Catarina de Siena: diferenças entre revisões

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Depois desta viagem, Catarina passou a viajar com seus seguidores pelas regiões norte e central da Itália defendendo a reforma do [[clero]] e aconselhando o povo que o [[arrependimento (cristianismo)|arrependimento]] e a renovação poderiam ser alcançados através ''"do amor total a Deus"''{{sfn|Hollister, p. 342}}. Em Pisa, em 1375, Catarina utilizou de toda sua influência para evitar que a cidade e também [[Lucca]] se aliassem às forças contrárias ao papa, que na época vinham se fortalecendo e ganhando momento. Ela também ajudou com seu entusiasmo na formação de uma nova [[cruzada]]. Segundo Raimundo, foi em Pisa, em 1375, que ela recebeu seus ''[[estigma (fenômeno)|estigma]]s'' (visíveis, depois de um pedido dela, somente para ela){{sfn|Noffke, p. 5}}
[[Ficheiro:Lorenzo Lotto 036.jpg|thumb|esquerda|300px|[[Casamento místico]].<br><small>1524. Por [[Lorenzo Lotto]].</small>]]
Suas viagens não eram a única forma que Catarina utilizava para fazer conhecer suas opiniões. A partir de 1375{{sfn|Noffke, p. 5}}, ela começou a ditar cartas para diversos assistentes<ref name="Siena. Available Means 2001"/>. Elasendereçadas tinhaminicialmente como objetivo iniciala homens e mulheres de seu círculo de amigos, mas foram incluindoe, gradativamente, a uma audiência mais ampla, incluindo figuras políticas a quem ela pedia paz e o retorno do [[papado de Avinhão]] para Roma. Ela manteve ainda uma longaduradoura correspondência com o [[papa Gregório XI]], pedindona qual pedia-lhe que reformasse o clero e a administração dos [[Estados Papais]].
 
No final de 1375, Catarina retornou para Siena para ajudar um jovem prisioneiro político, Niccolò di Tuldo, em sua execução{{sfn|Noffke, p. 5}}<ref>Carta T273, destinada a Raimundo provavelmente em junho de 1375, trata do tema.</ref>. Em junho do ano seguinte, foi pra [[Avinhão]] pessoalmente como embaixadora de [[República de Florença|Florença]] para tratar da paz com os Estados Papais (em 31 de março de 1376, Gregório XI interditou Florença). Sem sucesso, ela acabou sendo desautorizada pelos líderes florentinos, que enviaram embaixadores próprios para negociar seus próprios termos seguindocontinuando o caminho já iniciado por Catarina{{sfn|Noffke, p. 5}};ela, epor elasua pessoalmentevez, enviou uma calorosa carta a Florença<ref>Carta 234 na contagem de Tommaseo.</ref>. Ainda em Avinhão, Catarina tentou convencer Gregório a voltar para Roma{{sfn|Hollister, p. 343}}, o que ele de fato fez em janeiro de 1377. Porém, o peso real da influência de Catarina é tema de acalorado debate moderno<ref>Veja Bernard McGinn, ''The Varieties of Vernacular Mysticism'', (Herder & Herder, 2012), p561.</ref>.
 
Catarina voltou para Siena e passou os primeiros meses de 1377 fundando mosteirosum femininos demosteiro [[estrita observância]] para mulheres fora da cidade, na antiga fortaleza de Belcaro{{sfn|Noffke, p. 6}}. Ela passou oO resto do ano passou em Rocca d'Orcia, por volta de 35 quilômetros de Siena, numa missão de paz e pregação. Durante o período, no outono de 1377, ela teve auma nova experiência que a levou a escrever seu "Diálogo" e a passar a escrever por conta própria, apesar de continuar a utilizarutilizando assistentes em suas correspondências<ref name=gardner/><ref>Esta experiência está descrita na carta 272, escrita a Raimundo, em outubro de 1377.</ref>.
 
No final de 1377 ou início do ano seguinte, Catarina foi novamente para Florença, por ordem de Gregório XI, para tentar negociar a paz entre florentinos e romanos. Depois da morte do papa em março de 1378, [[Revolta dos Ciompi|revoltas]] irromperam em Florença a partir de 18 de junho e, na violência que se seguiu, Catarina quase foi morta. Finalmente, em julho, a paz foi negociada entre as duas cidades e Catarinaela voltoupôde pravoltar para casa.
 
No final de novembro de 1378, depois do [[Grande Cisma do Ocidente|Cisma do Ocidentecisma]], o novo papa, [[papa Urbano VI|Urbano VI]], convocou-a a Roma. Elae ela permaneceu na corte papal e tentoutentando convencer nobres e [[cardeal|cardeais]] de suada legitimidade do novo papa romano, pessoalmente ou através de suas cartas{{sfn|Noffke, p. 6}}.
 
Por muitos anos, elaCatarina se acostumou a períodos de rigorosa abstinência<ref>[http://www.ewtn.com/library/MARY/CSIENA.HTM Butler, Alban. ''The Lives or the Fathers, Martyrs and Other Principal Saints'', Vol.IV, D. & J. Sadlier, & Company, (1864)]</ref>. CatarinaA [[Eucaristia|comungavacomunhão]] virtualmentediária todos os diasera, muitas vezes, comosua única "refeição". Esta forma extrema de jejum já parecia pouco saudável aos olhos do clero, de suas irmãs e de seu confessor, que tentavam fazerfazê-la com que ela comessecomer adequadamente. Mas Catarina alegava que era incapaz, descrevendoe descrevia sua incapacidade de comer como uma ''infermità'' (doença). A partir do início de 1380, Catarina já não conseguiuconseguia nem comer e nem beber água. Em 26 de fevereiro, não podia mais andar{{sfn|Noffke, p. 6}}. SantaFinalmente Catarina morreu em Roma em 29 de abril de 1380 aos vintetrinta e três anos de idade, depois de ter sofrido um [[derrame]] oito dias antes<ref name=dictionary>{{cite book |last=Farmer|first=David Hugh|title=The Oxford dictionary of saints|year=1997|publisher=Oxford Univ. Press|location=Oxford [u.a.]|isbn=0-19-280058-2|pages=93|edition=4. ed.}}</ref>.
 
== Fontes para vida de Catarina ==