Vitória de Baden: diferenças entre revisões

Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
m Substituindo predef depreciadas, replaced: {{ENref → {{Tradução/ref|en
Artigos não devem iniciar com títulos, cargos, etc.
Linha 21:
| cidademorte = [[Roma]], [[Itália]]
}}
A princesa '''Sofia Maria Vitória de Baden''' ([[7 de agosto]] de [[1862]] - [[4 de abril]] de [[1930]]), mais tarde rainha '''Vitória da Suécia''', foi um membro da família grã-ducal de Baden que se tornou a [[rainha consorte]] de [[Gustavo V da Suécia]].
 
== Família ==
Linha 28:
== Princesa-herdeira ==
[[Ficheiro:Crown princess Victoria and crown prince Gustav in 1890.jpg|thumb|left|250px|Vitória com o marido em 1890.]]
A princesa Vitória casou-se em [[Karlsruhe]] a [[20 de Setembro]]setembro de [[1881]] com o príncipe-herdeiro [[Gustavo V da Suécia|Gustavo da Suécia]] e da Noruega, filho do rei [[Óscar II da Suécia|Óscar II da Suécia e da Noruega]] e da princesa [[Sofia de Nassau]]. O imperador e a imperatriz da Alemanha estavam presentes na cerimónia e o casamento foi arranjado com o objectivo de mostrar à Europa que a Suécia estava do lado alemão.<ref>Lars Elgklou (1978), p. 128</ref> O casamento foi muito popular na [[Suécia]] onde Vitória era chamada ''"Princesa Vasa"'',<ref>Lars Elgklou (1978), p. 129</ref> por ser uma descendente da antiga dinastia Vasa que governava a Suécia antes das invasões francesas, e foi recebida com pompa e circunstância em [[Estocolmo]] a [[1 de Outubro]]outubro de [[1881]]. A [[1 de Fevereiro]]fevereiro de [[1882]], Vitória e Gustavo visitaram Oslo onde foram recebidos com uma procissão de 3000 pessoas com tochas.
 
Vitória e Gustavo casaram-se apenas pelas famílias e há relatos que dizem que a união não foi feliz, apesar de terem tido três filhos. Entre [[1890]] e [[1891]], Vitória e Gustavo viajaram até ao [[Egipto]] para melhorar a sua relação, mas tal não aconteceu, aparentemente devido ao interesse que a princesa demonstrou por um dos criados,<ref>Lars Elgklou (1978), p. 133</ref> e decidiu voltar a repetir a viagem entre [[1891]] e [[1892]]. Depois de [[1889]], considera-se que a relação pessoal entre Vitória e Gustavo terminou em parte devido à suposta bissexualidade de Gustavo.<ref name="Lars Elgklou 1978, p. 161">Lars Elgklou (1978), p. 161</ref>
 
Vitória sofreu de depressão pós-parto após o nascimento do seu primeiro filho em [[1883]], pelo que começou a tradição de passar os invernos em spas no estrangeiro, algo que fez até à morte. Em [[1888]], as suas viagens de inverno tornaram-na pouco popular e a princesa foi descrita como sendo muito arrogante.<ref>Lars Elgklou (1978), p. 131</ref> Em [[1889]] sofreu de [[pneumonia]] e passou a ter ordens oficiais por parte dos médicos para passar os invernos em climas mais amenos. As suas estadias no estrangeiro fizeram com que tivesse conflitos com os seus sogros devido às suas despesas.
 
