A Erva do Diabo: diferenças entre revisões

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[[Ficheiro:Cuetzpalin.jpg|thumb|right|Pictograma de um lagarto (Cuetzpalin) de um dos calendários astecas [[tonalpohualli]]. O lagarto faz parte de um dos rituais realizados com a [[Datura]] descritos nesse livro.]]
 
'''A Erva do Diabo''' é o nome de uma erva do gênero ''[[Datura]]'' que se distribui notadamente pelo oeste dos Estados Unidos e América Central. Pelo fato do antropólogo e escritor [[Carlos Castaneda]] tê-la mencionado em seu [[livro]] ''The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge'', publicado em [[1968]], as edições deste livro em alguns países receberam o título de ''A Erva do Diabo''. Segundo documentário sobre Carlos Castaneda realizado pela [[BBC]] (2006) na época de seu lançamento esse livro vendeu cerca de 16.000 exemplares por semana, "merecendo, inclusive a capa do Time Magazine, em março de 1973.
 
Nesta publicação, o escritor que na época era um estudante de antropologia da [[Universidade da Califórnia, Los Angeles|Universidade da Califórnia (UCLA)]], com alguma experiência de trabalho de campo e pesquisas bibliográficas sobre etnologia de povos americanos, pelo que se sabe hoje, criou um texto que simulava um estudo de observação participante com integrantes da cultura [[Yaquis|Yaqui]], que foi publicado como uma pesquisa etnográfica.
Nesta publicação, o escritor relata os primeiros encontros com Don Juan Matus, um índio Yaqui de Sonora, que veio a ser o seu mestre no que era denominado pelo ìndio de "Caminho do Conhecimento". Relata também o quanto foi difícil para Castaneda, um representante da sociedade americana, compreender os valores de Don Juan, que se comportava de acordo com a cultura milenar dos chamados "Videntes" da América Central.
 
==A narrativa de Carlos Castaneda==
Por parte de Carlos Castaneda, a assimilação dos conhecimentos dos índios e particularmente de Don Juan Matus tinha por objetivo a realização de um estudo antropológico para a [[Universidade da Califórnia em Los Angeles|Universidade da Califórnia (UCLA)]], sobre a cultura indígena da América Central, com o fim de publicar livros e outros trabalhos acadêmicos. O paradigma de Carlos Castaneda naquela época, sobre o mundo e a vida em geral, era o da grande maioria dos cidadãos ocidentais mais instruidos, isto é, o uso do referencial científico para explicar a realidade.
NestaO publicação, o escritorlivro relata os primeiros encontros com Don Juan Matus, um índio Yaqui de Sonora, que veio a ser o seu mestre no que era denominado pelo ìndioíndio de "Caminho do Conhecimento". Relata também o quanto foi difícil para Castanedaele, um representante da sociedade americana, compreender os valores de Don Juan, que se comportava de acordo com a cultura milenar dos chamados "Videntes" da América Central.
 
Por parte de Carlos Castaneda, a assimilação dos conhecimentos dos índios e particularmente de seu personagem - informante, Don Juan Matus, tinha por objetivo a realização de um estudo antropológico para asua [[Universidadetese da Califórnia em Los Angeles|Universidade da Califórniade (UCLA)]]doutorado, sobre a cultura indígena da América Central, com o fim de publicar livros e outros trabalhos acadêmicos. O paradigma de Carlos Castaneda naquela época, sobre o mundo e a vida em geral, era o da grande maioria dos cidadãos ocidentais mais instruidosinstruídos, isto é, o uso do referencial científico para explicar a realidade.
 
O índio Don Juan tinha o objetivo de provocar uma quebra no padrão cognitivo habitual de Castaneda e levá-lo a vislumbrar a existência de outros padrões da realidade. A capacidade de vislumbrar outros padrões da realidade é um dos principais objetivos dos Videntes ou "homens de conhecimento", como designados no livro..
 
