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|polêmicas =[[Iconoclasma]]
}}
'''Teodoro Estudita''' ({{langx|el|Θεόδωρος ο Στουδίτης}}), também chamado de '''Teodoro de Stoudios''', foi um [[monge]] [[bizantinos|bizantino]] e [[abade]] do [[Mosteiro de Stoudios]] em [[Constantinopla]]
== Vida ==
=== Família e infância ===
Teodoro nasceu em [[Constantinopla]] em 759
Geralmente se assume que a família de Teodoro pertencia ao partido [[iconódulo]] durante o primeiro período do [[Iconoclasma]]. Não há, porém, evidências que suportem este ponto de vista e as altas posições mantidas pelos membros da família na burocracia imperial da época tornaria qualquer apoio aos iconódulos altamente improvável. Além disso, quando
De acordo com a literatura [[hagiografia|hagiográfica]] posterior, Teodoro recebeu uma educação à altura do status de sua família e, dos sete anos em diante, ele foi instruído por um tutor particular, eventualmente se concentrando principalmente em [[teologia]]. Não é claro, porém, que estas oportunidades estariam disponíveis mesmo para as famílias mais ricas de Constantinopla no
=== Primeiros anos da carreira monástica ===
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Depois da morte do imperador {{Lknb|Leão|IV, o Cazar}}, em 780 d.C., o tio de Teodoro, Platon, que vivia como um monge no Mosteiro de Symbola, na [[Bitínia]], desde 759 d.C., visitou Constantinopla e persuadiu a família toda de sua irmã Teoctiste a também tomar os [[voto monástico|votos monásticos]]. Teodoro, seu pai e seus irmãos viajaram para a Bitínia com Platon em 781 d.C., onde eles começaram a transformar a propriedade da família numa instituição religiosa, que se tornou conhecida como Mosteiro de Sakkudion. Platon se tornou o abade da nova instituição e Teodoro era seu "braço direito". Os dois modelaram [[regra monástica|as regras]] de acordo com a obra de [[Basílio de Cesareia]]<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=71–76}}.</ref>.▼
▲Depois da morte do imperador {{Lknb|Leão|IV, o Cazar}}, em 780
Durante o período da regência da imperatriz [[Irene de Atenas|Irene]], o abade Platon reapareceu como um aliado do [[patriarca de Constantinopla|patriarca]] [[Tarásio de Constantinopla|Tarásio]] e como um membro do partido iconódulo do patriarca no [[Segundo Concílio de Niceia]], onde a [[iconodulia|veneração dos ícones]] foi declarada [[ortodoxia doutrinária|ortodoxa]]. Logo depois, o próprio Tarásio ordenou Teodoro um padre. Em 794 d.C., Teodoro se tornou o abade de Sakkudion, quando seu tio se retirou da operação diária do mosteiro e [[voto de silêncio|se dedicou ao silêncio]]<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=80–81}}.</ref>.▼
▲Durante o período da regência da imperatriz [[Irene de Atenas|Irene]], o abade
{{Âncora|Controvérsia moequiana}}
=== Conflito com Constantino VI===
Também em 794
Uma sequência de eventos algo obscura se seguiu (a chamada "'''controvérsia moequiana'''", do {{lang-el|μοιχός}} - ''moichos'', "adúltero"), na qual Teodoro iniciou um protesto contra o casamento a partir do Mosteiro de
Como resultado, tropas imperiais foram enviadas para
=== Abade dos Estuditas ===
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Após a ascensão de Irene, o padre José foi expulso e Teodoro foi recebido no palácio imperial<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|p=118}}.</ref>. Os monges retornaram para o Mosteiro de Sakkudion, mas foram forçados de volta para a capital entre 797 e 798 d.C. por causa de uma invasão [[árabes|árabe]] na Bitínia. Nesta época, Irene ofereceu a Teodoro a liderança do antigo [[Mosteiro de Stoudios]] em [[Constantinopla]], que ele prontamente aceitou<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=120–122}}.