Vitória foi um dos membros da família real sueca que mais se mostrou contra o casamento do príncipe Óscar, seu cunhado, com a sua dama-de-companhia Ebba Munck af Fulkila em 1888.<ref>Lars Elgklou (1978), p. 140</ref>
Linha 40:
== Rainha ==
[[Ficheiro:ViktoriaSweden.jpg|thumb|right|250px|Vitória como rainha da Suécia.]]
Vitória tornou-se rainha da Suécia após a morte do seu sogro no dia [[8 de Dezembro]]dezembro de [[1907]]. Gustavo tornou-se no rei Gustavo V da Suécia e Vitória passou a ser conhecida por rainha Vitória. Mesmo como rainha só estava presente na Suécia durante o verão, mas dominava a corte.<ref name="Lars Elgklou 1978, p. 162">Lars Elgklou (1978), p. 162</ref> Foi ela que arranjou o casamento entre o seu filho do meio, o príncipe [[Guilherme da Suécia|Guilherme]], e a grã-duquesa [[Maria Pavlovna da Rússia (1890-1958)|Maria Pavlovna da Rússia]] em [[1908]].<ref name="Lars Elgklou 1978, p. 162"/> Também se dedicava a vários tipos de obras caritativas, tanto na [[Suécia]] como na [[Império Alemão|Alemanha]] e [[Reino de Itália (1861–1946)|Itália]].
 
A rainha Vitória tinha bastante influência política sobre o seu marido que era frequentemente considerado pró-alemão. Em [[1908]], Vitória realizou uma visita oficial a Berlim na companhia de Gustavo durante a qual foi nomeada coronel honorária da [[Reino da Prússia|Prússia]], algo que tinha tudo a ver com ela, visto que era descrita como severa e militar, com o coração de um verdadeiro soldado prussiano.<ref>Lars Elgklou (1978), p. 160</ref> Vitória era muito rigorosa no que dizia respeito a disciplina e se algum dos membros da guarda do palácio se esquecesse de a saudar, era normal serem presos.<ref name="Lars Elgklou 1978, p. 161"/> Era extremamente conservadora nas suas opiniões e foi contra a separação da [[Suécia]] e da [[Noruega]] em [[1905]], a Grande Greve de [[1909]], a vitória dos radicais nas eleições de [[1911]], socialistas e liberais, e, quando o seu filho foi regente durante um breve período em [[1912]], aconselhou-o em cartas enviadas de Itália, a não ser demasiado "intimo" com o seu governo.
 
A rainha perdeu muita popularidade junto dos súbditos devido às suas atitudes pró-alemãs, principalmente durante a [[Primeira Guerra Mundial]] onde se pensa que terá influenciado grandemente a política do seu marido. Também ofereceu um presente pessoal a cada voluntário sueco que se juntasse às forças alemãs.<ref name="Lars Elgklou 1978, p. 161"/> Além do mais também manteve o contacto com o kaiser alemão que visitou com frequência durante o conflito.<ref>Lars Elgklou (1978), p. 164</ref> Fundou o "Drottningens centralkomittée" (Comité Central da Rainha) que construía equipamento de defesa. Ressentiu grandemente a eleição democrática de 1917 e fez os possíveis para impedir o novo partido de tomar posse.<ref name="Lars Elgklou 1978, p. 165">Lars Elgklou (1978), p. 165</ref> A influência política de Vitória devia-se sobretudo à posição do seu primo, o kaiser [[Guilherme II da Alemanha|Guilherme II]], pelo que, quando este foi deposto em [[1919]], a rainha perdeu a sua posição de poder na Suécia.<ref name="Lars Elgklou 1978, p. 165"/>
 
A rainha tinha uma saúde fraca em grande parte devido ao mau tratamento que recebeu de vários médicos na sua juventude, e viajava frequentemente com o objectivo de melhorar o seu estado de saúde sofrendo já de [[bronquite]] e possivelmente [[tuberculose]]. Teve gravidezes muito difíceis com dores que eram tratadas com mercúrio e medicação forte. Desde [[1892]] até à sua morte, o seu médico pessoal foi Axel Munthe e foi ele que recomendou que, por questões de saúde, Vitória devia passar os invernos em climas mais amenos. Embora se tivesse mostrado hesitante a principio, no outono a rainha viajou para [[Capri]], uma ilha italiana, sendo recebida por uma multidão entusiasmada que a acompanhou da marinha até ao Hotel Paraíso. A partir de então, excepto durante a Primeira Guerra Mundial e nos seus últimos dois anos de vida, começou a passar vários meses por ano em Capri. Passado algum tempo decidiu mesmo comprar a sua própria casa na ilha, uma casa de campo de dois andares chamada Casa Caprile onde a rainha construiu um denso parque. Na [[década de 1950]], vinte anos depois da sua morte, a casa tornou-se um hotel.
 