Os eventos que chamam a atenção da maioria dos leitores - mas não o objetivo principal do livro - são os relatos de Castaneda sobre os rituais dos índios [[sonora]]s do [[México]], nos quais utilizavam [[alucinógeno]]s preparados a partir de plantas em suas formas originais, masseradas, ou mesmo ''in natura'' como mastigação de botões de cactos. Essas plantas têm marcantes propriedades psicoativas de expansão da percepção habitual, e por isso os índios as chamam de "Plantas de Poder". Observe-se que os descendentes dos [[Yaquis]], segundo pesquisa do referido documentário da BBC, 2006 não utilizam o cacto [[peiote]] em seus rituais, mas é comum entre [[xamã]]s o contato intertribal e assimilação de práticas de outros grupos inclusive, como se sabe, da cultura dos colonizadores.
 
Sobre a Datura, planta que dá nome a esse livro no Brasil, Castaneda escreveu:
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A ingestão das Plantas de Poder não era para [[Don Juan Matus|Don Juan]], um método eficiente para a evolução dos seus aprendizes. Foi somente a primeira tentativa de uma série de muitas outras diferentes que utilizou, para que Castaneda assimilasse, ao longo de anos, o nexo da complexa e rica cultura milenar dos "Videntes". Nas fases seguintes do aprendizado, as Plantas de Poder deixaram de ser utilizadas em favor de intensas práticas realizadas diretamente na vida cotidiana.
 
==Críticas à obra==
O título do livro no Brasil, "A Erva do Diabo", gerou um desvio na compreensão do sentido original da obra, que enfatiza os ensinamentos de Don Juan - The Teachings of Don Juan: A Yaqui Way of Knowledge" ("Os Ensinamentos de Don Juan: O Caminho Yaqui do Conhecimento").
 
A gradativa compreensão e aprofundamento nos elementos cognitivos que antes eram propagados somente entre os mestres e aprendizes, num processo de iniciação, foram relatados também nos outros livros da obra de Carlos Castaneda, que em termos de [[Antropologia|ciência social]], afasta-se da condição de observador participante para tornar-se um iniciado (convertido). Segundo Beyer<ref> BEYER, Stephan V. The Tragedy of Don Carlos. [http://www.singingtotheplants.com/2008/04/tragedy-of-don-carlos/ Singing to the Plants] Consulta em Jul. 2014</ref> fundamentando-se em sua própria experiência de autor, com pesquisa de campo em antropologia do uso de plantas psicodélicas, na referida pesquisa da BBC (2006) e na extensa reportagem de Marshal no Salon Media Group, 2007 <ref>MARSHALL, Robert. The dark legacy of Carlos Castaneda. [http://www.salon.com/2007/04/12/castaneda/ ''Salon Media Group'', Apr. 12,2007] Acesso Jun, 2014 </ref> Castaneda progressivamente se afastou da antropologia para pura ficção e mistificação desde seu terceiro livro, com nenhuma contribuição para o conhecimento dos povos "pesquisados".
A gradativa compreensão e aprofundamento nos elementos cognitivos que antes eram propagados somente entre os mestres e aprendizes, foram relatados também nos outros livros da obra de Carlos Castaneda.
 
[[Ficheiro:Saguaro,Sonora Desert Museum.jpg|thumb|300px250px|right|Deserto de [[Sonora]] onde vivem Pueblos [[Yaquis]]]]
 
<big>'''O Livro'''</big>
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===Ver também===
[[Ficheiro:Saguaro,Sonora Desert Museum.jpg|thumb|300px|right|Deserto de [[Sonora]] onde vivem Pueblos [[Yaquis]]]]
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{{Col-2}}
 
===Ver também===
* [[Datura stramonium]]
* [[Cogumelo alucinógeno|Cogumelos psicodélicos]]
* [[Peiote]]
* [[Toltecas]]
* [http://es.wikipedia.org/wiki/Neotolteca Neotolteca]
* [[Etnobotânica]]
{{Col-2}}
* [[Xamanismo]]
* [[Toltecas]]
* [http://es.wikipedia.org/wiki/Neotolteca Neotolteca]
* [[Nagualismo]]
* [[YaquisXamanismo]]
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{{Referências}}
 
=={{Ligações externas}}==