</ref>. Teodoro então iniciou um programa de construção de diversas oficinas no mosteiro para garantir sua independência, construindo também uma biblioteca e um ''[[scriptorium]]'', além de restaurar e redecorar a igreja. Ele compôs uma série de poemas sobre os deveres dos vários membros da comunidade, que provavelmente estavam inscritos e expostos por todo o mosteiro<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|p=125}}; para os poemas, {{harvnb|Speck|1984|loc=''Jamben'', pp. 114-174 ([[Epigrama]]s 3-29)}}.</ref>. Ele também compôs a [[regra monástica|regra]] para governar o mosteiro<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|p=126}}.</ref> e transformou a comunidade de Stoudios num centro de uma extensa rede de mosteiros dependentes, incluindo Sakkudion. Ele mantinha contato com estes outros mosteiros sobretudo através de sua prodigiosa produção literária (cartas e [[catecismo]]s), que chegaram ao auge neste período, e pelo desenvolvimento de um sistema de mensageiros que era tão elaborado que parecia um serviço postal privado<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=128–133}}.</ref>.▼
▲Após a ascensão de Irene, o padre José foi expulso e Teodoro foi recebido no palácio imperial
A este período também podem ser atribuídos os [[epigrama]]s iconófilos, [[acróstico]]s [[iâmbico]]s, compostos por Teodoro para substituírem os "epigramas iconoclastas" que estavam previamente expostos no [[portão Chalke]] do [[Grande Palácio de Constantinopla]]. Já foi sugerido que eles teriam sido encomendados por Irene como outro sinal de suas boas graças para com Teodoro, embora uma comissão sob {{Lknb|Miguel|I|Rangabe}} também possa ter sido o patrono. De toda forma, eles foram removidos em 815 por {{Lknb|Leão|V, o Armênio}}, e novamente substituídos por versos iconoclastas<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=122–123 (com as notas)}}.</ref>.▼
▲A este período também podem ser atribuídos os [[epigrama]]s iconófilos, [[acróstico]]s [[iâmbico]]s, compostos por Teodoro para substituírem os "epigramas iconoclastas" que estavam previamente expostos no [[portão Chalke]] do [[Grande Palácio de Constantinopla]]. Já foi sugerido que eles teriam sido encomendados por Irene como outro sinal de suas boas graças para com Teodoro, embora uma comissão sob {{Lknb|Miguel|I|Rangabe}} também possa ter sido o patrono. De toda forma, eles foram removidos em 815 por {{Lknb|Leão|V, o Armênio}}, e novamente substituídos por versos iconoclastas
Em 806 d.C., o patriarca Tarásio morreu e o imperador {{Lknb|Nicéforo|I, o Logóteta}} começou a buscar um substituto<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=135–136}}.</ref>. Parece provável que Platon tenha colocado o nome de Teodoro como uma possibilidade<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=139–140}}.</ref>, mas [[Nicéforo I de Constantinopla|Nicéforo]] (não o imperador), um leigo com o estatuto de [[asecreta]] na burocracia imperial, foi o escolhido<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|p=142}}.</ref>. Esta escolha provocou imediatos protestos por parte dos "estuditas" (monges de Stoudios) e, principalmente, de Teodoro e Platon, que eram contra a elevação de um leigo ao trono patriarcal. Ambos foram presos por 24 dias por ordem do imperador Nicéforo<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=144–145}}.</ref>.▼
▲Em 806
=== Conflito com Nicéforo ===
O imperador Nicéforo logo pediu ao seu novo patriarca que reabilitasse o padre José, que oficiara o casamento de Constantino e Teódote, possivelmente pela intervenção de José na resolução pacífica na revolta de {{Lknb|Bardanes,|o Turco}}. Em 806, o patriarca Nicéforo reuniu um [[sínodo]] para julgar o caso e Teodoro estava presente. O grupo decidiu readmitir José como sacerdote, uma decisão que Teodoro não objetou na época
Portanto, as relações entre o abade estudita e o patriarca parecem ter sido inicialmente pacíficas, uma percepção reforçada pela escolha, em 806-807, do irmão de Teodoro, José, como [[arcebispo]] de Tessalônica
