Massacre de Lisboa de 1506: diferenças entre revisões

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==O massacre==
A [[historiografia]] situa o início da matança no [[Convento de São Domingos de Lisboa]], no dia [[19 de abril]] de [[1506]], um domingo, quando os fiéis rezavam pelo fim da [[seca]] e da [[peste negra|peste]] que tomavam Portugal, e alguém jurou ter visto no altar o rosto de Cristo iluminado — fenômeno que, para os [[Catolicismo|católicos]] presentes, só poderia ser interpretado como uma mensagem de misericórdia do Messias - um [[milagre]].
 
Um [[cristão-novo]] que também participava da missa tentou explicar que esse milagre era apenas o reflexo de uma luz, mas foi calado pela multidão, que o espancou até a morte.
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==Consequências==
D. Manuel I penalizou os envolvidos, confiscando-lhes os bens, e os dominicanos instigadores foram condenados à morte por enforcamento. Há também indícios de que o referido Convento de São Domingos (da Baixa) teria sido fechado durante oito anos e sabe-se que os representantes da cidade de Lisboa foram expulsos do [[Conselho da Coroa]] (equivalente ao actual [[Conselho de Estado (Portugal)|Conselho de Estado]]), onde tinham assento desde [[1385]], quando o rei D. João I lhes concedeu esse privilegio pelo seu apoio à sua campanha pela conquista do Trono português.
 
No seguimento do massacre, do clima de crescente [[anti-semitismo]] em [[Portugal]] e do estabelecimento do [[Inquisição|Tribunal do Santo Ofício]] — que entrou em funcionamento em [[1540]], perdurando até [[1821]] — muitas famílias judaicas fugiram ou foram expulsas do país, tendo como destino principal os [[Países Baixos]] e secundariamente, [[França]], [[Turquia]] e [[Brasil]], entre outros.
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==O massacre na historiografia==
 
O Massacre de 1506 ficou como que apagado da [[memória colectiva]], um pedaço de história esquecida que não está nos livros de História, caiu no esquecimento e são poucos os historiadores que lhe fazem referência. O horror e a violência foram descritos e reproduzidos por [[Damião de Góis]], [[Alexandre Herculano]], [[Oliveira Martins]], [[Garcia de Resende]], [[Salomon Ibn Verga]] e [[Samuel Usque]].
 
[[Damião de Góis]] ''in'' «''Chronica do Felicissimo Rey D. Emanuel da Gloriosa Memória''»:
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Esse massacre é lembrado hoje por um monumento construído no [[Largo de São Domingos (Lisboa)|Largo de São Domingos]] em homenagem ao [[Judaísmo]], o qual foi inaugurado em [[23 de abril]] de [[2008]]. O local é um tradicional ponto de encontro de estrangeiros, principalmente africanos, havendo ali ainda outro monumento em homenagem ao [[Catolicismo]], e um muro onde a frase "Lisboa, cidade da Tolerância" está escrita em 34 línguas.
 
=={{Ver também}}==
*[[Sinagoga Portuguesa de Amsterdão]]
*[[Decreto de Alhambra]] de 1492
*[[Richard Zimler]]: "''O Último Cabalista de Lisboa''"
 
== {{Bibliografia}} ==
* Yosef Kaplan: ''A Diáspora Judaico-Portuguesa: as Tribulações de um Exílio'' (dissertação).
* Jorge Martins: ''Portugal e os Judeus — Volume I, Dos primórdios da nacionalidade à Legislação Pombalina''.
 
=={{Ligações externas}}==
*[http://www.laicidade.org/documentacao/textos-historicos/pogrom-damiao-gois/ O Progrom de Lisboa segundo Damião de Góis]
*[http://www.brasilsefarad.com/joomla/index.php?option=com_content&view=article&id=92:o-massacre-de-1506&catid=37:portugal&Itemid=67 O Massacre de 1506 em Lisboa]