Detrito marinho: diferenças entre revisões

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Existem formas de detritos marinhos que são produzidas naturalmente, como os amontoados de plantas arrastados pelas enchentes, por exemplo, embora a maior parte do problema atual seja de origem humana. Recentemente, com a crescente utilização dos [[plástico]]s não [[biodegradável|biodegradáveis]], tomou proporções alarmantes. Os detritos são uma séria ameaça aos [[ecossistema]]s marinhos, levam animais e plantas à morte por [[asfixia]], [[intoxicação]] ou ferimentos, interferem fisicamente no ambiente por acumulação, são confundidos com comida por várias espécies e a sua ingestão provoca graves danos nos seus organismos, frequentemente levando à morte. Afetando os ecossistemas e espécies, muitas delas de valor econômico, naturalmente o homem acaba prejudicado também, como a ciência já comprovou.
 
O problema ainda não foi mapeado em detalhe, mas muitos estudos já foram feitos indicando que ele tem vasto [[impacto ambiental]], econômico e social. O detrito marinho é um desafio de grandes proporções que cresce a cada dia, <u>é uma das mais onipresentes formas de [[poluição]] e tem dado enormes prejuízos</u>, e por isso tem chamado a atenção internacional, mas as medidas adotadas até agora têm sido insuficientes para a reversão de um quadro que é muito preocupante e cuja repercussão é de longo prazo.
 
== Os detritos ==
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[[File:Marine debris on Hawaiian coast.jpg|thumb|direita|Detritos marinhos arremessados pela maré em uma praia do Havaí.]]
 
O [[Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente]] (PNUMA) considera <u>detrito marinho "qualquer material sólido, persistente, manufaturado ou processado, que é descartado ou abandonado no ambiente marinho e costeiro</u>. Os detritos marinhos são objetos que foram feitos ou usados por pessoas e deliberadamente descartados nos mares, rios ou praias; foram levados ao mar indiretamente pelos rios, inundações, esgotos e águas servidas, ou vendavais; foram perdidos acidentalmente, incluindo materiais perdidos no mar durante tempestades (materiais de pesca, cargas); ou foram deliberadamente deixados pelas pessoas nas praias e costas".<ref name="United"/>
 
Não existe ainda um diagnóstico acurado ou completo do problema, mas seus efeitos têm sido auto-evidentes, indicando sua amplitude e gravidade. A cada ano, os mares recebem uma quantidade enorme, mas indeterminada, de lixo e detritos diversos - alguns estudos sugerem que possam ser até 7 bilhões de toneladas anuais, embora seja uma estimativa extrema.<ref name="Cheshire"/> A maior parte, talvez 70%, vai para o fundo,<ref name="Macfadyen"/> mas o restante flutua sobre as águas, e atualmente boia uma média de 13 mil objetos ou fragmentos plásticos por quilômetro quadrado de superfície, mas com ampla variação regional.<ref name="Jeftic"/> Em certas áreas, chamadas zonas de convergência ou "giros", sob a influência das correntes marinhas, se formam campos de detritos flutuantes compactamente reunidos e com centenas de quilômetros de extensão, como grandes lixeiras a céu aberto.<ref name="Jeftic"/> Nos locais mais poluídos, como o [[Giro do Pacífico Norte]], pode chegar a haver um milhão de fragmentos e objetos flutuantes por km² de oceano.<ref name="Greenpeace"/>
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[[Ficheiro:Albatross at Midway Atoll Refuge (8080507529).jpg|thumb|left|Restos de um [[albatroz]] revelando um estômago cheio de objetos plásticos.]]
 
O principal detrito do mares são os objetos de plástico, afetando todas as regiões oceânicas com bilhões de toneladas de objetos diversificados a boiar pela superfície ou se depositando no fundo marinho. O plástico é um material onipresente na civilização contemporânea, e o encontramos sob as mais variadas formas. Por conseguinte, é também um dos mais descartados no ambiente como lixo, muito do qual não recebe destinação correta e acaba indo parar nos mares, carregados por rios, enchentes, negligência humana, e outras maneiras. <u>O plástico é um material que se degrada lentamente; conforme o tipo, pode permanecer mais de 600 anos visivelmente no ambiente antes de se decompor em fragmentos microscópicos, misturando-se ao [[plâncton]] e finalmente infiltrando toda a [[cadeia alimentar]] oceânica</u>.<ref name="Pincetich"/><ref name="United"/><ref name="Sheavly"/><ref name="Greenpeace"/>
 
O plástico interfere nos ciclos naturais do oceano soterrando criaturas que vivem no fundo, bloqueando parte da superfície quando boia em grandes maciços, liberando substâncias tóxicas, sendo confundido com alimento por várias espécies de animais, mas, sendo indigerível, causa obstruções no seu [[tubo digestivo]], matando-os ou ferindo-os. Cerca de 100 mil tartarugas, aves, focas e outros grandes animais marinhos são mortos anualmente por plástico, mas esses números são muito maiores somando-se outras criaturas. Um dos objetos plásticos mais daninhos são as [[sacola de plástico|sacolas de compras]], usadas aos bilhões em todo o mundo.<ref name="Pincetich">Pincetich, Chris
; Shore, 
Teri &
 Steiner, Todd. [http://seaturtles.org/downloads/STRP_BanPlasticBagReportAB1998.pdf ''A 
Ban 
on
 Plastic 
Bags
 Will Save the Lives of California’s Endangered 




Leatherback
 Sea 
Turtles'']. Sea 
Turtle 
Restoration
 Project</ref><ref name="United"/><ref name="Greenpeace"/> Um levantamento realizado em praias da Espanha, França e Itália revelou em média a existência de 1.935 objetos diversos por quilômetro quadrado da faixa costeira. 77% deles eram de plástico, e destes, 93% eram sacolas.<ref name="Marine">"Marine Debris". In: Madan, Sangeeta & Madan, Pankaj. ''Global Encyclopaedia of Environmental Science, Technology and Management''. Global Vision Publishing House, 2009, p. 504</ref> Outra pesquisa analisou em 1998 os objetos flutuantes no [[oceano pacífico|Pacífico Norte]] e constatou que 89% deles eram de plástico.<ref name="United"/> A maioria dos outros estudos indica uma incidência majoritária do plástico.<ref name="Jeftic"/><ref name="Marine"/><ref name="Greenpeace"/>