No início de 808
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Em 811, o novo imperador {{Lknb|Miguel|I|Rangabe}} chamou de volta os estuditas. O padre José foi novamente expulso e Teodoro se reconciliou, pelo menos superficialmente, com o patriarca [[Nicéforo I de Constantinopla|Nicéforo]].{{harvref|Pratsch|1998|p=183}} Teodoro manteve uma intensiva atividade literária no exílio, escrevendo diversas cartas para vários correspondentes, incluindo seu irmão, vários monges estuditas, membros influentes da família e até mesmo para o [[papa Leão III]]. Ele também continuou a compor os catecismos para a congregação estudita e numerosos poemas
=== Reabilitação sob Miguel I ===
Há, porém, indicações de que uma certa rivalidade entre os dois persistiu. Em 812
Outra situação de atrito estava relacionada com o tratado de paz proposto pelo cã [[Krum da Bulgária]], também em 812
Em 4 de abril de 814, o tio de Teodoro,
=== O segundo Iconoclasma ===
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Bem no início de seu reinado, Leão V enfrentou uma nova ofensiva búlgara que chegou até as [[muralhas de Constantinopla]] e arrasou com grande parte da [[Trácia]]. Ela terminou com a morte de Krum em 13 de abril de 814 e com os conflitos internos que se seguiram<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=203–204 (com a nota 8)}}.</ref>. Porém, como os trinta anos que se seguiram à aprovação da [[iconodulia|veneração aos ícones]] no [[Segundo Concílio de Niceia]] em 787 d.C. foram, para os bizantinos, nada mais do que uma sequência de catástrofes militares, Leão resolveu então buscar inspiração nas políticas de maior sucesso da [[Dinastia Isáuria]]. Ele renomeou seu filho Constantino, traçando um paralelo com {{Lknb|Leão|III, o Isáurio}} e [[Constantino V]], e começou, em 814 d.C., a discutir com vários clérigos e senadores a possibilidade de reabilitar a política [[iconoclastia|iconoclasta]] dos isáurios. Este movimento encontrou forte oposição do patriarca Nicéforo, que juntou pessoalmente um grupo de bispos e abades a sua volta e os fez jurar defenderem a veneração das imagens. A disputa chegou ao ápice num debate entre os dois partidos perante o imperador no [[Grande Palácio de Constantinopla|Grande Palácio]] no Natal de 814, no qual Teodoro e seu irmão, José de Tessalônica, estavam presentes e tomaram partido dos [[iconófilos]]<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=204–223}}.</ref>.▼
▲Bem no início de seu reinado, Leão V enfrentou uma nova ofensiva búlgara que chegou até as [[muralhas de Constantinopla]] e arrasou com grande parte da [[Trácia]]. Ela terminou com a morte de Krum em 13 de abril de 814 e com os conflitos internos que se seguiram
Leão se manteve firme no seu plano para reviver o Iconoclasma e, em março de 815, o patriarca Nicéforo I foi deposto e exilado na [[Bitínia]]. Neste ponto, Teodoro permaneceu em Constantinopla e assumiu um papel de liderança na oposição aos iconoclastas. Em 25 de março, [[Domingo de Ramos]], ele comandou seus monges a irem numa [[procissão]] através do vinhedo do mosteiro, levando os ícones sobre as cabeças para que os vizinhos pudessem vê-los sobre o muro. Esta provocação só fez provocar nova retaliação do imperador<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=229–230}}.</ref>.▼
▲Leão se manteve firme no seu plano para reviver o Iconoclasma e, em março de 815, o patriarca Nicéforo I foi deposto e exilado na [[Bitínia]]. Neste ponto, Teodoro permaneceu em Constantinopla e assumiu um papel de liderança na oposição aos iconoclastas. Em 25 de março, [[Domingo de Ramos]], ele comandou seus monges a irem numa [[procissão]] através do vinhedo do mosteiro, levando os ícones sobre as cabeças para que os vizinhos pudessem vê-los sobre o muro. Esta provocação só fez provocar nova retaliação do imperador
