Lista de imperadores do Sacro Império Romano-Germânico: diferenças entre revisões

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Bruno Siqueira (discussão | contribs)
Ajustes: "Sacro" era o império, não o imperador (Conforme a wiki-de: Könige, wiki it:Imperatore). Awiki en apresenta o mesmo erro (Holy emperor), mas o inglês não era falado no Sacro Império.
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[[Imagem:Weltliche Schatzkammer Wien (190).JPG|150px|direita|thumb|Coroaupright=1.0|''Die Reichskrone'' <br>A [[coroa Imperialimperial]] de Oto[[Otão II|Oto - ''Reichskrone''II]]]]
 
O '''Sacro Imperador Romano-Germânicoimperador''' era, como regra geral, o soberano do [[Sacro Império Romano-Germânico]] ([[962]] -[[ 1806]]), antecessor de diversos países, quase todos na [[Europa Central]].
 
Considera-se que o título imperial passou dos [[Roma Antiga|romanos]] para o [[francos|Reino Franco]] quando, em {{DC|800 d.C.|x}}, o [[Papapapa]] [[Papa Leão III|Leão III]] coroou o [[rei]] dos [[francos]], [[Carlos Magno]], imperador e este, por proteção à [[igrejaIgreja Católica]], na qualidade de patrício dos romanos e por força de sua dignidade imperial, condenou os perseguidores do pontífice à morte, condenação que foi retirada por intervenção do próprio papa. Após a divisão do [[reino franco]] em três partes pelo [[tratado de Verdun]], de [[843]], o título ficou vinculado, em princípio, ao reino central [[lotaríngia|lotaríngio]], mas terminou por passar para o do leste quando [[Oto I, Sacro Imperador Romano-Germânico|Oto I, o Grande]], [[história da Saxônia|duque dos saxôes]], rei franco oriental, foi coroado imperador em [[962]]. A transferência do título foi justificada pela teoria política [[idade Média|medieval]] da ''[[translatio imperii]]''.
 
Após a divisão do Reino Franco em três partes pelo [[tratado de Verdun]], de 843, o título ficou vinculado, em princípio, ao reino central [[lotaríngia|lotaríngio]], mas terminou por passar para o do leste quando [[Oto I, Sacro Imperador Romano-Germânico|Oto I, o Grande]], [[história da Saxônia|duque dos saxôes]], rei franco oriental, foi coroado imperador em 962. A transferência do título foi justificada pela teoria política [[idade Média|medieval]] da ''[[translatio imperii]]''.
De início, o imperador se autointitulava ''Imperator Augustus'', empregando títulos do antigo [[Império Romano]]. O título "Sacro Imperador Romano", bem como o nome do Sacro Império Romano, surgiu apenas nos séculos seguintes (e os historiadores acrescentam a qualificação "-Germânico" ao título e ao império, acusando o caráter eminentemente alemão da entidade política e do território que esta controlava).
 
De início, o imperador se autointitulava ''Imperator Augustus'', empregando títulos do antigo [[Império Romano]]. O título "Sacro Imperador Romano", bem como o nome do Sacro Império Romano, surgiu apenas nos séculos seguintes (e os historiadores acrescentam a qualificação "-Germânico" ao título e ao império, acusando o caráter eminentemente alemão da entidade política e do território que esta controlava).
O imperador era escolhido por um grupo de príncipes posteriormente conhecidos como [[príncipe-eleitor|príncipes-eleitores]], mas, até a sua coroação pelo Papa em [[Roma]], ostentava apenas o título de '''[[Rei dos Romanos]]''' (''rex romanorum''). Ao receber a [[Coroa (monarquia)|coroa]] imperial, o imperador mantinha o título de rei (título este com funções dadas pelo [[feudalismo|direito feudal]]). A partir de [[1508]], dispensou-se a obrigação da coroação pelo papa para que o eleito pudesse envergar o título imperial (ou, formalmente, de "imperador-eleito").
 
O imperador era escolhido por um grupo de príncipes posteriormente conhecidos como [[príncipe-eleitor|príncipes-eleitores]], mas, até a sua coroação pelo Papa em [[Roma]], ostentava apenas o título de '''[[Rei dos Romanos]]''' (''rex romanorum''). Ao receber a [[Coroa (monarquia)|coroa]] imperial, o imperador mantinha o título de rei (título este com funções dadas pelo [[feudalismo|direito feudal]]). A partir de [[1508]], dispensou-se a obrigação da coroação pelo papa para que o eleito pudesse envergar o título imperial (ou, formalmente, de "imperador-eleito").
O título de imperador tinha conotações religiosas, o que sugeria uma obrigação de proteger a [[igreja Católica]](o próprio Carlos Magno se arrogava a suprema chefia da Igreja, recebida com o título imperial). O imperador também era ordenado como sub-[[diácono]], o que excluía não-católicos e mulheres do trono. A relação precisa entre as funções temporal e religiosa do título nunca ficou muito clara e causou conflitos sérios entre os duques germânicos e o papa, como, por exemplo, na [[Questão das Investiduras]] no século XI.
 
O título de imperador tinha conotações religiosas, o que sugeria uma obrigação de proteger a [[igrejaIgreja Católica]] (o próprio Carlos Magno se arrogava a suprema chefia da Igreja, recebida com o título imperial). O imperador também era ordenado como sub-[[diácono]], o que excluía não-católicos e mulheres do trono. A relação precisa entre as funções temporal e religiosa do título nunca ficou muito clara e causou conflitos sérios entre os duques germânicos e o papa, como, por exemplo, na [[Questão das Investiduras]] no século XI.
A seleção do rei/imperador era influenciada por diversos fatores. Como o título era formalmente eletivo, a sucessão era hereditária apenas até um certo ponto, embora costumasse ocorrer dentro de uma mesma dinastia até que se esgotassem os sucessores. O processo exigia que o candidato fizesse concessões aos eleitores, o que contribuía para o declínio do poder central (do imperador) em favor dos príncipes territoriais do Império. O colégio dos eleitores foi fixado em sete pela [[Bula Dourada]] em 1356; em 1623, durante a [[Guerra dos Trinta Anos]], acrescentaram-se outros eleitores.
 
A seleção do rei/imperador era influenciada por diversos fatores. Como o título era formalmente eletivo, a sucessão era hereditária apenas até um certo ponto, embora costumasse ocorrer dentro de uma mesma dinastia até que se esgotassem os sucessores. O processo exigia que o candidato fizesse concessões aos eleitores, o que contribuía para o declínio do poder central (do imperador) em favor dos príncipes territoriais do Impérioimpério. O colégio dos eleitores foi fixado em sete membros pela [[Bula Dourada]] em 1356;. emEm 1623, durante a [[Guerra dos Trinta Anos]], acrescentaram-se outros eleitores.
 
Após 1438, o título permaneceu nas mãos da [[Casa de Habsburgo]], com a breve exceção de [[Carlos VII da Germânia|Carlos VII]], da [[Casa de Wittelsbach]]. O título foi finalmente abolido em 1806.