e não as nossas predilecções doutrinárias, o melhor guia na determinação dos regimes políticos. Se uma dada instituição, como a Instituição Real por exemplo, foi derrubada, é decerto contraproducente tentar voltar atrás e reerguê-la tal como existia, mas deverá ser observado se a função que essa instituição desempenhava encontrou um substituto capaz.
▲Segundo os tradicionalistas, as sociedades não resultam de um acto de exclusiva vontade pessoal ou de uma imposição deliberada de um grupo. Consideram que a sociedade é uma [[criação]] e não uma [[construção]] ou um [[mecanismo]]. Sendo uma criação, a sua existência é condicionada por [[Lei natural|leis naturais]].
No início do século XX, o tradicionalismo recebeu um contributo insuspeito da ciência nas descobertas de [[René Quinton]], com a
A renovação da [[biologia]] seguiu o seu próprio caminho, mas ajudando a destronar o rudimentar ideário do [[Progresso]] indefinido. Situado na órbita dos fenómenos sociais, o tradicionalismo continua a entender a política como uma realidade, ou uma experiência, garantida e comprovada pelo decurso da história. "''As instituições do passado não são boas por serem antigas, mas são antigas por serem boas''" – é uma famosa máxima tradicionalista.▼
▲No início do século XX, o tradicionalismo recebeu um contributo insuspeito da ciência nas descobertas de René Quinton, com a "lei da constância do meio vital dos seres". Nessa lei, Quinton não negou a Evolução mas concretizou-lhe as possibilidades: os organismos vivos, para se manterem, procuram sempre restabelecer a pureza do seu meio vital, isto é, procuram manter a inviolabilidade das circunstâncias especiais que os geraram e de cuja guarda e duração depende a sua existência. Os tradicionalistas viram aí uma estrondosa confirmação do princípio tradicionalista: "res eodem modo conservatur quo generantur". As coisas existem pelas mesmas razões porque se geram.
▲A renovação da biologia seguiu o seu próprio caminho, mas ajudando a destronar o rudimentar ideário do Progresso indefinido. Situado na órbita dos fenómenos sociais, o tradicionalismo continua a entender a política como uma realidade, ou uma experiência, garantida e comprovada pelo decurso da história. As instituições do passado não são boas por serem antigas, mas são antigas por serem boas – é uma famosa máxima tradicionalista.
▲Foram tradicionalistas autores como Bonald, Taine, Galéot, Bourget. Em língua portuguesa, no século passado, distinguiram-se autores do [[Integralismo Lusitano]] como [[Luís de Almeida Braga]], [[António Sardinha]] ou [[Hipólito Raposo]].
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