Um novo patriarca, [[Teódoto I de Constantinopla|Teódoto I]], foi selecionado e, em abril, [[Concílio de Constantinopla (815)|um sínodo se reuniu em Santa Sofia]], no qual a [[iconoclastia]] foi reintroduzida como um [[dogma]]. Teodoro escreveu uma série de cartas nas quais ele convocou ''"todos, de perto e de longe"'' a se revoltarem contra a decisão deste sínodo. Não demorou muito para que ele fosse exilado, por ordem do imperador, para Metopa, uma fortaleza na margem oriental do [[Lago Uluabat|Lago Apolônia]], na Bitínia<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=231–234 and 247}}.</ref>. Logo em seguida, Leão mandou remover os poemas de Teodoro do [[Portão Chalke]] e os substituiu com um novo conjunto de [[epigrama]]s iconoclastas<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|p=234}}.</ref>.▼
▲Um novo patriarca, [[Teódoto I de Constantinopla|Teódoto I]], foi selecionado e, em abril, [[Concílio de Constantinopla (815)|um sínodo se reuniu em Santa Sofia]], no qual a [[iconoclastia]] foi reintroduzida como um [[dogma]]. Teodoro escreveu uma série de cartas nas quais ele convocou ''"todos, de perto e de longe"'' a se revoltarem contra a decisão deste sínodo. Não demorou muito para que ele fosse exilado, por ordem do imperador, para Metopa, uma fortaleza na margem oriental do [[Lago Uluabat|Lago Apolônia]], na Bitínia
Com Teodoro no exílio, a liderança dos estuditas foi assumida pelo abade Leôncio, que, por um tempo, adotou a posição iconoclasta e convenceu inúmeros monges a se juntarem a ele<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=242–243}}.</ref>. Eventualmente, ele se arrependeu e voltou às fileiras iconódulas<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=245–246}}.</ref>. A situação dos estuditas refletia uma tendência geral, com vários bispos e abades num primeiro momento tentando chegar num acordo de compromisso com os iconoclastas<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=235–245}}.</ref>, mas, entre 816 e 819 d.C., renunciando esta posição, algo que pode ter algo a ver com o [[mártir|martírio]] do monge estudita Thaddaios<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=245–246 and 252}}.</ref>. Foi durante esta retomada do sentimento iconódulo que Teodoro começou a escrever a sua própria [[polêmica]] contra os iconoclastas, a ''Refutatio'', se concentrando particularmente em refutar os argumentos e em criticar os méritos literários dos novos epigramas iconoclastas colocados no Chalke por Leão V<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=246–247}}.</ref>.▼
▲Com Teodoro no exílio, a liderança dos estuditas foi assumida pelo abade Leôncio, que, por um tempo, adotou a posição iconoclasta e convenceu inúmeros monges a se juntarem a ele
Teodoro teve uma ampla influência durante o primeiro ano de seu exílio, primeiramente por causa de sua maciça campanha de correspondência. Por conta dela, ele foi transferido em 816 d.C. para Boneta, uma fortaleza no ainda mais remoto [[Thema Anatólico]], de onde ele ainda assim conseguiu se manter a par dos acontecimentos na capital e manteve a sua correspondência normal. Esta atividade contínua levou o imperador a ordenar que ele fosse novamente [[flagelação|açoitado]], algo que, porém, seus captores se recusaram a fazer<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=247–251}}.</ref>. Em 817 d.C., Teodoro escreveu duas cartas para o [[papa Pascoal I]], que foram co-assinadas por diversos abades iconófilos, na primeira pedindo que ele convocasse um sínodo contra a iconoclastia. Outras cartas para o [[patriarca de Alexandria]] [[Cristóvão I de Alexandria|Cristóvão I]] e para o [[Patriarca Ortodoxo de Jerusalém]], entre outros clérigos "estrangeiros", se seguiram<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=253–254}}.</ref>. O imperador ordenou outra vez que Teodoro fosse açoitado e, desta vez, seu comando foi obedecido, resultando numa séria deterioração da saúde do exilado monge<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=255–258}}.</ref>. Após a sua recuperação, Teodoro foi novamente transferido, desta vez para [[Esmirna]]. No início de 821 d.C., porém, Leão V foi horrivelmente assassinado no altar da Igreja de Santo Estevão, no [[Grande Palácio de Constantinopla|palácio imperial]]. Teodoro foi libertado logo em seguida<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=259–261 and 263}}.</ref>.▼