Enquanto estava na ilha, a rainha visitava quase todas as manhãs a residência de Munthe, Villa San Michele para os dois caminharem pela ilha. Munthe e a rainha também organizavam concertos à noite, em San Michele, nos quais ela tocava piano. Também partilhavam o amor por animais e a rainha era sempre vista a passear o seu cão. Também apoiou os esforços de Munthe para comprar Mount Barbarossa que mais tarde tornou num santuário de aves. Havia rumores de que Munthe e a rainha eram amantes, mas nunca foram confirmados.
 
A rainha passava muito tempo no estrangeiro por questões de saúde, visto que o clima sueco não era considerado bom para ela e, durante os seus últimos anos como rainha, quase nunca esteve presente no país. Participou numa visita oficial a [[Norrland]] em [[1921]], uma visita a [[Dalarna]] em [[1924]] e uma à [[Finlândia]] em [[1925]]. A visita oficial à Finlândia foi a sua última aparição oficial como rainha, apesar de ter visitado a Suécia em [[1928]] para celebrar o aniversário do marido, não se mostrou ao público. Contudo, durante essas celebrações, alguém reparou na figura de uma mulher atrás de uma cortina no [[Palácio Real de Estocolmo]] e acenou, recebendo um aceno de volta com um lenço de pano. Depois do acontecimento, Vitória trocou finalmente a Suécia por Itália, onde morreu dois anos depois.
 
Foi a 855.ª dama da Ordem Real da Rainha Maria Luísa.
Linha 57:
Perto do final da vida, a saúde de Vitória começou a deteriorar-se e Munthe recomendou que a rainha não voltasse a Capri. Vitória regressou à Suécia por algum tempo, construindo uma villa ao estilo de Capri, mas depois mudou-se para [[Roma]].
 
A sua última visita à Suécia aconteceu no 70.º aniversário do marido em [[1928]]. Morreu no dia [[4 de Abrilabril]] de [[1930]] na sua Villa Svezia em Roma, aos sessenta e sete anos de idade.
 
== Descendência ==
# [[Gustavo VI Adolfo da Suécia]] ([[11 de Novembronovembro]] de [[1882]] - [[15 de Setembrosetembro]] de [[1973]]), casado primeiro com a princesa [[Margarida de Connaught]]; com descendência. Casado depois com a princesa [[Lady Louise Mountbatten|Luísa de Mountbatten]]; sem descendência.
# [[Guilherme da Suécia]] ([[17 de Junhojunho]] de [[1884]] - [[5 de Junhojunho]] de [[1965]]), casado com a grã-duquesa [[Maria Pavlovna da Rússia (1890-1958)|Maria Pavlovna da Rússia]]; com descendência.
# [[Eurico da Suécia]] ([[20 de Abrilabril]] de [[1889]] - [[20 de Setembrosetembro]] de [[1918]]), morreu de [[gripe espanhola]] aos vinte e nove anos de idade; sem descendência.
 
== Genealogia ==
Linha 93:
|}
 
{{Referências|col=2}}
{{Tradução/ref|en|Victoria of Baden|547424051}}
 
==Fontes Bibliografia ==
* Lars Elgklou (1978) (em sueco). ''Bernadotte. Historien - eller historier - om en familj''. (''Bernadotte. The history - or stories - of a family.''). Askild & Kärnekull Förlag AB. ISBN 91 7008 882 9.
 
{{referências|col=2}}
 
{{commons|Prinzessin Viktoria von Baden}}