▲Teodoro teve uma ampla influência durante o primeiro ano de seu exílio, primeiramente por causa de sua maciça campanha de correspondência. Por conta dela, ele foi transferido em 816
=== Anos finais ===
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Após a sua libertação, Teodoro retornou para Constantinopla, viajando através da região noroeste [[Anatólia]] e se encontrando com diversos monges e abades no caminho. Na época, parece que ele acreditava que o novo imperador, {{Lknb|Miguel|II, o Amoriano}}, iria adotar uma política pró-ícones e expressou esta esperança em duas cartas para ele<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=263–267}}.</ref>. Uma audiência imperial foi então combinada para um grupo de clérigos iconódulos, incluindo Teodoro, na qual, porém, Miguel expressou sua intenção de "deixar a igreja como ele a encontrou". Os abades receberam a permissão de venerar as imagens se quisessem, desde que permanecessem fora de Constantinopla. Teodoro retornou para a Anatólia no que parece ser um exílio auto-imposto<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=268–271}}.</ref>.▼
▲Após a sua libertação, Teodoro retornou para Constantinopla, viajando através da região noroeste [[Anatólia]] e se encontrando com diversos monges e abades no caminho. Na época, parece que ele acreditava que o novo imperador, {{Lknb|Miguel|II, o Amoriano}}, iria adotar uma política pró-ícones e expressou esta esperança em duas cartas para ele
As atividades de Teodoro nestes anos finais são difíceis de rastrear. Ele continuou a escrever diversas cartas apoiando o uso de ícones e parece ter continuado a ser um importante líder da oposição ao [[iconoclasma]] imperial<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|p=278}}.</ref>. Ele estava presente no encontro de "mais de cem" clérigos iconódulos em 823-24, que terminou numa discussão entre os estuditas e o anfitrião, um tal Ioannikos, o que parece demonstrar divisões internas no movimento pró-ícones<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=281–288}}.</ref>. Teodoro também discursou contra o segundo casamento de Miguel II com a [[freira]] [[Eufrosina (esposa de Miguel II)|Eufrosina]], uma filha de [[Constantino VI]], ainda que de forma branda, sem a mesma paixão - e sem o mesmo efeito - da antiga "controvérsia moequiana" de seus primeiros anos<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=278–281}}.</ref>.▼
▲As atividades de Teodoro nestes anos finais são difíceis de rastrear. Ele continuou a escrever diversas cartas apoiando o uso de ícones e parece ter continuado a ser um importante líder da oposição ao [[iconoclasma]] imperial
Os anos de exílio de Teodoro, o hábito de [[jejum|jejuar]] e seus esforços excepcionais acabaram por debilitar seu corpo e, em 826 d.C., ele ficou novamente muito doente<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|p=288}}.</ref>. Neste ano, ele ditou seu ''Testamento'', uma forma de guia espiritual para os futuros abades do [[Mosteiro de Stoudios]], para o seu discípulo Naucrácio<ref>{{harvnb|Thomas|Hero|Constable|2000|loc=I.68}}.</ref>. Ele morreu em 11 de novembro do mesmo ano, celebrando a missa, aparentemente no Mosteiro de Hagios Tryphon, no Cabo Akritas, na Bitínia. Dezoito anos depois seus restos mortais, juntamente com os de seu irmão José de Tessolônica, foram trazidos de volta para o Mosteiro de Stoudios e enterrados ao lado dos de seu tio Platon<ref>{{harvnb|Pratsch|1998|pp=288–291}}.</ref>.▼
▲Os anos de exílio de Teodoro, o hábito de [[jejum|jejuar]] e seus esforços excepcionais acabaram por debilitar seu corpo e, em 826
== Legado ==
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O renascimento do [[Mosteiro de Stoudios]] pelas mãos de Teodoro teve uma enorme influência na história posterior do [[monasticismo bizantino]]. Seu discípulo, Naucrácio, retomou o controle do mosteiro após o final do Iconoclasma em 842 d.C. e pelo resto do século IX, os abades estuditas continuaram a tradição de Teodoro de se opor à autoridade imperial e patriarcal sempre que necessário<ref>{{harvnb|Thomas|Hero|Constable|2000|pp=68–69}}.</ref>. Elementos do ''Testamento'' de Teodoro foram incorporados, ''verbatim'', nas ''tipica'' (singular: ''[[tipicon]]'') de alguns dos primeiros mosteiros em [[Monte Atos]]<ref>{{harvnb|Thomas|Hero|Constable|2000|loc=I.72 and I.84}}.</ref>. Os mais importantes elementos de sua reforma foram a ênfase na vida [[cenobita]] (comunal), o trabalho manual e uma detalhada hierarquia administrativa<ref>{{harvnb|Thomas|Hero|Constable|2000|loc=I.85-87}}.</ref>.▼
▲O renascimento do [[Mosteiro de Stoudios]] pelas mãos de Teodoro teve uma enorme influência na história posterior do [[monasticismo bizantino]]. Seu discípulo, Naucrácio, retomou o controle do mosteiro após o final do Iconoclasma em 842
Teodoro também reformou o Mosteiro de Stoudios para que ele se tornasse um importante centro acadêmico, em particular por causa de sua biblioteca e o ''[[scriptorium]]'', colocando-os num patamar muito acima em comparação com outras instituições religiosas bizantinas da época<ref name="Pratsch, Theodoros, 306">{{harvnb|Pratsch|1998|p=306}}.</ref>, Teodoro pessoalmente foi uma figura importante no renascimento de formas literárias clássicas em Bizâncio, em particular do [[verso iâmbico]], e suas críticas aos epigramas iconoclastas firmaram a conexão entre sua habilidade literária e sua fé ortodoxa<ref>{{harvnb|Speck|1984|pp=194 (with note 18), 203}}.</ref>. Após a sua morte, o Mosteiro de Stoudios continuou a ser um centro vital da [[hinografia]] e da [[hagiografia]] bizantinas, além da cópia de [[manuscrito]]s<ref name="Pratsch, Theodoros, 306"/>.▼
▲Teodoro também reformou o Mosteiro de Stoudios para que ele se tornasse um importante centro acadêmico, em particular por causa de sua biblioteca e o ''[[scriptorium]]'', colocando-os num patamar muito acima em comparação com outras instituições religiosas bizantinas da época
Após o "[[Triunfo da Ortodoxia]]" (a reintrodução dos ícones) em 843 d.C., Teodoro se tornou um dos grandes heróis da oposição aos iconoclastas. Não existia ainda um processo forma de [[canonização]] em Bizâncio, mas Teodoro logo foi reconhecido como [[santo]]. No ocidente latino, uma tradição surgiu pela qual Teodoro teria reconhecido a [[primazia papal]] por conta de suas cartas ao [[papa Pascoal I]] e ele foi formalmente canonizado pela [[Igreja Católica]], uma honra que nenhum outro iconófilo bizantino recebeu. Sua festa é comemorada em 12 de novembro<ref>A verdade é que Teodoro claramente acreditava na [[Pentarquia]]. ({{harvnb|Pratsch|1998|pp=311–313}})</ref>.▼
▲Após o "[[Triunfo da Ortodoxia]]" (a reintrodução dos ícones) em 843
== Obras ==
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* [[Catequese]]s, duas coleções de discursos para os seus monges sobre vários assuntos relacionados à vida espiritual. A primeira coleção (a ''magna''), ed. A. Papadopulos-Kerameus, ''Theodori Studitae Magna Catachesis'' (São Petersburgo, 1904); a segunda (a ''parva''), ed. E. Auvray, ''S.P.N. et Confessoris Theodori Studitis Praepositi Parva Catachesis'' (Paris, 1891), tradução para o [[língua francesa|francês]] por Anne-Marie Mohr, ''Petites catéchèses'' (=''Les Pères dans la foi'' 52) (Paris, 1993).
* A oração funerária para a sua mãe. Ed. e tr. St. Efthymiadis e J. M. Featherstone, "Establishing a holy lineage: Theodore the Stoudite's funerary catechism for his mother (BHG 2422)," in M. Grünbart, ed., ''Theatron: rhetorische Kultur in Spätantike und Mittelalter'' (=Millennium-Studien 13) (Berlin, 2007), pp. 13–51. ISBN 3110194767.
* A oração funerária de seu tio
* Vários discursos polêmicos sobre a questão da veneração das imagens, principalmente ''Theodori praepositi Studitarum Antirrhetici adversus Iconomachos'', ''PG'' 99, 327B-436A e ''Theodori Studitae Refutatio et subversio impiorum poematum Ioannis, Ignatii, Sergii, et Stephani, recentium christomachorum''. Cf. a seleção traduzida por Catherine Roth, ''On the holy icons'' (Crestwood, 1981). ISBN 0913836761.
* Seu ''Testamento'', ditado para o seu discípulo Naucrácio no final de sua vida: ''PG'' 99, 1813-24. Tradução para o [[língua inglesa|inglês]] por Timothy Miller, in J. Thomas e A. C. Hero, eds., ''Byzantine monastic foundation documents'' (=''Dumbarton Oaks Studies'' 35) (Washington, 2000), I.67-83. ISBN 0884022323; [http://www.doaks.org/typikaPDF/typ009.pdf Disponível online].
* Um sermão sobre o [[São Bartolomeu|Apóstolo Bartolomeu]], ed. com tradução [[língua italiana|italiana]] por Giorgio di Maria in V. Giustolisi, ed., ''Tre laudationes bizantine in onore di San Bartolomeo apostolo'' (Palermo, 2004).
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{{Referências|col=3}}
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== Bibliografia ==
{{refbegin|2}}
*{{citar livro|sobrenome=Browne|nome=Laurence Edward|título=The Eclipse of Christianity in Asia: From the time of Muhammad till the Fourteenth Century|local=Cambridge, United Kingdom|editora=Cambridge University Press|ano=1933|url=http://books.google.com/books?id=esxCAAAAIAAJ|ref=harv}}
*{{citar livro|sobrenome=Chisholm|nome=Hugh|título=The Encyclopedia Britannica: A Dictionary of Arts, Sciences, Literature and General Information, Volume 26|editora=The Encyclopedia Britannica Co|ano=1911|url=http://books.google.com/books?id=gJlvzd4MzSUC|ref=harv}}
*{{citar periódico|sobrenome=Hatlie|nome=Peter|título=The Politics of Salvation: Theodore of Stoudios on Martyrdom (''Martyrion'') and Speaking Out (''Parrhesia'')|jornal=Dumbarton Oaks Papers|volume=50|local=Washington, District of Columbia|editora=Dumbarton Oaks|ano=1996| páginas=263–287|url=http://www.jstor.org/pss/1291747|ref=harv}}
*{{citar livro|sobrenome=Pratsch|nome=Thomas|título=Theodoros Studites (759-826) — zwischen Dogma und Pragma: der Abt des Studiosklosters in Konstantinopel im Spannungsfeld von Patriarch, Kaiser und eigenem Anspruch|local=Bern, Switzerland|editora=Peter Lang|ano=1998|url=http://books.google.com/books?id=9HcQAQAAIAAJ|ref=harv}}
*{{citar periódico|sobrenome=Speck|nome=Paul|título=Ikonoklasmus und die Anfänge der makedonischen Renaissance|jornal=Varia 1 (Poikila Byzantina)|volume=4|local=Bonn, Germany|editora=Dr. Rudolf Habelt GMBH|ano=1984| páginas=175–210|isbn=3774921504|url=http://books.google.com/books?id=Ck8bAAAAYAAJ|ref=harv}}
*{{citar livro|
{{refend|2}}
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